Alan García, o 'cavalo louco' do Peru, chega a um trágico fim


O líder impetuoso que chegou ao poder como o mais jovem presidente da América Latina, mas acabou sendo fustigado por casos de corrupção

Por Álvaro Mellizo e EFE
Atualização:

LIMA -A vida de Alan García chegou a um fim trágico na quarta-feira depois de 35 anos assumindo um papel de destaque na política peruana na qual ingressou em 1985, conhecido como “Cavallo loco”, um líder impetuosoque chegou ao poder como o mais jovem presidente da América e acabou sendo fustigado pela corrupção.

Alan Garcia, ex-presidente do Peru, se matou ao saber que seria preso por caso Odebrecht Foto: Ernesto BENAVIDES / AFP

Alan García morreu em um hospital de Lima e meio a uma grande comoção da sociedade peruana, depois de disparar um tiro na cabeça quando seria detido pela polícia a pedido do Poder Judiciário, acusado de lavagem de dinheiro.

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O fim de García foi um ato extremo diante da sombra da corrupção que acompanhou seu percurso na política e da qual conseguiu escapar em inúmeras ocasiões, mas com a eclosão do escândalo da Lava Jato e as confissões da empresa brasileira Odebrecht acabou se vendo totalmente encurralado.

A situação do ex-presidente piorou em novembro de 2018, quando, vindo da Espanha onde residia, chegou ao seu país natal para prestar depoimento ao Ministério Público no âmbito de uma investigação de corrupção envolvendo vários dos seus colaboradores.

Ali deparou com sua inclusão na lista de investigados e sem permissão de deixar o país, enquanto informações na imprensa davam conta de que da documentação oferecida pela Odebrecht constava pagamentos irregulares ao ex-presidente que confirmavam sua participação em atos de corrupção.

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Político disparou contra a cabeça ao saber que seria detido no contexto da investigação envolvendo a empresa brasileira; ele sofreu três paradas cardíacas e passou por cirurgia, mas morreu após 3 horas no centro cirúrgico

García, sobre o qual naquele momento ainda não havia nenhuma ordem de prisão, buscou refúgio na residência do embaixador uruguaio em Lima alegando “perseguição política”.

Depois de várias semanas o Uruguai descartou esse pedido e um García amedrontado saiu da sede diplomática com seu prestígio bastante abalado e consciente de que desta vez não receberia apoio externo na sua luta para se evadir da justiça.

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Distante estava a data de 1992, quando ele utilizou com sucesso a mesma tática depois do autogolpe de Alberto Fujimori, ao ser acusado de enriquecimento ilícito e de ter ordenado um massacre de presos por terrorismo em várias penitenciárias do país, refugiando-se na embaixada da Colômbia em Lima.

Depois García partiu em exílio, primeiro para a Colômbia e depois para a França, onde permaneceu até 2001, quando o Tribunal Superior do Peru declarou a prescrição daqueles delitos, pelos quais ele nunca foi julgado.

O primeiro governo de Alan García (1985-1990) foi considerado desastroso pela maior parte dos peruanos devido à profunda crise econômica do país e o confronto com o grupo terrorista Sendero Luminoso. Mas eles o elegeram novamente em 2006.

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No seu segundo mandato Alan García fez uma mudança ideológica radical da esquerda de suas origens para uma direita econômica e social, e no imaginário coletivo do Peru ele continuava a ser um personagem imune a qualquer acusação.

Alan García empreendeu sua carreira política dentro do histórico Partido Aprista Peruano (PAP), de esquerda, fundado por Víctor Raúl Haya de la Torre.

Nascido em 23 de maio de 1979, Alan Gabriel Ludwing García Pérez formou-se em Direito na Universidade de San Marcos de Lima, fez doutorado na Complutense de Madri e prosseguiu seus estudos na Sorbonne em Paris.

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Retornou ao Peru em 1978 e integrou a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição de 1979. Posteriormente foi deputado por Lima e em 1982 foi eleito secretário geral do PAP, o que levou à sua candidatura à presidência do país em 1985.

Como presidente,por dois anos foi aclamado pela população, adotando medidas como a restrição do pagamento da dívida externa, a rejeição dos órgãos multilaterais, a redução de gastos militares e a limitação das importações.

Com 36 anos, ganhou o apelido de Caballo loco (cavalo louco). A grande reviravolta ocorreu em 1987 quando ele tentou nacionalizar os bancos, gerando uma onda de protestos liderada pelo escritor e futuro ganhador do prêmio NobelMario Vargas Llosa.

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O ex-presidente do Peru Alan García pediu asilo na embaixada do Uruguai em Lima na noite de sábado, após ter sido proibido de sair do país por 18 meses devido a uma investigação por supostos subornos pagos pela Odebrecht.

Durante seu governo ocorreu também o massacre de mais de 200 detentos em três prisões de Lima, em 1986, como resposta a um motim de supostos terroristas. Em 1990  a economia do país entrou em colapso, a inflação superava os 7.000%ao ano e García, como político, perdeu todo o prestígio. Depois veio o exílio e o retorno ao país, onde disputou a presidência nas eleições de 2001, cujo vitorioso foi Alejandro Toledo.

Em 2006 ele voltou a se candidatar, mas desta vez retornou à ortodoxia econômica e apesar dos gravames do passado chegou ao segundo turno da eleição, vencendo o candidato nacionalista e esquerdista Ollanta Humala. Sua nova gestão ( de 2006 a 2011) foi um sucesso do ponto de vista econômico, quando os investimentos no país se multiplicaram.

Em 2016, candidatou-se a um terceiro mandato, contudo não obteve mais do que 5% dos votos, o que o levou a renunciar ao seu cargo no PAP e se mudar para a Espanha, onde vivia até ser impedido de sair do Peru por ordem judicial.

Alan García foi casado em segundas núpcias com a economista argentina Pilar Nores, que o acompanhou em seus dois mandatos como primeira dama.  Eles se separaram em 2009, meses depois de ser revelado publicamente que ele mantinha uma relação extraconjugal com Roxanne Cheesman, com quem teve seu sexto e último filho./Tradução de Terezinha Martino

LIMA -A vida de Alan García chegou a um fim trágico na quarta-feira depois de 35 anos assumindo um papel de destaque na política peruana na qual ingressou em 1985, conhecido como “Cavallo loco”, um líder impetuosoque chegou ao poder como o mais jovem presidente da América e acabou sendo fustigado pela corrupção.

Alan Garcia, ex-presidente do Peru, se matou ao saber que seria preso por caso Odebrecht Foto: Ernesto BENAVIDES / AFP

Alan García morreu em um hospital de Lima e meio a uma grande comoção da sociedade peruana, depois de disparar um tiro na cabeça quando seria detido pela polícia a pedido do Poder Judiciário, acusado de lavagem de dinheiro.

O fim de García foi um ato extremo diante da sombra da corrupção que acompanhou seu percurso na política e da qual conseguiu escapar em inúmeras ocasiões, mas com a eclosão do escândalo da Lava Jato e as confissões da empresa brasileira Odebrecht acabou se vendo totalmente encurralado.

A situação do ex-presidente piorou em novembro de 2018, quando, vindo da Espanha onde residia, chegou ao seu país natal para prestar depoimento ao Ministério Público no âmbito de uma investigação de corrupção envolvendo vários dos seus colaboradores.

Ali deparou com sua inclusão na lista de investigados e sem permissão de deixar o país, enquanto informações na imprensa davam conta de que da documentação oferecida pela Odebrecht constava pagamentos irregulares ao ex-presidente que confirmavam sua participação em atos de corrupção.

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Político disparou contra a cabeça ao saber que seria detido no contexto da investigação envolvendo a empresa brasileira; ele sofreu três paradas cardíacas e passou por cirurgia, mas morreu após 3 horas no centro cirúrgico

García, sobre o qual naquele momento ainda não havia nenhuma ordem de prisão, buscou refúgio na residência do embaixador uruguaio em Lima alegando “perseguição política”.

Depois de várias semanas o Uruguai descartou esse pedido e um García amedrontado saiu da sede diplomática com seu prestígio bastante abalado e consciente de que desta vez não receberia apoio externo na sua luta para se evadir da justiça.

Distante estava a data de 1992, quando ele utilizou com sucesso a mesma tática depois do autogolpe de Alberto Fujimori, ao ser acusado de enriquecimento ilícito e de ter ordenado um massacre de presos por terrorismo em várias penitenciárias do país, refugiando-se na embaixada da Colômbia em Lima.

Depois García partiu em exílio, primeiro para a Colômbia e depois para a França, onde permaneceu até 2001, quando o Tribunal Superior do Peru declarou a prescrição daqueles delitos, pelos quais ele nunca foi julgado.

O primeiro governo de Alan García (1985-1990) foi considerado desastroso pela maior parte dos peruanos devido à profunda crise econômica do país e o confronto com o grupo terrorista Sendero Luminoso. Mas eles o elegeram novamente em 2006.

No seu segundo mandato Alan García fez uma mudança ideológica radical da esquerda de suas origens para uma direita econômica e social, e no imaginário coletivo do Peru ele continuava a ser um personagem imune a qualquer acusação.

Alan García empreendeu sua carreira política dentro do histórico Partido Aprista Peruano (PAP), de esquerda, fundado por Víctor Raúl Haya de la Torre.

Nascido em 23 de maio de 1979, Alan Gabriel Ludwing García Pérez formou-se em Direito na Universidade de San Marcos de Lima, fez doutorado na Complutense de Madri e prosseguiu seus estudos na Sorbonne em Paris.

Retornou ao Peru em 1978 e integrou a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição de 1979. Posteriormente foi deputado por Lima e em 1982 foi eleito secretário geral do PAP, o que levou à sua candidatura à presidência do país em 1985.

Como presidente,por dois anos foi aclamado pela população, adotando medidas como a restrição do pagamento da dívida externa, a rejeição dos órgãos multilaterais, a redução de gastos militares e a limitação das importações.

Com 36 anos, ganhou o apelido de Caballo loco (cavalo louco). A grande reviravolta ocorreu em 1987 quando ele tentou nacionalizar os bancos, gerando uma onda de protestos liderada pelo escritor e futuro ganhador do prêmio NobelMario Vargas Llosa.

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O ex-presidente do Peru Alan García pediu asilo na embaixada do Uruguai em Lima na noite de sábado, após ter sido proibido de sair do país por 18 meses devido a uma investigação por supostos subornos pagos pela Odebrecht.

Durante seu governo ocorreu também o massacre de mais de 200 detentos em três prisões de Lima, em 1986, como resposta a um motim de supostos terroristas. Em 1990  a economia do país entrou em colapso, a inflação superava os 7.000%ao ano e García, como político, perdeu todo o prestígio. Depois veio o exílio e o retorno ao país, onde disputou a presidência nas eleições de 2001, cujo vitorioso foi Alejandro Toledo.

Em 2006 ele voltou a se candidatar, mas desta vez retornou à ortodoxia econômica e apesar dos gravames do passado chegou ao segundo turno da eleição, vencendo o candidato nacionalista e esquerdista Ollanta Humala. Sua nova gestão ( de 2006 a 2011) foi um sucesso do ponto de vista econômico, quando os investimentos no país se multiplicaram.

Em 2016, candidatou-se a um terceiro mandato, contudo não obteve mais do que 5% dos votos, o que o levou a renunciar ao seu cargo no PAP e se mudar para a Espanha, onde vivia até ser impedido de sair do Peru por ordem judicial.

Alan García foi casado em segundas núpcias com a economista argentina Pilar Nores, que o acompanhou em seus dois mandatos como primeira dama.  Eles se separaram em 2009, meses depois de ser revelado publicamente que ele mantinha uma relação extraconjugal com Roxanne Cheesman, com quem teve seu sexto e último filho./Tradução de Terezinha Martino

LIMA -A vida de Alan García chegou a um fim trágico na quarta-feira depois de 35 anos assumindo um papel de destaque na política peruana na qual ingressou em 1985, conhecido como “Cavallo loco”, um líder impetuosoque chegou ao poder como o mais jovem presidente da América e acabou sendo fustigado pela corrupção.

Alan Garcia, ex-presidente do Peru, se matou ao saber que seria preso por caso Odebrecht Foto: Ernesto BENAVIDES / AFP

Alan García morreu em um hospital de Lima e meio a uma grande comoção da sociedade peruana, depois de disparar um tiro na cabeça quando seria detido pela polícia a pedido do Poder Judiciário, acusado de lavagem de dinheiro.

O fim de García foi um ato extremo diante da sombra da corrupção que acompanhou seu percurso na política e da qual conseguiu escapar em inúmeras ocasiões, mas com a eclosão do escândalo da Lava Jato e as confissões da empresa brasileira Odebrecht acabou se vendo totalmente encurralado.

A situação do ex-presidente piorou em novembro de 2018, quando, vindo da Espanha onde residia, chegou ao seu país natal para prestar depoimento ao Ministério Público no âmbito de uma investigação de corrupção envolvendo vários dos seus colaboradores.

Ali deparou com sua inclusão na lista de investigados e sem permissão de deixar o país, enquanto informações na imprensa davam conta de que da documentação oferecida pela Odebrecht constava pagamentos irregulares ao ex-presidente que confirmavam sua participação em atos de corrupção.

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Político disparou contra a cabeça ao saber que seria detido no contexto da investigação envolvendo a empresa brasileira; ele sofreu três paradas cardíacas e passou por cirurgia, mas morreu após 3 horas no centro cirúrgico

García, sobre o qual naquele momento ainda não havia nenhuma ordem de prisão, buscou refúgio na residência do embaixador uruguaio em Lima alegando “perseguição política”.

Depois de várias semanas o Uruguai descartou esse pedido e um García amedrontado saiu da sede diplomática com seu prestígio bastante abalado e consciente de que desta vez não receberia apoio externo na sua luta para se evadir da justiça.

Distante estava a data de 1992, quando ele utilizou com sucesso a mesma tática depois do autogolpe de Alberto Fujimori, ao ser acusado de enriquecimento ilícito e de ter ordenado um massacre de presos por terrorismo em várias penitenciárias do país, refugiando-se na embaixada da Colômbia em Lima.

Depois García partiu em exílio, primeiro para a Colômbia e depois para a França, onde permaneceu até 2001, quando o Tribunal Superior do Peru declarou a prescrição daqueles delitos, pelos quais ele nunca foi julgado.

O primeiro governo de Alan García (1985-1990) foi considerado desastroso pela maior parte dos peruanos devido à profunda crise econômica do país e o confronto com o grupo terrorista Sendero Luminoso. Mas eles o elegeram novamente em 2006.

No seu segundo mandato Alan García fez uma mudança ideológica radical da esquerda de suas origens para uma direita econômica e social, e no imaginário coletivo do Peru ele continuava a ser um personagem imune a qualquer acusação.

Alan García empreendeu sua carreira política dentro do histórico Partido Aprista Peruano (PAP), de esquerda, fundado por Víctor Raúl Haya de la Torre.

Nascido em 23 de maio de 1979, Alan Gabriel Ludwing García Pérez formou-se em Direito na Universidade de San Marcos de Lima, fez doutorado na Complutense de Madri e prosseguiu seus estudos na Sorbonne em Paris.

Retornou ao Peru em 1978 e integrou a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição de 1979. Posteriormente foi deputado por Lima e em 1982 foi eleito secretário geral do PAP, o que levou à sua candidatura à presidência do país em 1985.

Como presidente,por dois anos foi aclamado pela população, adotando medidas como a restrição do pagamento da dívida externa, a rejeição dos órgãos multilaterais, a redução de gastos militares e a limitação das importações.

Com 36 anos, ganhou o apelido de Caballo loco (cavalo louco). A grande reviravolta ocorreu em 1987 quando ele tentou nacionalizar os bancos, gerando uma onda de protestos liderada pelo escritor e futuro ganhador do prêmio NobelMario Vargas Llosa.

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O ex-presidente do Peru Alan García pediu asilo na embaixada do Uruguai em Lima na noite de sábado, após ter sido proibido de sair do país por 18 meses devido a uma investigação por supostos subornos pagos pela Odebrecht.

Durante seu governo ocorreu também o massacre de mais de 200 detentos em três prisões de Lima, em 1986, como resposta a um motim de supostos terroristas. Em 1990  a economia do país entrou em colapso, a inflação superava os 7.000%ao ano e García, como político, perdeu todo o prestígio. Depois veio o exílio e o retorno ao país, onde disputou a presidência nas eleições de 2001, cujo vitorioso foi Alejandro Toledo.

Em 2006 ele voltou a se candidatar, mas desta vez retornou à ortodoxia econômica e apesar dos gravames do passado chegou ao segundo turno da eleição, vencendo o candidato nacionalista e esquerdista Ollanta Humala. Sua nova gestão ( de 2006 a 2011) foi um sucesso do ponto de vista econômico, quando os investimentos no país se multiplicaram.

Em 2016, candidatou-se a um terceiro mandato, contudo não obteve mais do que 5% dos votos, o que o levou a renunciar ao seu cargo no PAP e se mudar para a Espanha, onde vivia até ser impedido de sair do Peru por ordem judicial.

Alan García foi casado em segundas núpcias com a economista argentina Pilar Nores, que o acompanhou em seus dois mandatos como primeira dama.  Eles se separaram em 2009, meses depois de ser revelado publicamente que ele mantinha uma relação extraconjugal com Roxanne Cheesman, com quem teve seu sexto e último filho./Tradução de Terezinha Martino

LIMA -A vida de Alan García chegou a um fim trágico na quarta-feira depois de 35 anos assumindo um papel de destaque na política peruana na qual ingressou em 1985, conhecido como “Cavallo loco”, um líder impetuosoque chegou ao poder como o mais jovem presidente da América e acabou sendo fustigado pela corrupção.

Alan Garcia, ex-presidente do Peru, se matou ao saber que seria preso por caso Odebrecht Foto: Ernesto BENAVIDES / AFP

Alan García morreu em um hospital de Lima e meio a uma grande comoção da sociedade peruana, depois de disparar um tiro na cabeça quando seria detido pela polícia a pedido do Poder Judiciário, acusado de lavagem de dinheiro.

O fim de García foi um ato extremo diante da sombra da corrupção que acompanhou seu percurso na política e da qual conseguiu escapar em inúmeras ocasiões, mas com a eclosão do escândalo da Lava Jato e as confissões da empresa brasileira Odebrecht acabou se vendo totalmente encurralado.

A situação do ex-presidente piorou em novembro de 2018, quando, vindo da Espanha onde residia, chegou ao seu país natal para prestar depoimento ao Ministério Público no âmbito de uma investigação de corrupção envolvendo vários dos seus colaboradores.

Ali deparou com sua inclusão na lista de investigados e sem permissão de deixar o país, enquanto informações na imprensa davam conta de que da documentação oferecida pela Odebrecht constava pagamentos irregulares ao ex-presidente que confirmavam sua participação em atos de corrupção.

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Político disparou contra a cabeça ao saber que seria detido no contexto da investigação envolvendo a empresa brasileira; ele sofreu três paradas cardíacas e passou por cirurgia, mas morreu após 3 horas no centro cirúrgico

García, sobre o qual naquele momento ainda não havia nenhuma ordem de prisão, buscou refúgio na residência do embaixador uruguaio em Lima alegando “perseguição política”.

Depois de várias semanas o Uruguai descartou esse pedido e um García amedrontado saiu da sede diplomática com seu prestígio bastante abalado e consciente de que desta vez não receberia apoio externo na sua luta para se evadir da justiça.

Distante estava a data de 1992, quando ele utilizou com sucesso a mesma tática depois do autogolpe de Alberto Fujimori, ao ser acusado de enriquecimento ilícito e de ter ordenado um massacre de presos por terrorismo em várias penitenciárias do país, refugiando-se na embaixada da Colômbia em Lima.

Depois García partiu em exílio, primeiro para a Colômbia e depois para a França, onde permaneceu até 2001, quando o Tribunal Superior do Peru declarou a prescrição daqueles delitos, pelos quais ele nunca foi julgado.

O primeiro governo de Alan García (1985-1990) foi considerado desastroso pela maior parte dos peruanos devido à profunda crise econômica do país e o confronto com o grupo terrorista Sendero Luminoso. Mas eles o elegeram novamente em 2006.

No seu segundo mandato Alan García fez uma mudança ideológica radical da esquerda de suas origens para uma direita econômica e social, e no imaginário coletivo do Peru ele continuava a ser um personagem imune a qualquer acusação.

Alan García empreendeu sua carreira política dentro do histórico Partido Aprista Peruano (PAP), de esquerda, fundado por Víctor Raúl Haya de la Torre.

Nascido em 23 de maio de 1979, Alan Gabriel Ludwing García Pérez formou-se em Direito na Universidade de San Marcos de Lima, fez doutorado na Complutense de Madri e prosseguiu seus estudos na Sorbonne em Paris.

Retornou ao Peru em 1978 e integrou a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição de 1979. Posteriormente foi deputado por Lima e em 1982 foi eleito secretário geral do PAP, o que levou à sua candidatura à presidência do país em 1985.

Como presidente,por dois anos foi aclamado pela população, adotando medidas como a restrição do pagamento da dívida externa, a rejeição dos órgãos multilaterais, a redução de gastos militares e a limitação das importações.

Com 36 anos, ganhou o apelido de Caballo loco (cavalo louco). A grande reviravolta ocorreu em 1987 quando ele tentou nacionalizar os bancos, gerando uma onda de protestos liderada pelo escritor e futuro ganhador do prêmio NobelMario Vargas Llosa.

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O ex-presidente do Peru Alan García pediu asilo na embaixada do Uruguai em Lima na noite de sábado, após ter sido proibido de sair do país por 18 meses devido a uma investigação por supostos subornos pagos pela Odebrecht.

Durante seu governo ocorreu também o massacre de mais de 200 detentos em três prisões de Lima, em 1986, como resposta a um motim de supostos terroristas. Em 1990  a economia do país entrou em colapso, a inflação superava os 7.000%ao ano e García, como político, perdeu todo o prestígio. Depois veio o exílio e o retorno ao país, onde disputou a presidência nas eleições de 2001, cujo vitorioso foi Alejandro Toledo.

Em 2006 ele voltou a se candidatar, mas desta vez retornou à ortodoxia econômica e apesar dos gravames do passado chegou ao segundo turno da eleição, vencendo o candidato nacionalista e esquerdista Ollanta Humala. Sua nova gestão ( de 2006 a 2011) foi um sucesso do ponto de vista econômico, quando os investimentos no país se multiplicaram.

Em 2016, candidatou-se a um terceiro mandato, contudo não obteve mais do que 5% dos votos, o que o levou a renunciar ao seu cargo no PAP e se mudar para a Espanha, onde vivia até ser impedido de sair do Peru por ordem judicial.

Alan García foi casado em segundas núpcias com a economista argentina Pilar Nores, que o acompanhou em seus dois mandatos como primeira dama.  Eles se separaram em 2009, meses depois de ser revelado publicamente que ele mantinha uma relação extraconjugal com Roxanne Cheesman, com quem teve seu sexto e último filho./Tradução de Terezinha Martino

LIMA -A vida de Alan García chegou a um fim trágico na quarta-feira depois de 35 anos assumindo um papel de destaque na política peruana na qual ingressou em 1985, conhecido como “Cavallo loco”, um líder impetuosoque chegou ao poder como o mais jovem presidente da América e acabou sendo fustigado pela corrupção.

Alan Garcia, ex-presidente do Peru, se matou ao saber que seria preso por caso Odebrecht Foto: Ernesto BENAVIDES / AFP

Alan García morreu em um hospital de Lima e meio a uma grande comoção da sociedade peruana, depois de disparar um tiro na cabeça quando seria detido pela polícia a pedido do Poder Judiciário, acusado de lavagem de dinheiro.

O fim de García foi um ato extremo diante da sombra da corrupção que acompanhou seu percurso na política e da qual conseguiu escapar em inúmeras ocasiões, mas com a eclosão do escândalo da Lava Jato e as confissões da empresa brasileira Odebrecht acabou se vendo totalmente encurralado.

A situação do ex-presidente piorou em novembro de 2018, quando, vindo da Espanha onde residia, chegou ao seu país natal para prestar depoimento ao Ministério Público no âmbito de uma investigação de corrupção envolvendo vários dos seus colaboradores.

Ali deparou com sua inclusão na lista de investigados e sem permissão de deixar o país, enquanto informações na imprensa davam conta de que da documentação oferecida pela Odebrecht constava pagamentos irregulares ao ex-presidente que confirmavam sua participação em atos de corrupção.

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Político disparou contra a cabeça ao saber que seria detido no contexto da investigação envolvendo a empresa brasileira; ele sofreu três paradas cardíacas e passou por cirurgia, mas morreu após 3 horas no centro cirúrgico

García, sobre o qual naquele momento ainda não havia nenhuma ordem de prisão, buscou refúgio na residência do embaixador uruguaio em Lima alegando “perseguição política”.

Depois de várias semanas o Uruguai descartou esse pedido e um García amedrontado saiu da sede diplomática com seu prestígio bastante abalado e consciente de que desta vez não receberia apoio externo na sua luta para se evadir da justiça.

Distante estava a data de 1992, quando ele utilizou com sucesso a mesma tática depois do autogolpe de Alberto Fujimori, ao ser acusado de enriquecimento ilícito e de ter ordenado um massacre de presos por terrorismo em várias penitenciárias do país, refugiando-se na embaixada da Colômbia em Lima.

Depois García partiu em exílio, primeiro para a Colômbia e depois para a França, onde permaneceu até 2001, quando o Tribunal Superior do Peru declarou a prescrição daqueles delitos, pelos quais ele nunca foi julgado.

O primeiro governo de Alan García (1985-1990) foi considerado desastroso pela maior parte dos peruanos devido à profunda crise econômica do país e o confronto com o grupo terrorista Sendero Luminoso. Mas eles o elegeram novamente em 2006.

No seu segundo mandato Alan García fez uma mudança ideológica radical da esquerda de suas origens para uma direita econômica e social, e no imaginário coletivo do Peru ele continuava a ser um personagem imune a qualquer acusação.

Alan García empreendeu sua carreira política dentro do histórico Partido Aprista Peruano (PAP), de esquerda, fundado por Víctor Raúl Haya de la Torre.

Nascido em 23 de maio de 1979, Alan Gabriel Ludwing García Pérez formou-se em Direito na Universidade de San Marcos de Lima, fez doutorado na Complutense de Madri e prosseguiu seus estudos na Sorbonne em Paris.

Retornou ao Peru em 1978 e integrou a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição de 1979. Posteriormente foi deputado por Lima e em 1982 foi eleito secretário geral do PAP, o que levou à sua candidatura à presidência do país em 1985.

Como presidente,por dois anos foi aclamado pela população, adotando medidas como a restrição do pagamento da dívida externa, a rejeição dos órgãos multilaterais, a redução de gastos militares e a limitação das importações.

Com 36 anos, ganhou o apelido de Caballo loco (cavalo louco). A grande reviravolta ocorreu em 1987 quando ele tentou nacionalizar os bancos, gerando uma onda de protestos liderada pelo escritor e futuro ganhador do prêmio NobelMario Vargas Llosa.

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O ex-presidente do Peru Alan García pediu asilo na embaixada do Uruguai em Lima na noite de sábado, após ter sido proibido de sair do país por 18 meses devido a uma investigação por supostos subornos pagos pela Odebrecht.

Durante seu governo ocorreu também o massacre de mais de 200 detentos em três prisões de Lima, em 1986, como resposta a um motim de supostos terroristas. Em 1990  a economia do país entrou em colapso, a inflação superava os 7.000%ao ano e García, como político, perdeu todo o prestígio. Depois veio o exílio e o retorno ao país, onde disputou a presidência nas eleições de 2001, cujo vitorioso foi Alejandro Toledo.

Em 2006 ele voltou a se candidatar, mas desta vez retornou à ortodoxia econômica e apesar dos gravames do passado chegou ao segundo turno da eleição, vencendo o candidato nacionalista e esquerdista Ollanta Humala. Sua nova gestão ( de 2006 a 2011) foi um sucesso do ponto de vista econômico, quando os investimentos no país se multiplicaram.

Em 2016, candidatou-se a um terceiro mandato, contudo não obteve mais do que 5% dos votos, o que o levou a renunciar ao seu cargo no PAP e se mudar para a Espanha, onde vivia até ser impedido de sair do Peru por ordem judicial.

Alan García foi casado em segundas núpcias com a economista argentina Pilar Nores, que o acompanhou em seus dois mandatos como primeira dama.  Eles se separaram em 2009, meses depois de ser revelado publicamente que ele mantinha uma relação extraconjugal com Roxanne Cheesman, com quem teve seu sexto e último filho./Tradução de Terezinha Martino

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