WASHINGTON - O enviado de Joe Biden para questões climáticas, John Kerry, tem voado ao redor do mundo pressionando os maiores poluidores a intensificar a luta contra a mudança climática a tempo da cúpula de 22 de abril. Se novos objetivos são a medida do sucesso, a reunião está fadada a ser uma decepção.
Sua missão é restabelecer os EUA como líder em ação climática global, após quatro anos de retrocesso sob Donald Trump. Isso significa definir um objetivo ambicioso de redução de emissões para 2030 e, em seguida, persuadir outros países a fortalecer suas metas.
Kerry conta com alguns dos aliados. O Canadá planeja apresentar metas mais agressivas este mês. O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, discute compromissos mais firmes em 2030. A Coreia do Sul, que investiu bilhões de dólares em usinas de carvão no exterior, debate se deve suspender o financiamento. Mas Kerry não teve o mesmo sucesso com outros países.
Em Nova Délhi, ele pressionou o premiê indiano, Narendra Modi, a estabelecer uma meta líquida de zero, mas as autoridades trabalham alguma coisa apenas para 2050.
Fazer com que os países desenvolvidos contribuam mais é um obstáculo. O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, planeja pedir a Biden US$ 1 bilhão por ano para conter o desmatamento na Amazônia. O governo de Jair Bolsonaro está realizando reuniões semanais com Kerry.
Um ponto de interrogação paira sobre a China. O presidente Xi Jinping disse que quer eliminar as emissões até 2060, mas não anunciou uma meta para 2030, que todos os países são obrigados a fazer pelo Acordo de Paris. Mas muitos aliados não concordam com a política verde de Biden. A Austrália não confirmou presença e ainda não se comprometeu com metas específicas. A Arábia Saudita também não disse se participará da cúpula.
*É JORNALISTA