Rússia avança para o leste da Ucrânia, e ataque deixa 50 civis mortos


Autoridades locais apontam que dois mísseis atingiram a parada em Kramatorsk, na região separatista de Donetsk, que era usada para fuga de civis; ataques na região devem se intensificar nos próximos dias

Por Redação
Atualização:

KIEV — Uma estação de trem foi alvo de um ataque com mísseis em Kramatorsk, no Leste da Ucrânia, nesta sexta-feira, 8. A empresa ferroviária estatal ucraniana estima que ao menos 50 pessoas morreram e outras 98 ficaram feridas no local.

O ataque aconteceu no momento em que autoridades ucranianas das regiões localizadas no leste pedem que os civis se retirem das cidades o quanto antes. Os pedidos são motivados pela nova estratégia russa - anunciada pelo próprio país e observada pela inteligência ucraniana e internacional - de focar os ataques na região de Donbas, exatamente no leste.

As tropas russas estão a caminho da região e começam a intensificar os ataques. Nesta semana, tanques de combustível ucranianos que serviam para abastecer as forças armadas do país foram alvos de bombardeios russos nas cidades de de Mikolaiv, Dnipropetrovsk e Luhansk, no sul e no leste ucraniano. O exército ucraniano se prepara para a ofensiva.

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Kramatorsk fica na região de Donetsk, onde há separatistas russos que apoiam a invasão militar iniciada em 24 de fevereiro. A estação, segundo o governo da Ucrânia, era usada para retirada de civis da região.

Policiai ucraniano observa os corpos de vítimas do ataque na estação de trem de Kramatorsk, no leste da Ucrânia; loca era usado para fuga de civis  Foto: Fadel Senna / AFP

O número de mortos inicial no ataque à estação era de 39, mas o governador da região, Pavlo Kirilenko, atualizou a informação para 50 mortos, dos quais 12 morreram no hospital. Entre os feridos, estão ao menos 16 crianças.

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Questionado pela Reuters, o prefeito da cidade disse que havia cerca de 4 mil pessoas no local. A maioria era de idosos, mulheres e crianças. Por meio da agência de notícias RIA, o Ministério da Defesa da Rússia negou a autoria do ataque.

Kirilenko compartilhou em seu canal no Telegram que a polícia e equipes de resgate estão na estação e que aos menos dois mísseis atingiram o local onde “havia milhares de pessoas” tentando fugir para regiões mais seguras. Kirilenko também afirmou que muitos dos feridos perderam membros e precisam ser operados.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski afirmou que o ataque foi deliberado contra os civis, com o uso de um míssil balístico de curto alcance (Tochka U). Em uma videochamada com parlamentares da Finlândia, Zelenski disse que não havia tropas ucranianas no local na hora do ataque.

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“Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, as tropas russas estão destruindo cinicamente a população civil”, disse Zelenski em um comunicado. “Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar.”

Nesta quinta-feira, a Reuters informou que três trens que transportavam ucranianos foram bloqueados na mesma região após um ataque aéreo na linha.

Destroços de um foguete com letras em círilico com os dizeres "pelas nossas crianças" no chão da estação de trem após o ataque Kramatorsk  Foto: Anatolii Stepanov / AFP
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O ataque põe em risco uma operação médica de retirada de pacientes ucranianos da região leste, que passou a ser foco da Rússia na guerra. A operação está planejada para este mês pela organização Médico Sem Fronteiras (MsF) com a utilização de trens para fazer o transporte dos pacientes para o oeste. “É uma grande questão se seremos capazes de voltar retirar mais pessoas”, disse o coordenador do serviço de emergência da MSF, Christopher Stokes.

Avanço para o leste

Em sua primeira estratégia de guerra, cuja intenção era tomar o poder em Kiev, o desempenho das forças russas foi considerado ruim por analistas. A Ucrânia conseguiu resistir durante 30 dias e enfraqueceu os invasores. As perdas russas foram reconhecidas pelo próprio porta-voz de Moscou, Dmitri Peskov, nesta quinta-feira, 7. “Temos perdas significativas de tropas e é uma grande tragédia para nós”, disse Peskov ao canal britânico Sky News.

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Segundo Moscou, o foco agora é “libertar” das mãos da Ucrânia a região de Donbas, formada por duas províncias do sudeste parcialmente controladas por separatistas apoiados pela Rússia desde 2014. A situação seria semelhante à anexação da Crimeia.

Segundo os analistas de guerra, se concentrar em Donbas tem múltiplas vantagens para a Rússia. As tropas já fizeram progressos na tomada de território na região. Além disso, o país pode manter esse território sem as longas e expostas linhas de suprimentos que a Ucrânia atacou com sucesso em outros lugares.

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Uma batalha sobre Donbas também dá à Rússia a oportunidade de cercar e destruir uma grande parte das forças armadas da Ucrânia. Mais de um terço de todas as tropas ucranianas podem estar na região, lutando contra os separatistas e os militares russos.

O país liderado por Vladimir Putin parece estar prestes a criar tal cerco em torno dessas tropas ucranianas, vindas tanto do leste quanto do sul. Especialistas se referem a esse progresso russo como uma “ponte terrestre” da Crimeia à Donbas - como um cinturão sob domínio russo.

Especialistas afirmam que se a Ucrânia perder esse território, o governo ucraniano ficaria cortado de um grande número de seus cidadãos e de recursos economicamente importantes de carvão e gás natural no leste. Muitas partes do centro da Ucrânia ficariam vulneráveis a ataques russos.

Líderes políticos condenam ataque

Após o ataque, líderes políticos europeus deram declarações de repúdio. O alto representante da União Europeia para relações exteriores e política de segurança, Josep Borrell, disse que se tratou de uma nova tentativa de fechar rotas de fuga para aqueles que fogem da guerra. ”Condeno veemente este ataque”, escreveu no Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está “chocada” e chamou o ataque de “desprezível”.

Borrell e von der Leyen se reunirão com o presidente Volodmir Zelenski em Kiev nesta sexta-feira, 8.

Outros líderes também se pronunciaram. A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, chamou o ataque de crime de guerra cometido pela Rússia. “Vamos responsabilizar a Rússia e Putin”, declarou no Twitter.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que é preciso agir com mais sanções e mais armas para a Ucrânia.

Negociações entre Rússia e Ucrânia

Depois de concordar em reduzir a ofensiva em Kiev e arredores, a Rússia está reagrupando forças de várias partes da Ucrânia para retomar com mais vigor a campanha no Leste do país.

Nesta quinta-feira, o governo de Vladimir Putin lançou acusações contra a delegação diplomática do governo ucraniano, alegando que Kiev alterou sua posição sobre cláusulas previamente acordadas.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que Kiev apresentou um novo esboço de um tratado na quarta-feira no qual cláusulas sobre quais já havia consenso sofreram alterações.

Detalhe do corpo de uma das vítimas do ataque russo a uma estação de trem usada paa fuga de civis em Kramatorsk, na Ucrânia  Foto: Fadel Senna / AFP

Segundo Lavrov, na semana passada Kiev concordou inicialmente que as garantias de segurança que seriam dadas à Ucrânia por um grupo de países não se aplicariam à Península da Crimeia, anexada militarmente pela Rússia em 2014.

Disse, também, que qualquer exercício militar poderia ser realizado pela Ucrânia apenas com o consentimento de todos os países garantidores, incluindo a Rússia. Segundo o chanceler russo, no entanto, no novo projeto de documento este parágrafo é substituído pela necessidade de obter o consentimento da maioria dos países garantidores.

As acusações acontecem em um contexto de esfriamento das negociações, após as descobertas de corpos abandonados com indícios de execução em ruas de cidades que a Rússia ocupava, como Bucha, nos arredores de Kiev. /AP, REUTERS, NYT e AFP

KIEV — Uma estação de trem foi alvo de um ataque com mísseis em Kramatorsk, no Leste da Ucrânia, nesta sexta-feira, 8. A empresa ferroviária estatal ucraniana estima que ao menos 50 pessoas morreram e outras 98 ficaram feridas no local.

O ataque aconteceu no momento em que autoridades ucranianas das regiões localizadas no leste pedem que os civis se retirem das cidades o quanto antes. Os pedidos são motivados pela nova estratégia russa - anunciada pelo próprio país e observada pela inteligência ucraniana e internacional - de focar os ataques na região de Donbas, exatamente no leste.

As tropas russas estão a caminho da região e começam a intensificar os ataques. Nesta semana, tanques de combustível ucranianos que serviam para abastecer as forças armadas do país foram alvos de bombardeios russos nas cidades de de Mikolaiv, Dnipropetrovsk e Luhansk, no sul e no leste ucraniano. O exército ucraniano se prepara para a ofensiva.

Kramatorsk fica na região de Donetsk, onde há separatistas russos que apoiam a invasão militar iniciada em 24 de fevereiro. A estação, segundo o governo da Ucrânia, era usada para retirada de civis da região.

Policiai ucraniano observa os corpos de vítimas do ataque na estação de trem de Kramatorsk, no leste da Ucrânia; loca era usado para fuga de civis  Foto: Fadel Senna / AFP

O número de mortos inicial no ataque à estação era de 39, mas o governador da região, Pavlo Kirilenko, atualizou a informação para 50 mortos, dos quais 12 morreram no hospital. Entre os feridos, estão ao menos 16 crianças.

Questionado pela Reuters, o prefeito da cidade disse que havia cerca de 4 mil pessoas no local. A maioria era de idosos, mulheres e crianças. Por meio da agência de notícias RIA, o Ministério da Defesa da Rússia negou a autoria do ataque.

Kirilenko compartilhou em seu canal no Telegram que a polícia e equipes de resgate estão na estação e que aos menos dois mísseis atingiram o local onde “havia milhares de pessoas” tentando fugir para regiões mais seguras. Kirilenko também afirmou que muitos dos feridos perderam membros e precisam ser operados.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski afirmou que o ataque foi deliberado contra os civis, com o uso de um míssil balístico de curto alcance (Tochka U). Em uma videochamada com parlamentares da Finlândia, Zelenski disse que não havia tropas ucranianas no local na hora do ataque.

“Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, as tropas russas estão destruindo cinicamente a população civil”, disse Zelenski em um comunicado. “Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar.”

Nesta quinta-feira, a Reuters informou que três trens que transportavam ucranianos foram bloqueados na mesma região após um ataque aéreo na linha.

Destroços de um foguete com letras em círilico com os dizeres "pelas nossas crianças" no chão da estação de trem após o ataque Kramatorsk  Foto: Anatolii Stepanov / AFP

O ataque põe em risco uma operação médica de retirada de pacientes ucranianos da região leste, que passou a ser foco da Rússia na guerra. A operação está planejada para este mês pela organização Médico Sem Fronteiras (MsF) com a utilização de trens para fazer o transporte dos pacientes para o oeste. “É uma grande questão se seremos capazes de voltar retirar mais pessoas”, disse o coordenador do serviço de emergência da MSF, Christopher Stokes.

Avanço para o leste

Em sua primeira estratégia de guerra, cuja intenção era tomar o poder em Kiev, o desempenho das forças russas foi considerado ruim por analistas. A Ucrânia conseguiu resistir durante 30 dias e enfraqueceu os invasores. As perdas russas foram reconhecidas pelo próprio porta-voz de Moscou, Dmitri Peskov, nesta quinta-feira, 7. “Temos perdas significativas de tropas e é uma grande tragédia para nós”, disse Peskov ao canal britânico Sky News.

Segundo Moscou, o foco agora é “libertar” das mãos da Ucrânia a região de Donbas, formada por duas províncias do sudeste parcialmente controladas por separatistas apoiados pela Rússia desde 2014. A situação seria semelhante à anexação da Crimeia.

Segundo os analistas de guerra, se concentrar em Donbas tem múltiplas vantagens para a Rússia. As tropas já fizeram progressos na tomada de território na região. Além disso, o país pode manter esse território sem as longas e expostas linhas de suprimentos que a Ucrânia atacou com sucesso em outros lugares.

Uma batalha sobre Donbas também dá à Rússia a oportunidade de cercar e destruir uma grande parte das forças armadas da Ucrânia. Mais de um terço de todas as tropas ucranianas podem estar na região, lutando contra os separatistas e os militares russos.

O país liderado por Vladimir Putin parece estar prestes a criar tal cerco em torno dessas tropas ucranianas, vindas tanto do leste quanto do sul. Especialistas se referem a esse progresso russo como uma “ponte terrestre” da Crimeia à Donbas - como um cinturão sob domínio russo.

Especialistas afirmam que se a Ucrânia perder esse território, o governo ucraniano ficaria cortado de um grande número de seus cidadãos e de recursos economicamente importantes de carvão e gás natural no leste. Muitas partes do centro da Ucrânia ficariam vulneráveis a ataques russos.

Líderes políticos condenam ataque

Após o ataque, líderes políticos europeus deram declarações de repúdio. O alto representante da União Europeia para relações exteriores e política de segurança, Josep Borrell, disse que se tratou de uma nova tentativa de fechar rotas de fuga para aqueles que fogem da guerra. ”Condeno veemente este ataque”, escreveu no Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está “chocada” e chamou o ataque de “desprezível”.

Borrell e von der Leyen se reunirão com o presidente Volodmir Zelenski em Kiev nesta sexta-feira, 8.

Outros líderes também se pronunciaram. A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, chamou o ataque de crime de guerra cometido pela Rússia. “Vamos responsabilizar a Rússia e Putin”, declarou no Twitter.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que é preciso agir com mais sanções e mais armas para a Ucrânia.

Negociações entre Rússia e Ucrânia

Depois de concordar em reduzir a ofensiva em Kiev e arredores, a Rússia está reagrupando forças de várias partes da Ucrânia para retomar com mais vigor a campanha no Leste do país.

Nesta quinta-feira, o governo de Vladimir Putin lançou acusações contra a delegação diplomática do governo ucraniano, alegando que Kiev alterou sua posição sobre cláusulas previamente acordadas.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que Kiev apresentou um novo esboço de um tratado na quarta-feira no qual cláusulas sobre quais já havia consenso sofreram alterações.

Detalhe do corpo de uma das vítimas do ataque russo a uma estação de trem usada paa fuga de civis em Kramatorsk, na Ucrânia  Foto: Fadel Senna / AFP

Segundo Lavrov, na semana passada Kiev concordou inicialmente que as garantias de segurança que seriam dadas à Ucrânia por um grupo de países não se aplicariam à Península da Crimeia, anexada militarmente pela Rússia em 2014.

Disse, também, que qualquer exercício militar poderia ser realizado pela Ucrânia apenas com o consentimento de todos os países garantidores, incluindo a Rússia. Segundo o chanceler russo, no entanto, no novo projeto de documento este parágrafo é substituído pela necessidade de obter o consentimento da maioria dos países garantidores.

As acusações acontecem em um contexto de esfriamento das negociações, após as descobertas de corpos abandonados com indícios de execução em ruas de cidades que a Rússia ocupava, como Bucha, nos arredores de Kiev. /AP, REUTERS, NYT e AFP

KIEV — Uma estação de trem foi alvo de um ataque com mísseis em Kramatorsk, no Leste da Ucrânia, nesta sexta-feira, 8. A empresa ferroviária estatal ucraniana estima que ao menos 50 pessoas morreram e outras 98 ficaram feridas no local.

O ataque aconteceu no momento em que autoridades ucranianas das regiões localizadas no leste pedem que os civis se retirem das cidades o quanto antes. Os pedidos são motivados pela nova estratégia russa - anunciada pelo próprio país e observada pela inteligência ucraniana e internacional - de focar os ataques na região de Donbas, exatamente no leste.

As tropas russas estão a caminho da região e começam a intensificar os ataques. Nesta semana, tanques de combustível ucranianos que serviam para abastecer as forças armadas do país foram alvos de bombardeios russos nas cidades de de Mikolaiv, Dnipropetrovsk e Luhansk, no sul e no leste ucraniano. O exército ucraniano se prepara para a ofensiva.

Kramatorsk fica na região de Donetsk, onde há separatistas russos que apoiam a invasão militar iniciada em 24 de fevereiro. A estação, segundo o governo da Ucrânia, era usada para retirada de civis da região.

Policiai ucraniano observa os corpos de vítimas do ataque na estação de trem de Kramatorsk, no leste da Ucrânia; loca era usado para fuga de civis  Foto: Fadel Senna / AFP

O número de mortos inicial no ataque à estação era de 39, mas o governador da região, Pavlo Kirilenko, atualizou a informação para 50 mortos, dos quais 12 morreram no hospital. Entre os feridos, estão ao menos 16 crianças.

Questionado pela Reuters, o prefeito da cidade disse que havia cerca de 4 mil pessoas no local. A maioria era de idosos, mulheres e crianças. Por meio da agência de notícias RIA, o Ministério da Defesa da Rússia negou a autoria do ataque.

Kirilenko compartilhou em seu canal no Telegram que a polícia e equipes de resgate estão na estação e que aos menos dois mísseis atingiram o local onde “havia milhares de pessoas” tentando fugir para regiões mais seguras. Kirilenko também afirmou que muitos dos feridos perderam membros e precisam ser operados.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski afirmou que o ataque foi deliberado contra os civis, com o uso de um míssil balístico de curto alcance (Tochka U). Em uma videochamada com parlamentares da Finlândia, Zelenski disse que não havia tropas ucranianas no local na hora do ataque.

“Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, as tropas russas estão destruindo cinicamente a população civil”, disse Zelenski em um comunicado. “Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar.”

Nesta quinta-feira, a Reuters informou que três trens que transportavam ucranianos foram bloqueados na mesma região após um ataque aéreo na linha.

Destroços de um foguete com letras em círilico com os dizeres "pelas nossas crianças" no chão da estação de trem após o ataque Kramatorsk  Foto: Anatolii Stepanov / AFP

O ataque põe em risco uma operação médica de retirada de pacientes ucranianos da região leste, que passou a ser foco da Rússia na guerra. A operação está planejada para este mês pela organização Médico Sem Fronteiras (MsF) com a utilização de trens para fazer o transporte dos pacientes para o oeste. “É uma grande questão se seremos capazes de voltar retirar mais pessoas”, disse o coordenador do serviço de emergência da MSF, Christopher Stokes.

Avanço para o leste

Em sua primeira estratégia de guerra, cuja intenção era tomar o poder em Kiev, o desempenho das forças russas foi considerado ruim por analistas. A Ucrânia conseguiu resistir durante 30 dias e enfraqueceu os invasores. As perdas russas foram reconhecidas pelo próprio porta-voz de Moscou, Dmitri Peskov, nesta quinta-feira, 7. “Temos perdas significativas de tropas e é uma grande tragédia para nós”, disse Peskov ao canal britânico Sky News.

Segundo Moscou, o foco agora é “libertar” das mãos da Ucrânia a região de Donbas, formada por duas províncias do sudeste parcialmente controladas por separatistas apoiados pela Rússia desde 2014. A situação seria semelhante à anexação da Crimeia.

Segundo os analistas de guerra, se concentrar em Donbas tem múltiplas vantagens para a Rússia. As tropas já fizeram progressos na tomada de território na região. Além disso, o país pode manter esse território sem as longas e expostas linhas de suprimentos que a Ucrânia atacou com sucesso em outros lugares.

Uma batalha sobre Donbas também dá à Rússia a oportunidade de cercar e destruir uma grande parte das forças armadas da Ucrânia. Mais de um terço de todas as tropas ucranianas podem estar na região, lutando contra os separatistas e os militares russos.

O país liderado por Vladimir Putin parece estar prestes a criar tal cerco em torno dessas tropas ucranianas, vindas tanto do leste quanto do sul. Especialistas se referem a esse progresso russo como uma “ponte terrestre” da Crimeia à Donbas - como um cinturão sob domínio russo.

Especialistas afirmam que se a Ucrânia perder esse território, o governo ucraniano ficaria cortado de um grande número de seus cidadãos e de recursos economicamente importantes de carvão e gás natural no leste. Muitas partes do centro da Ucrânia ficariam vulneráveis a ataques russos.

Líderes políticos condenam ataque

Após o ataque, líderes políticos europeus deram declarações de repúdio. O alto representante da União Europeia para relações exteriores e política de segurança, Josep Borrell, disse que se tratou de uma nova tentativa de fechar rotas de fuga para aqueles que fogem da guerra. ”Condeno veemente este ataque”, escreveu no Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está “chocada” e chamou o ataque de “desprezível”.

Borrell e von der Leyen se reunirão com o presidente Volodmir Zelenski em Kiev nesta sexta-feira, 8.

Outros líderes também se pronunciaram. A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, chamou o ataque de crime de guerra cometido pela Rússia. “Vamos responsabilizar a Rússia e Putin”, declarou no Twitter.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que é preciso agir com mais sanções e mais armas para a Ucrânia.

Negociações entre Rússia e Ucrânia

Depois de concordar em reduzir a ofensiva em Kiev e arredores, a Rússia está reagrupando forças de várias partes da Ucrânia para retomar com mais vigor a campanha no Leste do país.

Nesta quinta-feira, o governo de Vladimir Putin lançou acusações contra a delegação diplomática do governo ucraniano, alegando que Kiev alterou sua posição sobre cláusulas previamente acordadas.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que Kiev apresentou um novo esboço de um tratado na quarta-feira no qual cláusulas sobre quais já havia consenso sofreram alterações.

Detalhe do corpo de uma das vítimas do ataque russo a uma estação de trem usada paa fuga de civis em Kramatorsk, na Ucrânia  Foto: Fadel Senna / AFP

Segundo Lavrov, na semana passada Kiev concordou inicialmente que as garantias de segurança que seriam dadas à Ucrânia por um grupo de países não se aplicariam à Península da Crimeia, anexada militarmente pela Rússia em 2014.

Disse, também, que qualquer exercício militar poderia ser realizado pela Ucrânia apenas com o consentimento de todos os países garantidores, incluindo a Rússia. Segundo o chanceler russo, no entanto, no novo projeto de documento este parágrafo é substituído pela necessidade de obter o consentimento da maioria dos países garantidores.

As acusações acontecem em um contexto de esfriamento das negociações, após as descobertas de corpos abandonados com indícios de execução em ruas de cidades que a Rússia ocupava, como Bucha, nos arredores de Kiev. /AP, REUTERS, NYT e AFP

KIEV — Uma estação de trem foi alvo de um ataque com mísseis em Kramatorsk, no Leste da Ucrânia, nesta sexta-feira, 8. A empresa ferroviária estatal ucraniana estima que ao menos 50 pessoas morreram e outras 98 ficaram feridas no local.

O ataque aconteceu no momento em que autoridades ucranianas das regiões localizadas no leste pedem que os civis se retirem das cidades o quanto antes. Os pedidos são motivados pela nova estratégia russa - anunciada pelo próprio país e observada pela inteligência ucraniana e internacional - de focar os ataques na região de Donbas, exatamente no leste.

As tropas russas estão a caminho da região e começam a intensificar os ataques. Nesta semana, tanques de combustível ucranianos que serviam para abastecer as forças armadas do país foram alvos de bombardeios russos nas cidades de de Mikolaiv, Dnipropetrovsk e Luhansk, no sul e no leste ucraniano. O exército ucraniano se prepara para a ofensiva.

Kramatorsk fica na região de Donetsk, onde há separatistas russos que apoiam a invasão militar iniciada em 24 de fevereiro. A estação, segundo o governo da Ucrânia, era usada para retirada de civis da região.

Policiai ucraniano observa os corpos de vítimas do ataque na estação de trem de Kramatorsk, no leste da Ucrânia; loca era usado para fuga de civis  Foto: Fadel Senna / AFP

O número de mortos inicial no ataque à estação era de 39, mas o governador da região, Pavlo Kirilenko, atualizou a informação para 50 mortos, dos quais 12 morreram no hospital. Entre os feridos, estão ao menos 16 crianças.

Questionado pela Reuters, o prefeito da cidade disse que havia cerca de 4 mil pessoas no local. A maioria era de idosos, mulheres e crianças. Por meio da agência de notícias RIA, o Ministério da Defesa da Rússia negou a autoria do ataque.

Kirilenko compartilhou em seu canal no Telegram que a polícia e equipes de resgate estão na estação e que aos menos dois mísseis atingiram o local onde “havia milhares de pessoas” tentando fugir para regiões mais seguras. Kirilenko também afirmou que muitos dos feridos perderam membros e precisam ser operados.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski afirmou que o ataque foi deliberado contra os civis, com o uso de um míssil balístico de curto alcance (Tochka U). Em uma videochamada com parlamentares da Finlândia, Zelenski disse que não havia tropas ucranianas no local na hora do ataque.

“Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, as tropas russas estão destruindo cinicamente a população civil”, disse Zelenski em um comunicado. “Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar.”

Nesta quinta-feira, a Reuters informou que três trens que transportavam ucranianos foram bloqueados na mesma região após um ataque aéreo na linha.

Destroços de um foguete com letras em círilico com os dizeres "pelas nossas crianças" no chão da estação de trem após o ataque Kramatorsk  Foto: Anatolii Stepanov / AFP

O ataque põe em risco uma operação médica de retirada de pacientes ucranianos da região leste, que passou a ser foco da Rússia na guerra. A operação está planejada para este mês pela organização Médico Sem Fronteiras (MsF) com a utilização de trens para fazer o transporte dos pacientes para o oeste. “É uma grande questão se seremos capazes de voltar retirar mais pessoas”, disse o coordenador do serviço de emergência da MSF, Christopher Stokes.

Avanço para o leste

Em sua primeira estratégia de guerra, cuja intenção era tomar o poder em Kiev, o desempenho das forças russas foi considerado ruim por analistas. A Ucrânia conseguiu resistir durante 30 dias e enfraqueceu os invasores. As perdas russas foram reconhecidas pelo próprio porta-voz de Moscou, Dmitri Peskov, nesta quinta-feira, 7. “Temos perdas significativas de tropas e é uma grande tragédia para nós”, disse Peskov ao canal britânico Sky News.

Segundo Moscou, o foco agora é “libertar” das mãos da Ucrânia a região de Donbas, formada por duas províncias do sudeste parcialmente controladas por separatistas apoiados pela Rússia desde 2014. A situação seria semelhante à anexação da Crimeia.

Segundo os analistas de guerra, se concentrar em Donbas tem múltiplas vantagens para a Rússia. As tropas já fizeram progressos na tomada de território na região. Além disso, o país pode manter esse território sem as longas e expostas linhas de suprimentos que a Ucrânia atacou com sucesso em outros lugares.

Uma batalha sobre Donbas também dá à Rússia a oportunidade de cercar e destruir uma grande parte das forças armadas da Ucrânia. Mais de um terço de todas as tropas ucranianas podem estar na região, lutando contra os separatistas e os militares russos.

O país liderado por Vladimir Putin parece estar prestes a criar tal cerco em torno dessas tropas ucranianas, vindas tanto do leste quanto do sul. Especialistas se referem a esse progresso russo como uma “ponte terrestre” da Crimeia à Donbas - como um cinturão sob domínio russo.

Especialistas afirmam que se a Ucrânia perder esse território, o governo ucraniano ficaria cortado de um grande número de seus cidadãos e de recursos economicamente importantes de carvão e gás natural no leste. Muitas partes do centro da Ucrânia ficariam vulneráveis a ataques russos.

Líderes políticos condenam ataque

Após o ataque, líderes políticos europeus deram declarações de repúdio. O alto representante da União Europeia para relações exteriores e política de segurança, Josep Borrell, disse que se tratou de uma nova tentativa de fechar rotas de fuga para aqueles que fogem da guerra. ”Condeno veemente este ataque”, escreveu no Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está “chocada” e chamou o ataque de “desprezível”.

Borrell e von der Leyen se reunirão com o presidente Volodmir Zelenski em Kiev nesta sexta-feira, 8.

Outros líderes também se pronunciaram. A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, chamou o ataque de crime de guerra cometido pela Rússia. “Vamos responsabilizar a Rússia e Putin”, declarou no Twitter.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que é preciso agir com mais sanções e mais armas para a Ucrânia.

Negociações entre Rússia e Ucrânia

Depois de concordar em reduzir a ofensiva em Kiev e arredores, a Rússia está reagrupando forças de várias partes da Ucrânia para retomar com mais vigor a campanha no Leste do país.

Nesta quinta-feira, o governo de Vladimir Putin lançou acusações contra a delegação diplomática do governo ucraniano, alegando que Kiev alterou sua posição sobre cláusulas previamente acordadas.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que Kiev apresentou um novo esboço de um tratado na quarta-feira no qual cláusulas sobre quais já havia consenso sofreram alterações.

Detalhe do corpo de uma das vítimas do ataque russo a uma estação de trem usada paa fuga de civis em Kramatorsk, na Ucrânia  Foto: Fadel Senna / AFP

Segundo Lavrov, na semana passada Kiev concordou inicialmente que as garantias de segurança que seriam dadas à Ucrânia por um grupo de países não se aplicariam à Península da Crimeia, anexada militarmente pela Rússia em 2014.

Disse, também, que qualquer exercício militar poderia ser realizado pela Ucrânia apenas com o consentimento de todos os países garantidores, incluindo a Rússia. Segundo o chanceler russo, no entanto, no novo projeto de documento este parágrafo é substituído pela necessidade de obter o consentimento da maioria dos países garantidores.

As acusações acontecem em um contexto de esfriamento das negociações, após as descobertas de corpos abandonados com indícios de execução em ruas de cidades que a Rússia ocupava, como Bucha, nos arredores de Kiev. /AP, REUTERS, NYT e AFP

KIEV — Uma estação de trem foi alvo de um ataque com mísseis em Kramatorsk, no Leste da Ucrânia, nesta sexta-feira, 8. A empresa ferroviária estatal ucraniana estima que ao menos 50 pessoas morreram e outras 98 ficaram feridas no local.

O ataque aconteceu no momento em que autoridades ucranianas das regiões localizadas no leste pedem que os civis se retirem das cidades o quanto antes. Os pedidos são motivados pela nova estratégia russa - anunciada pelo próprio país e observada pela inteligência ucraniana e internacional - de focar os ataques na região de Donbas, exatamente no leste.

As tropas russas estão a caminho da região e começam a intensificar os ataques. Nesta semana, tanques de combustível ucranianos que serviam para abastecer as forças armadas do país foram alvos de bombardeios russos nas cidades de de Mikolaiv, Dnipropetrovsk e Luhansk, no sul e no leste ucraniano. O exército ucraniano se prepara para a ofensiva.

Kramatorsk fica na região de Donetsk, onde há separatistas russos que apoiam a invasão militar iniciada em 24 de fevereiro. A estação, segundo o governo da Ucrânia, era usada para retirada de civis da região.

Policiai ucraniano observa os corpos de vítimas do ataque na estação de trem de Kramatorsk, no leste da Ucrânia; loca era usado para fuga de civis  Foto: Fadel Senna / AFP

O número de mortos inicial no ataque à estação era de 39, mas o governador da região, Pavlo Kirilenko, atualizou a informação para 50 mortos, dos quais 12 morreram no hospital. Entre os feridos, estão ao menos 16 crianças.

Questionado pela Reuters, o prefeito da cidade disse que havia cerca de 4 mil pessoas no local. A maioria era de idosos, mulheres e crianças. Por meio da agência de notícias RIA, o Ministério da Defesa da Rússia negou a autoria do ataque.

Kirilenko compartilhou em seu canal no Telegram que a polícia e equipes de resgate estão na estação e que aos menos dois mísseis atingiram o local onde “havia milhares de pessoas” tentando fugir para regiões mais seguras. Kirilenko também afirmou que muitos dos feridos perderam membros e precisam ser operados.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski afirmou que o ataque foi deliberado contra os civis, com o uso de um míssil balístico de curto alcance (Tochka U). Em uma videochamada com parlamentares da Finlândia, Zelenski disse que não havia tropas ucranianas no local na hora do ataque.

“Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, as tropas russas estão destruindo cinicamente a população civil”, disse Zelenski em um comunicado. “Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar.”

Nesta quinta-feira, a Reuters informou que três trens que transportavam ucranianos foram bloqueados na mesma região após um ataque aéreo na linha.

Destroços de um foguete com letras em círilico com os dizeres "pelas nossas crianças" no chão da estação de trem após o ataque Kramatorsk  Foto: Anatolii Stepanov / AFP

O ataque põe em risco uma operação médica de retirada de pacientes ucranianos da região leste, que passou a ser foco da Rússia na guerra. A operação está planejada para este mês pela organização Médico Sem Fronteiras (MsF) com a utilização de trens para fazer o transporte dos pacientes para o oeste. “É uma grande questão se seremos capazes de voltar retirar mais pessoas”, disse o coordenador do serviço de emergência da MSF, Christopher Stokes.

Avanço para o leste

Em sua primeira estratégia de guerra, cuja intenção era tomar o poder em Kiev, o desempenho das forças russas foi considerado ruim por analistas. A Ucrânia conseguiu resistir durante 30 dias e enfraqueceu os invasores. As perdas russas foram reconhecidas pelo próprio porta-voz de Moscou, Dmitri Peskov, nesta quinta-feira, 7. “Temos perdas significativas de tropas e é uma grande tragédia para nós”, disse Peskov ao canal britânico Sky News.

Segundo Moscou, o foco agora é “libertar” das mãos da Ucrânia a região de Donbas, formada por duas províncias do sudeste parcialmente controladas por separatistas apoiados pela Rússia desde 2014. A situação seria semelhante à anexação da Crimeia.

Segundo os analistas de guerra, se concentrar em Donbas tem múltiplas vantagens para a Rússia. As tropas já fizeram progressos na tomada de território na região. Além disso, o país pode manter esse território sem as longas e expostas linhas de suprimentos que a Ucrânia atacou com sucesso em outros lugares.

Uma batalha sobre Donbas também dá à Rússia a oportunidade de cercar e destruir uma grande parte das forças armadas da Ucrânia. Mais de um terço de todas as tropas ucranianas podem estar na região, lutando contra os separatistas e os militares russos.

O país liderado por Vladimir Putin parece estar prestes a criar tal cerco em torno dessas tropas ucranianas, vindas tanto do leste quanto do sul. Especialistas se referem a esse progresso russo como uma “ponte terrestre” da Crimeia à Donbas - como um cinturão sob domínio russo.

Especialistas afirmam que se a Ucrânia perder esse território, o governo ucraniano ficaria cortado de um grande número de seus cidadãos e de recursos economicamente importantes de carvão e gás natural no leste. Muitas partes do centro da Ucrânia ficariam vulneráveis a ataques russos.

Líderes políticos condenam ataque

Após o ataque, líderes políticos europeus deram declarações de repúdio. O alto representante da União Europeia para relações exteriores e política de segurança, Josep Borrell, disse que se tratou de uma nova tentativa de fechar rotas de fuga para aqueles que fogem da guerra. ”Condeno veemente este ataque”, escreveu no Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que está “chocada” e chamou o ataque de “desprezível”.

Borrell e von der Leyen se reunirão com o presidente Volodmir Zelenski em Kiev nesta sexta-feira, 8.

Outros líderes também se pronunciaram. A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, chamou o ataque de crime de guerra cometido pela Rússia. “Vamos responsabilizar a Rússia e Putin”, declarou no Twitter.

Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que é preciso agir com mais sanções e mais armas para a Ucrânia.

Negociações entre Rússia e Ucrânia

Depois de concordar em reduzir a ofensiva em Kiev e arredores, a Rússia está reagrupando forças de várias partes da Ucrânia para retomar com mais vigor a campanha no Leste do país.

Nesta quinta-feira, o governo de Vladimir Putin lançou acusações contra a delegação diplomática do governo ucraniano, alegando que Kiev alterou sua posição sobre cláusulas previamente acordadas.

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que Kiev apresentou um novo esboço de um tratado na quarta-feira no qual cláusulas sobre quais já havia consenso sofreram alterações.

Detalhe do corpo de uma das vítimas do ataque russo a uma estação de trem usada paa fuga de civis em Kramatorsk, na Ucrânia  Foto: Fadel Senna / AFP

Segundo Lavrov, na semana passada Kiev concordou inicialmente que as garantias de segurança que seriam dadas à Ucrânia por um grupo de países não se aplicariam à Península da Crimeia, anexada militarmente pela Rússia em 2014.

Disse, também, que qualquer exercício militar poderia ser realizado pela Ucrânia apenas com o consentimento de todos os países garantidores, incluindo a Rússia. Segundo o chanceler russo, no entanto, no novo projeto de documento este parágrafo é substituído pela necessidade de obter o consentimento da maioria dos países garantidores.

As acusações acontecem em um contexto de esfriamento das negociações, após as descobertas de corpos abandonados com indícios de execução em ruas de cidades que a Rússia ocupava, como Bucha, nos arredores de Kiev. /AP, REUTERS, NYT e AFP

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