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Opinião|A ditadura de Maduro está nas cordas?


Embora ditador venezuelano já tenha cometido diversas fraudes eleitorais, há novos acontecimentos que podem arruinar planos de manipulação da contagem dos votos

Por Andrés Oppenheimer

É provável que seja mais difícil para o governante da Venezuela, Nicolás Maduro, fraudar as eleições deste domingo, 28 de julho, do que em ocasiões anteriores. Embora já tenha cometido diversas fraudes eleitorais, há novos acontecimentos que podem arruinar seus planos de manipulação da contagem dos votos.

Nos dias mais recentes, uma declaração de surpresa do presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a decisão do líder brasileiro de enviar uma delegação de alto nível para observar a votação aumentaram enormemente a pressão sobre Maduro para respeitar os resultados eleitorais.

Lula, que no passado foi indiferente ao criticar a fraude eleitoral de Maduro, disse na segunda feira que o governante venezuelano “precisa respeitar o processo democrático”. Acrescentou, referindo-se a Maduro, que “quando você perde, você vai para casa e se prepara para concorrer em outras eleições”.

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O Brasil e vários outros países latino-americanos estão preocupados que uma nova onda de repressão governamental e protestos de rua na Venezuela possa levar mais milhões de venezuelanos a procurar refúgio em países vizinhos. Quase 8 milhões de venezuelanos já deixaram o país nos anos mais recentes.

A presença da delegação brasileira de especialistas eleitorais em Caracas será muito importante para ajudar a evitar um provável plano de Maduro para manipular a contagem de votos, disseram-me várias lideranças da oposição. O grupo de observação do Brasil na Venezuela será chefiado pelo principal assessor de política externa do presidente Lula e ex-ministro das relações exteriores, Celso Amorim.

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É claro que Maduro poderia inventar qualquer resultado eleitoral, mas pagaria um alto custo político se o governo brasileiro – que ele não pode acusar de ser um lacaio dos Estados Unidos – concluísse que ele roubou as eleições.

“A declaração de Lula é tremendamente importante, porque o Brasil é o líder da América Latina e porque Lula é o líder democraticamente eleito que tem maior influência sobre Maduro”, disse o ex-presidente boliviano Jorge “Tuto” Quiroga, que planeja viajar para Caracas com o grupo IDEA de ex-presidentes para monitorar as eleições.

Mural de campanha pró-Maduro em Caracas. Ditador venezuelano tenta um terceiro mandato, e tentativas de fraude podem ser dificultadas  Foto: AP Foto/Ariana Cubillos, arquivo
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Até recentemente, Maduro esperava ser reeleito para um terceiro mandato proibindo a principal líder da oposição, María Corina Machado, de concorrer; negando o direito de voto a 4,5 milhões de venezuelanos que vivem no estrangeiro e limitando o acesso dos candidatos da oposição à televisão na Venezuela.

Ainda assim, nada disso funcionou para ele. O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, apoiado por Machado, lidera as pesquisas com mais de 20 pontos percentuais.

González Urrutia disse-me em uma entrevista recente que será difícil para Maduro fraudar a contagem dos votos, porque a oposição terá observadores eleitorais em todo o país. “Entendo que teremos testemunhas em 100% dos locais de votação”, disse-me González Urrutia.

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A forma como Maduro poderia tentar fraudar a contagem dos votos é anunciando pouco antes do encerramento das urnas, às 18h. que ainda há longas filas de pessoas à espera para votar, e prolongar o horário de votação até altas horas da noite para poder trapacear quando há menos observadores eleitorais.

Opositores de Maduro queimam boneco com o rosto de Nicolás Maduro, em abril, em Caracas. Foto: AP Foto/Fernando Llano

No passado, o regime de Maduro utilizou essas horas extraordinárias para encher urnas em zonas remotas do país com votos falsos de pessoas que morreram ou vivem no estrangeiro.

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Para evitar que isso aconteça, a oposição pretende ter pelo menos dois observadores com smartphones em cada local de votação, que tirarão fotos das atas e as enviarão para três centros de dados localizados respectivamente em Caracas, Madrid e Washington. Os telefones poderão enviar as imagens via VPN caso o regime interrompa os serviços de acesso à internet.

“A oposição tem um sistema de observação eleitoral muito bem organizado”, disse-me Quiroga. “Muita gente esquece que Machado é uma engenheira que começou como especialista em monitoramento de dados eleitorais.”

É claro que, se estiver perdido, Maduro ainda pode inventar uma desculpa para suspender as eleições ou desqualificar González Urrutia pouco antes da votação. Mas, como me disse o próprio González Urrutia, “isso equivaleria a uma admissão precoce de derrota” por parte de Maduro. Desta vez, não será fácil para Maduro cometer uma fraude flagrante./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

É provável que seja mais difícil para o governante da Venezuela, Nicolás Maduro, fraudar as eleições deste domingo, 28 de julho, do que em ocasiões anteriores. Embora já tenha cometido diversas fraudes eleitorais, há novos acontecimentos que podem arruinar seus planos de manipulação da contagem dos votos.

Nos dias mais recentes, uma declaração de surpresa do presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a decisão do líder brasileiro de enviar uma delegação de alto nível para observar a votação aumentaram enormemente a pressão sobre Maduro para respeitar os resultados eleitorais.

Lula, que no passado foi indiferente ao criticar a fraude eleitoral de Maduro, disse na segunda feira que o governante venezuelano “precisa respeitar o processo democrático”. Acrescentou, referindo-se a Maduro, que “quando você perde, você vai para casa e se prepara para concorrer em outras eleições”.

O Brasil e vários outros países latino-americanos estão preocupados que uma nova onda de repressão governamental e protestos de rua na Venezuela possa levar mais milhões de venezuelanos a procurar refúgio em países vizinhos. Quase 8 milhões de venezuelanos já deixaram o país nos anos mais recentes.

A presença da delegação brasileira de especialistas eleitorais em Caracas será muito importante para ajudar a evitar um provável plano de Maduro para manipular a contagem de votos, disseram-me várias lideranças da oposição. O grupo de observação do Brasil na Venezuela será chefiado pelo principal assessor de política externa do presidente Lula e ex-ministro das relações exteriores, Celso Amorim.

É claro que Maduro poderia inventar qualquer resultado eleitoral, mas pagaria um alto custo político se o governo brasileiro – que ele não pode acusar de ser um lacaio dos Estados Unidos – concluísse que ele roubou as eleições.

“A declaração de Lula é tremendamente importante, porque o Brasil é o líder da América Latina e porque Lula é o líder democraticamente eleito que tem maior influência sobre Maduro”, disse o ex-presidente boliviano Jorge “Tuto” Quiroga, que planeja viajar para Caracas com o grupo IDEA de ex-presidentes para monitorar as eleições.

Mural de campanha pró-Maduro em Caracas. Ditador venezuelano tenta um terceiro mandato, e tentativas de fraude podem ser dificultadas  Foto: AP Foto/Ariana Cubillos, arquivo

Até recentemente, Maduro esperava ser reeleito para um terceiro mandato proibindo a principal líder da oposição, María Corina Machado, de concorrer; negando o direito de voto a 4,5 milhões de venezuelanos que vivem no estrangeiro e limitando o acesso dos candidatos da oposição à televisão na Venezuela.

Ainda assim, nada disso funcionou para ele. O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, apoiado por Machado, lidera as pesquisas com mais de 20 pontos percentuais.

González Urrutia disse-me em uma entrevista recente que será difícil para Maduro fraudar a contagem dos votos, porque a oposição terá observadores eleitorais em todo o país. “Entendo que teremos testemunhas em 100% dos locais de votação”, disse-me González Urrutia.

A forma como Maduro poderia tentar fraudar a contagem dos votos é anunciando pouco antes do encerramento das urnas, às 18h. que ainda há longas filas de pessoas à espera para votar, e prolongar o horário de votação até altas horas da noite para poder trapacear quando há menos observadores eleitorais.

Opositores de Maduro queimam boneco com o rosto de Nicolás Maduro, em abril, em Caracas. Foto: AP Foto/Fernando Llano

No passado, o regime de Maduro utilizou essas horas extraordinárias para encher urnas em zonas remotas do país com votos falsos de pessoas que morreram ou vivem no estrangeiro.

Para evitar que isso aconteça, a oposição pretende ter pelo menos dois observadores com smartphones em cada local de votação, que tirarão fotos das atas e as enviarão para três centros de dados localizados respectivamente em Caracas, Madrid e Washington. Os telefones poderão enviar as imagens via VPN caso o regime interrompa os serviços de acesso à internet.

“A oposição tem um sistema de observação eleitoral muito bem organizado”, disse-me Quiroga. “Muita gente esquece que Machado é uma engenheira que começou como especialista em monitoramento de dados eleitorais.”

É claro que, se estiver perdido, Maduro ainda pode inventar uma desculpa para suspender as eleições ou desqualificar González Urrutia pouco antes da votação. Mas, como me disse o próprio González Urrutia, “isso equivaleria a uma admissão precoce de derrota” por parte de Maduro. Desta vez, não será fácil para Maduro cometer uma fraude flagrante./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

É provável que seja mais difícil para o governante da Venezuela, Nicolás Maduro, fraudar as eleições deste domingo, 28 de julho, do que em ocasiões anteriores. Embora já tenha cometido diversas fraudes eleitorais, há novos acontecimentos que podem arruinar seus planos de manipulação da contagem dos votos.

Nos dias mais recentes, uma declaração de surpresa do presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a decisão do líder brasileiro de enviar uma delegação de alto nível para observar a votação aumentaram enormemente a pressão sobre Maduro para respeitar os resultados eleitorais.

Lula, que no passado foi indiferente ao criticar a fraude eleitoral de Maduro, disse na segunda feira que o governante venezuelano “precisa respeitar o processo democrático”. Acrescentou, referindo-se a Maduro, que “quando você perde, você vai para casa e se prepara para concorrer em outras eleições”.

O Brasil e vários outros países latino-americanos estão preocupados que uma nova onda de repressão governamental e protestos de rua na Venezuela possa levar mais milhões de venezuelanos a procurar refúgio em países vizinhos. Quase 8 milhões de venezuelanos já deixaram o país nos anos mais recentes.

A presença da delegação brasileira de especialistas eleitorais em Caracas será muito importante para ajudar a evitar um provável plano de Maduro para manipular a contagem de votos, disseram-me várias lideranças da oposição. O grupo de observação do Brasil na Venezuela será chefiado pelo principal assessor de política externa do presidente Lula e ex-ministro das relações exteriores, Celso Amorim.

É claro que Maduro poderia inventar qualquer resultado eleitoral, mas pagaria um alto custo político se o governo brasileiro – que ele não pode acusar de ser um lacaio dos Estados Unidos – concluísse que ele roubou as eleições.

“A declaração de Lula é tremendamente importante, porque o Brasil é o líder da América Latina e porque Lula é o líder democraticamente eleito que tem maior influência sobre Maduro”, disse o ex-presidente boliviano Jorge “Tuto” Quiroga, que planeja viajar para Caracas com o grupo IDEA de ex-presidentes para monitorar as eleições.

Mural de campanha pró-Maduro em Caracas. Ditador venezuelano tenta um terceiro mandato, e tentativas de fraude podem ser dificultadas  Foto: AP Foto/Ariana Cubillos, arquivo

Até recentemente, Maduro esperava ser reeleito para um terceiro mandato proibindo a principal líder da oposição, María Corina Machado, de concorrer; negando o direito de voto a 4,5 milhões de venezuelanos que vivem no estrangeiro e limitando o acesso dos candidatos da oposição à televisão na Venezuela.

Ainda assim, nada disso funcionou para ele. O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, apoiado por Machado, lidera as pesquisas com mais de 20 pontos percentuais.

González Urrutia disse-me em uma entrevista recente que será difícil para Maduro fraudar a contagem dos votos, porque a oposição terá observadores eleitorais em todo o país. “Entendo que teremos testemunhas em 100% dos locais de votação”, disse-me González Urrutia.

A forma como Maduro poderia tentar fraudar a contagem dos votos é anunciando pouco antes do encerramento das urnas, às 18h. que ainda há longas filas de pessoas à espera para votar, e prolongar o horário de votação até altas horas da noite para poder trapacear quando há menos observadores eleitorais.

Opositores de Maduro queimam boneco com o rosto de Nicolás Maduro, em abril, em Caracas. Foto: AP Foto/Fernando Llano

No passado, o regime de Maduro utilizou essas horas extraordinárias para encher urnas em zonas remotas do país com votos falsos de pessoas que morreram ou vivem no estrangeiro.

Para evitar que isso aconteça, a oposição pretende ter pelo menos dois observadores com smartphones em cada local de votação, que tirarão fotos das atas e as enviarão para três centros de dados localizados respectivamente em Caracas, Madrid e Washington. Os telefones poderão enviar as imagens via VPN caso o regime interrompa os serviços de acesso à internet.

“A oposição tem um sistema de observação eleitoral muito bem organizado”, disse-me Quiroga. “Muita gente esquece que Machado é uma engenheira que começou como especialista em monitoramento de dados eleitorais.”

É claro que, se estiver perdido, Maduro ainda pode inventar uma desculpa para suspender as eleições ou desqualificar González Urrutia pouco antes da votação. Mas, como me disse o próprio González Urrutia, “isso equivaleria a uma admissão precoce de derrota” por parte de Maduro. Desta vez, não será fácil para Maduro cometer uma fraude flagrante./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

Opinião por Andrés Oppenheimer

Andrés Oppenheimer foi considerado pela revista Foreign Policy 'um dos 50 intelectuais latino-americanos mais influentes' do mundo. É colunista do The Miami Herald, apresentador do programa 'Oppenheimer Apresenta' na CNN em Espanhol, e autor de oito best-sellers. Sua coluna 'Informe Oppenheimer' é publicada regularmente em mais de 50 jornais

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