Novas declarações de autoridades iranianas e sauditas elevaram o clima de hostilidade no Golfo Pérsico na madrugada deste domingo, 22. A escalada de tensão desde o ataque que destruiu a maior refinaria de petróleo do mundo, em Buqayq, na Arábia Saudita, atingiu seu nível máximo, com lideranças de ambos os países falando sobre a possibilidade de um conflito armado.
Em entrevista concedida a rede americana CNN neste sábado, 21, o ministro de estado para assuntos externos saudita, Adel al-Jubeir, declarou que o reino responsabiliza o Irã pelos ataques, pois os mísseis e drones utilizados no ataque são de fabricação iraniana, porém, a situação pode se agravar.
“Se o lançamento para o ataque tiver sido feito de território iraniano, se esse é o caso, coloca-nos em uma categoria diferente… Isso seria considerado um ato de guerra”, declarou al-Jubeir.
Na quinta-feira, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, já havia declarado que um ataque militar dos EUA ou da Arábia Saudita contra o Irã causaria uma “guerra total. Neste domingo, 22, foi a vez do presidente do país, Hassan Rouhani, manifestar-se sobre o assunto.
Em um discurso transmitido em rede nacional, durante uma cerimônia em memória ao início da Guerra Irã-Iraque (1980-1988), Rouhani declarou que “o Irã não vai permitir nenhuma violação de sua fronteira”. O presidente ainda aproveitou para criticar a presença estrangeira no Golfo Pérsico.
“Estendemos a mão aos países vizinhos, inclusive estamos dispostos a esquecer seus erros passados, porque hoje a situação é de tal modo que os inimigos do Islã e da região, quer dizer os EUA e o sionismo, querem aproveitar-se de uma brecha e da nossa divisão”, disse.
Intervenção americana
Os EUA anunciaram medidas de apoio à Arábia Saudita após os ataques. Depois de criar uma coalizão para proteger as embarcações e o comércio de petróleo na região do Golfo Pérsico, os americanos enviaram reforços militares à Riad. O Pentágono não falou em ataques militares na região, onde já mantém soldados.
De acordo com o secretário de Defesa, Mark Esper, o envio das tropas atende ao pedido do reino saudita, e que as tropas vão “atuar de forma defensiva". / Agências internacionais