Apoio do Ocidente à Ucrânia é o próximo alvo de Vladimir Putin, alertam EUA


Autoridade americana alerta que a Rússia deve recorrer à campanhas de desinformação e agências de espionagem para impulsionar candidatos pró-Rússia e abalar ajuda do Ocidente à Ucrânia

Por Redação

Autoridades americanas estão convencidas de que o presidente russo Vladimir Putin pretende abalar o apoio Ocidente, que tem mantido a Ucrânia na batalha. A estratégia, alertam os Estados Unidos, seria usar agências de espionagem e campanhas de desinformação para impulsionar candidatos pró-Rússia, no momento em que uma série de eleições em vista coloca em dúvida o suporte incondicional prometido aos ucranianos.

Uma autoridade ouvida pelo jornal The New York Times afirma sob condição de anonimato que o Kremlin estaria frustrado com o apoio contínuo de EUA e Europa, mais de um ano e meio após o início da guerra. Por isso, pretende impulsionar candidatos críticos à Ucrânia, com o objetivo final de minar o envio de armas à Kiev.

As armas ocidentais não conseguiram impulsionar a esperada e lenta contraofensiva ucraniana que, pelo menos até agora, tem falhado em retomar o território ocupado pelas tropas inimigas. Por outro lado, o apoio impediu a Rússia de assumir o controle total sobre o Donbas, seu principal objetivo desde que recuou da capital Kiev e passou a concentrar esforços no leste ucraniano, ainda no início da guerra.

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Presidente russo Vladimir Putin discursa na abertura da conferência Rússia-América Latina, em Moscou, 28 de setembro de 2023.  Foto: EFE/EPA/VLADIMIR ASTAPKOVICH/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O conflito arrastado e esse cenário de “empate” tem levado a um aparente cansaço entre os aliados da Ucrânia e é esse sentimento que Vladimir Putin busca explorar agora. Nos Estados Unidos, a oposição republicana ao governo Joe Biden, começa a impor mais resistência para expandir a ajuda militar, que soma bilhões de dólares. Um exemplo da queda de braço se viu no fim de semana, quando o Congresso aprovou a regra orçamentária em uma corrida contra o tempo para evitar a paralisação do governo, mas sem incluir mais dinheiro para Ucrânia.

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Com a eleição americana, o ano que vem é considerado crucial para os ucranianos. Se de um lado Joe Biden promete apoio enquanto durar a guerra, do outro, o favorito à indicação pelo partido republicano, Donald Trump, já declarou que essa não é uma questão vital para o interesse americano.

Uma possível interferência russa em favor do magnata não seria inédita. Em 2017 e 2021, a inteligência americana concluiu que Moscou tentou influenciar no resultado das eleições americanas. Primeiro com o vazamento de e-mails do Comitê Nacional Democrata, que abalou a campanha de Hillary Clinton. Depois, espalhando desinformação contra Joe Biden.

Mesmo que não possa influenciar diretamente no resultado da eleição, a Rússia poderia contribuir para elevar o tom do debate sobre a guerra. Assim, tornar mais custosa para o governo a decisão de manter o apoio à Ucrânia.

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A estratégia não está restrita aos Estados Unidos. Ainda de acordo com a autoridade americana, Moscou tem usado campanhas de desinformação contra os EUA e aliados da Otan constantemente, esforço que deve ser intensificado nos próximos meses para impulsionar candidatos pró-Rússia. O momento é oportuno já que a unidade em torno do presidente ucraniano Volodmir Zelenski enfrenta desafios.

Soldados ucranianos disparam com howitzer M77, Donbas, Ucrânia, 17 de setembro de 2023.  Foto: Lynsey Addario/The New York Times

Na Eslováquia, o ex-primeiro-ministro Roberto Fico venceu a eleição do fim de semana e deve mudar radicalmente o posicionamento do País que até então era um forte aliado de Zelenski. Durante a campanha, o nacionalista prometeu interromper ajuda à vizinha do Leste, a começar pelo envio de armas.

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A Polônia é outro exemplo das divisões que começam a surgir e podem ser exploradas pela Rússia. Varsóvia chegou a desafiar a União Europeia e barrar as importações ucranianas no momento em que Kiev buscava rotas alternativas para escoar a produção rural com o fim do acordo de grãos do Mar Negro. A medida foi uma tentativa do Partido Justiça e Liberdade, que está em baixa nas pesquisas, de recuperar o apoio rural à medida em que as eleições, marcadas para 15 de outubro, se aproximam.

Além dos governos, a Rússia também estaria de olho na votação do ano que vem para o Parlamento Europeu.

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Esse esforço de interferência deve sofrer alterações com novas tecnologias, como a Inteligência Artificial. Seja qual for o recurso utilizado, Beth Sanner, ex-funcionária da inteligência americana, alerta: “A Rússia não desistirá das campanhas de desinformação”, disse ela ao sugerir que Moscou poderia, por exemplo, se utilizar de organizações ditas independentes para repassar sua mensagem a americanos e aliados. “Mas não sabemos como será. Deveríamos presumir que os russos estão ficando mais espertos”, conclui./THE NEW YORK TIMES

Autoridades americanas estão convencidas de que o presidente russo Vladimir Putin pretende abalar o apoio Ocidente, que tem mantido a Ucrânia na batalha. A estratégia, alertam os Estados Unidos, seria usar agências de espionagem e campanhas de desinformação para impulsionar candidatos pró-Rússia, no momento em que uma série de eleições em vista coloca em dúvida o suporte incondicional prometido aos ucranianos.

Uma autoridade ouvida pelo jornal The New York Times afirma sob condição de anonimato que o Kremlin estaria frustrado com o apoio contínuo de EUA e Europa, mais de um ano e meio após o início da guerra. Por isso, pretende impulsionar candidatos críticos à Ucrânia, com o objetivo final de minar o envio de armas à Kiev.

As armas ocidentais não conseguiram impulsionar a esperada e lenta contraofensiva ucraniana que, pelo menos até agora, tem falhado em retomar o território ocupado pelas tropas inimigas. Por outro lado, o apoio impediu a Rússia de assumir o controle total sobre o Donbas, seu principal objetivo desde que recuou da capital Kiev e passou a concentrar esforços no leste ucraniano, ainda no início da guerra.

Presidente russo Vladimir Putin discursa na abertura da conferência Rússia-América Latina, em Moscou, 28 de setembro de 2023.  Foto: EFE/EPA/VLADIMIR ASTAPKOVICH/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O conflito arrastado e esse cenário de “empate” tem levado a um aparente cansaço entre os aliados da Ucrânia e é esse sentimento que Vladimir Putin busca explorar agora. Nos Estados Unidos, a oposição republicana ao governo Joe Biden, começa a impor mais resistência para expandir a ajuda militar, que soma bilhões de dólares. Um exemplo da queda de braço se viu no fim de semana, quando o Congresso aprovou a regra orçamentária em uma corrida contra o tempo para evitar a paralisação do governo, mas sem incluir mais dinheiro para Ucrânia.

Com a eleição americana, o ano que vem é considerado crucial para os ucranianos. Se de um lado Joe Biden promete apoio enquanto durar a guerra, do outro, o favorito à indicação pelo partido republicano, Donald Trump, já declarou que essa não é uma questão vital para o interesse americano.

Uma possível interferência russa em favor do magnata não seria inédita. Em 2017 e 2021, a inteligência americana concluiu que Moscou tentou influenciar no resultado das eleições americanas. Primeiro com o vazamento de e-mails do Comitê Nacional Democrata, que abalou a campanha de Hillary Clinton. Depois, espalhando desinformação contra Joe Biden.

Mesmo que não possa influenciar diretamente no resultado da eleição, a Rússia poderia contribuir para elevar o tom do debate sobre a guerra. Assim, tornar mais custosa para o governo a decisão de manter o apoio à Ucrânia.

A estratégia não está restrita aos Estados Unidos. Ainda de acordo com a autoridade americana, Moscou tem usado campanhas de desinformação contra os EUA e aliados da Otan constantemente, esforço que deve ser intensificado nos próximos meses para impulsionar candidatos pró-Rússia. O momento é oportuno já que a unidade em torno do presidente ucraniano Volodmir Zelenski enfrenta desafios.

Soldados ucranianos disparam com howitzer M77, Donbas, Ucrânia, 17 de setembro de 2023.  Foto: Lynsey Addario/The New York Times

Na Eslováquia, o ex-primeiro-ministro Roberto Fico venceu a eleição do fim de semana e deve mudar radicalmente o posicionamento do País que até então era um forte aliado de Zelenski. Durante a campanha, o nacionalista prometeu interromper ajuda à vizinha do Leste, a começar pelo envio de armas.

A Polônia é outro exemplo das divisões que começam a surgir e podem ser exploradas pela Rússia. Varsóvia chegou a desafiar a União Europeia e barrar as importações ucranianas no momento em que Kiev buscava rotas alternativas para escoar a produção rural com o fim do acordo de grãos do Mar Negro. A medida foi uma tentativa do Partido Justiça e Liberdade, que está em baixa nas pesquisas, de recuperar o apoio rural à medida em que as eleições, marcadas para 15 de outubro, se aproximam.

Além dos governos, a Rússia também estaria de olho na votação do ano que vem para o Parlamento Europeu.

Esse esforço de interferência deve sofrer alterações com novas tecnologias, como a Inteligência Artificial. Seja qual for o recurso utilizado, Beth Sanner, ex-funcionária da inteligência americana, alerta: “A Rússia não desistirá das campanhas de desinformação”, disse ela ao sugerir que Moscou poderia, por exemplo, se utilizar de organizações ditas independentes para repassar sua mensagem a americanos e aliados. “Mas não sabemos como será. Deveríamos presumir que os russos estão ficando mais espertos”, conclui./THE NEW YORK TIMES

Autoridades americanas estão convencidas de que o presidente russo Vladimir Putin pretende abalar o apoio Ocidente, que tem mantido a Ucrânia na batalha. A estratégia, alertam os Estados Unidos, seria usar agências de espionagem e campanhas de desinformação para impulsionar candidatos pró-Rússia, no momento em que uma série de eleições em vista coloca em dúvida o suporte incondicional prometido aos ucranianos.

Uma autoridade ouvida pelo jornal The New York Times afirma sob condição de anonimato que o Kremlin estaria frustrado com o apoio contínuo de EUA e Europa, mais de um ano e meio após o início da guerra. Por isso, pretende impulsionar candidatos críticos à Ucrânia, com o objetivo final de minar o envio de armas à Kiev.

As armas ocidentais não conseguiram impulsionar a esperada e lenta contraofensiva ucraniana que, pelo menos até agora, tem falhado em retomar o território ocupado pelas tropas inimigas. Por outro lado, o apoio impediu a Rússia de assumir o controle total sobre o Donbas, seu principal objetivo desde que recuou da capital Kiev e passou a concentrar esforços no leste ucraniano, ainda no início da guerra.

Presidente russo Vladimir Putin discursa na abertura da conferência Rússia-América Latina, em Moscou, 28 de setembro de 2023.  Foto: EFE/EPA/VLADIMIR ASTAPKOVICH/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O conflito arrastado e esse cenário de “empate” tem levado a um aparente cansaço entre os aliados da Ucrânia e é esse sentimento que Vladimir Putin busca explorar agora. Nos Estados Unidos, a oposição republicana ao governo Joe Biden, começa a impor mais resistência para expandir a ajuda militar, que soma bilhões de dólares. Um exemplo da queda de braço se viu no fim de semana, quando o Congresso aprovou a regra orçamentária em uma corrida contra o tempo para evitar a paralisação do governo, mas sem incluir mais dinheiro para Ucrânia.

Com a eleição americana, o ano que vem é considerado crucial para os ucranianos. Se de um lado Joe Biden promete apoio enquanto durar a guerra, do outro, o favorito à indicação pelo partido republicano, Donald Trump, já declarou que essa não é uma questão vital para o interesse americano.

Uma possível interferência russa em favor do magnata não seria inédita. Em 2017 e 2021, a inteligência americana concluiu que Moscou tentou influenciar no resultado das eleições americanas. Primeiro com o vazamento de e-mails do Comitê Nacional Democrata, que abalou a campanha de Hillary Clinton. Depois, espalhando desinformação contra Joe Biden.

Mesmo que não possa influenciar diretamente no resultado da eleição, a Rússia poderia contribuir para elevar o tom do debate sobre a guerra. Assim, tornar mais custosa para o governo a decisão de manter o apoio à Ucrânia.

A estratégia não está restrita aos Estados Unidos. Ainda de acordo com a autoridade americana, Moscou tem usado campanhas de desinformação contra os EUA e aliados da Otan constantemente, esforço que deve ser intensificado nos próximos meses para impulsionar candidatos pró-Rússia. O momento é oportuno já que a unidade em torno do presidente ucraniano Volodmir Zelenski enfrenta desafios.

Soldados ucranianos disparam com howitzer M77, Donbas, Ucrânia, 17 de setembro de 2023.  Foto: Lynsey Addario/The New York Times

Na Eslováquia, o ex-primeiro-ministro Roberto Fico venceu a eleição do fim de semana e deve mudar radicalmente o posicionamento do País que até então era um forte aliado de Zelenski. Durante a campanha, o nacionalista prometeu interromper ajuda à vizinha do Leste, a começar pelo envio de armas.

A Polônia é outro exemplo das divisões que começam a surgir e podem ser exploradas pela Rússia. Varsóvia chegou a desafiar a União Europeia e barrar as importações ucranianas no momento em que Kiev buscava rotas alternativas para escoar a produção rural com o fim do acordo de grãos do Mar Negro. A medida foi uma tentativa do Partido Justiça e Liberdade, que está em baixa nas pesquisas, de recuperar o apoio rural à medida em que as eleições, marcadas para 15 de outubro, se aproximam.

Além dos governos, a Rússia também estaria de olho na votação do ano que vem para o Parlamento Europeu.

Esse esforço de interferência deve sofrer alterações com novas tecnologias, como a Inteligência Artificial. Seja qual for o recurso utilizado, Beth Sanner, ex-funcionária da inteligência americana, alerta: “A Rússia não desistirá das campanhas de desinformação”, disse ela ao sugerir que Moscou poderia, por exemplo, se utilizar de organizações ditas independentes para repassar sua mensagem a americanos e aliados. “Mas não sabemos como será. Deveríamos presumir que os russos estão ficando mais espertos”, conclui./THE NEW YORK TIMES

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