MOSCOU - Dois aviões russos An-124 partiram neste sábado, 24, de Moscou com destino a Cuba, com 88 toneladas de ajuda humanitária, segundo informou o Ministério de Defesa da Rússia. A carga, que inclui 1 milhão de máscaras, segundo Moscou, ajudará a ilha no enfrentamento ao forte aumento de casos de covid-19 e ao embargo econômico dos Estados Unidos.
Aliado histórico da Rússia, a ilha está passando por um aumento preocupante no número de infecções e mortes por covid-19. Neste sábado, o Ministério de Saúde Pública informou um recorde de 68 mortes em 24 horas. Até então, esse número era de 67, alcançado no dia 15. Desde o início da pandemia, foram registrados 324.115 casos e 2.271 mortes, segundo dados oficiais. A população da ilha é de 11 milhões.
Em um comunicado, o Ministério da Defesa informou que os dois aviões decolaram do Aeroporto Militar de Chkalovsky com a carga por ordem do presidente russo, Vladimir Putin. Além das máscaras, levam outros equipamentos de proteção individual e alimentos.
Além da crise sanitária, Cuba enfrenta há tempos uma dificuldade econômica em razão do embargo dos Estados Unidos. Na quinta-feira, Washington também impôs sanções financeiras, sobretudo simbólicas, ao ministro da Defesa cubano, Álvaro López Miera.
Os EUA aprovaram essas sanções devido à repressão aos recentes protestos pacíficos e pró-democracia que tomaram as ruas de Cuba e ameaçaram as autoridades comunistas, que responderam com novas medidas punitivas. Em 11 de julho, aos gritos de "Estamos com fome!" e "Abaixo a ditadura!", houve manifestações em várias cidades, que continuaram no dia seguinte em alguns pontos.
Ao fim desses protestos, que causaram uma morte e dezenas de feridos, cerca de 100 pessoas foram presas, de acordo com várias organizações de oposição. Na terça-feira, o regime começou os julgamentos dos detidos sob acusações como instigar agitação, vandalismo, agressão ou propagação da pandemia de coronavírus, o que pode levar a penas de prisão de até 20 anos. As famílias dos réus afirmam que seu direito de defesa não está sendo garantido./AFP e EFE