O Brasil vai participar de conversas sobre um plano de paz para a Ucrânia que irá ocorrer na Arábia Saudita no fim desta semana, segundo confirmou uma fonte do Ministério das Relações Exteriores ao Estadão. A reunião deve ocorrer nos próximos dias 5 e 6 de agosto na cidade costeira de Jeddah, noticiou o Wall Street Journal, citando três diplomatas do reino.
Além do Brasil, a lista de 30 convidados inclui Estados Unidos, China, Índia, países europeus e outras dezenas de nações. O Brasil pretende comparecer nas negociações, mas ainda não há detalhes de quem deve compor a delegação que viajará. Luiz Inácio Lula da Silva deve estar na região Norte no fim de semana da reunião em Jeddah. O presidente participará nos dias 8 e 9 de agosto da Cúpula da Amazônia.
Um alto funcionário do governo americano disse à agência Associated Press que um representando do presidente Joe Biden,também deve comparecer ao evento que está sendo planejado por Kiev, possivelmente o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan. A Rússia não foi convidada.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que o país vai “observar a reunião” mas que precisaria “entender a fundo que objetivos estão sendo estabelecidos”, reportou a agência estatal de notícias russa Tass nesta segunda-feira, 31.
Alguns dos países, convidados, assim como a Arábia Saudita, têm resistido à pressão de Estados Unidos e Europa para isolar a Rússia em resposta à invasão da Ucrânia.
A primeira notícia sobre o encontro foi divulgada no sábado pelo Wall Street Journal, que relatou que a Arábia Saudita vai sediar a reunião entre 5 e 6 de agosto. A conversa segue um encontro similar em Copenhague, na Dinamarca, em junho, disse o jornal. Além do Brasil e possivelmente dos EUA, já confirmaram presença Reino Unido, África do Sul, Polônia e União Europeia.
No domingo, o chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Andrii Yermak, disse que a reunião para implementar o plano de Kiev de “reestabelecer a paz duradoura” aconteceria em breve na Arábia Saudita, com a presença de líderes globais em segurança e conselheiros políticos.
O plano de dez pontos da Ucrânia prevê a responsabilização da Rússia por atrocidades da guerra. Além de pedir que Moscou se renda em todos os territórios ocupados e pague pelos danos. O Kremlin rejeita a proposta.
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O governo saudita, por sua vez, não se pronunciou sobre o encontro.
A reunião é mais um exemplo dos esforços do príncipe Mohammed Bin Salman de se posicionar como um líder global com influência além da região e conquistar um papel de mediador para o reino. Em maio, o príncipe convidou o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, para o encontro de países árabes. Na ocasião, o líder ucraniano destacou a relutância de países do Oriente Médio em tomar partido na guerra e pediu apoio contra a Rússia.
Assim como muitos países da região, a Arábia Saudita mantém laços com Moscou, que coordena os preços de combustíveis com o reino como aliado chave da Opep+, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
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O governo de Joe Biden tem tentado persuadir a Arábia Saudita e outros países a isolar a Rússia enquanto Moscou trava a guerra na Ucrânia.
O Wall Street Journal reportou que Jake Sullivan, o conselheiro de segurança dos Estados Unidos deve participar das conversas, mas a Casa Branca não comentou o assunto./NYT e AP