A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que ao menos 103 postos de saúde e ambulâncias ucranianas foram atacadas desde que as forças russas invadiram o país em 24 de fevereiro. A OMS escreveu que o contexto da guerra representa um “marco sombrio”. Segundo a organização, os ataques resultaram em 73 mortes e 51 feridos. Destes, a maioria ocorreu em unidades de saúde, enquanto 13 afetaram o transporte de doentes e feridos, incluindo ambulâncias, em comunicado divulgado na quinta-feira, 7. As informações são do jornal New York Times.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, disse que a organização estava “indignada com o fato de os ataques à saúde continuarem” e que atacar os serviços de saúde era uma violação do direito internacional humanitário. “A paz é o único caminho a seguir”, disse ele. “Peço novamente à Federação Russa que pare a guerra.”
Entre os ataques a instalações de saúde está um bombardeio com mísseis a uma maternidade na cidade costeira de Mariupol em março, que matou pelo menos três pessoas. O presidente Volodmir Zelenski, da Ucrânia, descreveu o ataque ao hospital como “prova de que o genocídio dos ucranianos está ocorrendo”.
A OMS disse que o sistema de saúde da Ucrânia vai sofrer consequências de longo prazo por causa dos ataques, pois foi “um grande golpe” para o progresso do país na reforma da saúde e na realização da cobertura universal de saúde.
Em alguns casos, os ucranianos tiveram que deixar o país para receber tratamento médico. Mais de 300 crianças com câncer e seus pais foram evacuados para clínicas na Europa, Canadá e Estados Unidos, segundo o governo ucraniano. Em todo o país, existem 1.000 estabelecimentos de saúde próximos ou em áreas de conflito, disse o Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia.
“Quando as pessoas são impedidas de procurar e acessar os cuidados de saúde, seja porque as instalações foram destruídas ou por medo de que possam se tornar um alvo, elas perdem a esperança”, disse Habicht. “O custo de saúde mental causado pela guerra não pode ser subestimado, afetando civis e a força de trabalho da saúde.” /NYT