Análise: A explosão do ódio nas ruas de Paris


E o fato de Macron estar a 11 mil quilômetros, em Buenos Aires, não ajuda

Por Alissa Rubin e NYT
Atualização:

Os protestos dos “coletes amarelos” na França surgiram como um grito espontâneo contra o declínio do padrão de vida. Difusos, parecendo não ter líderes e organizados pela internet, eles vêm tendo amplo e profundo apoio em todo o país. 

No interior, os protestos são quase sempre pacíficos. Em Paris, no entanto, tomaram um rumo mais sinistro, engrossados por extremistas de esquerda e direita, anarquistas e sindicatos, todos empenhados em capitalizar um descontentamento explosivo. 

Finalmente, após duas semanas, Macron diz que é hora de se reunir com os manifestantes Foto: Etienne Laurent / EPA / EFE
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A violência voltada contra o governo de Emmanuel Macron ultrapassa os próprios limites e assusta até mesmo esse país onde protestos organizados são coisa comum. 

Ainda que ela seja perpetrada principalmente pelos vândalos que capturaram o movimento, o simbolismo da violência é poderoso. A revolta de modernos operários e camponeses contra um presidente cada vez mais desdenhado por seu distanciamento aristocrático transformou as ruas mais ricas e áreas mais conhecidas de Paris em verdadeiras zonas de guerra. 

Confrontos entre a polícia e manifestantes ao lado de vândalos profissionais chamados de "quebradores" pela população espalharam-se pelos logradouros mais famoso da capital francesa, incluindo a Place de la Concorde e o Trocadero, transformando-os em zonas de guerra. Carros virados e incendiados queimam também no 1º e no 8º arrondissements, bairro próximo da Champs-Elysées. 

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O fato de Macron se encontrar a 11 mil quilômetros de distância, em Buenos Aires, para a cúpula econômica do G-20, não o distanciou da rebelião. Mesmo lá, a revolta das ruas não pôde ser ignorada ou minimizada, como o governo francês vem tentando fazer. 

Apenas duas semanas após o início dos protestos é que o governo concordou em se reunir com os manifestantes. Entretanto, uma vez que o movimento não tem líderes - na verdade, nem mesmo representantes -, não está claro quem será convidado. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

* Alissa Rubin é jornalista

Os protestos dos “coletes amarelos” na França surgiram como um grito espontâneo contra o declínio do padrão de vida. Difusos, parecendo não ter líderes e organizados pela internet, eles vêm tendo amplo e profundo apoio em todo o país. 

No interior, os protestos são quase sempre pacíficos. Em Paris, no entanto, tomaram um rumo mais sinistro, engrossados por extremistas de esquerda e direita, anarquistas e sindicatos, todos empenhados em capitalizar um descontentamento explosivo. 

Finalmente, após duas semanas, Macron diz que é hora de se reunir com os manifestantes Foto: Etienne Laurent / EPA / EFE

A violência voltada contra o governo de Emmanuel Macron ultrapassa os próprios limites e assusta até mesmo esse país onde protestos organizados são coisa comum. 

Ainda que ela seja perpetrada principalmente pelos vândalos que capturaram o movimento, o simbolismo da violência é poderoso. A revolta de modernos operários e camponeses contra um presidente cada vez mais desdenhado por seu distanciamento aristocrático transformou as ruas mais ricas e áreas mais conhecidas de Paris em verdadeiras zonas de guerra. 

Confrontos entre a polícia e manifestantes ao lado de vândalos profissionais chamados de "quebradores" pela população espalharam-se pelos logradouros mais famoso da capital francesa, incluindo a Place de la Concorde e o Trocadero, transformando-os em zonas de guerra. Carros virados e incendiados queimam também no 1º e no 8º arrondissements, bairro próximo da Champs-Elysées. 

O fato de Macron se encontrar a 11 mil quilômetros de distância, em Buenos Aires, para a cúpula econômica do G-20, não o distanciou da rebelião. Mesmo lá, a revolta das ruas não pôde ser ignorada ou minimizada, como o governo francês vem tentando fazer. 

Apenas duas semanas após o início dos protestos é que o governo concordou em se reunir com os manifestantes. Entretanto, uma vez que o movimento não tem líderes - na verdade, nem mesmo representantes -, não está claro quem será convidado. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

* Alissa Rubin é jornalista

Os protestos dos “coletes amarelos” na França surgiram como um grito espontâneo contra o declínio do padrão de vida. Difusos, parecendo não ter líderes e organizados pela internet, eles vêm tendo amplo e profundo apoio em todo o país. 

No interior, os protestos são quase sempre pacíficos. Em Paris, no entanto, tomaram um rumo mais sinistro, engrossados por extremistas de esquerda e direita, anarquistas e sindicatos, todos empenhados em capitalizar um descontentamento explosivo. 

Finalmente, após duas semanas, Macron diz que é hora de se reunir com os manifestantes Foto: Etienne Laurent / EPA / EFE

A violência voltada contra o governo de Emmanuel Macron ultrapassa os próprios limites e assusta até mesmo esse país onde protestos organizados são coisa comum. 

Ainda que ela seja perpetrada principalmente pelos vândalos que capturaram o movimento, o simbolismo da violência é poderoso. A revolta de modernos operários e camponeses contra um presidente cada vez mais desdenhado por seu distanciamento aristocrático transformou as ruas mais ricas e áreas mais conhecidas de Paris em verdadeiras zonas de guerra. 

Confrontos entre a polícia e manifestantes ao lado de vândalos profissionais chamados de "quebradores" pela população espalharam-se pelos logradouros mais famoso da capital francesa, incluindo a Place de la Concorde e o Trocadero, transformando-os em zonas de guerra. Carros virados e incendiados queimam também no 1º e no 8º arrondissements, bairro próximo da Champs-Elysées. 

O fato de Macron se encontrar a 11 mil quilômetros de distância, em Buenos Aires, para a cúpula econômica do G-20, não o distanciou da rebelião. Mesmo lá, a revolta das ruas não pôde ser ignorada ou minimizada, como o governo francês vem tentando fazer. 

Apenas duas semanas após o início dos protestos é que o governo concordou em se reunir com os manifestantes. Entretanto, uma vez que o movimento não tem líderes - na verdade, nem mesmo representantes -, não está claro quem será convidado. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

* Alissa Rubin é jornalista

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