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Opinião|Mudanças climáticas não preocupam eleitores dos EUA. Sorte de Trump


Enquanto Donald Trump qualifica como lorota o conceito da mudança climática provocada pelo homem, Joe Biden tem descrito a crise climática como uma ‘ameaça existencial’

Por Andrés Oppenheimer

Miami não é a única a sofrer com as temperaturas mais altas já registradas na história para esta época do ano. O mesmo ocorre na Cidade do México, em Nova Délhi e em vários outros lugares do mundo.

De fato, o mês passado foi o maio mais quente jamais registrado em nível mundial e o 12.º mês consecutivo a atingir um novo recorde de calor, segundo o Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Programa Copernicus, da União Europeia.

Não obstante, surpreendentemente, apesar do planeta também ter registrado temperaturas máximas sem precedentes em 2023, a mudança climática não figura entre as principais preocupações dos eleitores na campanha para a eleição presidencial de 5 de novembro nos Estados Unidos.

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A mudança climática ocupa a 18.ª posição entre as prioridades dos americanos, muito abaixo da economia e da imigração, segundo uma pesquisa recente do Pew Research Center.

Temperatura bate recorde em Phoenix, no Arizona, com 106 graus Fahrenheit (41,2 Celsius): apesar do planeta ter registrado temperaturas máximas sem precedentes, a mudança climática não figura entre as principais preocupações dos eleitores americanos Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

O que é pior, o aspirante presidencial Donald Trump, cético a respeito da mudança climática, poderá ser eleito em novembro. Trump escarneceu repetidamente das advertências sobre a mudança climática e promove os combustíveis fósseis, ignorando o consenso da comunidade científica mundial de que as temperaturas extremas estão sendo causadas pelas emissões de gases tóxicos provocadas pelo homem.

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Trump promete publicamente reverter as ambiciosas leis do governo do presidente Joe Biden para combater o aquecimento global. Segundo o website oficial da campanha de Trump, se ganhar em novembro, ele dará sinal verde às perfurações petrolíferas e à extração de petróleo e gás de xisto.

“O presidente Trump PERFURARÁ, BABY, PERFURARÁ”, afirma textualmente o website oficial donaldjtrump.com, referindo-se à exploração petrolífera.

O website de Trump também afirma que, “desde o primeiro dia”, o ex-presidente anulará centenas de leis destinadas ao combate do aquecimento global adotadas por Biden, incluindo regras para reduzir emissões de automóveis e subsídios para compradores de veículos elétricos.

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Trump também ordenaria novamente a retirada dos EUA do Acordo de Paris, de 2016, destinado a controlar a mudança climática, que exige dos países signatários reduzir substancialmente as emissões que aquecem o planeta. Trump retirou Washington do Acordo de Paris no início de seu mandato, mas Biden logo revogou essa decisão.

Grupos ambientalistas estão apavorados com a possibilidade de Trump ganhar. Se isso ocorrer, o novo governo “dará uma porrada nas políticas climáticas e ambientais dos EUA”, disse o grupo ambientalista Sierra Club em 30 de maio.

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Enquanto Trump qualifica como lorota o conceito da mudança climática provocada pelo homem, Biden tem descrito a crise climática como uma “ameaça existencial”. No que pode vir a ser uma de suas principais realizações, Biden aprovou em 2022 a lei mais ambiciosa dos EUA para lutar contra o aquecimento global.

A Lei de Redução da Inflação, de 2022, de Biden, que foi batizada assim enganosamente em um esforço para obter sua aprovação no Congresso, inclui mais de 100 novas regulações para reduzir emissões de gases-estufa, preservar terras públicas e promover o uso de energia solar, eólica e produzida por outras fontes alternativas.

Mulher pega garrafa de água em um comício de Donald Trump, durante um dia de altas temperaturas em Las Vegas. Foto: Ian Maule/AFP
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A lei de Biden concede mais de US$ 300 bilhões em créditos tributários para acelerar a transição para fontes de energia limpa. Segundo a prestigiosa revista Science, essa lei de Biden, juntamente com sua lei de infraestrutura, reduzirá as emissões tóxicas nos EUA em 40% até 2030 em relação aos níveis de 2005.

O principal argumento de Trump para não levar a sério as advertências sobre a mudança climática é que a transição para as energias verdes é cara demais e portanto se trataria de um plano que “mata indústrias” e “elimina empregos”.

Mas a política de Trump de “perfurar, baby, perfurar” é puro populismo econômico. Da mesma forma que populistas de todas as cores políticas, Trump está oferecendo um alívio econômico instantâneo à custa da destruição gradual do planeta.

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Uma política incrivelmente míope e estúpida, especialmente em tempos de ondas de calor sem precedentes, glaciares derretendo, níveis do mar aumentando e tempestades tropicais mais severas que nunca em todo o mundo./TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO.

Miami não é a única a sofrer com as temperaturas mais altas já registradas na história para esta época do ano. O mesmo ocorre na Cidade do México, em Nova Délhi e em vários outros lugares do mundo.

De fato, o mês passado foi o maio mais quente jamais registrado em nível mundial e o 12.º mês consecutivo a atingir um novo recorde de calor, segundo o Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Programa Copernicus, da União Europeia.

Não obstante, surpreendentemente, apesar do planeta também ter registrado temperaturas máximas sem precedentes em 2023, a mudança climática não figura entre as principais preocupações dos eleitores na campanha para a eleição presidencial de 5 de novembro nos Estados Unidos.

A mudança climática ocupa a 18.ª posição entre as prioridades dos americanos, muito abaixo da economia e da imigração, segundo uma pesquisa recente do Pew Research Center.

Temperatura bate recorde em Phoenix, no Arizona, com 106 graus Fahrenheit (41,2 Celsius): apesar do planeta ter registrado temperaturas máximas sem precedentes, a mudança climática não figura entre as principais preocupações dos eleitores americanos Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

O que é pior, o aspirante presidencial Donald Trump, cético a respeito da mudança climática, poderá ser eleito em novembro. Trump escarneceu repetidamente das advertências sobre a mudança climática e promove os combustíveis fósseis, ignorando o consenso da comunidade científica mundial de que as temperaturas extremas estão sendo causadas pelas emissões de gases tóxicos provocadas pelo homem.

Trump promete publicamente reverter as ambiciosas leis do governo do presidente Joe Biden para combater o aquecimento global. Segundo o website oficial da campanha de Trump, se ganhar em novembro, ele dará sinal verde às perfurações petrolíferas e à extração de petróleo e gás de xisto.

“O presidente Trump PERFURARÁ, BABY, PERFURARÁ”, afirma textualmente o website oficial donaldjtrump.com, referindo-se à exploração petrolífera.

O website de Trump também afirma que, “desde o primeiro dia”, o ex-presidente anulará centenas de leis destinadas ao combate do aquecimento global adotadas por Biden, incluindo regras para reduzir emissões de automóveis e subsídios para compradores de veículos elétricos.

Trump também ordenaria novamente a retirada dos EUA do Acordo de Paris, de 2016, destinado a controlar a mudança climática, que exige dos países signatários reduzir substancialmente as emissões que aquecem o planeta. Trump retirou Washington do Acordo de Paris no início de seu mandato, mas Biden logo revogou essa decisão.

Grupos ambientalistas estão apavorados com a possibilidade de Trump ganhar. Se isso ocorrer, o novo governo “dará uma porrada nas políticas climáticas e ambientais dos EUA”, disse o grupo ambientalista Sierra Club em 30 de maio.

Enquanto Trump qualifica como lorota o conceito da mudança climática provocada pelo homem, Biden tem descrito a crise climática como uma “ameaça existencial”. No que pode vir a ser uma de suas principais realizações, Biden aprovou em 2022 a lei mais ambiciosa dos EUA para lutar contra o aquecimento global.

A Lei de Redução da Inflação, de 2022, de Biden, que foi batizada assim enganosamente em um esforço para obter sua aprovação no Congresso, inclui mais de 100 novas regulações para reduzir emissões de gases-estufa, preservar terras públicas e promover o uso de energia solar, eólica e produzida por outras fontes alternativas.

Mulher pega garrafa de água em um comício de Donald Trump, durante um dia de altas temperaturas em Las Vegas. Foto: Ian Maule/AFP

A lei de Biden concede mais de US$ 300 bilhões em créditos tributários para acelerar a transição para fontes de energia limpa. Segundo a prestigiosa revista Science, essa lei de Biden, juntamente com sua lei de infraestrutura, reduzirá as emissões tóxicas nos EUA em 40% até 2030 em relação aos níveis de 2005.

O principal argumento de Trump para não levar a sério as advertências sobre a mudança climática é que a transição para as energias verdes é cara demais e portanto se trataria de um plano que “mata indústrias” e “elimina empregos”.

Mas a política de Trump de “perfurar, baby, perfurar” é puro populismo econômico. Da mesma forma que populistas de todas as cores políticas, Trump está oferecendo um alívio econômico instantâneo à custa da destruição gradual do planeta.

Uma política incrivelmente míope e estúpida, especialmente em tempos de ondas de calor sem precedentes, glaciares derretendo, níveis do mar aumentando e tempestades tropicais mais severas que nunca em todo o mundo./TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO.

Miami não é a única a sofrer com as temperaturas mais altas já registradas na história para esta época do ano. O mesmo ocorre na Cidade do México, em Nova Délhi e em vários outros lugares do mundo.

De fato, o mês passado foi o maio mais quente jamais registrado em nível mundial e o 12.º mês consecutivo a atingir um novo recorde de calor, segundo o Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Programa Copernicus, da União Europeia.

Não obstante, surpreendentemente, apesar do planeta também ter registrado temperaturas máximas sem precedentes em 2023, a mudança climática não figura entre as principais preocupações dos eleitores na campanha para a eleição presidencial de 5 de novembro nos Estados Unidos.

A mudança climática ocupa a 18.ª posição entre as prioridades dos americanos, muito abaixo da economia e da imigração, segundo uma pesquisa recente do Pew Research Center.

Temperatura bate recorde em Phoenix, no Arizona, com 106 graus Fahrenheit (41,2 Celsius): apesar do planeta ter registrado temperaturas máximas sem precedentes, a mudança climática não figura entre as principais preocupações dos eleitores americanos Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP

O que é pior, o aspirante presidencial Donald Trump, cético a respeito da mudança climática, poderá ser eleito em novembro. Trump escarneceu repetidamente das advertências sobre a mudança climática e promove os combustíveis fósseis, ignorando o consenso da comunidade científica mundial de que as temperaturas extremas estão sendo causadas pelas emissões de gases tóxicos provocadas pelo homem.

Trump promete publicamente reverter as ambiciosas leis do governo do presidente Joe Biden para combater o aquecimento global. Segundo o website oficial da campanha de Trump, se ganhar em novembro, ele dará sinal verde às perfurações petrolíferas e à extração de petróleo e gás de xisto.

“O presidente Trump PERFURARÁ, BABY, PERFURARÁ”, afirma textualmente o website oficial donaldjtrump.com, referindo-se à exploração petrolífera.

O website de Trump também afirma que, “desde o primeiro dia”, o ex-presidente anulará centenas de leis destinadas ao combate do aquecimento global adotadas por Biden, incluindo regras para reduzir emissões de automóveis e subsídios para compradores de veículos elétricos.

Trump também ordenaria novamente a retirada dos EUA do Acordo de Paris, de 2016, destinado a controlar a mudança climática, que exige dos países signatários reduzir substancialmente as emissões que aquecem o planeta. Trump retirou Washington do Acordo de Paris no início de seu mandato, mas Biden logo revogou essa decisão.

Grupos ambientalistas estão apavorados com a possibilidade de Trump ganhar. Se isso ocorrer, o novo governo “dará uma porrada nas políticas climáticas e ambientais dos EUA”, disse o grupo ambientalista Sierra Club em 30 de maio.

Enquanto Trump qualifica como lorota o conceito da mudança climática provocada pelo homem, Biden tem descrito a crise climática como uma “ameaça existencial”. No que pode vir a ser uma de suas principais realizações, Biden aprovou em 2022 a lei mais ambiciosa dos EUA para lutar contra o aquecimento global.

A Lei de Redução da Inflação, de 2022, de Biden, que foi batizada assim enganosamente em um esforço para obter sua aprovação no Congresso, inclui mais de 100 novas regulações para reduzir emissões de gases-estufa, preservar terras públicas e promover o uso de energia solar, eólica e produzida por outras fontes alternativas.

Mulher pega garrafa de água em um comício de Donald Trump, durante um dia de altas temperaturas em Las Vegas. Foto: Ian Maule/AFP

A lei de Biden concede mais de US$ 300 bilhões em créditos tributários para acelerar a transição para fontes de energia limpa. Segundo a prestigiosa revista Science, essa lei de Biden, juntamente com sua lei de infraestrutura, reduzirá as emissões tóxicas nos EUA em 40% até 2030 em relação aos níveis de 2005.

O principal argumento de Trump para não levar a sério as advertências sobre a mudança climática é que a transição para as energias verdes é cara demais e portanto se trataria de um plano que “mata indústrias” e “elimina empregos”.

Mas a política de Trump de “perfurar, baby, perfurar” é puro populismo econômico. Da mesma forma que populistas de todas as cores políticas, Trump está oferecendo um alívio econômico instantâneo à custa da destruição gradual do planeta.

Uma política incrivelmente míope e estúpida, especialmente em tempos de ondas de calor sem precedentes, glaciares derretendo, níveis do mar aumentando e tempestades tropicais mais severas que nunca em todo o mundo./TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO.

Opinião por Andrés Oppenheimer

Andrés Oppenheimer foi considerado pela revista Foreign Policy 'um dos 50 intelectuais latino-americanos mais influentes' do mundo. É colunista do The Miami Herald, apresentador do programa 'Oppenheimer Apresenta' na CNN em Espanhol, e autor de oito best-sellers. Sua coluna 'Informe Oppenheimer' é publicada regularmente em mais de 50 jornais

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