Analistas veem uso político em novo cartão de acesso a comida na Venezuela


Programa lançado por Nicolás Maduro no fim do ano promete distribuição de alimentos após coleta de dados pessoais

Especialistas acreditam que o cartão da pátria, um documento de identidade com função de crédito anunciado no final do ano pelo presidente Nicolás Maduro, beneficiará apenas aliados do governo venezuelano. A meta do governo era cadastrar 15 milhões de pessoas que já recebem algum tipo de assistência social até fevereiro.

O professor de economia da Universidade Central da Venezuela Leonardo Vera afirma o uso desse novo documento de identidade. “Parece um requisito para fazer parte de um ‘clube político’ de beneficiados”, afirma.

Mulher e filha observam preços dos alimentos em Caracas Foto: REUTERS/Marco Bello
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Nos 1876 pontos de cadastramento que serão distribuídos por todo o país, o programa pretende obter dados como local de residência, escolaridade, se o cidadão faz uso de remédio controlado e quais problemas de saúde tem, por exemplo.

Maiores de 15 anos, todos que estão incluídos nos programas das Missões Sociais, organizações que participam do Congresso, as estruturas do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), membros dos conselhos da comunidade, os pensionistas e servidores públicos poderão se cadastrar para receber os cartões, que contarão com um código que armazenará as informações da população.

O cientista político José Vicente Carrasquero, da Universidade Simón Bolívar, aponta outras intenções do presidente Nicolás Maduro ao anunciar o programa. “A pergunta certa é por que a carteira de identidade não é suficiente? Será que nem todos os venezuelanos têm direito natural às prerrogativas que dá o cartão?”, questiona.

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Carrasquero vê dois objetivos do presidente ao lançar esse programa: por um lado, aumentar o controle sobre a população para usá-lo como um mecanismo de persuasão política e, por outro, dar a sensação de que está trabalhando para resolver a escassez de alimentos.

Em princípio, o benefício é para todo aquele que solicitar. Mas caberá ao governo a aprovação. “Como já ocorreu antes, o resultado dependerá da simpatia ou proximidade do usuário ao partido do governo, então o cartão acabará sendo um tipo de credencial do partido”, afirma Carrasquero. 

Um morador do Departamento de Bolívar, que trabalha com segurança eletrônica, afirma que até o momento nem procurou saber como esse cartão funcionará, pois não quer utilizá-lo. “A verdade é que se não existisse esse tipo de problema econômico isso não seria necessário”, afirma. Segundo ele, há um clima de desânimo na sociedade. “As coisas estão muito caras, temos de fazer sacrifícios para conseguir fazer compras.” 

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Ele conta que muitas coisas são compradas com “bachaqueros”, vendedores que repassam o produto pelo dobro ou triplo do que pagaram, de acordo com a necessidade do mercado consumidor. O problema, relata, é que muitos se veem obrigados a comprar nessas condições por não terem tempo para entrar nas filas.

“Isso entristece, derruba o ânimo e aumenta a pressão psicológica na população”, lamenta. “O problema dos alimentos é o que mais machuca os venezuelanos, todos os malabarismos que temos de realizar para conseguir comida.”

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A crise política e econômica na Venezuela tem como principal vítima a população. O país vive uma escassez absoluta de produtos de primeira necessidade, que muitas vezes faz do dia das pessoas uma via-crúcis.

Especialistas acreditam que o cartão da pátria, um documento de identidade com função de crédito anunciado no final do ano pelo presidente Nicolás Maduro, beneficiará apenas aliados do governo venezuelano. A meta do governo era cadastrar 15 milhões de pessoas que já recebem algum tipo de assistência social até fevereiro.

O professor de economia da Universidade Central da Venezuela Leonardo Vera afirma o uso desse novo documento de identidade. “Parece um requisito para fazer parte de um ‘clube político’ de beneficiados”, afirma.

Mulher e filha observam preços dos alimentos em Caracas Foto: REUTERS/Marco Bello

Nos 1876 pontos de cadastramento que serão distribuídos por todo o país, o programa pretende obter dados como local de residência, escolaridade, se o cidadão faz uso de remédio controlado e quais problemas de saúde tem, por exemplo.

Maiores de 15 anos, todos que estão incluídos nos programas das Missões Sociais, organizações que participam do Congresso, as estruturas do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), membros dos conselhos da comunidade, os pensionistas e servidores públicos poderão se cadastrar para receber os cartões, que contarão com um código que armazenará as informações da população.

O cientista político José Vicente Carrasquero, da Universidade Simón Bolívar, aponta outras intenções do presidente Nicolás Maduro ao anunciar o programa. “A pergunta certa é por que a carteira de identidade não é suficiente? Será que nem todos os venezuelanos têm direito natural às prerrogativas que dá o cartão?”, questiona.

Carrasquero vê dois objetivos do presidente ao lançar esse programa: por um lado, aumentar o controle sobre a população para usá-lo como um mecanismo de persuasão política e, por outro, dar a sensação de que está trabalhando para resolver a escassez de alimentos.

Em princípio, o benefício é para todo aquele que solicitar. Mas caberá ao governo a aprovação. “Como já ocorreu antes, o resultado dependerá da simpatia ou proximidade do usuário ao partido do governo, então o cartão acabará sendo um tipo de credencial do partido”, afirma Carrasquero. 

Um morador do Departamento de Bolívar, que trabalha com segurança eletrônica, afirma que até o momento nem procurou saber como esse cartão funcionará, pois não quer utilizá-lo. “A verdade é que se não existisse esse tipo de problema econômico isso não seria necessário”, afirma. Segundo ele, há um clima de desânimo na sociedade. “As coisas estão muito caras, temos de fazer sacrifícios para conseguir fazer compras.” 

Ele conta que muitas coisas são compradas com “bachaqueros”, vendedores que repassam o produto pelo dobro ou triplo do que pagaram, de acordo com a necessidade do mercado consumidor. O problema, relata, é que muitos se veem obrigados a comprar nessas condições por não terem tempo para entrar nas filas.

“Isso entristece, derruba o ânimo e aumenta a pressão psicológica na população”, lamenta. “O problema dos alimentos é o que mais machuca os venezuelanos, todos os malabarismos que temos de realizar para conseguir comida.”

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A crise política e econômica na Venezuela tem como principal vítima a população. O país vive uma escassez absoluta de produtos de primeira necessidade, que muitas vezes faz do dia das pessoas uma via-crúcis.

Especialistas acreditam que o cartão da pátria, um documento de identidade com função de crédito anunciado no final do ano pelo presidente Nicolás Maduro, beneficiará apenas aliados do governo venezuelano. A meta do governo era cadastrar 15 milhões de pessoas que já recebem algum tipo de assistência social até fevereiro.

O professor de economia da Universidade Central da Venezuela Leonardo Vera afirma o uso desse novo documento de identidade. “Parece um requisito para fazer parte de um ‘clube político’ de beneficiados”, afirma.

Mulher e filha observam preços dos alimentos em Caracas Foto: REUTERS/Marco Bello

Nos 1876 pontos de cadastramento que serão distribuídos por todo o país, o programa pretende obter dados como local de residência, escolaridade, se o cidadão faz uso de remédio controlado e quais problemas de saúde tem, por exemplo.

Maiores de 15 anos, todos que estão incluídos nos programas das Missões Sociais, organizações que participam do Congresso, as estruturas do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), membros dos conselhos da comunidade, os pensionistas e servidores públicos poderão se cadastrar para receber os cartões, que contarão com um código que armazenará as informações da população.

O cientista político José Vicente Carrasquero, da Universidade Simón Bolívar, aponta outras intenções do presidente Nicolás Maduro ao anunciar o programa. “A pergunta certa é por que a carteira de identidade não é suficiente? Será que nem todos os venezuelanos têm direito natural às prerrogativas que dá o cartão?”, questiona.

Carrasquero vê dois objetivos do presidente ao lançar esse programa: por um lado, aumentar o controle sobre a população para usá-lo como um mecanismo de persuasão política e, por outro, dar a sensação de que está trabalhando para resolver a escassez de alimentos.

Em princípio, o benefício é para todo aquele que solicitar. Mas caberá ao governo a aprovação. “Como já ocorreu antes, o resultado dependerá da simpatia ou proximidade do usuário ao partido do governo, então o cartão acabará sendo um tipo de credencial do partido”, afirma Carrasquero. 

Um morador do Departamento de Bolívar, que trabalha com segurança eletrônica, afirma que até o momento nem procurou saber como esse cartão funcionará, pois não quer utilizá-lo. “A verdade é que se não existisse esse tipo de problema econômico isso não seria necessário”, afirma. Segundo ele, há um clima de desânimo na sociedade. “As coisas estão muito caras, temos de fazer sacrifícios para conseguir fazer compras.” 

Ele conta que muitas coisas são compradas com “bachaqueros”, vendedores que repassam o produto pelo dobro ou triplo do que pagaram, de acordo com a necessidade do mercado consumidor. O problema, relata, é que muitos se veem obrigados a comprar nessas condições por não terem tempo para entrar nas filas.

“Isso entristece, derruba o ânimo e aumenta a pressão psicológica na população”, lamenta. “O problema dos alimentos é o que mais machuca os venezuelanos, todos os malabarismos que temos de realizar para conseguir comida.”

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A crise política e econômica na Venezuela tem como principal vítima a população. O país vive uma escassez absoluta de produtos de primeira necessidade, que muitas vezes faz do dia das pessoas uma via-crúcis.

Especialistas acreditam que o cartão da pátria, um documento de identidade com função de crédito anunciado no final do ano pelo presidente Nicolás Maduro, beneficiará apenas aliados do governo venezuelano. A meta do governo era cadastrar 15 milhões de pessoas que já recebem algum tipo de assistência social até fevereiro.

O professor de economia da Universidade Central da Venezuela Leonardo Vera afirma o uso desse novo documento de identidade. “Parece um requisito para fazer parte de um ‘clube político’ de beneficiados”, afirma.

Mulher e filha observam preços dos alimentos em Caracas Foto: REUTERS/Marco Bello

Nos 1876 pontos de cadastramento que serão distribuídos por todo o país, o programa pretende obter dados como local de residência, escolaridade, se o cidadão faz uso de remédio controlado e quais problemas de saúde tem, por exemplo.

Maiores de 15 anos, todos que estão incluídos nos programas das Missões Sociais, organizações que participam do Congresso, as estruturas do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), membros dos conselhos da comunidade, os pensionistas e servidores públicos poderão se cadastrar para receber os cartões, que contarão com um código que armazenará as informações da população.

O cientista político José Vicente Carrasquero, da Universidade Simón Bolívar, aponta outras intenções do presidente Nicolás Maduro ao anunciar o programa. “A pergunta certa é por que a carteira de identidade não é suficiente? Será que nem todos os venezuelanos têm direito natural às prerrogativas que dá o cartão?”, questiona.

Carrasquero vê dois objetivos do presidente ao lançar esse programa: por um lado, aumentar o controle sobre a população para usá-lo como um mecanismo de persuasão política e, por outro, dar a sensação de que está trabalhando para resolver a escassez de alimentos.

Em princípio, o benefício é para todo aquele que solicitar. Mas caberá ao governo a aprovação. “Como já ocorreu antes, o resultado dependerá da simpatia ou proximidade do usuário ao partido do governo, então o cartão acabará sendo um tipo de credencial do partido”, afirma Carrasquero. 

Um morador do Departamento de Bolívar, que trabalha com segurança eletrônica, afirma que até o momento nem procurou saber como esse cartão funcionará, pois não quer utilizá-lo. “A verdade é que se não existisse esse tipo de problema econômico isso não seria necessário”, afirma. Segundo ele, há um clima de desânimo na sociedade. “As coisas estão muito caras, temos de fazer sacrifícios para conseguir fazer compras.” 

Ele conta que muitas coisas são compradas com “bachaqueros”, vendedores que repassam o produto pelo dobro ou triplo do que pagaram, de acordo com a necessidade do mercado consumidor. O problema, relata, é que muitos se veem obrigados a comprar nessas condições por não terem tempo para entrar nas filas.

“Isso entristece, derruba o ânimo e aumenta a pressão psicológica na população”, lamenta. “O problema dos alimentos é o que mais machuca os venezuelanos, todos os malabarismos que temos de realizar para conseguir comida.”

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