ISLAMABAD — Apoiadores que buscam a libertação do ex-premiê paquistanês, Imran Khan, romperam nesta terça-feira, 26, um anel de contêineres de transporte que bloqueava a capital Islamabad, ação que deixou seis pessoas mortas em episódios de violência relacionados ao protesto. Os manifestantes lutaram contra as forças de segurança e ignoraram uma ameaça do governo de responder à ação com tiros.
Entre os mortos estão quatro membros dos serviços de segurança e um civil atropelados por um veículo. O primeiro-ministro Shehbaz Sharif denunciou o ataque ainda na terça-feira, dizendo que um “grupo anarquista” estava deliberadamente mirando em policiais. Não houve reivindicações de responsabilidade pelo atropelamento. Um policial morreu em outro incidente.
Pouco depois da meia-noite, o ministro do Interior, Mohsin Naqvi, ameaçou que as forças de segurança responderiam com fogo real se os manifestantes disparassem contra eles.
“Se eles dispararem balas novamente, a bala será respondida com outra bala”, disse. A polícia usou gás lacrimogêneo para tentar dispersar a multidão.
Dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo jornalistas que foram atacados por apoiadores de Khan. A mídia paquistanesa parou de filmar e fotografar o protesto, concentrando-se nas medidas de segurança e nas ruas desertas da cidade.
O ex-primeiro-ministro, que está preso há mais de um ano e enfrenta mais de 150 casos criminais, continua popular no país. Seu partido, Pakistan Tehreek-e-Insaf, ou PTI, diz que os casos são motivados politicamente.
Autoridades afirmam que apenas os tribunais podem ordenar a libertação de Khan, deposto em 2022 por um voto de desconfiança no Parlamento. Ele está preso desde sua primeira condenação em um caso de corrupção, em agosto de 2023, e foi sentenciado em vários casos. /AP