Ataque a tiros em escola nos Estados Unidos deixa quatro mortos e 9 hospitalizados


Estudantes correram para se abrigar em salas de aula enquanto a polícia entrava; suspeito foi detido no local

Por Redação
Atualização:

Um ataque a tiros na Escola Secundária Apalachee, na Geórgia, matou quatro pessoas, sendo dois estudantes e dois professores, confirmaram as autoridades locais. Outras nove pessoas foram hospitalizadas. O suspeito, um adolescente de 14 anos, era aluno da escola.

O suposto atirador, identificado como Colt Gray, se entregou à polícia e está sob custódia. Ele será denunciado por homicídio e deve responder pelo crime como adulto, disse o diretor do Departamento de Investigação da Georgia, Chris Hosey. Ainda não se sabe se o suspeito tinha relação com as vítimas e as investigações estão em andamento.

O ataque em Winder, uma cidade com cerca de 18 mil habitantes a cerca de 80 km da capital Atlanta, foi o caso de violência escolar mais mortal na história da Geórgia. Ao ouvir os disparos, os estudantes correram para se abrigar nas salas de aula e no campo de futebol enquanto a polícia invadia a escola. Do lado de fora, pais desesperados corriam na esperança de encontrar os filhos.

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Com isso, chegou a 385 o número de ataques a tiros nos Estados Unidos este ano — a média é de 1,5 por dia. Este foi o mais letal em escolas em 2024, mostram os dados do Gun Violence Archive, que define mass shooting quando quatro ou mais pessoas são baleadas.

Pais buscam os filhos na escola depois de ataque a tiros na Georgia.  Foto: Christian Monterrosa/AFP

Estudantes acharam que lockdown era treinamento

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Os estudantes da escola Escola Secundária Apalachee passaram por treinamentos de como se proteger em caso de ataque a tiros. Quando viu o aviso de lockdown na aula de espanhol, Jose Inciarte achou que fosse mais um exercício. “Então, ouvimos barulho de chaves, correria e gritos”, relatou.

Aos 16 anos, ele o os colegas da Apalachee fazem parte de uma geração de estudantes que aprende protocolos e táticas de proteção em caso de ataque a tiros como parte da sua formação. Apesar do treinamento, eles disseram que não poderiam imaginar o medo que sentiram quando o atirador abriu fogo na escola.

Isabella Albes Cardenas, de 15 anos, conta que ouviu portas se fechando e, em seguida, o que pareciam tiros. “Eles nos preparam para essas coisas”, disse. “Mas no momento, comecei a chorar. Fiquei nervosa.”

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Imagens aéreas da emissora local WSB-TV mostraram a fila de carros dos pais para buscar os filhos, muitos deles reunidos no campo de futebol da escola, que tem 1,9 mil alunos.

Estudantes correm para campo de futebol durante ataque a tiros.  Foto: WSB / Associated Press

Erin Clark, 42 anos, saiu correndo do trabalho, no depósito da Amazon, para a escola quando recebeu uma série de mensagens do filho Ethan, aluno do último ano do ensino médio, dizendo que havia um atirador na escola:

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— Atirador na escola agora

— Estou com medo

— Por favor

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— Não estou brincando

Na sequência, ela disse que estava saindo do trabalho, segundo a troca de mensagens reproduzida pela CNN. “Te amo”, declarou Ethan. Ao que a mãe respondeu: “Também te amo, bebê”, enquanto se encaminhava para escola. Com o acesso principal bloqueado, ela estacionou e correu com outros pais, que foram direcionados para o campo de futebol. Lá, Erin encontrou o filho na arquibancada.

Ela relatou que Ethan escrevia uma redação na sala de aula, quando começou o barulho dos tiros. Seu filho e os colegas então se uniram para montar uma barricada na porta e se proteger. “Estou muito orgulhosa dele por ter feito isso”, disse. “Ele foi muito corajoso.”

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Os alunos haviam começado o ano letivo há pouco mais de um mês. “Fico com medo de mandá-lo de volta”, disse ela. “Não sei o que vou fazer.”

Democratas cobram ações contra violência armada

O presidente americano Joe Biden lamentou as mortes e cobrou do Partido Republicano a aprovação de leis para conter a epidemia de violência armada nos Estados Unidos.

“É outro lembrete horrível de como a violência armada continua a destruir nossas comunidades. Estudantes de todo o país estão aprendendo a se abaixar e se proteger em vez de aprender a ler e escrever”, disse em nota. ‘Após décadas de inação, os republicanos no Congresso devem finalmente dizer “basta” e trabalhar com os democratas para aprovar uma legislação de senso comum sobre segurança de armas’, seguiu.

Ele defendeu a proibição de armas de assalto e carregadores de alta capacidade, exigência de armazenamento seguro para armas, verificação universal de antecedentes e o fim da imunidade para fabricantes de armas. “Essas medidas não trarão de volta aqueles que foram tragicamente mortos hoje, mas ajudarão a evitar que a violência trágica com armas de fogo destrua mais famílias”, concluiu.

Estudantes são retirados da Escola Secundária Apalachee, em Winder, Geórgia, após um ataque a tiros  Foto: Erin Clark/ AP

A vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata à Casa Branca, também cobrou ações contra a violência armada. “É simplesmente revoltante que todos os dias, nos Estados Unidos da América, os pais tenham que mandar seus filhos para a escola preocupados se eles voltarão para casa vivos ou não”, disse ela durante evento de campanha em New Hampshire.

O ex-presidente Donald Trump se solidarizou nas redes sociais. “Nossos corações estão com as vítimas e entes queridos daqueles afetados pelo trágico evento em Winder, Geórgia”, escreveu. “Essas crianças queridas foram tiradas de nós muito cedo por um monstro doente e perturbado.”

O governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, disse em nota que este é o momento que todos os pais temem e garantiu que todos os recursos estaduais foram disponibilizados para responder ao ataque. “Continuaremos a trabalhar com parceiros locais, estaduais e federais à medida que coletamos informações e respondemos ainda mais a esta situação”, acrescentou Kemp./COM AP e NYT

Um ataque a tiros na Escola Secundária Apalachee, na Geórgia, matou quatro pessoas, sendo dois estudantes e dois professores, confirmaram as autoridades locais. Outras nove pessoas foram hospitalizadas. O suspeito, um adolescente de 14 anos, era aluno da escola.

O suposto atirador, identificado como Colt Gray, se entregou à polícia e está sob custódia. Ele será denunciado por homicídio e deve responder pelo crime como adulto, disse o diretor do Departamento de Investigação da Georgia, Chris Hosey. Ainda não se sabe se o suspeito tinha relação com as vítimas e as investigações estão em andamento.

O ataque em Winder, uma cidade com cerca de 18 mil habitantes a cerca de 80 km da capital Atlanta, foi o caso de violência escolar mais mortal na história da Geórgia. Ao ouvir os disparos, os estudantes correram para se abrigar nas salas de aula e no campo de futebol enquanto a polícia invadia a escola. Do lado de fora, pais desesperados corriam na esperança de encontrar os filhos.

Com isso, chegou a 385 o número de ataques a tiros nos Estados Unidos este ano — a média é de 1,5 por dia. Este foi o mais letal em escolas em 2024, mostram os dados do Gun Violence Archive, que define mass shooting quando quatro ou mais pessoas são baleadas.

Pais buscam os filhos na escola depois de ataque a tiros na Georgia.  Foto: Christian Monterrosa/AFP

Estudantes acharam que lockdown era treinamento

Os estudantes da escola Escola Secundária Apalachee passaram por treinamentos de como se proteger em caso de ataque a tiros. Quando viu o aviso de lockdown na aula de espanhol, Jose Inciarte achou que fosse mais um exercício. “Então, ouvimos barulho de chaves, correria e gritos”, relatou.

Aos 16 anos, ele o os colegas da Apalachee fazem parte de uma geração de estudantes que aprende protocolos e táticas de proteção em caso de ataque a tiros como parte da sua formação. Apesar do treinamento, eles disseram que não poderiam imaginar o medo que sentiram quando o atirador abriu fogo na escola.

Isabella Albes Cardenas, de 15 anos, conta que ouviu portas se fechando e, em seguida, o que pareciam tiros. “Eles nos preparam para essas coisas”, disse. “Mas no momento, comecei a chorar. Fiquei nervosa.”

Imagens aéreas da emissora local WSB-TV mostraram a fila de carros dos pais para buscar os filhos, muitos deles reunidos no campo de futebol da escola, que tem 1,9 mil alunos.

Estudantes correm para campo de futebol durante ataque a tiros.  Foto: WSB / Associated Press

Erin Clark, 42 anos, saiu correndo do trabalho, no depósito da Amazon, para a escola quando recebeu uma série de mensagens do filho Ethan, aluno do último ano do ensino médio, dizendo que havia um atirador na escola:

— Atirador na escola agora

— Estou com medo

— Por favor

— Não estou brincando

Na sequência, ela disse que estava saindo do trabalho, segundo a troca de mensagens reproduzida pela CNN. “Te amo”, declarou Ethan. Ao que a mãe respondeu: “Também te amo, bebê”, enquanto se encaminhava para escola. Com o acesso principal bloqueado, ela estacionou e correu com outros pais, que foram direcionados para o campo de futebol. Lá, Erin encontrou o filho na arquibancada.

Ela relatou que Ethan escrevia uma redação na sala de aula, quando começou o barulho dos tiros. Seu filho e os colegas então se uniram para montar uma barricada na porta e se proteger. “Estou muito orgulhosa dele por ter feito isso”, disse. “Ele foi muito corajoso.”

Os alunos haviam começado o ano letivo há pouco mais de um mês. “Fico com medo de mandá-lo de volta”, disse ela. “Não sei o que vou fazer.”

Democratas cobram ações contra violência armada

O presidente americano Joe Biden lamentou as mortes e cobrou do Partido Republicano a aprovação de leis para conter a epidemia de violência armada nos Estados Unidos.

“É outro lembrete horrível de como a violência armada continua a destruir nossas comunidades. Estudantes de todo o país estão aprendendo a se abaixar e se proteger em vez de aprender a ler e escrever”, disse em nota. ‘Após décadas de inação, os republicanos no Congresso devem finalmente dizer “basta” e trabalhar com os democratas para aprovar uma legislação de senso comum sobre segurança de armas’, seguiu.

Ele defendeu a proibição de armas de assalto e carregadores de alta capacidade, exigência de armazenamento seguro para armas, verificação universal de antecedentes e o fim da imunidade para fabricantes de armas. “Essas medidas não trarão de volta aqueles que foram tragicamente mortos hoje, mas ajudarão a evitar que a violência trágica com armas de fogo destrua mais famílias”, concluiu.

Estudantes são retirados da Escola Secundária Apalachee, em Winder, Geórgia, após um ataque a tiros  Foto: Erin Clark/ AP

A vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata à Casa Branca, também cobrou ações contra a violência armada. “É simplesmente revoltante que todos os dias, nos Estados Unidos da América, os pais tenham que mandar seus filhos para a escola preocupados se eles voltarão para casa vivos ou não”, disse ela durante evento de campanha em New Hampshire.

O ex-presidente Donald Trump se solidarizou nas redes sociais. “Nossos corações estão com as vítimas e entes queridos daqueles afetados pelo trágico evento em Winder, Geórgia”, escreveu. “Essas crianças queridas foram tiradas de nós muito cedo por um monstro doente e perturbado.”

O governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, disse em nota que este é o momento que todos os pais temem e garantiu que todos os recursos estaduais foram disponibilizados para responder ao ataque. “Continuaremos a trabalhar com parceiros locais, estaduais e federais à medida que coletamos informações e respondemos ainda mais a esta situação”, acrescentou Kemp./COM AP e NYT

Um ataque a tiros na Escola Secundária Apalachee, na Geórgia, matou quatro pessoas, sendo dois estudantes e dois professores, confirmaram as autoridades locais. Outras nove pessoas foram hospitalizadas. O suspeito, um adolescente de 14 anos, era aluno da escola.

O suposto atirador, identificado como Colt Gray, se entregou à polícia e está sob custódia. Ele será denunciado por homicídio e deve responder pelo crime como adulto, disse o diretor do Departamento de Investigação da Georgia, Chris Hosey. Ainda não se sabe se o suspeito tinha relação com as vítimas e as investigações estão em andamento.

O ataque em Winder, uma cidade com cerca de 18 mil habitantes a cerca de 80 km da capital Atlanta, foi o caso de violência escolar mais mortal na história da Geórgia. Ao ouvir os disparos, os estudantes correram para se abrigar nas salas de aula e no campo de futebol enquanto a polícia invadia a escola. Do lado de fora, pais desesperados corriam na esperança de encontrar os filhos.

Com isso, chegou a 385 o número de ataques a tiros nos Estados Unidos este ano — a média é de 1,5 por dia. Este foi o mais letal em escolas em 2024, mostram os dados do Gun Violence Archive, que define mass shooting quando quatro ou mais pessoas são baleadas.

Pais buscam os filhos na escola depois de ataque a tiros na Georgia.  Foto: Christian Monterrosa/AFP

Estudantes acharam que lockdown era treinamento

Os estudantes da escola Escola Secundária Apalachee passaram por treinamentos de como se proteger em caso de ataque a tiros. Quando viu o aviso de lockdown na aula de espanhol, Jose Inciarte achou que fosse mais um exercício. “Então, ouvimos barulho de chaves, correria e gritos”, relatou.

Aos 16 anos, ele o os colegas da Apalachee fazem parte de uma geração de estudantes que aprende protocolos e táticas de proteção em caso de ataque a tiros como parte da sua formação. Apesar do treinamento, eles disseram que não poderiam imaginar o medo que sentiram quando o atirador abriu fogo na escola.

Isabella Albes Cardenas, de 15 anos, conta que ouviu portas se fechando e, em seguida, o que pareciam tiros. “Eles nos preparam para essas coisas”, disse. “Mas no momento, comecei a chorar. Fiquei nervosa.”

Imagens aéreas da emissora local WSB-TV mostraram a fila de carros dos pais para buscar os filhos, muitos deles reunidos no campo de futebol da escola, que tem 1,9 mil alunos.

Estudantes correm para campo de futebol durante ataque a tiros.  Foto: WSB / Associated Press

Erin Clark, 42 anos, saiu correndo do trabalho, no depósito da Amazon, para a escola quando recebeu uma série de mensagens do filho Ethan, aluno do último ano do ensino médio, dizendo que havia um atirador na escola:

— Atirador na escola agora

— Estou com medo

— Por favor

— Não estou brincando

Na sequência, ela disse que estava saindo do trabalho, segundo a troca de mensagens reproduzida pela CNN. “Te amo”, declarou Ethan. Ao que a mãe respondeu: “Também te amo, bebê”, enquanto se encaminhava para escola. Com o acesso principal bloqueado, ela estacionou e correu com outros pais, que foram direcionados para o campo de futebol. Lá, Erin encontrou o filho na arquibancada.

Ela relatou que Ethan escrevia uma redação na sala de aula, quando começou o barulho dos tiros. Seu filho e os colegas então se uniram para montar uma barricada na porta e se proteger. “Estou muito orgulhosa dele por ter feito isso”, disse. “Ele foi muito corajoso.”

Os alunos haviam começado o ano letivo há pouco mais de um mês. “Fico com medo de mandá-lo de volta”, disse ela. “Não sei o que vou fazer.”

Democratas cobram ações contra violência armada

O presidente americano Joe Biden lamentou as mortes e cobrou do Partido Republicano a aprovação de leis para conter a epidemia de violência armada nos Estados Unidos.

“É outro lembrete horrível de como a violência armada continua a destruir nossas comunidades. Estudantes de todo o país estão aprendendo a se abaixar e se proteger em vez de aprender a ler e escrever”, disse em nota. ‘Após décadas de inação, os republicanos no Congresso devem finalmente dizer “basta” e trabalhar com os democratas para aprovar uma legislação de senso comum sobre segurança de armas’, seguiu.

Ele defendeu a proibição de armas de assalto e carregadores de alta capacidade, exigência de armazenamento seguro para armas, verificação universal de antecedentes e o fim da imunidade para fabricantes de armas. “Essas medidas não trarão de volta aqueles que foram tragicamente mortos hoje, mas ajudarão a evitar que a violência trágica com armas de fogo destrua mais famílias”, concluiu.

Estudantes são retirados da Escola Secundária Apalachee, em Winder, Geórgia, após um ataque a tiros  Foto: Erin Clark/ AP

A vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata à Casa Branca, também cobrou ações contra a violência armada. “É simplesmente revoltante que todos os dias, nos Estados Unidos da América, os pais tenham que mandar seus filhos para a escola preocupados se eles voltarão para casa vivos ou não”, disse ela durante evento de campanha em New Hampshire.

O ex-presidente Donald Trump se solidarizou nas redes sociais. “Nossos corações estão com as vítimas e entes queridos daqueles afetados pelo trágico evento em Winder, Geórgia”, escreveu. “Essas crianças queridas foram tiradas de nós muito cedo por um monstro doente e perturbado.”

O governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, disse em nota que este é o momento que todos os pais temem e garantiu que todos os recursos estaduais foram disponibilizados para responder ao ataque. “Continuaremos a trabalhar com parceiros locais, estaduais e federais à medida que coletamos informações e respondemos ainda mais a esta situação”, acrescentou Kemp./COM AP e NYT

Um ataque a tiros na Escola Secundária Apalachee, na Geórgia, matou quatro pessoas, sendo dois estudantes e dois professores, confirmaram as autoridades locais. Outras nove pessoas foram hospitalizadas. O suspeito, um adolescente de 14 anos, era aluno da escola.

O suposto atirador, identificado como Colt Gray, se entregou à polícia e está sob custódia. Ele será denunciado por homicídio e deve responder pelo crime como adulto, disse o diretor do Departamento de Investigação da Georgia, Chris Hosey. Ainda não se sabe se o suspeito tinha relação com as vítimas e as investigações estão em andamento.

O ataque em Winder, uma cidade com cerca de 18 mil habitantes a cerca de 80 km da capital Atlanta, foi o caso de violência escolar mais mortal na história da Geórgia. Ao ouvir os disparos, os estudantes correram para se abrigar nas salas de aula e no campo de futebol enquanto a polícia invadia a escola. Do lado de fora, pais desesperados corriam na esperança de encontrar os filhos.

Com isso, chegou a 385 o número de ataques a tiros nos Estados Unidos este ano — a média é de 1,5 por dia. Este foi o mais letal em escolas em 2024, mostram os dados do Gun Violence Archive, que define mass shooting quando quatro ou mais pessoas são baleadas.

Pais buscam os filhos na escola depois de ataque a tiros na Georgia.  Foto: Christian Monterrosa/AFP

Estudantes acharam que lockdown era treinamento

Os estudantes da escola Escola Secundária Apalachee passaram por treinamentos de como se proteger em caso de ataque a tiros. Quando viu o aviso de lockdown na aula de espanhol, Jose Inciarte achou que fosse mais um exercício. “Então, ouvimos barulho de chaves, correria e gritos”, relatou.

Aos 16 anos, ele o os colegas da Apalachee fazem parte de uma geração de estudantes que aprende protocolos e táticas de proteção em caso de ataque a tiros como parte da sua formação. Apesar do treinamento, eles disseram que não poderiam imaginar o medo que sentiram quando o atirador abriu fogo na escola.

Isabella Albes Cardenas, de 15 anos, conta que ouviu portas se fechando e, em seguida, o que pareciam tiros. “Eles nos preparam para essas coisas”, disse. “Mas no momento, comecei a chorar. Fiquei nervosa.”

Imagens aéreas da emissora local WSB-TV mostraram a fila de carros dos pais para buscar os filhos, muitos deles reunidos no campo de futebol da escola, que tem 1,9 mil alunos.

Estudantes correm para campo de futebol durante ataque a tiros.  Foto: WSB / Associated Press

Erin Clark, 42 anos, saiu correndo do trabalho, no depósito da Amazon, para a escola quando recebeu uma série de mensagens do filho Ethan, aluno do último ano do ensino médio, dizendo que havia um atirador na escola:

— Atirador na escola agora

— Estou com medo

— Por favor

— Não estou brincando

Na sequência, ela disse que estava saindo do trabalho, segundo a troca de mensagens reproduzida pela CNN. “Te amo”, declarou Ethan. Ao que a mãe respondeu: “Também te amo, bebê”, enquanto se encaminhava para escola. Com o acesso principal bloqueado, ela estacionou e correu com outros pais, que foram direcionados para o campo de futebol. Lá, Erin encontrou o filho na arquibancada.

Ela relatou que Ethan escrevia uma redação na sala de aula, quando começou o barulho dos tiros. Seu filho e os colegas então se uniram para montar uma barricada na porta e se proteger. “Estou muito orgulhosa dele por ter feito isso”, disse. “Ele foi muito corajoso.”

Os alunos haviam começado o ano letivo há pouco mais de um mês. “Fico com medo de mandá-lo de volta”, disse ela. “Não sei o que vou fazer.”

Democratas cobram ações contra violência armada

O presidente americano Joe Biden lamentou as mortes e cobrou do Partido Republicano a aprovação de leis para conter a epidemia de violência armada nos Estados Unidos.

“É outro lembrete horrível de como a violência armada continua a destruir nossas comunidades. Estudantes de todo o país estão aprendendo a se abaixar e se proteger em vez de aprender a ler e escrever”, disse em nota. ‘Após décadas de inação, os republicanos no Congresso devem finalmente dizer “basta” e trabalhar com os democratas para aprovar uma legislação de senso comum sobre segurança de armas’, seguiu.

Ele defendeu a proibição de armas de assalto e carregadores de alta capacidade, exigência de armazenamento seguro para armas, verificação universal de antecedentes e o fim da imunidade para fabricantes de armas. “Essas medidas não trarão de volta aqueles que foram tragicamente mortos hoje, mas ajudarão a evitar que a violência trágica com armas de fogo destrua mais famílias”, concluiu.

Estudantes são retirados da Escola Secundária Apalachee, em Winder, Geórgia, após um ataque a tiros  Foto: Erin Clark/ AP

A vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata à Casa Branca, também cobrou ações contra a violência armada. “É simplesmente revoltante que todos os dias, nos Estados Unidos da América, os pais tenham que mandar seus filhos para a escola preocupados se eles voltarão para casa vivos ou não”, disse ela durante evento de campanha em New Hampshire.

O ex-presidente Donald Trump se solidarizou nas redes sociais. “Nossos corações estão com as vítimas e entes queridos daqueles afetados pelo trágico evento em Winder, Geórgia”, escreveu. “Essas crianças queridas foram tiradas de nós muito cedo por um monstro doente e perturbado.”

O governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, disse em nota que este é o momento que todos os pais temem e garantiu que todos os recursos estaduais foram disponibilizados para responder ao ataque. “Continuaremos a trabalhar com parceiros locais, estaduais e federais à medida que coletamos informações e respondemos ainda mais a esta situação”, acrescentou Kemp./COM AP e NYT

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