TEL-AVIV - Um dia depois do ataque a tiros que matou três pessoas em uma das áreas mais movimentadas de Tel-Aviv, o premiê israelense, Natfali Bennett, concedeu “liberdade de ação” às forças de segurança, o que abre caminho para um aumento das operações dentro da Cisjordânia e em áreas palestinas.
“Estamos concedendo liberdade total ao Exército, ao Shin Bet (serviço de inteligência interna) e a todas as forças de segurança para derrotar o terrorismo”, afirmou Bennett. “O ataque em Tel-Aviv acabou, mas não estamos diminuindo nosso nível de alerta, nem dentro de Tel-Aviv, nem em outras partes do país.”
O ataque de quinta-feira foi o sexto em pouco mais de um mês. A onda de violência, a maior em seis anos, já deixou 11 mortos. O atirador, após disparar contra as vítimas em um bar de Tel-Aviv, desapareceu no meio de uma área residencial, o que provocou pânico na população.
Imediatamente, as forças de segurança iniciaram uma caçada, com unidades especiais e cães farejadores. Nesta sexta-feira, a polícia israelense afirmou ter executado o autor do atentado durante um tiroteio no centro da cidade, nove horas depois do ataque. Ele foi identificado como Raad Hazem, um palestino de 28 anos.
Bennett disse que ele não agiu sozinho, que tinha cúmplices e prometeu que todos “pagariam um preço alto”. “Todo assassino deve saber que vamos pegá-lo, e qualquer um que ajude os terroristas também deve saber que o preço a pagar será insuportável”, firmou o premiê.
Na semana passada, um palestino da Cisjordânia disparou de dentro do carro e matou cinco pessoas – entre elas dois ucranianos e um policial árabe-israelense – na cidade de Bnei Brak, perto de Tel-Aviv.
Alguns dias depois, dois policiais morreram em outro ataque reivindicado pelo Estado Islâmico em Hadera. Em 22 de março, outro jihadista do EI matou quatro israelenses na cidade de Beersheva. A sequencia de ataques aumentou os temores de uma onda ainda mais intensa nos próximos dez dias, quando ocorre uma rara convergência entre o Ramadã, mês sagrado muçulmano, a Páscoa cristã e a Páscoa Judaica.
Política
Apesar de ter destituído o conservador Binyamin Netanyahu, a política externa de Bennett com relação aos palestinos não é muito diferente. Ele também é contra a criação da Palestina e defende que a cidade de Jerusalém seja a capital indivisível de um Estado judeu.
Sua frágil maioria no Parlamento acabou esta semana, quando uma deputada se retirou da coalizão, deixando oposição e governo com o mesmo número de deputados. Para sobreviver, sua aliança depende do apoio de partidos árabes-israelenses, o que torna a crise um momento delicado para o futuro do premiê./ AP, AFP, EFE e NYT