Argentina: Inflação ultrapassa 160% em 12 meses e deve crescer após medidas econômicas de Milei


Mês de novembro, último da gestão de Alberto Fernández, registrou taxa de 12,8%, a maior do ano; dado, porém, não reflete desvalorização de Milei que deve jogar índice anual para 200%

Por Carolina Marins
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES - O governo de Alberto Fernández terminou na Argentina deixando como herança uma taxa de inflação de 160,9% em 12 meses, sendo novembro o mês que registrou o maior índice, com 12,8%. A taxa, porém, deve aumentar até o fim deste ano, principalmente após o pacote de medidas econômicas apresentadas na terça-feira, 12, pelo novo presidente Javier Milei, que provocou uma desvalorização de 55% no valor da moeda.

Os novos dados foram publicados hoje pelo Indec, o instituto de estatísticas do país. De janeiro a novembro, o país registrou uma variação de 148,2%, o que projeta um 2023 fechando com taxa próxima de 200%, a maior já registrada desde o fim da hiperinflação. No anúncio das dez medidas econômicas do novo governo, o ministro da Economia, Luis Caputo, previu que o índice de dezembro poderia ser de 20% a 30% e alertou que virão meses difíceis para os argentinos.

O setor que registrou maior aumento foi o de Saúde, com 15,9%, impulsionado por um aumento no preço dos medicamenos, muito ocasionado por uma escassez de insumos de produção. Logo em seguida vem os alimentos e as bebidas não alcoólicas, com 15,7%, sendo que os maiores aumentos foram na água mineral, refrigerante, sucos, verduras e frutas. A comunicação vem em seguida, com 15,2%, devido a um aumento nos preços dos serviços de telefonia móvel e de internet.

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Mulher compra frutas e verduras em uma venda em Buenos Aires Foto: Tomas Cuesta/Reuters

A taxa não surpreende, pois já era um valor estimado por muitos economistas e consultoras. No dia a dia, os argentinos já sentiam os reflexos nas últimas semanas. Logo após o segundo turno das eleições presidenciais, chegou ao fim de maneira não-oficial o programa Preços Justos do então ministro e candidato Sergio Massa. O programa mantinha o preço dos alimentos artificialmente mais baixos para amenizar os efeitos da inflação.

O controle de preços chega oficialmente ao fim apenas no fim deste ano, mas desde as eleições os supermercados não recebiam listas atualizadas de controle de preços Com o fim do Preços Justo, muitos argentinos já relatavam uma piora nos preços, com artigos básicos da alimentação, como mate, saindo de 900 pesos para 1200.

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As carnes também vinham aumentando e são previstas para registrar um aumento considerável. Sem o programa, fornecedores projetam um aumento de 20 a 25% nos alimentos como macarrão, farinha, pães e óleos.

Os setores que registaram menores variações em novembro foram moradia, água, eletricidade e combustíveis (7,1%) e Educação (8,3%). Muitos desses são serviços subsidiados pelo governo.

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Toda essa situação, no entanto, não reflete os impactos da enorme desvalorização promovida por Milei ontem que promete explodir a inflação ainda mais. A aposta do governo é um plano de choque que implica a eliminação do déficit financeiro do país, ao redor de 5,2% do PIB, por meio de uma redução significativa das despesas e também do aumento dos impostos.

Com as medidas de Milei, a expectativa é de que a Argentina termine o ano com uma inflação próxima de 200%, muito maior do que a última antes da hiperinflação dos anos 1990. Em 1991, ano em que foi aplicada a conversibilidade de Carlos Meném, que equiparou o peso ao dólar, a Argentina registrava uma taxa acumulada do ano de 84%.

ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES - O governo de Alberto Fernández terminou na Argentina deixando como herança uma taxa de inflação de 160,9% em 12 meses, sendo novembro o mês que registrou o maior índice, com 12,8%. A taxa, porém, deve aumentar até o fim deste ano, principalmente após o pacote de medidas econômicas apresentadas na terça-feira, 12, pelo novo presidente Javier Milei, que provocou uma desvalorização de 55% no valor da moeda.

Os novos dados foram publicados hoje pelo Indec, o instituto de estatísticas do país. De janeiro a novembro, o país registrou uma variação de 148,2%, o que projeta um 2023 fechando com taxa próxima de 200%, a maior já registrada desde o fim da hiperinflação. No anúncio das dez medidas econômicas do novo governo, o ministro da Economia, Luis Caputo, previu que o índice de dezembro poderia ser de 20% a 30% e alertou que virão meses difíceis para os argentinos.

O setor que registrou maior aumento foi o de Saúde, com 15,9%, impulsionado por um aumento no preço dos medicamenos, muito ocasionado por uma escassez de insumos de produção. Logo em seguida vem os alimentos e as bebidas não alcoólicas, com 15,7%, sendo que os maiores aumentos foram na água mineral, refrigerante, sucos, verduras e frutas. A comunicação vem em seguida, com 15,2%, devido a um aumento nos preços dos serviços de telefonia móvel e de internet.

Mulher compra frutas e verduras em uma venda em Buenos Aires Foto: Tomas Cuesta/Reuters

A taxa não surpreende, pois já era um valor estimado por muitos economistas e consultoras. No dia a dia, os argentinos já sentiam os reflexos nas últimas semanas. Logo após o segundo turno das eleições presidenciais, chegou ao fim de maneira não-oficial o programa Preços Justos do então ministro e candidato Sergio Massa. O programa mantinha o preço dos alimentos artificialmente mais baixos para amenizar os efeitos da inflação.

O controle de preços chega oficialmente ao fim apenas no fim deste ano, mas desde as eleições os supermercados não recebiam listas atualizadas de controle de preços Com o fim do Preços Justo, muitos argentinos já relatavam uma piora nos preços, com artigos básicos da alimentação, como mate, saindo de 900 pesos para 1200.

As carnes também vinham aumentando e são previstas para registrar um aumento considerável. Sem o programa, fornecedores projetam um aumento de 20 a 25% nos alimentos como macarrão, farinha, pães e óleos.

Os setores que registaram menores variações em novembro foram moradia, água, eletricidade e combustíveis (7,1%) e Educação (8,3%). Muitos desses são serviços subsidiados pelo governo.

Toda essa situação, no entanto, não reflete os impactos da enorme desvalorização promovida por Milei ontem que promete explodir a inflação ainda mais. A aposta do governo é um plano de choque que implica a eliminação do déficit financeiro do país, ao redor de 5,2% do PIB, por meio de uma redução significativa das despesas e também do aumento dos impostos.

Com as medidas de Milei, a expectativa é de que a Argentina termine o ano com uma inflação próxima de 200%, muito maior do que a última antes da hiperinflação dos anos 1990. Em 1991, ano em que foi aplicada a conversibilidade de Carlos Meném, que equiparou o peso ao dólar, a Argentina registrava uma taxa acumulada do ano de 84%.

ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES - O governo de Alberto Fernández terminou na Argentina deixando como herança uma taxa de inflação de 160,9% em 12 meses, sendo novembro o mês que registrou o maior índice, com 12,8%. A taxa, porém, deve aumentar até o fim deste ano, principalmente após o pacote de medidas econômicas apresentadas na terça-feira, 12, pelo novo presidente Javier Milei, que provocou uma desvalorização de 55% no valor da moeda.

Os novos dados foram publicados hoje pelo Indec, o instituto de estatísticas do país. De janeiro a novembro, o país registrou uma variação de 148,2%, o que projeta um 2023 fechando com taxa próxima de 200%, a maior já registrada desde o fim da hiperinflação. No anúncio das dez medidas econômicas do novo governo, o ministro da Economia, Luis Caputo, previu que o índice de dezembro poderia ser de 20% a 30% e alertou que virão meses difíceis para os argentinos.

O setor que registrou maior aumento foi o de Saúde, com 15,9%, impulsionado por um aumento no preço dos medicamenos, muito ocasionado por uma escassez de insumos de produção. Logo em seguida vem os alimentos e as bebidas não alcoólicas, com 15,7%, sendo que os maiores aumentos foram na água mineral, refrigerante, sucos, verduras e frutas. A comunicação vem em seguida, com 15,2%, devido a um aumento nos preços dos serviços de telefonia móvel e de internet.

Mulher compra frutas e verduras em uma venda em Buenos Aires Foto: Tomas Cuesta/Reuters

A taxa não surpreende, pois já era um valor estimado por muitos economistas e consultoras. No dia a dia, os argentinos já sentiam os reflexos nas últimas semanas. Logo após o segundo turno das eleições presidenciais, chegou ao fim de maneira não-oficial o programa Preços Justos do então ministro e candidato Sergio Massa. O programa mantinha o preço dos alimentos artificialmente mais baixos para amenizar os efeitos da inflação.

O controle de preços chega oficialmente ao fim apenas no fim deste ano, mas desde as eleições os supermercados não recebiam listas atualizadas de controle de preços Com o fim do Preços Justo, muitos argentinos já relatavam uma piora nos preços, com artigos básicos da alimentação, como mate, saindo de 900 pesos para 1200.

As carnes também vinham aumentando e são previstas para registrar um aumento considerável. Sem o programa, fornecedores projetam um aumento de 20 a 25% nos alimentos como macarrão, farinha, pães e óleos.

Os setores que registaram menores variações em novembro foram moradia, água, eletricidade e combustíveis (7,1%) e Educação (8,3%). Muitos desses são serviços subsidiados pelo governo.

Toda essa situação, no entanto, não reflete os impactos da enorme desvalorização promovida por Milei ontem que promete explodir a inflação ainda mais. A aposta do governo é um plano de choque que implica a eliminação do déficit financeiro do país, ao redor de 5,2% do PIB, por meio de uma redução significativa das despesas e também do aumento dos impostos.

Com as medidas de Milei, a expectativa é de que a Argentina termine o ano com uma inflação próxima de 200%, muito maior do que a última antes da hiperinflação dos anos 1990. Em 1991, ano em que foi aplicada a conversibilidade de Carlos Meném, que equiparou o peso ao dólar, a Argentina registrava uma taxa acumulada do ano de 84%.

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