Análise: Um golpe sem precedentes 'Made in America'


Mesmo com a certificação de Joe Biden, e mesmo que assuma a presidência em 20 de janeiro, os episódios de quarta-feira, 6, dão o tom do que esperar pelos próximos quatro anos

Por Fernanda Magnotta
Atualização:

Em um ato sem precedentes na história dos Estados Unidos, o processo de formalização dos resultados da eleição de 2020 foi interrompido. Isso porque a sessão conjunta do Congresso, que validaria os votos do colégio eleitoral, teve de ser suspensa após a invasão do Capitólio por manifestantes trumpistas.

A invasão ocorreu após um discurso insuflado do presidente em exercício e uma série de provocações publicadas por Donald Trump via Twitter. Uma delas conclamava seus apoiadores a “LUTAR”, em letras capitulares. Hora depois: confusão, violência e toque de recolher em Washington DC.

Se, no passado, estávamos convencionados a pensar na prisão de oposicionistas ou na instauração de regimes de exceção como sinais para qualificar um golpe de Estado, a experiência americana de 2021 reforça o argumento de que, nos tempos atuais, as ameaças podem vir com nova roupagem.

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Manifestantes que repetem discurso sobre fraude na eleição acessaram plenário e gabinetes do Capitólio Foto: John Minchillo/ AP

No aclamado livro Como Morrem as Democracias, os professores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt explicam didaticamente como se constitui o cardápio dos golpes neste século. Partem de figuras com perfil autoritário, de baixo comprometimento com as regras do jogo democrático.

Figuras que negam a legitimidade dos oponentes, toleram ou encorajam a violência, desqualificam as instituições e alimentam a polarização. É o caso de Trump, que inconformado com a derrota nas urnas e nos tribunais, tenta vencer no grito e no muque.

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Mesmo com a certificação de Joe Biden, e mesmo que ele assuma a presidência em 20 de janeiro, os episódios de quarta-feira, 6, dão o tom do que esperar pelos próximos quatro anos. Populistas como Trump se empenham em separar a sociedade em grupos homogêneos que vivem em constante contraposição: elites progressistas e corruptas versus um grupo puro que precisa de um líder orgânico que fale por ele.

Não podemos esperar que Trump se comporte como um ex-presidente comum. Que se isole na Trump Tower, inaugure uma biblioteca ou simplesmente dedique tempo à redação de um livro de memórias. Trump é o pioneiro da política do ressentimento.

É o porta-voz do sensacionalismo, do discurso radicalizado e da intimidação. Governará por Twitter, mantendo uma estrutura de poder paralela ao mando da Casa Branca. Falará aos seus mais de 70 milhões de eleitores e à parcela da população norte-americana que foi convencida por ele de que Biden é um presidente ilegítimo.

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Os danos serão duradouros e não estarão limitados à vida acima da linha do Equador. Para essas horas vale o velho provérbio espanhol: “Crie corvos e eles te arrancarão os olhos”.

*COORDENADORA DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA FAAP

Em um ato sem precedentes na história dos Estados Unidos, o processo de formalização dos resultados da eleição de 2020 foi interrompido. Isso porque a sessão conjunta do Congresso, que validaria os votos do colégio eleitoral, teve de ser suspensa após a invasão do Capitólio por manifestantes trumpistas.

A invasão ocorreu após um discurso insuflado do presidente em exercício e uma série de provocações publicadas por Donald Trump via Twitter. Uma delas conclamava seus apoiadores a “LUTAR”, em letras capitulares. Hora depois: confusão, violência e toque de recolher em Washington DC.

Se, no passado, estávamos convencionados a pensar na prisão de oposicionistas ou na instauração de regimes de exceção como sinais para qualificar um golpe de Estado, a experiência americana de 2021 reforça o argumento de que, nos tempos atuais, as ameaças podem vir com nova roupagem.

Manifestantes que repetem discurso sobre fraude na eleição acessaram plenário e gabinetes do Capitólio Foto: John Minchillo/ AP

No aclamado livro Como Morrem as Democracias, os professores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt explicam didaticamente como se constitui o cardápio dos golpes neste século. Partem de figuras com perfil autoritário, de baixo comprometimento com as regras do jogo democrático.

Figuras que negam a legitimidade dos oponentes, toleram ou encorajam a violência, desqualificam as instituições e alimentam a polarização. É o caso de Trump, que inconformado com a derrota nas urnas e nos tribunais, tenta vencer no grito e no muque.

Mesmo com a certificação de Joe Biden, e mesmo que ele assuma a presidência em 20 de janeiro, os episódios de quarta-feira, 6, dão o tom do que esperar pelos próximos quatro anos. Populistas como Trump se empenham em separar a sociedade em grupos homogêneos que vivem em constante contraposição: elites progressistas e corruptas versus um grupo puro que precisa de um líder orgânico que fale por ele.

Não podemos esperar que Trump se comporte como um ex-presidente comum. Que se isole na Trump Tower, inaugure uma biblioteca ou simplesmente dedique tempo à redação de um livro de memórias. Trump é o pioneiro da política do ressentimento.

É o porta-voz do sensacionalismo, do discurso radicalizado e da intimidação. Governará por Twitter, mantendo uma estrutura de poder paralela ao mando da Casa Branca. Falará aos seus mais de 70 milhões de eleitores e à parcela da população norte-americana que foi convencida por ele de que Biden é um presidente ilegítimo.

Os danos serão duradouros e não estarão limitados à vida acima da linha do Equador. Para essas horas vale o velho provérbio espanhol: “Crie corvos e eles te arrancarão os olhos”.

*COORDENADORA DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA FAAP

Em um ato sem precedentes na história dos Estados Unidos, o processo de formalização dos resultados da eleição de 2020 foi interrompido. Isso porque a sessão conjunta do Congresso, que validaria os votos do colégio eleitoral, teve de ser suspensa após a invasão do Capitólio por manifestantes trumpistas.

A invasão ocorreu após um discurso insuflado do presidente em exercício e uma série de provocações publicadas por Donald Trump via Twitter. Uma delas conclamava seus apoiadores a “LUTAR”, em letras capitulares. Hora depois: confusão, violência e toque de recolher em Washington DC.

Se, no passado, estávamos convencionados a pensar na prisão de oposicionistas ou na instauração de regimes de exceção como sinais para qualificar um golpe de Estado, a experiência americana de 2021 reforça o argumento de que, nos tempos atuais, as ameaças podem vir com nova roupagem.

Manifestantes que repetem discurso sobre fraude na eleição acessaram plenário e gabinetes do Capitólio Foto: John Minchillo/ AP

No aclamado livro Como Morrem as Democracias, os professores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt explicam didaticamente como se constitui o cardápio dos golpes neste século. Partem de figuras com perfil autoritário, de baixo comprometimento com as regras do jogo democrático.

Figuras que negam a legitimidade dos oponentes, toleram ou encorajam a violência, desqualificam as instituições e alimentam a polarização. É o caso de Trump, que inconformado com a derrota nas urnas e nos tribunais, tenta vencer no grito e no muque.

Mesmo com a certificação de Joe Biden, e mesmo que ele assuma a presidência em 20 de janeiro, os episódios de quarta-feira, 6, dão o tom do que esperar pelos próximos quatro anos. Populistas como Trump se empenham em separar a sociedade em grupos homogêneos que vivem em constante contraposição: elites progressistas e corruptas versus um grupo puro que precisa de um líder orgânico que fale por ele.

Não podemos esperar que Trump se comporte como um ex-presidente comum. Que se isole na Trump Tower, inaugure uma biblioteca ou simplesmente dedique tempo à redação de um livro de memórias. Trump é o pioneiro da política do ressentimento.

É o porta-voz do sensacionalismo, do discurso radicalizado e da intimidação. Governará por Twitter, mantendo uma estrutura de poder paralela ao mando da Casa Branca. Falará aos seus mais de 70 milhões de eleitores e à parcela da população norte-americana que foi convencida por ele de que Biden é um presidente ilegítimo.

Os danos serão duradouros e não estarão limitados à vida acima da linha do Equador. Para essas horas vale o velho provérbio espanhol: “Crie corvos e eles te arrancarão os olhos”.

*COORDENADORA DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA FAAP

Em um ato sem precedentes na história dos Estados Unidos, o processo de formalização dos resultados da eleição de 2020 foi interrompido. Isso porque a sessão conjunta do Congresso, que validaria os votos do colégio eleitoral, teve de ser suspensa após a invasão do Capitólio por manifestantes trumpistas.

A invasão ocorreu após um discurso insuflado do presidente em exercício e uma série de provocações publicadas por Donald Trump via Twitter. Uma delas conclamava seus apoiadores a “LUTAR”, em letras capitulares. Hora depois: confusão, violência e toque de recolher em Washington DC.

Se, no passado, estávamos convencionados a pensar na prisão de oposicionistas ou na instauração de regimes de exceção como sinais para qualificar um golpe de Estado, a experiência americana de 2021 reforça o argumento de que, nos tempos atuais, as ameaças podem vir com nova roupagem.

Manifestantes que repetem discurso sobre fraude na eleição acessaram plenário e gabinetes do Capitólio Foto: John Minchillo/ AP

No aclamado livro Como Morrem as Democracias, os professores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt explicam didaticamente como se constitui o cardápio dos golpes neste século. Partem de figuras com perfil autoritário, de baixo comprometimento com as regras do jogo democrático.

Figuras que negam a legitimidade dos oponentes, toleram ou encorajam a violência, desqualificam as instituições e alimentam a polarização. É o caso de Trump, que inconformado com a derrota nas urnas e nos tribunais, tenta vencer no grito e no muque.

Mesmo com a certificação de Joe Biden, e mesmo que ele assuma a presidência em 20 de janeiro, os episódios de quarta-feira, 6, dão o tom do que esperar pelos próximos quatro anos. Populistas como Trump se empenham em separar a sociedade em grupos homogêneos que vivem em constante contraposição: elites progressistas e corruptas versus um grupo puro que precisa de um líder orgânico que fale por ele.

Não podemos esperar que Trump se comporte como um ex-presidente comum. Que se isole na Trump Tower, inaugure uma biblioteca ou simplesmente dedique tempo à redação de um livro de memórias. Trump é o pioneiro da política do ressentimento.

É o porta-voz do sensacionalismo, do discurso radicalizado e da intimidação. Governará por Twitter, mantendo uma estrutura de poder paralela ao mando da Casa Branca. Falará aos seus mais de 70 milhões de eleitores e à parcela da população norte-americana que foi convencida por ele de que Biden é um presidente ilegítimo.

Os danos serão duradouros e não estarão limitados à vida acima da linha do Equador. Para essas horas vale o velho provérbio espanhol: “Crie corvos e eles te arrancarão os olhos”.

*COORDENADORA DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA FAAP

Em um ato sem precedentes na história dos Estados Unidos, o processo de formalização dos resultados da eleição de 2020 foi interrompido. Isso porque a sessão conjunta do Congresso, que validaria os votos do colégio eleitoral, teve de ser suspensa após a invasão do Capitólio por manifestantes trumpistas.

A invasão ocorreu após um discurso insuflado do presidente em exercício e uma série de provocações publicadas por Donald Trump via Twitter. Uma delas conclamava seus apoiadores a “LUTAR”, em letras capitulares. Hora depois: confusão, violência e toque de recolher em Washington DC.

Se, no passado, estávamos convencionados a pensar na prisão de oposicionistas ou na instauração de regimes de exceção como sinais para qualificar um golpe de Estado, a experiência americana de 2021 reforça o argumento de que, nos tempos atuais, as ameaças podem vir com nova roupagem.

Manifestantes que repetem discurso sobre fraude na eleição acessaram plenário e gabinetes do Capitólio Foto: John Minchillo/ AP

No aclamado livro Como Morrem as Democracias, os professores Steven Levitsky e Daniel Ziblatt explicam didaticamente como se constitui o cardápio dos golpes neste século. Partem de figuras com perfil autoritário, de baixo comprometimento com as regras do jogo democrático.

Figuras que negam a legitimidade dos oponentes, toleram ou encorajam a violência, desqualificam as instituições e alimentam a polarização. É o caso de Trump, que inconformado com a derrota nas urnas e nos tribunais, tenta vencer no grito e no muque.

Mesmo com a certificação de Joe Biden, e mesmo que ele assuma a presidência em 20 de janeiro, os episódios de quarta-feira, 6, dão o tom do que esperar pelos próximos quatro anos. Populistas como Trump se empenham em separar a sociedade em grupos homogêneos que vivem em constante contraposição: elites progressistas e corruptas versus um grupo puro que precisa de um líder orgânico que fale por ele.

Não podemos esperar que Trump se comporte como um ex-presidente comum. Que se isole na Trump Tower, inaugure uma biblioteca ou simplesmente dedique tempo à redação de um livro de memórias. Trump é o pioneiro da política do ressentimento.

É o porta-voz do sensacionalismo, do discurso radicalizado e da intimidação. Governará por Twitter, mantendo uma estrutura de poder paralela ao mando da Casa Branca. Falará aos seus mais de 70 milhões de eleitores e à parcela da população norte-americana que foi convencida por ele de que Biden é um presidente ilegítimo.

Os danos serão duradouros e não estarão limitados à vida acima da linha do Equador. Para essas horas vale o velho provérbio espanhol: “Crie corvos e eles te arrancarão os olhos”.

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