Análise: Interesse comercial supera apego aos direitos humanos


Trump referiu-se ao caso como algo ocorrido na Turquia envolvendo um cidadão saudita – nada, portanto, que fosse assunto de Washington

Por Ishaan Tharoor e W. POST

O desaparecimento de Jamal Khashoggi teve grande repercussão na capital dos EUA, onde Riad há muito procura ampliar sua influência por meio de lobistas, burocratas e políticos. O caso levantou uma ira coletiva contra a Arábia Saudita que anos de bombardeio saudita no Iêmen não haviam conseguido. “A Arábia Saudita é uma pequena nação que não consegue se defender sem o apoio dos EUA. Logo, nenhum líder saudita teria feito uma provocação tão descarada se não acreditasse que Washington, antes o bastião da ordem liberal do mundo, não faria nada a respeito”, escreveu Robert Kagan. 

Ativistas seguram fotos do jornalista saudita Jamal Khashoggi durante protesto na frente do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 9 de outubro Foto: REUTERS/Osman Orsal

De fato, Trump pouco fez para sugerir que o mau comportamento saudita poderia ter afastado seu estreito relacionamento com o reino. Em várias entrevistas desde o desaparecimento de Khashoggi, ele salientou a importância de se preservar os US$ 100 bilhões em vendas de armas americanas para os sauditas. “Penso que (a perda disso) nos afetaria muito”, disse Trump à Fox News. “Temos empregos (em jogo) e (devemos) parte deles a nossos sistemas de defesa que todos querem. Francamente, seria um remédio muito difícil de engolir para nosso país.” 

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Trump referiu-se ao caso como algo ocorrido na Turquia envolvendo um cidadão saudita – nada, portanto, que fosse assunto de Washington. Pouco importava que Khashoggi fosse um residente nos EUA escrevendo para um jornal americano. “A posição de Trump frente déspotas e governos autoritários tem sido geralmente a de não julgar sua conduta e sugerir que isso apenas dificulta acordos”, escreveu o analista Aaron Blake. “É o que acontece em relação à Arábia Saudita, que Trump e sua Casa Branca vêm tratando amistosamente como parceira de negócios e aliada contra o Irã.”

A Arábia Saudita foi o primeiro país que Trump visitou como presidente. Ele alinhou a política dos EUA à da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Ambos criticaram os levantes pró-democracia de 2011 no Oriente Médio. Riad e Abu Dabi aplaudiram o golpe de 2013 contra o governo eleito do então presidente egípcio, Mohammed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, e têm dado apoio financeiro ao brutal regime de seu sucessor, o presidente Abdel Fattah al-Sissi. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

*É COLUNISTA

O desaparecimento de Jamal Khashoggi teve grande repercussão na capital dos EUA, onde Riad há muito procura ampliar sua influência por meio de lobistas, burocratas e políticos. O caso levantou uma ira coletiva contra a Arábia Saudita que anos de bombardeio saudita no Iêmen não haviam conseguido. “A Arábia Saudita é uma pequena nação que não consegue se defender sem o apoio dos EUA. Logo, nenhum líder saudita teria feito uma provocação tão descarada se não acreditasse que Washington, antes o bastião da ordem liberal do mundo, não faria nada a respeito”, escreveu Robert Kagan. 

Ativistas seguram fotos do jornalista saudita Jamal Khashoggi durante protesto na frente do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 9 de outubro Foto: REUTERS/Osman Orsal

De fato, Trump pouco fez para sugerir que o mau comportamento saudita poderia ter afastado seu estreito relacionamento com o reino. Em várias entrevistas desde o desaparecimento de Khashoggi, ele salientou a importância de se preservar os US$ 100 bilhões em vendas de armas americanas para os sauditas. “Penso que (a perda disso) nos afetaria muito”, disse Trump à Fox News. “Temos empregos (em jogo) e (devemos) parte deles a nossos sistemas de defesa que todos querem. Francamente, seria um remédio muito difícil de engolir para nosso país.” 

Trump referiu-se ao caso como algo ocorrido na Turquia envolvendo um cidadão saudita – nada, portanto, que fosse assunto de Washington. Pouco importava que Khashoggi fosse um residente nos EUA escrevendo para um jornal americano. “A posição de Trump frente déspotas e governos autoritários tem sido geralmente a de não julgar sua conduta e sugerir que isso apenas dificulta acordos”, escreveu o analista Aaron Blake. “É o que acontece em relação à Arábia Saudita, que Trump e sua Casa Branca vêm tratando amistosamente como parceira de negócios e aliada contra o Irã.”

A Arábia Saudita foi o primeiro país que Trump visitou como presidente. Ele alinhou a política dos EUA à da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Ambos criticaram os levantes pró-democracia de 2011 no Oriente Médio. Riad e Abu Dabi aplaudiram o golpe de 2013 contra o governo eleito do então presidente egípcio, Mohammed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, e têm dado apoio financeiro ao brutal regime de seu sucessor, o presidente Abdel Fattah al-Sissi. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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O desaparecimento de Jamal Khashoggi teve grande repercussão na capital dos EUA, onde Riad há muito procura ampliar sua influência por meio de lobistas, burocratas e políticos. O caso levantou uma ira coletiva contra a Arábia Saudita que anos de bombardeio saudita no Iêmen não haviam conseguido. “A Arábia Saudita é uma pequena nação que não consegue se defender sem o apoio dos EUA. Logo, nenhum líder saudita teria feito uma provocação tão descarada se não acreditasse que Washington, antes o bastião da ordem liberal do mundo, não faria nada a respeito”, escreveu Robert Kagan. 

Ativistas seguram fotos do jornalista saudita Jamal Khashoggi durante protesto na frente do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 9 de outubro Foto: REUTERS/Osman Orsal

De fato, Trump pouco fez para sugerir que o mau comportamento saudita poderia ter afastado seu estreito relacionamento com o reino. Em várias entrevistas desde o desaparecimento de Khashoggi, ele salientou a importância de se preservar os US$ 100 bilhões em vendas de armas americanas para os sauditas. “Penso que (a perda disso) nos afetaria muito”, disse Trump à Fox News. “Temos empregos (em jogo) e (devemos) parte deles a nossos sistemas de defesa que todos querem. Francamente, seria um remédio muito difícil de engolir para nosso país.” 

Trump referiu-se ao caso como algo ocorrido na Turquia envolvendo um cidadão saudita – nada, portanto, que fosse assunto de Washington. Pouco importava que Khashoggi fosse um residente nos EUA escrevendo para um jornal americano. “A posição de Trump frente déspotas e governos autoritários tem sido geralmente a de não julgar sua conduta e sugerir que isso apenas dificulta acordos”, escreveu o analista Aaron Blake. “É o que acontece em relação à Arábia Saudita, que Trump e sua Casa Branca vêm tratando amistosamente como parceira de negócios e aliada contra o Irã.”

A Arábia Saudita foi o primeiro país que Trump visitou como presidente. Ele alinhou a política dos EUA à da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Ambos criticaram os levantes pró-democracia de 2011 no Oriente Médio. Riad e Abu Dabi aplaudiram o golpe de 2013 contra o governo eleito do então presidente egípcio, Mohammed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, e têm dado apoio financeiro ao brutal regime de seu sucessor, o presidente Abdel Fattah al-Sissi. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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O desaparecimento de Jamal Khashoggi teve grande repercussão na capital dos EUA, onde Riad há muito procura ampliar sua influência por meio de lobistas, burocratas e políticos. O caso levantou uma ira coletiva contra a Arábia Saudita que anos de bombardeio saudita no Iêmen não haviam conseguido. “A Arábia Saudita é uma pequena nação que não consegue se defender sem o apoio dos EUA. Logo, nenhum líder saudita teria feito uma provocação tão descarada se não acreditasse que Washington, antes o bastião da ordem liberal do mundo, não faria nada a respeito”, escreveu Robert Kagan. 

Ativistas seguram fotos do jornalista saudita Jamal Khashoggi durante protesto na frente do Consulado da Arábia Saudita em Istambul, em 9 de outubro Foto: REUTERS/Osman Orsal

De fato, Trump pouco fez para sugerir que o mau comportamento saudita poderia ter afastado seu estreito relacionamento com o reino. Em várias entrevistas desde o desaparecimento de Khashoggi, ele salientou a importância de se preservar os US$ 100 bilhões em vendas de armas americanas para os sauditas. “Penso que (a perda disso) nos afetaria muito”, disse Trump à Fox News. “Temos empregos (em jogo) e (devemos) parte deles a nossos sistemas de defesa que todos querem. Francamente, seria um remédio muito difícil de engolir para nosso país.” 

Trump referiu-se ao caso como algo ocorrido na Turquia envolvendo um cidadão saudita – nada, portanto, que fosse assunto de Washington. Pouco importava que Khashoggi fosse um residente nos EUA escrevendo para um jornal americano. “A posição de Trump frente déspotas e governos autoritários tem sido geralmente a de não julgar sua conduta e sugerir que isso apenas dificulta acordos”, escreveu o analista Aaron Blake. “É o que acontece em relação à Arábia Saudita, que Trump e sua Casa Branca vêm tratando amistosamente como parceira de negócios e aliada contra o Irã.”

A Arábia Saudita foi o primeiro país que Trump visitou como presidente. Ele alinhou a política dos EUA à da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Ambos criticaram os levantes pró-democracia de 2011 no Oriente Médio. Riad e Abu Dabi aplaudiram o golpe de 2013 contra o governo eleito do então presidente egípcio, Mohammed Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, e têm dado apoio financeiro ao brutal regime de seu sucessor, o presidente Abdel Fattah al-Sissi. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ

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