A Anistia Internacional classificou a morte por greve de fome do ativista cubano preso, Orlando Zapata Tamayo, como uma "indício terrível" de repressão na ilha e pediu nesta quarta-feira ao presidente de Cuba, Raúl Castro, a libertação de todos os prisioneiros políticos. O grupo de direitos humanos, com sede em Londres, disse que "uma investigação completa precisa ser conduzida para estabelecer se o mau tratamento pode ter tido um papel" na morte de Zapata na terça-feira, depois de ficar 85 dias sem comida. A Anistia disse que Cuba precisa ser investigada "para verificar seu respeito pelos direitos humanos." O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse em comunicado que está "profundamente entristecido" com a morte e pediu que Cuba liberte os seus prisioneiros políticos. Zapata, preso desde 2003 e cumprindo uma sentença de 36 anos por crimes como "desrespeito, desordem pública e resistência", iniciou a greve de fome para protestar contra as condições da prisão, disse a Comissão de Direitos Humanos independente de Cuba. O porta-voz da comissão, Elizardo Sánchez, culpou as autoridades cubanas de não fazerem o suficiente para salvar Zapata, um encanador de 42 anos do estado de Holguín, no leste da ilha. A Anistia Internacional disse que o ato de Zapata reflete o desespero dos prisioneiros políticos em Cuba, que, segundo a Comissão de Direitos Humanos do país, são cerca de 200 pessoas. Zapata foi um dos 55 presos cubanos chamados de "prisioneiros de consciência" pela Anistia Internacional. "Enfrentando uma sentença de prisão prolongada, o fato de Orlando Zapata Tamayo ter sentido que não tinha outra saída disponível para ele, além de se matar de fome em protesto, é um indício terrível da contínua repressão dos dissidentes políticos em Cuba", disse o grupo. (Reportagem adicional de Esteban Israel)
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