As turistas destas ilhas se encantam com os vira-latas; e muitos levam filhotes para casa


ONG de resgates de filhotes de vira-lata nas Ilhas Turcas e Caicos incentiva adoção e ajuda a reduzir número de cachorros abandonados no local

Por Sidney Page

Quando Brandon e Alyse Kay embarcaram para sua lua de mel nas Ilhas Turcas e Caicos, a última coisa que esperavam era trazer um cãozinho para sua casa em Chicago. “Nós não tínhamos nenhuma intenção de trazer de volta um cachorro”, afirmou Brandon. “Mas quando dei por mim, estava passando com um pela alfândega.”

O cachorro do casal — adotado em 2019 e batizado de Blueberry porque foi encontrado sob um arbusto de mirtilo — foi um dos milhares de filhotes que uma equipe de voluntários locais resgata e coloca para adoção por turistas como os Kays.

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“Nossa vidas mudaram para sempre”, afirmou Brandon, acrescentando que, apesar de ter nascido em clima tropical, Blueberry adora a neve. “Ele virou parte tão grande do que nós somos.”

Jane Parker-Rauw é fundadora e diretora da ONG Potcake Place K9 Rescue. Ela inaugurou a entidade em 2004, mas “resgatava cães havia provavelmente cinco anos, só que informalmente”, afirmou ela.

Alyse Kay brinca com filhote de vira-lata adotado por ela durante férias nas Ilhas Turcas e Caicos. Cachorro foi batizado Blueberry Foto: Cedida por Brandon Kay/via Washington Post
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Brandon Kay afirmou que sua mulher tinha escutado falar da ONG antes da viagem e sugeriu uma visita ao centro de adoção, em Grace Bay, para ver os filhotes fofinhos.

O grupo de resgate tem um centro aberto ao público em uma área comercial movimentada, e turistas fazem fila de manhã para conseguir levar um cãozinho para passear na praia. Às vezes a fila se estende em torno do quarteirão.

Parker-Rauw, que nasceu na Inglaterra, mudou-se para o arquipélago em 1996, para trabalhar em spas. Inicialmente ela assinou um contrato de 12 meses, mas acabou ficando.

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Logo depois de se mudar para as Turcas e Caicos, Parker-Rauw reparou na profusão de cães sem dono — chamados de “sobras” (potcakes) — pelas ruas. O termo potcakes surgiu porque os habitantes locais com frequência deixavam suas panelas do lado de fora de suas casas cheias de sobras de comida, para alimentar os cães, afirmou ela. Outras ilhas caribenhas também são conhecidas pela presença dos sobras.

Havia pouca infraestrutura e regulação em vigor para evitar que os vira-latas se reproduzissem excessivamente. O resultado: filhotes demais e gente de menos para cuidar deles.

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“Assim que percebi o problema, eu quis fazer algo para ajudar”, recordou-se Parker-Rauw, afirmando que sempre amou os animais, apesar de não ter experiência anterior com cachorros.

Ela começou a se voluntariar na Sociedade das Ilhas Turcas e Caicos para Prevenção à Crueldade contra Animais (SPCA) e batia de porta em porta para conversar com os moradores a respeito de serviços de esterilização. Em muitos casos, os cães já tinham procriado.

“Em cada casa havia entre 6 e 13 filhotes, e a SPCA não tinha onde colocá-los”, afirmou Parker-Rauw, cuja função na época era sacrificar os bichos. “Não era crueldade. Eles simplesmente não tinham onde colocar esses cãezinhos.”

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Cachorros não esterilizados são capazes de produzir milhares de filhotes em poucos anos. Cadelas são capazes de emprenhar a partir dos 6 meses e parir ninhadas de aproximadamente sete filhotes por gestação, mas algumas ninhadas são maiores. Uma só cadela é capaz de dar à luz 70 filhotes ao longo da vida.

Filhotes de vira-latas abandonados pela ilha inspiraram criação de ONG para resgate dos animais Foto: Cedida/via Washington Post

Esses filhotes — se não são esterilizados — também procriam, e o número de potcakes se expande exponencialmente.

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Ver tantos filhotes indefesos morrendo era doloroso para Parker-Rauw. “Eu entendia que isso tinha de ser feito”, afirmou ela. “Mas não me caía bem.”

Depois de adotar com sucesso um filhote, “eu decidi: todo potcake tem seu lugar”, afirmou Parker-Rauw.

Então ela inaugurou o Potcake Place — uma entidade de caridade operada completamente por voluntários, que depende de doações para funcionar. Um grupo de aproximadamente 15 voluntários resgata os filhotes — encontrados frequentemente com ajuda da SPCA.

Moradores e turistas também avisam quando encontram uma ninhada, e pessoas sempre deixam caixas repletas de filhotes diante do centro de adoção.

Entre 60 e 100 filhotes e cães ficam normalmente sob cuidado do Potcake Place em todos os momentos. Eles ficam em sua maioria abrigados provisoriamente em casas de voluntários até serem adotados. Anualmente a entidade facilita a adoção de cerca de 500 cães para habitantes dos Estados Unidos, do Canadá e de outros países.

“Nós realmente nos preocupamos a respeito dos lares que acolhem esses cãezinhos”, afirmou Parker-Rauw, acrescentando que sua equipe realiza uma inspeção rigorosa antes de finalizar uma adoção, que inclui referências veterinárias e checagem de antecedentes. “Não queremos que eles acabem na carrocinha.”

“As pessoas não podem vir aqui, simplesmente escolher um filhote e levá-lo para casa”, acrescentou ela. “Trata-se de um compromisso verdadeiro, e nós levamos isso muito a sério.” /THE WASHINGTON POST, TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

Quando Brandon e Alyse Kay embarcaram para sua lua de mel nas Ilhas Turcas e Caicos, a última coisa que esperavam era trazer um cãozinho para sua casa em Chicago. “Nós não tínhamos nenhuma intenção de trazer de volta um cachorro”, afirmou Brandon. “Mas quando dei por mim, estava passando com um pela alfândega.”

O cachorro do casal — adotado em 2019 e batizado de Blueberry porque foi encontrado sob um arbusto de mirtilo — foi um dos milhares de filhotes que uma equipe de voluntários locais resgata e coloca para adoção por turistas como os Kays.

“Nossa vidas mudaram para sempre”, afirmou Brandon, acrescentando que, apesar de ter nascido em clima tropical, Blueberry adora a neve. “Ele virou parte tão grande do que nós somos.”

Jane Parker-Rauw é fundadora e diretora da ONG Potcake Place K9 Rescue. Ela inaugurou a entidade em 2004, mas “resgatava cães havia provavelmente cinco anos, só que informalmente”, afirmou ela.

Alyse Kay brinca com filhote de vira-lata adotado por ela durante férias nas Ilhas Turcas e Caicos. Cachorro foi batizado Blueberry Foto: Cedida por Brandon Kay/via Washington Post

Brandon Kay afirmou que sua mulher tinha escutado falar da ONG antes da viagem e sugeriu uma visita ao centro de adoção, em Grace Bay, para ver os filhotes fofinhos.

O grupo de resgate tem um centro aberto ao público em uma área comercial movimentada, e turistas fazem fila de manhã para conseguir levar um cãozinho para passear na praia. Às vezes a fila se estende em torno do quarteirão.

Parker-Rauw, que nasceu na Inglaterra, mudou-se para o arquipélago em 1996, para trabalhar em spas. Inicialmente ela assinou um contrato de 12 meses, mas acabou ficando.

Logo depois de se mudar para as Turcas e Caicos, Parker-Rauw reparou na profusão de cães sem dono — chamados de “sobras” (potcakes) — pelas ruas. O termo potcakes surgiu porque os habitantes locais com frequência deixavam suas panelas do lado de fora de suas casas cheias de sobras de comida, para alimentar os cães, afirmou ela. Outras ilhas caribenhas também são conhecidas pela presença dos sobras.

Havia pouca infraestrutura e regulação em vigor para evitar que os vira-latas se reproduzissem excessivamente. O resultado: filhotes demais e gente de menos para cuidar deles.

“Assim que percebi o problema, eu quis fazer algo para ajudar”, recordou-se Parker-Rauw, afirmando que sempre amou os animais, apesar de não ter experiência anterior com cachorros.

Ela começou a se voluntariar na Sociedade das Ilhas Turcas e Caicos para Prevenção à Crueldade contra Animais (SPCA) e batia de porta em porta para conversar com os moradores a respeito de serviços de esterilização. Em muitos casos, os cães já tinham procriado.

“Em cada casa havia entre 6 e 13 filhotes, e a SPCA não tinha onde colocá-los”, afirmou Parker-Rauw, cuja função na época era sacrificar os bichos. “Não era crueldade. Eles simplesmente não tinham onde colocar esses cãezinhos.”

Cachorros não esterilizados são capazes de produzir milhares de filhotes em poucos anos. Cadelas são capazes de emprenhar a partir dos 6 meses e parir ninhadas de aproximadamente sete filhotes por gestação, mas algumas ninhadas são maiores. Uma só cadela é capaz de dar à luz 70 filhotes ao longo da vida.

Filhotes de vira-latas abandonados pela ilha inspiraram criação de ONG para resgate dos animais Foto: Cedida/via Washington Post

Esses filhotes — se não são esterilizados — também procriam, e o número de potcakes se expande exponencialmente.

Ver tantos filhotes indefesos morrendo era doloroso para Parker-Rauw. “Eu entendia que isso tinha de ser feito”, afirmou ela. “Mas não me caía bem.”

Depois de adotar com sucesso um filhote, “eu decidi: todo potcake tem seu lugar”, afirmou Parker-Rauw.

Então ela inaugurou o Potcake Place — uma entidade de caridade operada completamente por voluntários, que depende de doações para funcionar. Um grupo de aproximadamente 15 voluntários resgata os filhotes — encontrados frequentemente com ajuda da SPCA.

Moradores e turistas também avisam quando encontram uma ninhada, e pessoas sempre deixam caixas repletas de filhotes diante do centro de adoção.

Entre 60 e 100 filhotes e cães ficam normalmente sob cuidado do Potcake Place em todos os momentos. Eles ficam em sua maioria abrigados provisoriamente em casas de voluntários até serem adotados. Anualmente a entidade facilita a adoção de cerca de 500 cães para habitantes dos Estados Unidos, do Canadá e de outros países.

“Nós realmente nos preocupamos a respeito dos lares que acolhem esses cãezinhos”, afirmou Parker-Rauw, acrescentando que sua equipe realiza uma inspeção rigorosa antes de finalizar uma adoção, que inclui referências veterinárias e checagem de antecedentes. “Não queremos que eles acabem na carrocinha.”

“As pessoas não podem vir aqui, simplesmente escolher um filhote e levá-lo para casa”, acrescentou ela. “Trata-se de um compromisso verdadeiro, e nós levamos isso muito a sério.” /THE WASHINGTON POST, TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

Quando Brandon e Alyse Kay embarcaram para sua lua de mel nas Ilhas Turcas e Caicos, a última coisa que esperavam era trazer um cãozinho para sua casa em Chicago. “Nós não tínhamos nenhuma intenção de trazer de volta um cachorro”, afirmou Brandon. “Mas quando dei por mim, estava passando com um pela alfândega.”

O cachorro do casal — adotado em 2019 e batizado de Blueberry porque foi encontrado sob um arbusto de mirtilo — foi um dos milhares de filhotes que uma equipe de voluntários locais resgata e coloca para adoção por turistas como os Kays.

“Nossa vidas mudaram para sempre”, afirmou Brandon, acrescentando que, apesar de ter nascido em clima tropical, Blueberry adora a neve. “Ele virou parte tão grande do que nós somos.”

Jane Parker-Rauw é fundadora e diretora da ONG Potcake Place K9 Rescue. Ela inaugurou a entidade em 2004, mas “resgatava cães havia provavelmente cinco anos, só que informalmente”, afirmou ela.

Alyse Kay brinca com filhote de vira-lata adotado por ela durante férias nas Ilhas Turcas e Caicos. Cachorro foi batizado Blueberry Foto: Cedida por Brandon Kay/via Washington Post

Brandon Kay afirmou que sua mulher tinha escutado falar da ONG antes da viagem e sugeriu uma visita ao centro de adoção, em Grace Bay, para ver os filhotes fofinhos.

O grupo de resgate tem um centro aberto ao público em uma área comercial movimentada, e turistas fazem fila de manhã para conseguir levar um cãozinho para passear na praia. Às vezes a fila se estende em torno do quarteirão.

Parker-Rauw, que nasceu na Inglaterra, mudou-se para o arquipélago em 1996, para trabalhar em spas. Inicialmente ela assinou um contrato de 12 meses, mas acabou ficando.

Logo depois de se mudar para as Turcas e Caicos, Parker-Rauw reparou na profusão de cães sem dono — chamados de “sobras” (potcakes) — pelas ruas. O termo potcakes surgiu porque os habitantes locais com frequência deixavam suas panelas do lado de fora de suas casas cheias de sobras de comida, para alimentar os cães, afirmou ela. Outras ilhas caribenhas também são conhecidas pela presença dos sobras.

Havia pouca infraestrutura e regulação em vigor para evitar que os vira-latas se reproduzissem excessivamente. O resultado: filhotes demais e gente de menos para cuidar deles.

“Assim que percebi o problema, eu quis fazer algo para ajudar”, recordou-se Parker-Rauw, afirmando que sempre amou os animais, apesar de não ter experiência anterior com cachorros.

Ela começou a se voluntariar na Sociedade das Ilhas Turcas e Caicos para Prevenção à Crueldade contra Animais (SPCA) e batia de porta em porta para conversar com os moradores a respeito de serviços de esterilização. Em muitos casos, os cães já tinham procriado.

“Em cada casa havia entre 6 e 13 filhotes, e a SPCA não tinha onde colocá-los”, afirmou Parker-Rauw, cuja função na época era sacrificar os bichos. “Não era crueldade. Eles simplesmente não tinham onde colocar esses cãezinhos.”

Cachorros não esterilizados são capazes de produzir milhares de filhotes em poucos anos. Cadelas são capazes de emprenhar a partir dos 6 meses e parir ninhadas de aproximadamente sete filhotes por gestação, mas algumas ninhadas são maiores. Uma só cadela é capaz de dar à luz 70 filhotes ao longo da vida.

Filhotes de vira-latas abandonados pela ilha inspiraram criação de ONG para resgate dos animais Foto: Cedida/via Washington Post

Esses filhotes — se não são esterilizados — também procriam, e o número de potcakes se expande exponencialmente.

Ver tantos filhotes indefesos morrendo era doloroso para Parker-Rauw. “Eu entendia que isso tinha de ser feito”, afirmou ela. “Mas não me caía bem.”

Depois de adotar com sucesso um filhote, “eu decidi: todo potcake tem seu lugar”, afirmou Parker-Rauw.

Então ela inaugurou o Potcake Place — uma entidade de caridade operada completamente por voluntários, que depende de doações para funcionar. Um grupo de aproximadamente 15 voluntários resgata os filhotes — encontrados frequentemente com ajuda da SPCA.

Moradores e turistas também avisam quando encontram uma ninhada, e pessoas sempre deixam caixas repletas de filhotes diante do centro de adoção.

Entre 60 e 100 filhotes e cães ficam normalmente sob cuidado do Potcake Place em todos os momentos. Eles ficam em sua maioria abrigados provisoriamente em casas de voluntários até serem adotados. Anualmente a entidade facilita a adoção de cerca de 500 cães para habitantes dos Estados Unidos, do Canadá e de outros países.

“Nós realmente nos preocupamos a respeito dos lares que acolhem esses cãezinhos”, afirmou Parker-Rauw, acrescentando que sua equipe realiza uma inspeção rigorosa antes de finalizar uma adoção, que inclui referências veterinárias e checagem de antecedentes. “Não queremos que eles acabem na carrocinha.”

“As pessoas não podem vir aqui, simplesmente escolher um filhote e levá-lo para casa”, acrescentou ela. “Trata-se de um compromisso verdadeiro, e nós levamos isso muito a sério.” /THE WASHINGTON POST, TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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