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Opinião|Maduro suspenderá as eleições venezuelanas?


A melhora do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, nas pesquisas aumentou os temores de que Nicolas Maduro suspenda o pleito venezuelano

Por Andrés Oppenheimer
Atualização:

O crescimento do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, nas pesquisas para as eleições de 28 de julho na Venezuela gerou receios crescentes de que o ditador Nicolás Maduro suspenda as eleições ou desqualifique seu rival sob algum pretexto nos próximos dias.

Diante desses cenários, circulam diversas propostas de ação diplomática regional. Uma das ideias em circulação é enviar uma missão de chanceleres latino-americanos à Venezuela para observar as eleições e se oferecer para atuar como mediadores no caso de um potencial conflito pós-eleitoral.

A missão poderia igualmente incluir representantes de países amigos e críticos do regime de Maduro, como Brasil, Colômbia, Chile, Argentina e Guatemala. Este “grupo de acompanhamento” poderia se oferecer como um potencial mediador entre o governo e a oposição no caso de um lapso de violência, dizem os defensores da ideia.

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Eleições presidenciais da Venezuela estão marcadas para 28 de julho. Na foto, um banner com uma foto do presidente Nicolás Maduro em Caracas. Foto: Juan Barreto/AFP.

Maduro sofreu um duro golpe de propaganda durante um recente evento de campanha na cidade de San Cristobal, no estado de Táchira, quando uma câmera indiscreta o flagrou reclamando ao governador local a respeito do pequeno número de pessoas que compareceram ao comício.

Uma nova pesquisa publicada pela Hercon Consultores mostra Gonzalez Urrutia liderando com 68,4% dos votos, em comparação com 27,3% de Maduro. Outra pesquisa da Datanalisis, que analisa diferentes cenários, coloca Gonzalez Urrutia na liderança por uma margem que varia entre 18% e 25% dos votos.

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Quando perguntei, em uma entrevista, ao candidato da oposição Gonzalez Urrutia se ele temia que Maduro suspendesse as eleições ou o desqualificasse antes de correr o risco de uma derrota, ele me disse que talvez fosse tarde demais para isso.

“Claro que sim, eles podem fazer isso, especialmente porque é um governo que não tem limites para recorrer a truques desse tipo”, disse Gonzalez Urrutia. “Mas seria admitir publicamente que estão perdidos. Não creio que se arriscariam a tomar essa decisão.”

O candidato Edmundo Gonzalez Urrutia participa de um comício de campanha em Barlovento, Venezuela  Foto: Federico Parra/AFP
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No entanto, várias lideranças da oposição me disseram em privado que, dados os resultados das últimas pesquisas, Maduro pode se sentir tentado a tomar medidas extremas. Embora já tenha implementado vários truques para reduzir o eleitorado da oposição, como impedir que cerca de 4,5 milhões de venezuelanos no estrangeiro se inscrevessem para votar, Maduro pode ter concluído que seria mais fácil suspender as eleições do que manipular a contagem dos votos no dia das eleições.

Carlos Vecchio, que foi embaixador do ex-presidente interino Juan Guaidó em Washington, está entre os que apoiam a ideia de enviar uma missão de mediação de chanceleres regionais à Venezuela.

“É possível que vejamos momentos muito conflituosos”, disse Vecchio. “Uma missão local de ministros das Relações Exteriores latino-americanos poderia ter acesso a ambos os lados e ajudar a evitar que Maduro fizesse algo maluco.”

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Embora Gonzalez Urrutia não tenha mencionado especificamente uma missão de ministros das Relações Exteriores, ele me disse que conversou com vários presidentes latino-americanos nos últimos dias e pediu-lhes que se envolvessem nas eleições venezuelanas.

“Peço a qualquer membro da comunidade internacional que tenha conhecimento do processo eleitoral que está em curso na Venezuela, que preste atenção ao que vai acontecer aqui naquele dia” para que “possam ser fiadores” de um processo limpo, disse González Urrutia.

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Já há cerca de 8 milhões de venezuelanos que fugiram do seu país nos anos mais recentes, e outros milhões poderão partir para os países vizinhos se Maduro roubar as eleições e houver um novo ciclo de violência política, acrescentou ele.

A história poderá se repetir: quando Maduro foi reeleito fraudulentamente em 2018, houve protestos massivos e os paramilitares do regime mataram cerca de 7.000 pessoas, de acordo com o gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

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A menos que as democracias latino-americanas ajam em conjunto e enviem uma missão regional à Venezuela, é muito provável que Maduro tente manipular os resultados eleitorais e depois convoque a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), um grupo regional controlado por governos da esquerda, para abençoar sua fraude.

Para evitar um banho de sangue e uma nova onda de imigração em massa, as democracias da região devem se envolver o mais rapidamente possível nestas eleições, como pede Gonzalez Urrutia. O custo de não fazê-lo seria alto demais para todos. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

O crescimento do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, nas pesquisas para as eleições de 28 de julho na Venezuela gerou receios crescentes de que o ditador Nicolás Maduro suspenda as eleições ou desqualifique seu rival sob algum pretexto nos próximos dias.

Diante desses cenários, circulam diversas propostas de ação diplomática regional. Uma das ideias em circulação é enviar uma missão de chanceleres latino-americanos à Venezuela para observar as eleições e se oferecer para atuar como mediadores no caso de um potencial conflito pós-eleitoral.

A missão poderia igualmente incluir representantes de países amigos e críticos do regime de Maduro, como Brasil, Colômbia, Chile, Argentina e Guatemala. Este “grupo de acompanhamento” poderia se oferecer como um potencial mediador entre o governo e a oposição no caso de um lapso de violência, dizem os defensores da ideia.

Eleições presidenciais da Venezuela estão marcadas para 28 de julho. Na foto, um banner com uma foto do presidente Nicolás Maduro em Caracas. Foto: Juan Barreto/AFP.

Maduro sofreu um duro golpe de propaganda durante um recente evento de campanha na cidade de San Cristobal, no estado de Táchira, quando uma câmera indiscreta o flagrou reclamando ao governador local a respeito do pequeno número de pessoas que compareceram ao comício.

Uma nova pesquisa publicada pela Hercon Consultores mostra Gonzalez Urrutia liderando com 68,4% dos votos, em comparação com 27,3% de Maduro. Outra pesquisa da Datanalisis, que analisa diferentes cenários, coloca Gonzalez Urrutia na liderança por uma margem que varia entre 18% e 25% dos votos.

Quando perguntei, em uma entrevista, ao candidato da oposição Gonzalez Urrutia se ele temia que Maduro suspendesse as eleições ou o desqualificasse antes de correr o risco de uma derrota, ele me disse que talvez fosse tarde demais para isso.

“Claro que sim, eles podem fazer isso, especialmente porque é um governo que não tem limites para recorrer a truques desse tipo”, disse Gonzalez Urrutia. “Mas seria admitir publicamente que estão perdidos. Não creio que se arriscariam a tomar essa decisão.”

O candidato Edmundo Gonzalez Urrutia participa de um comício de campanha em Barlovento, Venezuela  Foto: Federico Parra/AFP

No entanto, várias lideranças da oposição me disseram em privado que, dados os resultados das últimas pesquisas, Maduro pode se sentir tentado a tomar medidas extremas. Embora já tenha implementado vários truques para reduzir o eleitorado da oposição, como impedir que cerca de 4,5 milhões de venezuelanos no estrangeiro se inscrevessem para votar, Maduro pode ter concluído que seria mais fácil suspender as eleições do que manipular a contagem dos votos no dia das eleições.

Carlos Vecchio, que foi embaixador do ex-presidente interino Juan Guaidó em Washington, está entre os que apoiam a ideia de enviar uma missão de mediação de chanceleres regionais à Venezuela.

“É possível que vejamos momentos muito conflituosos”, disse Vecchio. “Uma missão local de ministros das Relações Exteriores latino-americanos poderia ter acesso a ambos os lados e ajudar a evitar que Maduro fizesse algo maluco.”

Embora Gonzalez Urrutia não tenha mencionado especificamente uma missão de ministros das Relações Exteriores, ele me disse que conversou com vários presidentes latino-americanos nos últimos dias e pediu-lhes que se envolvessem nas eleições venezuelanas.

“Peço a qualquer membro da comunidade internacional que tenha conhecimento do processo eleitoral que está em curso na Venezuela, que preste atenção ao que vai acontecer aqui naquele dia” para que “possam ser fiadores” de um processo limpo, disse González Urrutia.

Já há cerca de 8 milhões de venezuelanos que fugiram do seu país nos anos mais recentes, e outros milhões poderão partir para os países vizinhos se Maduro roubar as eleições e houver um novo ciclo de violência política, acrescentou ele.

A história poderá se repetir: quando Maduro foi reeleito fraudulentamente em 2018, houve protestos massivos e os paramilitares do regime mataram cerca de 7.000 pessoas, de acordo com o gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A menos que as democracias latino-americanas ajam em conjunto e enviem uma missão regional à Venezuela, é muito provável que Maduro tente manipular os resultados eleitorais e depois convoque a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), um grupo regional controlado por governos da esquerda, para abençoar sua fraude.

Para evitar um banho de sangue e uma nova onda de imigração em massa, as democracias da região devem se envolver o mais rapidamente possível nestas eleições, como pede Gonzalez Urrutia. O custo de não fazê-lo seria alto demais para todos. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

O crescimento do candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, nas pesquisas para as eleições de 28 de julho na Venezuela gerou receios crescentes de que o ditador Nicolás Maduro suspenda as eleições ou desqualifique seu rival sob algum pretexto nos próximos dias.

Diante desses cenários, circulam diversas propostas de ação diplomática regional. Uma das ideias em circulação é enviar uma missão de chanceleres latino-americanos à Venezuela para observar as eleições e se oferecer para atuar como mediadores no caso de um potencial conflito pós-eleitoral.

A missão poderia igualmente incluir representantes de países amigos e críticos do regime de Maduro, como Brasil, Colômbia, Chile, Argentina e Guatemala. Este “grupo de acompanhamento” poderia se oferecer como um potencial mediador entre o governo e a oposição no caso de um lapso de violência, dizem os defensores da ideia.

Eleições presidenciais da Venezuela estão marcadas para 28 de julho. Na foto, um banner com uma foto do presidente Nicolás Maduro em Caracas. Foto: Juan Barreto/AFP.

Maduro sofreu um duro golpe de propaganda durante um recente evento de campanha na cidade de San Cristobal, no estado de Táchira, quando uma câmera indiscreta o flagrou reclamando ao governador local a respeito do pequeno número de pessoas que compareceram ao comício.

Uma nova pesquisa publicada pela Hercon Consultores mostra Gonzalez Urrutia liderando com 68,4% dos votos, em comparação com 27,3% de Maduro. Outra pesquisa da Datanalisis, que analisa diferentes cenários, coloca Gonzalez Urrutia na liderança por uma margem que varia entre 18% e 25% dos votos.

Quando perguntei, em uma entrevista, ao candidato da oposição Gonzalez Urrutia se ele temia que Maduro suspendesse as eleições ou o desqualificasse antes de correr o risco de uma derrota, ele me disse que talvez fosse tarde demais para isso.

“Claro que sim, eles podem fazer isso, especialmente porque é um governo que não tem limites para recorrer a truques desse tipo”, disse Gonzalez Urrutia. “Mas seria admitir publicamente que estão perdidos. Não creio que se arriscariam a tomar essa decisão.”

O candidato Edmundo Gonzalez Urrutia participa de um comício de campanha em Barlovento, Venezuela  Foto: Federico Parra/AFP

No entanto, várias lideranças da oposição me disseram em privado que, dados os resultados das últimas pesquisas, Maduro pode se sentir tentado a tomar medidas extremas. Embora já tenha implementado vários truques para reduzir o eleitorado da oposição, como impedir que cerca de 4,5 milhões de venezuelanos no estrangeiro se inscrevessem para votar, Maduro pode ter concluído que seria mais fácil suspender as eleições do que manipular a contagem dos votos no dia das eleições.

Carlos Vecchio, que foi embaixador do ex-presidente interino Juan Guaidó em Washington, está entre os que apoiam a ideia de enviar uma missão de mediação de chanceleres regionais à Venezuela.

“É possível que vejamos momentos muito conflituosos”, disse Vecchio. “Uma missão local de ministros das Relações Exteriores latino-americanos poderia ter acesso a ambos os lados e ajudar a evitar que Maduro fizesse algo maluco.”

Embora Gonzalez Urrutia não tenha mencionado especificamente uma missão de ministros das Relações Exteriores, ele me disse que conversou com vários presidentes latino-americanos nos últimos dias e pediu-lhes que se envolvessem nas eleições venezuelanas.

“Peço a qualquer membro da comunidade internacional que tenha conhecimento do processo eleitoral que está em curso na Venezuela, que preste atenção ao que vai acontecer aqui naquele dia” para que “possam ser fiadores” de um processo limpo, disse González Urrutia.

Já há cerca de 8 milhões de venezuelanos que fugiram do seu país nos anos mais recentes, e outros milhões poderão partir para os países vizinhos se Maduro roubar as eleições e houver um novo ciclo de violência política, acrescentou ele.

A história poderá se repetir: quando Maduro foi reeleito fraudulentamente em 2018, houve protestos massivos e os paramilitares do regime mataram cerca de 7.000 pessoas, de acordo com o gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A menos que as democracias latino-americanas ajam em conjunto e enviem uma missão regional à Venezuela, é muito provável que Maduro tente manipular os resultados eleitorais e depois convoque a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), um grupo regional controlado por governos da esquerda, para abençoar sua fraude.

Para evitar um banho de sangue e uma nova onda de imigração em massa, as democracias da região devem se envolver o mais rapidamente possível nestas eleições, como pede Gonzalez Urrutia. O custo de não fazê-lo seria alto demais para todos. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

Opinião por Andrés Oppenheimer

Andrés Oppenheimer foi considerado pela revista Foreign Policy 'um dos 50 intelectuais latino-americanos mais influentes' do mundo. É colunista do The Miami Herald, apresentador do programa 'Oppenheimer Apresenta' na CNN em Espanhol, e autor de oito best-sellers. Sua coluna 'Informe Oppenheimer' é publicada regularmente em mais de 50 jornais

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