Sergio Massa, ministro da Economia argentino e candidato a presidente, vai enviar ao Congresso um projeto de lei para eliminar um imposto que pesa sobre os salários, uma iniciativa exigida há anos pelos sindicatos, que na segunda-feira, 11, manifestaram o seu apoio ao candidato tendo em vista as eleições de outubro.
Após reunião com dirigentes sindicais na sede do Ministério da Economia, Massa anunciou na segunda-feira que, por decreto, a partir de outubro será elevado para o equivalente a 15 salários mínimos o valor sobre o qual incide o imposto que pesa sobre a renda dos trabalhadores e dos aposentados.
Além disso, o ministro anunciou que vai submeter ao Congresso um projeto de lei para que os empregados e aposentados deixem de pagar o imposto e só seja tributado quem ganha mais de 15 salários mínimos, valor que atualmente ronda os 1,77 milhão de pesos (cerca de R$ 24 mil) mensais.
Desta forma, o imposto de renda pesaria apenas sobre o rendimento de cerca de 90 mil pessoas, na maior parte diretores executivos, gestores, cargos qualificados e aposentadorias privilegiadas.
“Para mim salário não é lucro, salário é remuneração, é pagamento pelo trabalho e esforço que cada trabalhador faz”, afirmou Massa em evento fora do Ministério da Economia organizado por sindicatos liderados por peronistas, que o apoiam abertamente nas eleições presidenciais.
Segundo dados oficiais, atualmente cerca de 701,9 mil trabalhadores e aposentados pagam o imposto, 7% do total de pessoas em atividade e aposentados, proporção que chegou a ser de 30% em 2020. Com a nova lei, se aprovada, esse percentual cairia para 0,88% do total de empregos registrados na Argentina.
Massa indicou que a menor arrecadação devido à exclusão de milhares de trabalhadores do imposto de renda será compensada pelo aumento da arrecadação do imposto sobre a importação de bens e pela melhor arrecadação dos impostos associados ao consumo. “Minha presidência será marcada pela recuperação do salário e da renda na Argentina”, disse o ministro.
Massa pediu que os trabalhadores beneficiados pelas medidas anunciadas na segunda-feira, com melhorias em seus rendimentos de até 21%, não utilizem suas economias para comprar dólares, mas sim bens produzidos na Argentina. Além disso, pediu que votassem nele em outubro porque nas eleições estão em jogo “o futuro da Argentina” e os direitos dos trabalhadores.
“Vamos fazer todos os esforços possíveis para construir no dia 22 de outubro o triunfo dos trabalhadores, o triunfo da Argentina, o triunfo do peronismo, o triunfo do futuro. Depende de vocês”, disse Massa. / EFE