PARIS - Os ministros do Interior da Itália, França e Alemanha querem elaborar um "código de conduta para as ONGs" que socorrem os migrantes no Mediterrâneo e "reforçar o apoio à Guarda Costeira líbia", anunciaram em um comunicado.
O objetivo é regulamentar as operações de resgate no Mar Mediterrâneo, onde a Guarda Costeira italiana, as patrulhas de fronteira europeias e as ONGs socorrem os migrantes que tentam chegar às costas da Europa a bordo de embarcações precárias.
A Itália fez um apelo aos demais países europeus para que permitam a passagem dos barcos que ajudam os migrantes, o que reduziria a carga de Roma.
O governo italiano reclama que foi deixado sozinho ante a crise migratória e pede mais ajuda aos sócios europeus. O país registrou desde o início do ano a chegada de mais de 83.000 migrantes, um aumento de 19% na comparação com o mesmo período de 2016. A maioria procede da Líbia.
As propostas dos ministros, que serão apresentadas aos 28 Estados membros da União Europeia, também sugerem o aumento da ajuda à agência da ONU para os refugiados, com o objetivo de aumentar o número de campos de recepção para refugiados na Líbia.
Nesta segunda-feira, a Acnur afirmou que os imigrantes são um peso "insuportável" para a Itália e pediu por um sistema que divida a responsabilidade entre todos os países europeus.
"Não é realista que a Itália tenha a responsabilidade de lidar com os desembarques de todo o mundo", disse Vincent Cochetel, enviado especial da Acnur para o Mediterrâneo, pedindo "mais solidariedade". "É insuportável. Precisamos que outros países se unam à Itália e compartilhem esta responsabilidade." / AFP