Após saída da Rússia, Otan suspende pacto de segurança da Guerra Fria


Acordo foi assinado em 1990 para evitar que os rivais da Guerra Fria concentrassem forças na fronteira

Por Redação
Atualização:

Em um mundo cada vez mais beligerante, os pactos globais de segurança caem por terra um a um. Nesta terça-feira, 7, a Rússia abandonou de vez o Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa. Em resposta, países-membros da Otan suspenderam o acordo horas depois, o que aumenta a preocupação com o futuro do controle de armas.

O CFE, da sigla em inglês, foi assinado em 1990 para evitar que os rivais da Guerra Fria concentrassem forças na fronteira (na prática, impedir ofensivas rápidas). O acordo incluía boa parte dos 31 membros da Otan, que agora afirmam ser “insustentável” mantê-lo sem que a Rússia esteja submetida as mesmas regras.

Presidente russo Vladimir Putin participa de reunião no Kremlin. Foto: Gavriil Grigorov, Sputnik, Kremlin Pool / AP
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Moscou, por sua vez, apontou a culpa para os Estados Unidos e aliados pela expansão da Otan ao confirmar a saída do tratado, movimento que ameaça fazer há pelo menos 15 anos. O Kremlin já suspendeu o acordo em 2007 e anunciou a intenção de abandoná-lo em 2015. Também esteve à beira de descumpri-lo no ano passado, quando avançou com suas tropas sobre a Ucrânia, que faz fronteira com três membros da OTAN signatários do tratado: Polônia, Romênia e Hungria.

“As ações da Rússia demonstram o contínuo desrespeito pelo controle de armas”, apontou o conselheiro nacional de segurança dos EUA, Jake Sullivan, ao dizer que a suspensão do acordo deve fortalecer a capacidade de defesa da Otan. “Remove as restrições que impactam no planejamento, no desenvolvimento e nos exercícios militares — restrições que não se aplicam mais à Rússia depois da retirada de Moscou”, concluiu.

O fim do acordo preocupa especialistas, como William Alberque, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos: “precisamos administrar a competição para que ela não se transforme em corridas armamentistas”, alertou.

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Série de acordos abandonados

O Tratado das Forças Armadas Convencionais entrou para uma lista de acordos abandonados no momento em que o mundo fica mais tenso, com o maior número de guerras em mais de três décadas.

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Na semana passada, o presidente Vladimir Putin sancionou a retirada da Rússia do tratado global que proíbe os testes com armas nucleares, firmado em 1996, depois da corrida armamentista que marcou a Guerra Fria. Mais uma vez, Moscou apontou a culpa para os Estados Unidos, que nunca ratificaram o acordo, e disse que estava “espelhando” a posição americana.

Em meio à tensão crescente com Washington, Moscou também abandonou o New Star, o último acordo de controle de armas que ainda tinha com os EUA, depois do fracasso do pacto nuclear de 1987. O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, assinado por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev vetava a produção, teste e implantação de mísseis com alcance de até 5.500 quilômetros, mas foi abandonado há cinco anos em meio às acusações de violações dos dois lados./COM INFORMAÇÕES DE AP

Em um mundo cada vez mais beligerante, os pactos globais de segurança caem por terra um a um. Nesta terça-feira, 7, a Rússia abandonou de vez o Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa. Em resposta, países-membros da Otan suspenderam o acordo horas depois, o que aumenta a preocupação com o futuro do controle de armas.

O CFE, da sigla em inglês, foi assinado em 1990 para evitar que os rivais da Guerra Fria concentrassem forças na fronteira (na prática, impedir ofensivas rápidas). O acordo incluía boa parte dos 31 membros da Otan, que agora afirmam ser “insustentável” mantê-lo sem que a Rússia esteja submetida as mesmas regras.

Presidente russo Vladimir Putin participa de reunião no Kremlin. Foto: Gavriil Grigorov, Sputnik, Kremlin Pool / AP

Moscou, por sua vez, apontou a culpa para os Estados Unidos e aliados pela expansão da Otan ao confirmar a saída do tratado, movimento que ameaça fazer há pelo menos 15 anos. O Kremlin já suspendeu o acordo em 2007 e anunciou a intenção de abandoná-lo em 2015. Também esteve à beira de descumpri-lo no ano passado, quando avançou com suas tropas sobre a Ucrânia, que faz fronteira com três membros da OTAN signatários do tratado: Polônia, Romênia e Hungria.

“As ações da Rússia demonstram o contínuo desrespeito pelo controle de armas”, apontou o conselheiro nacional de segurança dos EUA, Jake Sullivan, ao dizer que a suspensão do acordo deve fortalecer a capacidade de defesa da Otan. “Remove as restrições que impactam no planejamento, no desenvolvimento e nos exercícios militares — restrições que não se aplicam mais à Rússia depois da retirada de Moscou”, concluiu.

O fim do acordo preocupa especialistas, como William Alberque, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos: “precisamos administrar a competição para que ela não se transforme em corridas armamentistas”, alertou.

Série de acordos abandonados

O Tratado das Forças Armadas Convencionais entrou para uma lista de acordos abandonados no momento em que o mundo fica mais tenso, com o maior número de guerras em mais de três décadas.

Na semana passada, o presidente Vladimir Putin sancionou a retirada da Rússia do tratado global que proíbe os testes com armas nucleares, firmado em 1996, depois da corrida armamentista que marcou a Guerra Fria. Mais uma vez, Moscou apontou a culpa para os Estados Unidos, que nunca ratificaram o acordo, e disse que estava “espelhando” a posição americana.

Em meio à tensão crescente com Washington, Moscou também abandonou o New Star, o último acordo de controle de armas que ainda tinha com os EUA, depois do fracasso do pacto nuclear de 1987. O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, assinado por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev vetava a produção, teste e implantação de mísseis com alcance de até 5.500 quilômetros, mas foi abandonado há cinco anos em meio às acusações de violações dos dois lados./COM INFORMAÇÕES DE AP

Em um mundo cada vez mais beligerante, os pactos globais de segurança caem por terra um a um. Nesta terça-feira, 7, a Rússia abandonou de vez o Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa. Em resposta, países-membros da Otan suspenderam o acordo horas depois, o que aumenta a preocupação com o futuro do controle de armas.

O CFE, da sigla em inglês, foi assinado em 1990 para evitar que os rivais da Guerra Fria concentrassem forças na fronteira (na prática, impedir ofensivas rápidas). O acordo incluía boa parte dos 31 membros da Otan, que agora afirmam ser “insustentável” mantê-lo sem que a Rússia esteja submetida as mesmas regras.

Presidente russo Vladimir Putin participa de reunião no Kremlin. Foto: Gavriil Grigorov, Sputnik, Kremlin Pool / AP

Moscou, por sua vez, apontou a culpa para os Estados Unidos e aliados pela expansão da Otan ao confirmar a saída do tratado, movimento que ameaça fazer há pelo menos 15 anos. O Kremlin já suspendeu o acordo em 2007 e anunciou a intenção de abandoná-lo em 2015. Também esteve à beira de descumpri-lo no ano passado, quando avançou com suas tropas sobre a Ucrânia, que faz fronteira com três membros da OTAN signatários do tratado: Polônia, Romênia e Hungria.

“As ações da Rússia demonstram o contínuo desrespeito pelo controle de armas”, apontou o conselheiro nacional de segurança dos EUA, Jake Sullivan, ao dizer que a suspensão do acordo deve fortalecer a capacidade de defesa da Otan. “Remove as restrições que impactam no planejamento, no desenvolvimento e nos exercícios militares — restrições que não se aplicam mais à Rússia depois da retirada de Moscou”, concluiu.

O fim do acordo preocupa especialistas, como William Alberque, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos: “precisamos administrar a competição para que ela não se transforme em corridas armamentistas”, alertou.

Série de acordos abandonados

O Tratado das Forças Armadas Convencionais entrou para uma lista de acordos abandonados no momento em que o mundo fica mais tenso, com o maior número de guerras em mais de três décadas.

Na semana passada, o presidente Vladimir Putin sancionou a retirada da Rússia do tratado global que proíbe os testes com armas nucleares, firmado em 1996, depois da corrida armamentista que marcou a Guerra Fria. Mais uma vez, Moscou apontou a culpa para os Estados Unidos, que nunca ratificaram o acordo, e disse que estava “espelhando” a posição americana.

Em meio à tensão crescente com Washington, Moscou também abandonou o New Star, o último acordo de controle de armas que ainda tinha com os EUA, depois do fracasso do pacto nuclear de 1987. O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, assinado por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev vetava a produção, teste e implantação de mísseis com alcance de até 5.500 quilômetros, mas foi abandonado há cinco anos em meio às acusações de violações dos dois lados./COM INFORMAÇÕES DE AP

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