Assad usa terremoto na Síria e ‘diplomacia do desastre’ para voltar ao cenário mundial


Ditador pôde pela primeira vez culpar a natureza pela destruição em seu país, não a guerra civil

Por Declan Walsh

Um forte terremoto na semana passada catapultou o ditador da Síria, Bashar al-Assad, para o centro das atenções globais, criando uma janela para ele retornar ao cenário global com a diplomacia do desastre.

Enquanto o número de mortos aumentava no tremor mais fatal da região em um século, Assad, há muito considerado um pária por bombardear e torturar sua própria população na guerra civil, recebia um fluxo constante de simpatia, ajuda e atenção de outros países.

Líderes árabes que o evitaram durante uma década lhe telefonaram. Altos funcionários da ONU estiveram em seu gabinete, oferecendo assistência e posando para fotos. Desembarcaram aviões carregados de ajuda de mais de uma dúzia de países –de aliados como Rússia, Irã e China, mas também da Arábia Saudita, que antes só tinha enviado ajuda aos rebeldes que tentam derrubar Assad.

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Uma mulher chora enquanto recolhe seus pertences pessoais sobre os escombros de sua casa desabada no vilarejo de Yaylakonak, no distrito de Adiyaman, na Síria Foto: Bulent Kilic/AFP

“Sem dúvida, este é um bom momento para Assad”, disse Emile Hokayem, analista de Oriente Médio no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres. “Uma tragédia para os sírios é uma bênção para Assad, porque ninguém mais quer administrar essa confusão.”

Visitando as cidades devastadas pelo terremoto, Assad pôde pela primeira vez culpar a natureza pela destruição em seu país, não a guerra, enquanto atacava os inimigos que acusou de “politizar” a crise.

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O desastre reforçou uma iniciativa moderada de alguns países árabes para trazer Assad de volta ao cenário internacional. Na segunda,13, os Emirados Árabes Unidos, que lideram o movimento, enviaram seu chanceler à capital síria, Damasco, para se encontrar com Assad pela segunda vez no ano.

Na quarta, 15, os Emirados Árabes Unidos aumentaram sua doação para US$ 100 milhões (R$ 524,2 milhões) –um quarto de todo o apelo de emergência da ONU para a Síria.

Respondendo ao gesto, Assad ofereceu uma concessão rara, permitindo que os comboios da ONU usassem mais duas passagens na fronteira com a Turquia para enviar ajuda diretamente ao território controlado pela oposição pela primeira vez desde o início da guerra civil, há 12 anos.

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O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, encontra-se com o presidente sírio, Bashar al-assad, em Damasco, em 15 de fevereiro de 2023 Foto: Presidência da Síria via Reuters

Ainda assim, além dos gestos e da boa vontade, pouco mudou para Assad –em particular as punitivas sanções americanas e europeias impostas devido à utilização de armas químicas contra civis sírios, a transferência forçada de pessoas em redutos da oposição e outros abusos.

Grandes terremotos podem ser perigosos para líderes contestados. No México em 1985 e também na Turquia em 1999, as respostas fracas dos governos a grandes terremotos aumentaram a raiva pública que levou a mudanças políticas, incluindo a ascensão do líder turco, o presidente Recep Tayyip Erdogan.

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No mínimo, o terremoto de 6 de fevereiro expôs o estado lamentável da Síria sob Assad. Após uma década, o governo recuperou o controle de grande parte do território, graças a táticas impiedosas e à ajuda de aliados como Rússia e Irã. Grandes confrontos se tornaram raros na linha de frente. Mas isso deixou Assad no comando de um país sem dinheiro e fragmentado, apenas parcialmente sob seu governo.

Faixas no norte e leste da Síria são controladas por seus inimigos –rebeldes islâmicos, combatentes curdos e forças de oposição sírias apoiadas pela Turquia. Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem no país, perseguindo os remanescentes do grupo Estado Islâmico, cujo líder foi morto numa operação militar americana em fevereiro do ano passado (e cujo sucessor foi morto menos de nove meses depois).

Caminhões com mercadorias comerciais e ajuda humanitária esperando para cruzar a fronteira da Turquia para a Síria Foto: Nicole Tung/The New York Times
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E a economia síria mergulhou de cabeça, pressionada pela escassez crônica de alimentos e combustível. Milhões de sírios fugiram para a Turquia, para outros países do Oriente Médio ou para a Europa; os que permaneceram estão exaustos.

Os dias seguintes ao terremoto destacaram a natureza relativa das vitórias de Assad. Enquanto as equipes de resgate internacionais inundavam a vizinha Turquia, apenas algumas delas conseguiram chegar à Síria. As ajudas enviadas pelo Irã e pela Rússia não foram suficientes, expondo os limites das alianças nas quais Assad havia confiado para se isolar da maior parte do mundo.

“A ideia de que a Rússia e o Irã viriam em socorro está se dissipando”, disse Dareen Khalifa, do Grupo de Crise Internacional. “Eles só vêm quando há uma batalha, não quando o sírio comum está lutando.”

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Na Síria, o terremoto de magnitude 7,8 e um forte tremor secundário atingiram Idlib, a populosa província no noroeste controlada pela oposição que sofreu 80% das 5.500 mortes relatadas pela ONU até agora na Síria. O número de vítimas fatais na Turquia ultrapassou 36 mil.

Pessoas vasculhando os escombros de suas casas destruídas esta semana em Atarib, na província síria de Aleppo Foto: Emily Garthwaite/The New York Times

A cidade síria de Aleppo, no norte, era especialmente vulnerável a um terremoto porque muitos de seus prédios foram bombardeados pelas forças de Assad durante a guerra. Em dezembro passado, as autoridades anunciaram a demolição das 1.500 estruturas mais frágeis.

Nos dias após o terremoto, as equipes de resgate sírias alcançaram apenas 5% das áreas afetadas por falta de mão de obra e de equipamentos, disseram 35 grupos de ajuda em um comunicado. “A comunidade internacional falhou com a população síria por não reagir rápido o suficiente.”

Para os Emirados Árabes Unidos, os gestos na direção de Assad fazem parte de uma política externa às vezes contraditória na região, que também incluiu a normalização das relações com Israel. Outro apoiador proeminente é a Argélia, que pressionou para que a Síria fosse reintegrada à Liga Árabe.

Mas talvez a visão mais marcante desta semana tenha sido o avião de ajuda da Arábia Saudita que pousou em Aleppo, o primeiro em mais de uma década de guerra.

Tais movimentos decepcionam os sírios que querem que Assad seja julgado por seus crimes. “A posição da Síria como um estado pária não vai mudar drasticamente”, disse Khalifa, o analista.

Um pôster de al-Assad do lado de fora de um hospital em Hama, na Síria Foto: Louai Beshara/AFP

Mesmo entre os simpatizantes, a aceitação de Assad é vacilante. Alguns esperam reduzir a influência do Irã e da Turquia na Síria, dizem analistas. Para outros, é uma reação contra a pressão ocidental. Mas, principalmente, eles parecem movidos por uma fria “realpolitik” –um reconhecimento tácito de que o controle de Assad sobre o poder é forte, e é improvável que seja contestado tão cedo.

“Ninguém mais está tentando seriamente depor Assad”, disse Aron Lund, especialista em Síria da Century Foundation. “Eles estão apenas procurando os termos de sua integração e sobrevivência.”

Mais do que nunca, Assad precisa mostrar aos sírios que pode governar com mais do que só violência, disse Lund. “A sociedade síria está exausta. Sua estabilidade já estava ameaçada antes do terremoto, e agora as pessoas estão desesperadas”, disse ele. Isso não aponta necessariamente para uma mudança de regime. “Mas pode ficar confuso para Assad de um modo que será desconfortável para ele.”

Um forte terremoto na semana passada catapultou o ditador da Síria, Bashar al-Assad, para o centro das atenções globais, criando uma janela para ele retornar ao cenário global com a diplomacia do desastre.

Enquanto o número de mortos aumentava no tremor mais fatal da região em um século, Assad, há muito considerado um pária por bombardear e torturar sua própria população na guerra civil, recebia um fluxo constante de simpatia, ajuda e atenção de outros países.

Líderes árabes que o evitaram durante uma década lhe telefonaram. Altos funcionários da ONU estiveram em seu gabinete, oferecendo assistência e posando para fotos. Desembarcaram aviões carregados de ajuda de mais de uma dúzia de países –de aliados como Rússia, Irã e China, mas também da Arábia Saudita, que antes só tinha enviado ajuda aos rebeldes que tentam derrubar Assad.

Uma mulher chora enquanto recolhe seus pertences pessoais sobre os escombros de sua casa desabada no vilarejo de Yaylakonak, no distrito de Adiyaman, na Síria Foto: Bulent Kilic/AFP

“Sem dúvida, este é um bom momento para Assad”, disse Emile Hokayem, analista de Oriente Médio no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres. “Uma tragédia para os sírios é uma bênção para Assad, porque ninguém mais quer administrar essa confusão.”

Visitando as cidades devastadas pelo terremoto, Assad pôde pela primeira vez culpar a natureza pela destruição em seu país, não a guerra, enquanto atacava os inimigos que acusou de “politizar” a crise.

O desastre reforçou uma iniciativa moderada de alguns países árabes para trazer Assad de volta ao cenário internacional. Na segunda,13, os Emirados Árabes Unidos, que lideram o movimento, enviaram seu chanceler à capital síria, Damasco, para se encontrar com Assad pela segunda vez no ano.

Na quarta, 15, os Emirados Árabes Unidos aumentaram sua doação para US$ 100 milhões (R$ 524,2 milhões) –um quarto de todo o apelo de emergência da ONU para a Síria.

Respondendo ao gesto, Assad ofereceu uma concessão rara, permitindo que os comboios da ONU usassem mais duas passagens na fronteira com a Turquia para enviar ajuda diretamente ao território controlado pela oposição pela primeira vez desde o início da guerra civil, há 12 anos.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, encontra-se com o presidente sírio, Bashar al-assad, em Damasco, em 15 de fevereiro de 2023 Foto: Presidência da Síria via Reuters

Ainda assim, além dos gestos e da boa vontade, pouco mudou para Assad –em particular as punitivas sanções americanas e europeias impostas devido à utilização de armas químicas contra civis sírios, a transferência forçada de pessoas em redutos da oposição e outros abusos.

Grandes terremotos podem ser perigosos para líderes contestados. No México em 1985 e também na Turquia em 1999, as respostas fracas dos governos a grandes terremotos aumentaram a raiva pública que levou a mudanças políticas, incluindo a ascensão do líder turco, o presidente Recep Tayyip Erdogan.

No mínimo, o terremoto de 6 de fevereiro expôs o estado lamentável da Síria sob Assad. Após uma década, o governo recuperou o controle de grande parte do território, graças a táticas impiedosas e à ajuda de aliados como Rússia e Irã. Grandes confrontos se tornaram raros na linha de frente. Mas isso deixou Assad no comando de um país sem dinheiro e fragmentado, apenas parcialmente sob seu governo.

Faixas no norte e leste da Síria são controladas por seus inimigos –rebeldes islâmicos, combatentes curdos e forças de oposição sírias apoiadas pela Turquia. Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem no país, perseguindo os remanescentes do grupo Estado Islâmico, cujo líder foi morto numa operação militar americana em fevereiro do ano passado (e cujo sucessor foi morto menos de nove meses depois).

Caminhões com mercadorias comerciais e ajuda humanitária esperando para cruzar a fronteira da Turquia para a Síria Foto: Nicole Tung/The New York Times

E a economia síria mergulhou de cabeça, pressionada pela escassez crônica de alimentos e combustível. Milhões de sírios fugiram para a Turquia, para outros países do Oriente Médio ou para a Europa; os que permaneceram estão exaustos.

Os dias seguintes ao terremoto destacaram a natureza relativa das vitórias de Assad. Enquanto as equipes de resgate internacionais inundavam a vizinha Turquia, apenas algumas delas conseguiram chegar à Síria. As ajudas enviadas pelo Irã e pela Rússia não foram suficientes, expondo os limites das alianças nas quais Assad havia confiado para se isolar da maior parte do mundo.

“A ideia de que a Rússia e o Irã viriam em socorro está se dissipando”, disse Dareen Khalifa, do Grupo de Crise Internacional. “Eles só vêm quando há uma batalha, não quando o sírio comum está lutando.”

Na Síria, o terremoto de magnitude 7,8 e um forte tremor secundário atingiram Idlib, a populosa província no noroeste controlada pela oposição que sofreu 80% das 5.500 mortes relatadas pela ONU até agora na Síria. O número de vítimas fatais na Turquia ultrapassou 36 mil.

Pessoas vasculhando os escombros de suas casas destruídas esta semana em Atarib, na província síria de Aleppo Foto: Emily Garthwaite/The New York Times

A cidade síria de Aleppo, no norte, era especialmente vulnerável a um terremoto porque muitos de seus prédios foram bombardeados pelas forças de Assad durante a guerra. Em dezembro passado, as autoridades anunciaram a demolição das 1.500 estruturas mais frágeis.

Nos dias após o terremoto, as equipes de resgate sírias alcançaram apenas 5% das áreas afetadas por falta de mão de obra e de equipamentos, disseram 35 grupos de ajuda em um comunicado. “A comunidade internacional falhou com a população síria por não reagir rápido o suficiente.”

Para os Emirados Árabes Unidos, os gestos na direção de Assad fazem parte de uma política externa às vezes contraditória na região, que também incluiu a normalização das relações com Israel. Outro apoiador proeminente é a Argélia, que pressionou para que a Síria fosse reintegrada à Liga Árabe.

Mas talvez a visão mais marcante desta semana tenha sido o avião de ajuda da Arábia Saudita que pousou em Aleppo, o primeiro em mais de uma década de guerra.

Tais movimentos decepcionam os sírios que querem que Assad seja julgado por seus crimes. “A posição da Síria como um estado pária não vai mudar drasticamente”, disse Khalifa, o analista.

Um pôster de al-Assad do lado de fora de um hospital em Hama, na Síria Foto: Louai Beshara/AFP

Mesmo entre os simpatizantes, a aceitação de Assad é vacilante. Alguns esperam reduzir a influência do Irã e da Turquia na Síria, dizem analistas. Para outros, é uma reação contra a pressão ocidental. Mas, principalmente, eles parecem movidos por uma fria “realpolitik” –um reconhecimento tácito de que o controle de Assad sobre o poder é forte, e é improvável que seja contestado tão cedo.

“Ninguém mais está tentando seriamente depor Assad”, disse Aron Lund, especialista em Síria da Century Foundation. “Eles estão apenas procurando os termos de sua integração e sobrevivência.”

Mais do que nunca, Assad precisa mostrar aos sírios que pode governar com mais do que só violência, disse Lund. “A sociedade síria está exausta. Sua estabilidade já estava ameaçada antes do terremoto, e agora as pessoas estão desesperadas”, disse ele. Isso não aponta necessariamente para uma mudança de regime. “Mas pode ficar confuso para Assad de um modo que será desconfortável para ele.”

Um forte terremoto na semana passada catapultou o ditador da Síria, Bashar al-Assad, para o centro das atenções globais, criando uma janela para ele retornar ao cenário global com a diplomacia do desastre.

Enquanto o número de mortos aumentava no tremor mais fatal da região em um século, Assad, há muito considerado um pária por bombardear e torturar sua própria população na guerra civil, recebia um fluxo constante de simpatia, ajuda e atenção de outros países.

Líderes árabes que o evitaram durante uma década lhe telefonaram. Altos funcionários da ONU estiveram em seu gabinete, oferecendo assistência e posando para fotos. Desembarcaram aviões carregados de ajuda de mais de uma dúzia de países –de aliados como Rússia, Irã e China, mas também da Arábia Saudita, que antes só tinha enviado ajuda aos rebeldes que tentam derrubar Assad.

Uma mulher chora enquanto recolhe seus pertences pessoais sobre os escombros de sua casa desabada no vilarejo de Yaylakonak, no distrito de Adiyaman, na Síria Foto: Bulent Kilic/AFP

“Sem dúvida, este é um bom momento para Assad”, disse Emile Hokayem, analista de Oriente Médio no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres. “Uma tragédia para os sírios é uma bênção para Assad, porque ninguém mais quer administrar essa confusão.”

Visitando as cidades devastadas pelo terremoto, Assad pôde pela primeira vez culpar a natureza pela destruição em seu país, não a guerra, enquanto atacava os inimigos que acusou de “politizar” a crise.

O desastre reforçou uma iniciativa moderada de alguns países árabes para trazer Assad de volta ao cenário internacional. Na segunda,13, os Emirados Árabes Unidos, que lideram o movimento, enviaram seu chanceler à capital síria, Damasco, para se encontrar com Assad pela segunda vez no ano.

Na quarta, 15, os Emirados Árabes Unidos aumentaram sua doação para US$ 100 milhões (R$ 524,2 milhões) –um quarto de todo o apelo de emergência da ONU para a Síria.

Respondendo ao gesto, Assad ofereceu uma concessão rara, permitindo que os comboios da ONU usassem mais duas passagens na fronteira com a Turquia para enviar ajuda diretamente ao território controlado pela oposição pela primeira vez desde o início da guerra civil, há 12 anos.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, encontra-se com o presidente sírio, Bashar al-assad, em Damasco, em 15 de fevereiro de 2023 Foto: Presidência da Síria via Reuters

Ainda assim, além dos gestos e da boa vontade, pouco mudou para Assad –em particular as punitivas sanções americanas e europeias impostas devido à utilização de armas químicas contra civis sírios, a transferência forçada de pessoas em redutos da oposição e outros abusos.

Grandes terremotos podem ser perigosos para líderes contestados. No México em 1985 e também na Turquia em 1999, as respostas fracas dos governos a grandes terremotos aumentaram a raiva pública que levou a mudanças políticas, incluindo a ascensão do líder turco, o presidente Recep Tayyip Erdogan.

No mínimo, o terremoto de 6 de fevereiro expôs o estado lamentável da Síria sob Assad. Após uma década, o governo recuperou o controle de grande parte do território, graças a táticas impiedosas e à ajuda de aliados como Rússia e Irã. Grandes confrontos se tornaram raros na linha de frente. Mas isso deixou Assad no comando de um país sem dinheiro e fragmentado, apenas parcialmente sob seu governo.

Faixas no norte e leste da Síria são controladas por seus inimigos –rebeldes islâmicos, combatentes curdos e forças de oposição sírias apoiadas pela Turquia. Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem no país, perseguindo os remanescentes do grupo Estado Islâmico, cujo líder foi morto numa operação militar americana em fevereiro do ano passado (e cujo sucessor foi morto menos de nove meses depois).

Caminhões com mercadorias comerciais e ajuda humanitária esperando para cruzar a fronteira da Turquia para a Síria Foto: Nicole Tung/The New York Times

E a economia síria mergulhou de cabeça, pressionada pela escassez crônica de alimentos e combustível. Milhões de sírios fugiram para a Turquia, para outros países do Oriente Médio ou para a Europa; os que permaneceram estão exaustos.

Os dias seguintes ao terremoto destacaram a natureza relativa das vitórias de Assad. Enquanto as equipes de resgate internacionais inundavam a vizinha Turquia, apenas algumas delas conseguiram chegar à Síria. As ajudas enviadas pelo Irã e pela Rússia não foram suficientes, expondo os limites das alianças nas quais Assad havia confiado para se isolar da maior parte do mundo.

“A ideia de que a Rússia e o Irã viriam em socorro está se dissipando”, disse Dareen Khalifa, do Grupo de Crise Internacional. “Eles só vêm quando há uma batalha, não quando o sírio comum está lutando.”

Na Síria, o terremoto de magnitude 7,8 e um forte tremor secundário atingiram Idlib, a populosa província no noroeste controlada pela oposição que sofreu 80% das 5.500 mortes relatadas pela ONU até agora na Síria. O número de vítimas fatais na Turquia ultrapassou 36 mil.

Pessoas vasculhando os escombros de suas casas destruídas esta semana em Atarib, na província síria de Aleppo Foto: Emily Garthwaite/The New York Times

A cidade síria de Aleppo, no norte, era especialmente vulnerável a um terremoto porque muitos de seus prédios foram bombardeados pelas forças de Assad durante a guerra. Em dezembro passado, as autoridades anunciaram a demolição das 1.500 estruturas mais frágeis.

Nos dias após o terremoto, as equipes de resgate sírias alcançaram apenas 5% das áreas afetadas por falta de mão de obra e de equipamentos, disseram 35 grupos de ajuda em um comunicado. “A comunidade internacional falhou com a população síria por não reagir rápido o suficiente.”

Para os Emirados Árabes Unidos, os gestos na direção de Assad fazem parte de uma política externa às vezes contraditória na região, que também incluiu a normalização das relações com Israel. Outro apoiador proeminente é a Argélia, que pressionou para que a Síria fosse reintegrada à Liga Árabe.

Mas talvez a visão mais marcante desta semana tenha sido o avião de ajuda da Arábia Saudita que pousou em Aleppo, o primeiro em mais de uma década de guerra.

Tais movimentos decepcionam os sírios que querem que Assad seja julgado por seus crimes. “A posição da Síria como um estado pária não vai mudar drasticamente”, disse Khalifa, o analista.

Um pôster de al-Assad do lado de fora de um hospital em Hama, na Síria Foto: Louai Beshara/AFP

Mesmo entre os simpatizantes, a aceitação de Assad é vacilante. Alguns esperam reduzir a influência do Irã e da Turquia na Síria, dizem analistas. Para outros, é uma reação contra a pressão ocidental. Mas, principalmente, eles parecem movidos por uma fria “realpolitik” –um reconhecimento tácito de que o controle de Assad sobre o poder é forte, e é improvável que seja contestado tão cedo.

“Ninguém mais está tentando seriamente depor Assad”, disse Aron Lund, especialista em Síria da Century Foundation. “Eles estão apenas procurando os termos de sua integração e sobrevivência.”

Mais do que nunca, Assad precisa mostrar aos sírios que pode governar com mais do que só violência, disse Lund. “A sociedade síria está exausta. Sua estabilidade já estava ameaçada antes do terremoto, e agora as pessoas estão desesperadas”, disse ele. Isso não aponta necessariamente para uma mudança de regime. “Mas pode ficar confuso para Assad de um modo que será desconfortável para ele.”

Um forte terremoto na semana passada catapultou o ditador da Síria, Bashar al-Assad, para o centro das atenções globais, criando uma janela para ele retornar ao cenário global com a diplomacia do desastre.

Enquanto o número de mortos aumentava no tremor mais fatal da região em um século, Assad, há muito considerado um pária por bombardear e torturar sua própria população na guerra civil, recebia um fluxo constante de simpatia, ajuda e atenção de outros países.

Líderes árabes que o evitaram durante uma década lhe telefonaram. Altos funcionários da ONU estiveram em seu gabinete, oferecendo assistência e posando para fotos. Desembarcaram aviões carregados de ajuda de mais de uma dúzia de países –de aliados como Rússia, Irã e China, mas também da Arábia Saudita, que antes só tinha enviado ajuda aos rebeldes que tentam derrubar Assad.

Uma mulher chora enquanto recolhe seus pertences pessoais sobre os escombros de sua casa desabada no vilarejo de Yaylakonak, no distrito de Adiyaman, na Síria Foto: Bulent Kilic/AFP

“Sem dúvida, este é um bom momento para Assad”, disse Emile Hokayem, analista de Oriente Médio no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres. “Uma tragédia para os sírios é uma bênção para Assad, porque ninguém mais quer administrar essa confusão.”

Visitando as cidades devastadas pelo terremoto, Assad pôde pela primeira vez culpar a natureza pela destruição em seu país, não a guerra, enquanto atacava os inimigos que acusou de “politizar” a crise.

O desastre reforçou uma iniciativa moderada de alguns países árabes para trazer Assad de volta ao cenário internacional. Na segunda,13, os Emirados Árabes Unidos, que lideram o movimento, enviaram seu chanceler à capital síria, Damasco, para se encontrar com Assad pela segunda vez no ano.

Na quarta, 15, os Emirados Árabes Unidos aumentaram sua doação para US$ 100 milhões (R$ 524,2 milhões) –um quarto de todo o apelo de emergência da ONU para a Síria.

Respondendo ao gesto, Assad ofereceu uma concessão rara, permitindo que os comboios da ONU usassem mais duas passagens na fronteira com a Turquia para enviar ajuda diretamente ao território controlado pela oposição pela primeira vez desde o início da guerra civil, há 12 anos.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, encontra-se com o presidente sírio, Bashar al-assad, em Damasco, em 15 de fevereiro de 2023 Foto: Presidência da Síria via Reuters

Ainda assim, além dos gestos e da boa vontade, pouco mudou para Assad –em particular as punitivas sanções americanas e europeias impostas devido à utilização de armas químicas contra civis sírios, a transferência forçada de pessoas em redutos da oposição e outros abusos.

Grandes terremotos podem ser perigosos para líderes contestados. No México em 1985 e também na Turquia em 1999, as respostas fracas dos governos a grandes terremotos aumentaram a raiva pública que levou a mudanças políticas, incluindo a ascensão do líder turco, o presidente Recep Tayyip Erdogan.

No mínimo, o terremoto de 6 de fevereiro expôs o estado lamentável da Síria sob Assad. Após uma década, o governo recuperou o controle de grande parte do território, graças a táticas impiedosas e à ajuda de aliados como Rússia e Irã. Grandes confrontos se tornaram raros na linha de frente. Mas isso deixou Assad no comando de um país sem dinheiro e fragmentado, apenas parcialmente sob seu governo.

Faixas no norte e leste da Síria são controladas por seus inimigos –rebeldes islâmicos, combatentes curdos e forças de oposição sírias apoiadas pela Turquia. Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem no país, perseguindo os remanescentes do grupo Estado Islâmico, cujo líder foi morto numa operação militar americana em fevereiro do ano passado (e cujo sucessor foi morto menos de nove meses depois).

Caminhões com mercadorias comerciais e ajuda humanitária esperando para cruzar a fronteira da Turquia para a Síria Foto: Nicole Tung/The New York Times

E a economia síria mergulhou de cabeça, pressionada pela escassez crônica de alimentos e combustível. Milhões de sírios fugiram para a Turquia, para outros países do Oriente Médio ou para a Europa; os que permaneceram estão exaustos.

Os dias seguintes ao terremoto destacaram a natureza relativa das vitórias de Assad. Enquanto as equipes de resgate internacionais inundavam a vizinha Turquia, apenas algumas delas conseguiram chegar à Síria. As ajudas enviadas pelo Irã e pela Rússia não foram suficientes, expondo os limites das alianças nas quais Assad havia confiado para se isolar da maior parte do mundo.

“A ideia de que a Rússia e o Irã viriam em socorro está se dissipando”, disse Dareen Khalifa, do Grupo de Crise Internacional. “Eles só vêm quando há uma batalha, não quando o sírio comum está lutando.”

Na Síria, o terremoto de magnitude 7,8 e um forte tremor secundário atingiram Idlib, a populosa província no noroeste controlada pela oposição que sofreu 80% das 5.500 mortes relatadas pela ONU até agora na Síria. O número de vítimas fatais na Turquia ultrapassou 36 mil.

Pessoas vasculhando os escombros de suas casas destruídas esta semana em Atarib, na província síria de Aleppo Foto: Emily Garthwaite/The New York Times

A cidade síria de Aleppo, no norte, era especialmente vulnerável a um terremoto porque muitos de seus prédios foram bombardeados pelas forças de Assad durante a guerra. Em dezembro passado, as autoridades anunciaram a demolição das 1.500 estruturas mais frágeis.

Nos dias após o terremoto, as equipes de resgate sírias alcançaram apenas 5% das áreas afetadas por falta de mão de obra e de equipamentos, disseram 35 grupos de ajuda em um comunicado. “A comunidade internacional falhou com a população síria por não reagir rápido o suficiente.”

Para os Emirados Árabes Unidos, os gestos na direção de Assad fazem parte de uma política externa às vezes contraditória na região, que também incluiu a normalização das relações com Israel. Outro apoiador proeminente é a Argélia, que pressionou para que a Síria fosse reintegrada à Liga Árabe.

Mas talvez a visão mais marcante desta semana tenha sido o avião de ajuda da Arábia Saudita que pousou em Aleppo, o primeiro em mais de uma década de guerra.

Tais movimentos decepcionam os sírios que querem que Assad seja julgado por seus crimes. “A posição da Síria como um estado pária não vai mudar drasticamente”, disse Khalifa, o analista.

Um pôster de al-Assad do lado de fora de um hospital em Hama, na Síria Foto: Louai Beshara/AFP

Mesmo entre os simpatizantes, a aceitação de Assad é vacilante. Alguns esperam reduzir a influência do Irã e da Turquia na Síria, dizem analistas. Para outros, é uma reação contra a pressão ocidental. Mas, principalmente, eles parecem movidos por uma fria “realpolitik” –um reconhecimento tácito de que o controle de Assad sobre o poder é forte, e é improvável que seja contestado tão cedo.

“Ninguém mais está tentando seriamente depor Assad”, disse Aron Lund, especialista em Síria da Century Foundation. “Eles estão apenas procurando os termos de sua integração e sobrevivência.”

Mais do que nunca, Assad precisa mostrar aos sírios que pode governar com mais do que só violência, disse Lund. “A sociedade síria está exausta. Sua estabilidade já estava ameaçada antes do terremoto, e agora as pessoas estão desesperadas”, disse ele. Isso não aponta necessariamente para uma mudança de regime. “Mas pode ficar confuso para Assad de um modo que será desconfortável para ele.”

Um forte terremoto na semana passada catapultou o ditador da Síria, Bashar al-Assad, para o centro das atenções globais, criando uma janela para ele retornar ao cenário global com a diplomacia do desastre.

Enquanto o número de mortos aumentava no tremor mais fatal da região em um século, Assad, há muito considerado um pária por bombardear e torturar sua própria população na guerra civil, recebia um fluxo constante de simpatia, ajuda e atenção de outros países.

Líderes árabes que o evitaram durante uma década lhe telefonaram. Altos funcionários da ONU estiveram em seu gabinete, oferecendo assistência e posando para fotos. Desembarcaram aviões carregados de ajuda de mais de uma dúzia de países –de aliados como Rússia, Irã e China, mas também da Arábia Saudita, que antes só tinha enviado ajuda aos rebeldes que tentam derrubar Assad.

Uma mulher chora enquanto recolhe seus pertences pessoais sobre os escombros de sua casa desabada no vilarejo de Yaylakonak, no distrito de Adiyaman, na Síria Foto: Bulent Kilic/AFP

“Sem dúvida, este é um bom momento para Assad”, disse Emile Hokayem, analista de Oriente Médio no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres. “Uma tragédia para os sírios é uma bênção para Assad, porque ninguém mais quer administrar essa confusão.”

Visitando as cidades devastadas pelo terremoto, Assad pôde pela primeira vez culpar a natureza pela destruição em seu país, não a guerra, enquanto atacava os inimigos que acusou de “politizar” a crise.

O desastre reforçou uma iniciativa moderada de alguns países árabes para trazer Assad de volta ao cenário internacional. Na segunda,13, os Emirados Árabes Unidos, que lideram o movimento, enviaram seu chanceler à capital síria, Damasco, para se encontrar com Assad pela segunda vez no ano.

Na quarta, 15, os Emirados Árabes Unidos aumentaram sua doação para US$ 100 milhões (R$ 524,2 milhões) –um quarto de todo o apelo de emergência da ONU para a Síria.

Respondendo ao gesto, Assad ofereceu uma concessão rara, permitindo que os comboios da ONU usassem mais duas passagens na fronteira com a Turquia para enviar ajuda diretamente ao território controlado pela oposição pela primeira vez desde o início da guerra civil, há 12 anos.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, encontra-se com o presidente sírio, Bashar al-assad, em Damasco, em 15 de fevereiro de 2023 Foto: Presidência da Síria via Reuters

Ainda assim, além dos gestos e da boa vontade, pouco mudou para Assad –em particular as punitivas sanções americanas e europeias impostas devido à utilização de armas químicas contra civis sírios, a transferência forçada de pessoas em redutos da oposição e outros abusos.

Grandes terremotos podem ser perigosos para líderes contestados. No México em 1985 e também na Turquia em 1999, as respostas fracas dos governos a grandes terremotos aumentaram a raiva pública que levou a mudanças políticas, incluindo a ascensão do líder turco, o presidente Recep Tayyip Erdogan.

No mínimo, o terremoto de 6 de fevereiro expôs o estado lamentável da Síria sob Assad. Após uma década, o governo recuperou o controle de grande parte do território, graças a táticas impiedosas e à ajuda de aliados como Rússia e Irã. Grandes confrontos se tornaram raros na linha de frente. Mas isso deixou Assad no comando de um país sem dinheiro e fragmentado, apenas parcialmente sob seu governo.

Faixas no norte e leste da Síria são controladas por seus inimigos –rebeldes islâmicos, combatentes curdos e forças de oposição sírias apoiadas pela Turquia. Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem no país, perseguindo os remanescentes do grupo Estado Islâmico, cujo líder foi morto numa operação militar americana em fevereiro do ano passado (e cujo sucessor foi morto menos de nove meses depois).

Caminhões com mercadorias comerciais e ajuda humanitária esperando para cruzar a fronteira da Turquia para a Síria Foto: Nicole Tung/The New York Times

E a economia síria mergulhou de cabeça, pressionada pela escassez crônica de alimentos e combustível. Milhões de sírios fugiram para a Turquia, para outros países do Oriente Médio ou para a Europa; os que permaneceram estão exaustos.

Os dias seguintes ao terremoto destacaram a natureza relativa das vitórias de Assad. Enquanto as equipes de resgate internacionais inundavam a vizinha Turquia, apenas algumas delas conseguiram chegar à Síria. As ajudas enviadas pelo Irã e pela Rússia não foram suficientes, expondo os limites das alianças nas quais Assad havia confiado para se isolar da maior parte do mundo.

“A ideia de que a Rússia e o Irã viriam em socorro está se dissipando”, disse Dareen Khalifa, do Grupo de Crise Internacional. “Eles só vêm quando há uma batalha, não quando o sírio comum está lutando.”

Na Síria, o terremoto de magnitude 7,8 e um forte tremor secundário atingiram Idlib, a populosa província no noroeste controlada pela oposição que sofreu 80% das 5.500 mortes relatadas pela ONU até agora na Síria. O número de vítimas fatais na Turquia ultrapassou 36 mil.

Pessoas vasculhando os escombros de suas casas destruídas esta semana em Atarib, na província síria de Aleppo Foto: Emily Garthwaite/The New York Times

A cidade síria de Aleppo, no norte, era especialmente vulnerável a um terremoto porque muitos de seus prédios foram bombardeados pelas forças de Assad durante a guerra. Em dezembro passado, as autoridades anunciaram a demolição das 1.500 estruturas mais frágeis.

Nos dias após o terremoto, as equipes de resgate sírias alcançaram apenas 5% das áreas afetadas por falta de mão de obra e de equipamentos, disseram 35 grupos de ajuda em um comunicado. “A comunidade internacional falhou com a população síria por não reagir rápido o suficiente.”

Para os Emirados Árabes Unidos, os gestos na direção de Assad fazem parte de uma política externa às vezes contraditória na região, que também incluiu a normalização das relações com Israel. Outro apoiador proeminente é a Argélia, que pressionou para que a Síria fosse reintegrada à Liga Árabe.

Mas talvez a visão mais marcante desta semana tenha sido o avião de ajuda da Arábia Saudita que pousou em Aleppo, o primeiro em mais de uma década de guerra.

Tais movimentos decepcionam os sírios que querem que Assad seja julgado por seus crimes. “A posição da Síria como um estado pária não vai mudar drasticamente”, disse Khalifa, o analista.

Um pôster de al-Assad do lado de fora de um hospital em Hama, na Síria Foto: Louai Beshara/AFP

Mesmo entre os simpatizantes, a aceitação de Assad é vacilante. Alguns esperam reduzir a influência do Irã e da Turquia na Síria, dizem analistas. Para outros, é uma reação contra a pressão ocidental. Mas, principalmente, eles parecem movidos por uma fria “realpolitik” –um reconhecimento tácito de que o controle de Assad sobre o poder é forte, e é improvável que seja contestado tão cedo.

“Ninguém mais está tentando seriamente depor Assad”, disse Aron Lund, especialista em Síria da Century Foundation. “Eles estão apenas procurando os termos de sua integração e sobrevivência.”

Mais do que nunca, Assad precisa mostrar aos sírios que pode governar com mais do que só violência, disse Lund. “A sociedade síria está exausta. Sua estabilidade já estava ameaçada antes do terremoto, e agora as pessoas estão desesperadas”, disse ele. Isso não aponta necessariamente para uma mudança de regime. “Mas pode ficar confuso para Assad de um modo que será desconfortável para ele.”

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