As sanções do Ocidente podem levar ao fim da era Putin?; leia o artigo


Estudos mostram que, em geral, a política de sanções funciona com governos democráticos

Por Denilde Holzhacker
Atualização:

Os Estados Unidos e a Europa impuseram duras sanções à Rússia. Mas até que ponto elas atingem a sustentação do Governo de Vladimir Putin?

Mesmo com o objetivo de aumentar a oposição interna entre as elites econômicas da Rússia e junto à população em geral, estudos mostram que as sanções possuem mais chances de sucesso em regimes democráticos. Nas Democracias os opositores têm maiores condições de mobilização e formas de pressionar por mudanças no Governo.

Presidente Putin participa de conferência por vídeo em Moscou  Foto: Alexey Nikolsky/Kremlin via Reuters
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Nas últimas décadas, Putin implementou uma série de medidas para sufocar a oposição. Ele mudou o sistema eleitoral para beneficiar seu partido, alterou a constituição para garantir mandato ilimitado e atua no controle da mídia e na repressão ao ativismo político. Desde o início da invasão à Ucrânia, mais de sete mil manifestantes foram presos e foi ampliada a censura contra a mídia independente.

A propaganda e o controle da narrativa também são ferramentas utilizadas por Putin. Pesquisas de opinião de institutos independentes indicam que grande parcela da população acredita que a Otan provocou o conflito na Ucrânia e Putin defende os interesses do país.

Durante a guerra da Crimeia, em 2014, Putin utilizou a propaganda para converter as sanções em vantagem para seu governo, culpando a postura dos países ocidentais e instigando o nacionalismo interno. O quadro atual, entretanto, difere de 2014. As atuais sanções afetam diretamente a população e as elites econômicas. A queda do rublo impacta o poder de compra e, a inflação, estava em 8,7% antes da invasão. O Banco Central Russo buscou tranquilizar a população e adotou medidas para estabilizar sua moeda. No entanto, as restrições impostas pelas sanções diminuem a capacidade do governo russo, aumentando a instabilidade interna.

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Ao atingir diretamente os bilionários russos, os Estados Unidos esperam que este grupo influencie Putin a finalizar a investida militar na Ucrânia. Alguns bilionários já mostram visões críticas, no entanto, eles conquistaram suas fortunas por sua aliança com o regime. Por isso, muitos analistas são céticos sobre a capacidade dos oligarcas em influenciá-lo, especialmente, porque o Governo já informou que oferecerá ajuda às empresas que forem atingidas pelas sanções.

Além disso, Putin pode novamente usar a mesma estratégia para responsabilizar os países ocidentais e ampliar ainda mais a repressão aos dissidentes. No entanto, o embargo à exportação de petróleo e gás russo restringe ainda mais a capacidade de manipular as informações e os impactos econômicos podem alterar a percepção da população russa e será mais difícil para o Putin transferir a responsabilidade aos países Ocidentais.

* É professora de relações internacionais da ESPM-SP

Os Estados Unidos e a Europa impuseram duras sanções à Rússia. Mas até que ponto elas atingem a sustentação do Governo de Vladimir Putin?

Mesmo com o objetivo de aumentar a oposição interna entre as elites econômicas da Rússia e junto à população em geral, estudos mostram que as sanções possuem mais chances de sucesso em regimes democráticos. Nas Democracias os opositores têm maiores condições de mobilização e formas de pressionar por mudanças no Governo.

Presidente Putin participa de conferência por vídeo em Moscou  Foto: Alexey Nikolsky/Kremlin via Reuters

Nas últimas décadas, Putin implementou uma série de medidas para sufocar a oposição. Ele mudou o sistema eleitoral para beneficiar seu partido, alterou a constituição para garantir mandato ilimitado e atua no controle da mídia e na repressão ao ativismo político. Desde o início da invasão à Ucrânia, mais de sete mil manifestantes foram presos e foi ampliada a censura contra a mídia independente.

A propaganda e o controle da narrativa também são ferramentas utilizadas por Putin. Pesquisas de opinião de institutos independentes indicam que grande parcela da população acredita que a Otan provocou o conflito na Ucrânia e Putin defende os interesses do país.

Durante a guerra da Crimeia, em 2014, Putin utilizou a propaganda para converter as sanções em vantagem para seu governo, culpando a postura dos países ocidentais e instigando o nacionalismo interno. O quadro atual, entretanto, difere de 2014. As atuais sanções afetam diretamente a população e as elites econômicas. A queda do rublo impacta o poder de compra e, a inflação, estava em 8,7% antes da invasão. O Banco Central Russo buscou tranquilizar a população e adotou medidas para estabilizar sua moeda. No entanto, as restrições impostas pelas sanções diminuem a capacidade do governo russo, aumentando a instabilidade interna.

Ao atingir diretamente os bilionários russos, os Estados Unidos esperam que este grupo influencie Putin a finalizar a investida militar na Ucrânia. Alguns bilionários já mostram visões críticas, no entanto, eles conquistaram suas fortunas por sua aliança com o regime. Por isso, muitos analistas são céticos sobre a capacidade dos oligarcas em influenciá-lo, especialmente, porque o Governo já informou que oferecerá ajuda às empresas que forem atingidas pelas sanções.

Além disso, Putin pode novamente usar a mesma estratégia para responsabilizar os países ocidentais e ampliar ainda mais a repressão aos dissidentes. No entanto, o embargo à exportação de petróleo e gás russo restringe ainda mais a capacidade de manipular as informações e os impactos econômicos podem alterar a percepção da população russa e será mais difícil para o Putin transferir a responsabilidade aos países Ocidentais.

* É professora de relações internacionais da ESPM-SP

Os Estados Unidos e a Europa impuseram duras sanções à Rússia. Mas até que ponto elas atingem a sustentação do Governo de Vladimir Putin?

Mesmo com o objetivo de aumentar a oposição interna entre as elites econômicas da Rússia e junto à população em geral, estudos mostram que as sanções possuem mais chances de sucesso em regimes democráticos. Nas Democracias os opositores têm maiores condições de mobilização e formas de pressionar por mudanças no Governo.

Presidente Putin participa de conferência por vídeo em Moscou  Foto: Alexey Nikolsky/Kremlin via Reuters

Nas últimas décadas, Putin implementou uma série de medidas para sufocar a oposição. Ele mudou o sistema eleitoral para beneficiar seu partido, alterou a constituição para garantir mandato ilimitado e atua no controle da mídia e na repressão ao ativismo político. Desde o início da invasão à Ucrânia, mais de sete mil manifestantes foram presos e foi ampliada a censura contra a mídia independente.

A propaganda e o controle da narrativa também são ferramentas utilizadas por Putin. Pesquisas de opinião de institutos independentes indicam que grande parcela da população acredita que a Otan provocou o conflito na Ucrânia e Putin defende os interesses do país.

Durante a guerra da Crimeia, em 2014, Putin utilizou a propaganda para converter as sanções em vantagem para seu governo, culpando a postura dos países ocidentais e instigando o nacionalismo interno. O quadro atual, entretanto, difere de 2014. As atuais sanções afetam diretamente a população e as elites econômicas. A queda do rublo impacta o poder de compra e, a inflação, estava em 8,7% antes da invasão. O Banco Central Russo buscou tranquilizar a população e adotou medidas para estabilizar sua moeda. No entanto, as restrições impostas pelas sanções diminuem a capacidade do governo russo, aumentando a instabilidade interna.

Ao atingir diretamente os bilionários russos, os Estados Unidos esperam que este grupo influencie Putin a finalizar a investida militar na Ucrânia. Alguns bilionários já mostram visões críticas, no entanto, eles conquistaram suas fortunas por sua aliança com o regime. Por isso, muitos analistas são céticos sobre a capacidade dos oligarcas em influenciá-lo, especialmente, porque o Governo já informou que oferecerá ajuda às empresas que forem atingidas pelas sanções.

Além disso, Putin pode novamente usar a mesma estratégia para responsabilizar os países ocidentais e ampliar ainda mais a repressão aos dissidentes. No entanto, o embargo à exportação de petróleo e gás russo restringe ainda mais a capacidade de manipular as informações e os impactos econômicos podem alterar a percepção da população russa e será mais difícil para o Putin transferir a responsabilidade aos países Ocidentais.

* É professora de relações internacionais da ESPM-SP

Os Estados Unidos e a Europa impuseram duras sanções à Rússia. Mas até que ponto elas atingem a sustentação do Governo de Vladimir Putin?

Mesmo com o objetivo de aumentar a oposição interna entre as elites econômicas da Rússia e junto à população em geral, estudos mostram que as sanções possuem mais chances de sucesso em regimes democráticos. Nas Democracias os opositores têm maiores condições de mobilização e formas de pressionar por mudanças no Governo.

Presidente Putin participa de conferência por vídeo em Moscou  Foto: Alexey Nikolsky/Kremlin via Reuters

Nas últimas décadas, Putin implementou uma série de medidas para sufocar a oposição. Ele mudou o sistema eleitoral para beneficiar seu partido, alterou a constituição para garantir mandato ilimitado e atua no controle da mídia e na repressão ao ativismo político. Desde o início da invasão à Ucrânia, mais de sete mil manifestantes foram presos e foi ampliada a censura contra a mídia independente.

A propaganda e o controle da narrativa também são ferramentas utilizadas por Putin. Pesquisas de opinião de institutos independentes indicam que grande parcela da população acredita que a Otan provocou o conflito na Ucrânia e Putin defende os interesses do país.

Durante a guerra da Crimeia, em 2014, Putin utilizou a propaganda para converter as sanções em vantagem para seu governo, culpando a postura dos países ocidentais e instigando o nacionalismo interno. O quadro atual, entretanto, difere de 2014. As atuais sanções afetam diretamente a população e as elites econômicas. A queda do rublo impacta o poder de compra e, a inflação, estava em 8,7% antes da invasão. O Banco Central Russo buscou tranquilizar a população e adotou medidas para estabilizar sua moeda. No entanto, as restrições impostas pelas sanções diminuem a capacidade do governo russo, aumentando a instabilidade interna.

Ao atingir diretamente os bilionários russos, os Estados Unidos esperam que este grupo influencie Putin a finalizar a investida militar na Ucrânia. Alguns bilionários já mostram visões críticas, no entanto, eles conquistaram suas fortunas por sua aliança com o regime. Por isso, muitos analistas são céticos sobre a capacidade dos oligarcas em influenciá-lo, especialmente, porque o Governo já informou que oferecerá ajuda às empresas que forem atingidas pelas sanções.

Além disso, Putin pode novamente usar a mesma estratégia para responsabilizar os países ocidentais e ampliar ainda mais a repressão aos dissidentes. No entanto, o embargo à exportação de petróleo e gás russo restringe ainda mais a capacidade de manipular as informações e os impactos econômicos podem alterar a percepção da população russa e será mais difícil para o Putin transferir a responsabilidade aos países Ocidentais.

* É professora de relações internacionais da ESPM-SP

Os Estados Unidos e a Europa impuseram duras sanções à Rússia. Mas até que ponto elas atingem a sustentação do Governo de Vladimir Putin?

Mesmo com o objetivo de aumentar a oposição interna entre as elites econômicas da Rússia e junto à população em geral, estudos mostram que as sanções possuem mais chances de sucesso em regimes democráticos. Nas Democracias os opositores têm maiores condições de mobilização e formas de pressionar por mudanças no Governo.

Presidente Putin participa de conferência por vídeo em Moscou  Foto: Alexey Nikolsky/Kremlin via Reuters

Nas últimas décadas, Putin implementou uma série de medidas para sufocar a oposição. Ele mudou o sistema eleitoral para beneficiar seu partido, alterou a constituição para garantir mandato ilimitado e atua no controle da mídia e na repressão ao ativismo político. Desde o início da invasão à Ucrânia, mais de sete mil manifestantes foram presos e foi ampliada a censura contra a mídia independente.

A propaganda e o controle da narrativa também são ferramentas utilizadas por Putin. Pesquisas de opinião de institutos independentes indicam que grande parcela da população acredita que a Otan provocou o conflito na Ucrânia e Putin defende os interesses do país.

Durante a guerra da Crimeia, em 2014, Putin utilizou a propaganda para converter as sanções em vantagem para seu governo, culpando a postura dos países ocidentais e instigando o nacionalismo interno. O quadro atual, entretanto, difere de 2014. As atuais sanções afetam diretamente a população e as elites econômicas. A queda do rublo impacta o poder de compra e, a inflação, estava em 8,7% antes da invasão. O Banco Central Russo buscou tranquilizar a população e adotou medidas para estabilizar sua moeda. No entanto, as restrições impostas pelas sanções diminuem a capacidade do governo russo, aumentando a instabilidade interna.

Ao atingir diretamente os bilionários russos, os Estados Unidos esperam que este grupo influencie Putin a finalizar a investida militar na Ucrânia. Alguns bilionários já mostram visões críticas, no entanto, eles conquistaram suas fortunas por sua aliança com o regime. Por isso, muitos analistas são céticos sobre a capacidade dos oligarcas em influenciá-lo, especialmente, porque o Governo já informou que oferecerá ajuda às empresas que forem atingidas pelas sanções.

Além disso, Putin pode novamente usar a mesma estratégia para responsabilizar os países ocidentais e ampliar ainda mais a repressão aos dissidentes. No entanto, o embargo à exportação de petróleo e gás russo restringe ainda mais a capacidade de manipular as informações e os impactos econômicos podem alterar a percepção da população russa e será mais difícil para o Putin transferir a responsabilidade aos países Ocidentais.

* É professora de relações internacionais da ESPM-SP

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