Rússia lança mais de 300 ataques aéreos na Ucrânia e Kiev diz que ofensiva no leste já começou


No oeste, ataque em Lviv, principal rota de escape de civis que fogem por trem e um importante centro logístico na guerra, deixou sete mortos

Por Redação
Atualização:

LVIV, UCRÂNIA - A Rússia lançou mais de 300 ataques aéreos contra alvos militares na Ucrânia e disse ter começado uma nova fase de operações no leste do país. Ao menos quatro desses ataques atingiram uma estação de trem em Lviv, no oeste, e deixaram sete mortos. Mais tarde, em seu tradicional discurso, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, confirmou o início da ofensiva russa contra o leste da Ucrânia, uma região parcialmente sob o controle de separatistas pró-russos.

“Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha pelo Donbas, para a qual se prepararam durante muito tempo. Uma grande parte de todo o Exército russo se dedica agora a esta ofensiva”, declarou Zelenski em um discurso divulgado pelo Telegram. “Não importa quantos soldados russos forem trazidos até aqui, lutaremos. Vamos nos defender.”

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Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a maioria dos 300 bombardeios ocorreu no leste da Ucrânia, mas pelo menos quatro mísseis atingiram Lviv, matando sete pessoas – as primeiras vítimas da guerra na cidade. Lviv, próxima da fronteira com a Polônia, é a principal rota de escape de civis que fogem por trem, e um importante centro logístico para o auxílio militar e humanitário enviado pela Otan aos ucranianos no conflito com a Rússia.

Colunas de fumaça e sirenes de defesa aérea marcaram as primeiras horas da manhã na cidade, que, desde o início do conflito, tem sido relativamente poupada dos ataques russos. Nos últimos dias, depois de reveses nos arredores de Kiev, Moscou tem centrado seus esforços no leste da Ucrânia, especialmente nas províncias de Donetsk e Luhansk, na região de Donbas.

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O ataque à estação de trem preocupa autoridades locais, já que por lá, centenas de milhares de pessoas passaram no caminho para a Polônia, a Eslováquia e a Romênia. Os ataques anteriores na cidade tiveram como alvo depósitos de combustível, um aeroporto e uma base militar. A população de Lviv aumentou 50% desde que a guerra começou.

O chefe da administração militar de Lviv, Maksim Koztiski, disse que três mísseis atingiram armazéns militares vazios enquanto um quarto atingiu uma garagem, matando e ferindo civis. Ele não disse se todas as vítimas eram do ataque na garagem, que atingiu algumas centenas de metros de um conjunto de trilhos de trem.

“Se a garagem foi o alvo final, talvez eles estivessem mirando na estação ferroviária”, disse ele. “Não há mais locais seguros ou inseguros.”

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O chefe do serviço ferroviário da Ucrânia, Oleksandr Pertsovski, disse não ter provas de que o ataque foi direcionado à ferrovia, que tem algumas instalações perto de locais militares.

Bombeiros tentam extinguir fogo provocado por um bombardeio russo em Lviv, no oeste da Ucrânia  Foto: EFE/EPA/MYKOLA TYS

A guerra, no entanto, transformou a cidade. Conhecida por suas pitorescas ruas de paralelepípedos ladeadas por arquitetura histórica e estátuas - um patrimônio mundial da Unesco - Lviv foi rapidamente reaproveitada de um centro turístico para uma base vital de operações.

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Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro, serviu como um canal para suprimentos humanitários, voluntários e combatentes estrangeiros para as cidades da linha de frente. Os recém-chegados a Lviv transformaram a face da cidade e os sinais da mudança são onipresentes.

Os moradores estão tentando se acostumar rapidamente a viver na periferia da guerra e no centro de uma enorme crise humanitária que envolveu seus bairros. Mas o ataque com mísseis de hoje, que parecia se encaixar em um padrão de ataques russos à infraestrutura militar em todo o país nos últimos quatro dias, foi uma indicação de que a guerra pode estar se aproximando de Lviv agora.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na segunda-feira que seus militares atacaram 108 áreas onde militares e forças ucranianas estavam localizados nas últimas 24 horas.

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Ao menos sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas em ataques russos em Lviv, no oeste da Ucrânia, autoridades denunciaram que alvos civis foram atingidos

Ofensiva no Leste

Além de Lviv, a Rússia reivindicou uma série de ataques em território ucraniano na noite de domingo para segunda-feira, especialmente no leste do país, onde uma ofensiva em larga escala é esperada e, segundo autoridades ucranianas, já teve início.

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O Ministério da Defesa russo disse que a maioria dos ataques, conduzidos por mísseis de alta precisão, atingiram áreas no leste da Ucrânia. A força aérea, as forças de mísseis, a artilharia e os sistemas de defesa aérea atingiram mais de 300 alvos, acrescentou o ministério, uma das séries mais amplas de ataques registrados nas últimas semanas.

A intensificação dos ataques reivindicados pelo ministério - que não incluiu o ataque com mísseis na cidade de Lviv - ocorreu quando as forças russas estavam perto de uma captura completa da cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. Os soldados cercaram as últimas tropas ucranianas restantes em uma grande usina de aço e bombardearam a instalação por dias.

A captura de Mariupol constituiria um grande prêmio estratégico para a Rússia, pois garantiria uma rota terrestre para a Crimeia, a península que a Rússia tomou em 2014, e liberaria forças para a ofensiva na região leste conhecida como Donbas.

A situação nas duas áreas separatistas do Donbas, sob o controle de separatistas apoiados por Moscou desde 2014, foi citada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma das principais justificativas para sua decisão de iniciar a guerra.

O Ministério da Defesa disse que seus mísseis aéreos atingiram pontos de comando, depósitos de combustível e depósitos de munição em cinco cidades do leste da Ucrânia, bem como na cidade de Mykolaiv, no sul. Os alvos incluíam instalações militares nas cidades de Barvinkove e Huliaipole, dois locais estratégicos que especialistas militares preveem que poderiam ser pontos de lançamento para a ofensiva no leste da Rússia.

Edifícios residenciais danificados por um ataque militar em Sievierodonetsk, região de Luhansk, Ucrânia, em 16 de abril de 2022 Foto: REUTERS / REUTERS

Pavel Luzin, analista militar russo, disse que, embora a Rússia tenha atingido a infraestrutura ferroviária na Ucrânia, até agora evitou mirar seus mísseis em pontes sobre grandes rios. “Se a Rússia planeja expandir sua presença no território da Ucrânia - e o objetivo final desde 2014 é a destruição do estado ucraniano como tal - também precisaria da ferrovia”, disse Luzin.

Também na segunda-feira, o chefe da administração regional de Luhansk, que faz parte de Donbas, disse que as forças russas ganharam o controle da cidade de Kreminna, aumentando o território na região detida por Moscou.

“Vemos que eles acumularam forças e recursos suficientes e lançaram ofensivas em massa em várias direções”, disse o oficial Serhiy Haidai sobre as forças russas.

Analistas militares pró-Rússia e comentaristas da televisão estatal têm promovido a ofensiva de Donbas como a batalha decisiva que pode ser um ponto de virada na guerra.

“A grande batalha pelo Donbas já começou”, disse Yuri Podolyaka, analista pró-Rússia, que publica regularmente seus relatórios militares em seu popular canal no Telegram. “A atividade da artilharia e das forças aéreas russas se intensificou novamente.”

Depois de quase dois meses de combates na Ucrânia, muitos comentaristas pró-guerra na Rússia têm pressionado o Exército a seguir com mais força para produzir vitórias tangíveis que encobrissem alguns dos constrangimentos que Moscou sofreu, incluindo o naufrágio de um navio de guerra no Mar Negro na semana passada e a retirada da capital ucraniana, Kiev.

Até agora, a Rússia conseguiu reivindicar apenas a captura de Kherson, uma capital regional, como sua maior conquista militar. As forças de Moscou levaram semanas para expulsar os combatentes ucranianos das áreas urbanas de Mariupol, o que aconteceu somente depois que o bombardeio russo quase destruiu a cidade portuária./NYT

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Embarcação sofreu "danos graves" por causa de incêndio e naufragou. Um funcionário do Pentágono afirmou que o cruzador Moskva foi alvo de mísseis ucranianos

LVIV, UCRÂNIA - A Rússia lançou mais de 300 ataques aéreos contra alvos militares na Ucrânia e disse ter começado uma nova fase de operações no leste do país. Ao menos quatro desses ataques atingiram uma estação de trem em Lviv, no oeste, e deixaram sete mortos. Mais tarde, em seu tradicional discurso, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, confirmou o início da ofensiva russa contra o leste da Ucrânia, uma região parcialmente sob o controle de separatistas pró-russos.

“Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha pelo Donbas, para a qual se prepararam durante muito tempo. Uma grande parte de todo o Exército russo se dedica agora a esta ofensiva”, declarou Zelenski em um discurso divulgado pelo Telegram. “Não importa quantos soldados russos forem trazidos até aqui, lutaremos. Vamos nos defender.”

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a maioria dos 300 bombardeios ocorreu no leste da Ucrânia, mas pelo menos quatro mísseis atingiram Lviv, matando sete pessoas – as primeiras vítimas da guerra na cidade. Lviv, próxima da fronteira com a Polônia, é a principal rota de escape de civis que fogem por trem, e um importante centro logístico para o auxílio militar e humanitário enviado pela Otan aos ucranianos no conflito com a Rússia.

Colunas de fumaça e sirenes de defesa aérea marcaram as primeiras horas da manhã na cidade, que, desde o início do conflito, tem sido relativamente poupada dos ataques russos. Nos últimos dias, depois de reveses nos arredores de Kiev, Moscou tem centrado seus esforços no leste da Ucrânia, especialmente nas províncias de Donetsk e Luhansk, na região de Donbas.

O ataque à estação de trem preocupa autoridades locais, já que por lá, centenas de milhares de pessoas passaram no caminho para a Polônia, a Eslováquia e a Romênia. Os ataques anteriores na cidade tiveram como alvo depósitos de combustível, um aeroporto e uma base militar. A população de Lviv aumentou 50% desde que a guerra começou.

O chefe da administração militar de Lviv, Maksim Koztiski, disse que três mísseis atingiram armazéns militares vazios enquanto um quarto atingiu uma garagem, matando e ferindo civis. Ele não disse se todas as vítimas eram do ataque na garagem, que atingiu algumas centenas de metros de um conjunto de trilhos de trem.

“Se a garagem foi o alvo final, talvez eles estivessem mirando na estação ferroviária”, disse ele. “Não há mais locais seguros ou inseguros.”

O chefe do serviço ferroviário da Ucrânia, Oleksandr Pertsovski, disse não ter provas de que o ataque foi direcionado à ferrovia, que tem algumas instalações perto de locais militares.

Bombeiros tentam extinguir fogo provocado por um bombardeio russo em Lviv, no oeste da Ucrânia  Foto: EFE/EPA/MYKOLA TYS

A guerra, no entanto, transformou a cidade. Conhecida por suas pitorescas ruas de paralelepípedos ladeadas por arquitetura histórica e estátuas - um patrimônio mundial da Unesco - Lviv foi rapidamente reaproveitada de um centro turístico para uma base vital de operações.

Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro, serviu como um canal para suprimentos humanitários, voluntários e combatentes estrangeiros para as cidades da linha de frente. Os recém-chegados a Lviv transformaram a face da cidade e os sinais da mudança são onipresentes.

Os moradores estão tentando se acostumar rapidamente a viver na periferia da guerra e no centro de uma enorme crise humanitária que envolveu seus bairros. Mas o ataque com mísseis de hoje, que parecia se encaixar em um padrão de ataques russos à infraestrutura militar em todo o país nos últimos quatro dias, foi uma indicação de que a guerra pode estar se aproximando de Lviv agora.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na segunda-feira que seus militares atacaram 108 áreas onde militares e forças ucranianas estavam localizados nas últimas 24 horas.

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Ofensiva no Leste

Além de Lviv, a Rússia reivindicou uma série de ataques em território ucraniano na noite de domingo para segunda-feira, especialmente no leste do país, onde uma ofensiva em larga escala é esperada e, segundo autoridades ucranianas, já teve início.

O Ministério da Defesa russo disse que a maioria dos ataques, conduzidos por mísseis de alta precisão, atingiram áreas no leste da Ucrânia. A força aérea, as forças de mísseis, a artilharia e os sistemas de defesa aérea atingiram mais de 300 alvos, acrescentou o ministério, uma das séries mais amplas de ataques registrados nas últimas semanas.

A intensificação dos ataques reivindicados pelo ministério - que não incluiu o ataque com mísseis na cidade de Lviv - ocorreu quando as forças russas estavam perto de uma captura completa da cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. Os soldados cercaram as últimas tropas ucranianas restantes em uma grande usina de aço e bombardearam a instalação por dias.

A captura de Mariupol constituiria um grande prêmio estratégico para a Rússia, pois garantiria uma rota terrestre para a Crimeia, a península que a Rússia tomou em 2014, e liberaria forças para a ofensiva na região leste conhecida como Donbas.

A situação nas duas áreas separatistas do Donbas, sob o controle de separatistas apoiados por Moscou desde 2014, foi citada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma das principais justificativas para sua decisão de iniciar a guerra.

O Ministério da Defesa disse que seus mísseis aéreos atingiram pontos de comando, depósitos de combustível e depósitos de munição em cinco cidades do leste da Ucrânia, bem como na cidade de Mykolaiv, no sul. Os alvos incluíam instalações militares nas cidades de Barvinkove e Huliaipole, dois locais estratégicos que especialistas militares preveem que poderiam ser pontos de lançamento para a ofensiva no leste da Rússia.

Edifícios residenciais danificados por um ataque militar em Sievierodonetsk, região de Luhansk, Ucrânia, em 16 de abril de 2022 Foto: REUTERS / REUTERS

Pavel Luzin, analista militar russo, disse que, embora a Rússia tenha atingido a infraestrutura ferroviária na Ucrânia, até agora evitou mirar seus mísseis em pontes sobre grandes rios. “Se a Rússia planeja expandir sua presença no território da Ucrânia - e o objetivo final desde 2014 é a destruição do estado ucraniano como tal - também precisaria da ferrovia”, disse Luzin.

Também na segunda-feira, o chefe da administração regional de Luhansk, que faz parte de Donbas, disse que as forças russas ganharam o controle da cidade de Kreminna, aumentando o território na região detida por Moscou.

“Vemos que eles acumularam forças e recursos suficientes e lançaram ofensivas em massa em várias direções”, disse o oficial Serhiy Haidai sobre as forças russas.

Analistas militares pró-Rússia e comentaristas da televisão estatal têm promovido a ofensiva de Donbas como a batalha decisiva que pode ser um ponto de virada na guerra.

“A grande batalha pelo Donbas já começou”, disse Yuri Podolyaka, analista pró-Rússia, que publica regularmente seus relatórios militares em seu popular canal no Telegram. “A atividade da artilharia e das forças aéreas russas se intensificou novamente.”

Depois de quase dois meses de combates na Ucrânia, muitos comentaristas pró-guerra na Rússia têm pressionado o Exército a seguir com mais força para produzir vitórias tangíveis que encobrissem alguns dos constrangimentos que Moscou sofreu, incluindo o naufrágio de um navio de guerra no Mar Negro na semana passada e a retirada da capital ucraniana, Kiev.

Até agora, a Rússia conseguiu reivindicar apenas a captura de Kherson, uma capital regional, como sua maior conquista militar. As forças de Moscou levaram semanas para expulsar os combatentes ucranianos das áreas urbanas de Mariupol, o que aconteceu somente depois que o bombardeio russo quase destruiu a cidade portuária./NYT

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LVIV, UCRÂNIA - A Rússia lançou mais de 300 ataques aéreos contra alvos militares na Ucrânia e disse ter começado uma nova fase de operações no leste do país. Ao menos quatro desses ataques atingiram uma estação de trem em Lviv, no oeste, e deixaram sete mortos. Mais tarde, em seu tradicional discurso, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, confirmou o início da ofensiva russa contra o leste da Ucrânia, uma região parcialmente sob o controle de separatistas pró-russos.

“Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha pelo Donbas, para a qual se prepararam durante muito tempo. Uma grande parte de todo o Exército russo se dedica agora a esta ofensiva”, declarou Zelenski em um discurso divulgado pelo Telegram. “Não importa quantos soldados russos forem trazidos até aqui, lutaremos. Vamos nos defender.”

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a maioria dos 300 bombardeios ocorreu no leste da Ucrânia, mas pelo menos quatro mísseis atingiram Lviv, matando sete pessoas – as primeiras vítimas da guerra na cidade. Lviv, próxima da fronteira com a Polônia, é a principal rota de escape de civis que fogem por trem, e um importante centro logístico para o auxílio militar e humanitário enviado pela Otan aos ucranianos no conflito com a Rússia.

Colunas de fumaça e sirenes de defesa aérea marcaram as primeiras horas da manhã na cidade, que, desde o início do conflito, tem sido relativamente poupada dos ataques russos. Nos últimos dias, depois de reveses nos arredores de Kiev, Moscou tem centrado seus esforços no leste da Ucrânia, especialmente nas províncias de Donetsk e Luhansk, na região de Donbas.

O ataque à estação de trem preocupa autoridades locais, já que por lá, centenas de milhares de pessoas passaram no caminho para a Polônia, a Eslováquia e a Romênia. Os ataques anteriores na cidade tiveram como alvo depósitos de combustível, um aeroporto e uma base militar. A população de Lviv aumentou 50% desde que a guerra começou.

O chefe da administração militar de Lviv, Maksim Koztiski, disse que três mísseis atingiram armazéns militares vazios enquanto um quarto atingiu uma garagem, matando e ferindo civis. Ele não disse se todas as vítimas eram do ataque na garagem, que atingiu algumas centenas de metros de um conjunto de trilhos de trem.

“Se a garagem foi o alvo final, talvez eles estivessem mirando na estação ferroviária”, disse ele. “Não há mais locais seguros ou inseguros.”

O chefe do serviço ferroviário da Ucrânia, Oleksandr Pertsovski, disse não ter provas de que o ataque foi direcionado à ferrovia, que tem algumas instalações perto de locais militares.

Bombeiros tentam extinguir fogo provocado por um bombardeio russo em Lviv, no oeste da Ucrânia  Foto: EFE/EPA/MYKOLA TYS

A guerra, no entanto, transformou a cidade. Conhecida por suas pitorescas ruas de paralelepípedos ladeadas por arquitetura histórica e estátuas - um patrimônio mundial da Unesco - Lviv foi rapidamente reaproveitada de um centro turístico para uma base vital de operações.

Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro, serviu como um canal para suprimentos humanitários, voluntários e combatentes estrangeiros para as cidades da linha de frente. Os recém-chegados a Lviv transformaram a face da cidade e os sinais da mudança são onipresentes.

Os moradores estão tentando se acostumar rapidamente a viver na periferia da guerra e no centro de uma enorme crise humanitária que envolveu seus bairros. Mas o ataque com mísseis de hoje, que parecia se encaixar em um padrão de ataques russos à infraestrutura militar em todo o país nos últimos quatro dias, foi uma indicação de que a guerra pode estar se aproximando de Lviv agora.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na segunda-feira que seus militares atacaram 108 áreas onde militares e forças ucranianas estavam localizados nas últimas 24 horas.

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Ofensiva no Leste

Além de Lviv, a Rússia reivindicou uma série de ataques em território ucraniano na noite de domingo para segunda-feira, especialmente no leste do país, onde uma ofensiva em larga escala é esperada e, segundo autoridades ucranianas, já teve início.

O Ministério da Defesa russo disse que a maioria dos ataques, conduzidos por mísseis de alta precisão, atingiram áreas no leste da Ucrânia. A força aérea, as forças de mísseis, a artilharia e os sistemas de defesa aérea atingiram mais de 300 alvos, acrescentou o ministério, uma das séries mais amplas de ataques registrados nas últimas semanas.

A intensificação dos ataques reivindicados pelo ministério - que não incluiu o ataque com mísseis na cidade de Lviv - ocorreu quando as forças russas estavam perto de uma captura completa da cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. Os soldados cercaram as últimas tropas ucranianas restantes em uma grande usina de aço e bombardearam a instalação por dias.

A captura de Mariupol constituiria um grande prêmio estratégico para a Rússia, pois garantiria uma rota terrestre para a Crimeia, a península que a Rússia tomou em 2014, e liberaria forças para a ofensiva na região leste conhecida como Donbas.

A situação nas duas áreas separatistas do Donbas, sob o controle de separatistas apoiados por Moscou desde 2014, foi citada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma das principais justificativas para sua decisão de iniciar a guerra.

O Ministério da Defesa disse que seus mísseis aéreos atingiram pontos de comando, depósitos de combustível e depósitos de munição em cinco cidades do leste da Ucrânia, bem como na cidade de Mykolaiv, no sul. Os alvos incluíam instalações militares nas cidades de Barvinkove e Huliaipole, dois locais estratégicos que especialistas militares preveem que poderiam ser pontos de lançamento para a ofensiva no leste da Rússia.

Edifícios residenciais danificados por um ataque militar em Sievierodonetsk, região de Luhansk, Ucrânia, em 16 de abril de 2022 Foto: REUTERS / REUTERS

Pavel Luzin, analista militar russo, disse que, embora a Rússia tenha atingido a infraestrutura ferroviária na Ucrânia, até agora evitou mirar seus mísseis em pontes sobre grandes rios. “Se a Rússia planeja expandir sua presença no território da Ucrânia - e o objetivo final desde 2014 é a destruição do estado ucraniano como tal - também precisaria da ferrovia”, disse Luzin.

Também na segunda-feira, o chefe da administração regional de Luhansk, que faz parte de Donbas, disse que as forças russas ganharam o controle da cidade de Kreminna, aumentando o território na região detida por Moscou.

“Vemos que eles acumularam forças e recursos suficientes e lançaram ofensivas em massa em várias direções”, disse o oficial Serhiy Haidai sobre as forças russas.

Analistas militares pró-Rússia e comentaristas da televisão estatal têm promovido a ofensiva de Donbas como a batalha decisiva que pode ser um ponto de virada na guerra.

“A grande batalha pelo Donbas já começou”, disse Yuri Podolyaka, analista pró-Rússia, que publica regularmente seus relatórios militares em seu popular canal no Telegram. “A atividade da artilharia e das forças aéreas russas se intensificou novamente.”

Depois de quase dois meses de combates na Ucrânia, muitos comentaristas pró-guerra na Rússia têm pressionado o Exército a seguir com mais força para produzir vitórias tangíveis que encobrissem alguns dos constrangimentos que Moscou sofreu, incluindo o naufrágio de um navio de guerra no Mar Negro na semana passada e a retirada da capital ucraniana, Kiev.

Até agora, a Rússia conseguiu reivindicar apenas a captura de Kherson, uma capital regional, como sua maior conquista militar. As forças de Moscou levaram semanas para expulsar os combatentes ucranianos das áreas urbanas de Mariupol, o que aconteceu somente depois que o bombardeio russo quase destruiu a cidade portuária./NYT

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Embarcação sofreu "danos graves" por causa de incêndio e naufragou. Um funcionário do Pentágono afirmou que o cruzador Moskva foi alvo de mísseis ucranianos

LVIV, UCRÂNIA - A Rússia lançou mais de 300 ataques aéreos contra alvos militares na Ucrânia e disse ter começado uma nova fase de operações no leste do país. Ao menos quatro desses ataques atingiram uma estação de trem em Lviv, no oeste, e deixaram sete mortos. Mais tarde, em seu tradicional discurso, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, confirmou o início da ofensiva russa contra o leste da Ucrânia, uma região parcialmente sob o controle de separatistas pró-russos.

“Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha pelo Donbas, para a qual se prepararam durante muito tempo. Uma grande parte de todo o Exército russo se dedica agora a esta ofensiva”, declarou Zelenski em um discurso divulgado pelo Telegram. “Não importa quantos soldados russos forem trazidos até aqui, lutaremos. Vamos nos defender.”

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a maioria dos 300 bombardeios ocorreu no leste da Ucrânia, mas pelo menos quatro mísseis atingiram Lviv, matando sete pessoas – as primeiras vítimas da guerra na cidade. Lviv, próxima da fronteira com a Polônia, é a principal rota de escape de civis que fogem por trem, e um importante centro logístico para o auxílio militar e humanitário enviado pela Otan aos ucranianos no conflito com a Rússia.

Colunas de fumaça e sirenes de defesa aérea marcaram as primeiras horas da manhã na cidade, que, desde o início do conflito, tem sido relativamente poupada dos ataques russos. Nos últimos dias, depois de reveses nos arredores de Kiev, Moscou tem centrado seus esforços no leste da Ucrânia, especialmente nas províncias de Donetsk e Luhansk, na região de Donbas.

O ataque à estação de trem preocupa autoridades locais, já que por lá, centenas de milhares de pessoas passaram no caminho para a Polônia, a Eslováquia e a Romênia. Os ataques anteriores na cidade tiveram como alvo depósitos de combustível, um aeroporto e uma base militar. A população de Lviv aumentou 50% desde que a guerra começou.

O chefe da administração militar de Lviv, Maksim Koztiski, disse que três mísseis atingiram armazéns militares vazios enquanto um quarto atingiu uma garagem, matando e ferindo civis. Ele não disse se todas as vítimas eram do ataque na garagem, que atingiu algumas centenas de metros de um conjunto de trilhos de trem.

“Se a garagem foi o alvo final, talvez eles estivessem mirando na estação ferroviária”, disse ele. “Não há mais locais seguros ou inseguros.”

O chefe do serviço ferroviário da Ucrânia, Oleksandr Pertsovski, disse não ter provas de que o ataque foi direcionado à ferrovia, que tem algumas instalações perto de locais militares.

Bombeiros tentam extinguir fogo provocado por um bombardeio russo em Lviv, no oeste da Ucrânia  Foto: EFE/EPA/MYKOLA TYS

A guerra, no entanto, transformou a cidade. Conhecida por suas pitorescas ruas de paralelepípedos ladeadas por arquitetura histórica e estátuas - um patrimônio mundial da Unesco - Lviv foi rapidamente reaproveitada de um centro turístico para uma base vital de operações.

Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro, serviu como um canal para suprimentos humanitários, voluntários e combatentes estrangeiros para as cidades da linha de frente. Os recém-chegados a Lviv transformaram a face da cidade e os sinais da mudança são onipresentes.

Os moradores estão tentando se acostumar rapidamente a viver na periferia da guerra e no centro de uma enorme crise humanitária que envolveu seus bairros. Mas o ataque com mísseis de hoje, que parecia se encaixar em um padrão de ataques russos à infraestrutura militar em todo o país nos últimos quatro dias, foi uma indicação de que a guerra pode estar se aproximando de Lviv agora.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na segunda-feira que seus militares atacaram 108 áreas onde militares e forças ucranianas estavam localizados nas últimas 24 horas.

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Ofensiva no Leste

Além de Lviv, a Rússia reivindicou uma série de ataques em território ucraniano na noite de domingo para segunda-feira, especialmente no leste do país, onde uma ofensiva em larga escala é esperada e, segundo autoridades ucranianas, já teve início.

O Ministério da Defesa russo disse que a maioria dos ataques, conduzidos por mísseis de alta precisão, atingiram áreas no leste da Ucrânia. A força aérea, as forças de mísseis, a artilharia e os sistemas de defesa aérea atingiram mais de 300 alvos, acrescentou o ministério, uma das séries mais amplas de ataques registrados nas últimas semanas.

A intensificação dos ataques reivindicados pelo ministério - que não incluiu o ataque com mísseis na cidade de Lviv - ocorreu quando as forças russas estavam perto de uma captura completa da cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. Os soldados cercaram as últimas tropas ucranianas restantes em uma grande usina de aço e bombardearam a instalação por dias.

A captura de Mariupol constituiria um grande prêmio estratégico para a Rússia, pois garantiria uma rota terrestre para a Crimeia, a península que a Rússia tomou em 2014, e liberaria forças para a ofensiva na região leste conhecida como Donbas.

A situação nas duas áreas separatistas do Donbas, sob o controle de separatistas apoiados por Moscou desde 2014, foi citada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma das principais justificativas para sua decisão de iniciar a guerra.

O Ministério da Defesa disse que seus mísseis aéreos atingiram pontos de comando, depósitos de combustível e depósitos de munição em cinco cidades do leste da Ucrânia, bem como na cidade de Mykolaiv, no sul. Os alvos incluíam instalações militares nas cidades de Barvinkove e Huliaipole, dois locais estratégicos que especialistas militares preveem que poderiam ser pontos de lançamento para a ofensiva no leste da Rússia.

Edifícios residenciais danificados por um ataque militar em Sievierodonetsk, região de Luhansk, Ucrânia, em 16 de abril de 2022 Foto: REUTERS / REUTERS

Pavel Luzin, analista militar russo, disse que, embora a Rússia tenha atingido a infraestrutura ferroviária na Ucrânia, até agora evitou mirar seus mísseis em pontes sobre grandes rios. “Se a Rússia planeja expandir sua presença no território da Ucrânia - e o objetivo final desde 2014 é a destruição do estado ucraniano como tal - também precisaria da ferrovia”, disse Luzin.

Também na segunda-feira, o chefe da administração regional de Luhansk, que faz parte de Donbas, disse que as forças russas ganharam o controle da cidade de Kreminna, aumentando o território na região detida por Moscou.

“Vemos que eles acumularam forças e recursos suficientes e lançaram ofensivas em massa em várias direções”, disse o oficial Serhiy Haidai sobre as forças russas.

Analistas militares pró-Rússia e comentaristas da televisão estatal têm promovido a ofensiva de Donbas como a batalha decisiva que pode ser um ponto de virada na guerra.

“A grande batalha pelo Donbas já começou”, disse Yuri Podolyaka, analista pró-Rússia, que publica regularmente seus relatórios militares em seu popular canal no Telegram. “A atividade da artilharia e das forças aéreas russas se intensificou novamente.”

Depois de quase dois meses de combates na Ucrânia, muitos comentaristas pró-guerra na Rússia têm pressionado o Exército a seguir com mais força para produzir vitórias tangíveis que encobrissem alguns dos constrangimentos que Moscou sofreu, incluindo o naufrágio de um navio de guerra no Mar Negro na semana passada e a retirada da capital ucraniana, Kiev.

Até agora, a Rússia conseguiu reivindicar apenas a captura de Kherson, uma capital regional, como sua maior conquista militar. As forças de Moscou levaram semanas para expulsar os combatentes ucranianos das áreas urbanas de Mariupol, o que aconteceu somente depois que o bombardeio russo quase destruiu a cidade portuária./NYT

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Embarcação sofreu "danos graves" por causa de incêndio e naufragou. Um funcionário do Pentágono afirmou que o cruzador Moskva foi alvo de mísseis ucranianos

LVIV, UCRÂNIA - A Rússia lançou mais de 300 ataques aéreos contra alvos militares na Ucrânia e disse ter começado uma nova fase de operações no leste do país. Ao menos quatro desses ataques atingiram uma estação de trem em Lviv, no oeste, e deixaram sete mortos. Mais tarde, em seu tradicional discurso, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, confirmou o início da ofensiva russa contra o leste da Ucrânia, uma região parcialmente sob o controle de separatistas pró-russos.

“Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha pelo Donbas, para a qual se prepararam durante muito tempo. Uma grande parte de todo o Exército russo se dedica agora a esta ofensiva”, declarou Zelenski em um discurso divulgado pelo Telegram. “Não importa quantos soldados russos forem trazidos até aqui, lutaremos. Vamos nos defender.”

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a maioria dos 300 bombardeios ocorreu no leste da Ucrânia, mas pelo menos quatro mísseis atingiram Lviv, matando sete pessoas – as primeiras vítimas da guerra na cidade. Lviv, próxima da fronteira com a Polônia, é a principal rota de escape de civis que fogem por trem, e um importante centro logístico para o auxílio militar e humanitário enviado pela Otan aos ucranianos no conflito com a Rússia.

Colunas de fumaça e sirenes de defesa aérea marcaram as primeiras horas da manhã na cidade, que, desde o início do conflito, tem sido relativamente poupada dos ataques russos. Nos últimos dias, depois de reveses nos arredores de Kiev, Moscou tem centrado seus esforços no leste da Ucrânia, especialmente nas províncias de Donetsk e Luhansk, na região de Donbas.

O ataque à estação de trem preocupa autoridades locais, já que por lá, centenas de milhares de pessoas passaram no caminho para a Polônia, a Eslováquia e a Romênia. Os ataques anteriores na cidade tiveram como alvo depósitos de combustível, um aeroporto e uma base militar. A população de Lviv aumentou 50% desde que a guerra começou.

O chefe da administração militar de Lviv, Maksim Koztiski, disse que três mísseis atingiram armazéns militares vazios enquanto um quarto atingiu uma garagem, matando e ferindo civis. Ele não disse se todas as vítimas eram do ataque na garagem, que atingiu algumas centenas de metros de um conjunto de trilhos de trem.

“Se a garagem foi o alvo final, talvez eles estivessem mirando na estação ferroviária”, disse ele. “Não há mais locais seguros ou inseguros.”

O chefe do serviço ferroviário da Ucrânia, Oleksandr Pertsovski, disse não ter provas de que o ataque foi direcionado à ferrovia, que tem algumas instalações perto de locais militares.

Bombeiros tentam extinguir fogo provocado por um bombardeio russo em Lviv, no oeste da Ucrânia  Foto: EFE/EPA/MYKOLA TYS

A guerra, no entanto, transformou a cidade. Conhecida por suas pitorescas ruas de paralelepípedos ladeadas por arquitetura histórica e estátuas - um patrimônio mundial da Unesco - Lviv foi rapidamente reaproveitada de um centro turístico para uma base vital de operações.

Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro, serviu como um canal para suprimentos humanitários, voluntários e combatentes estrangeiros para as cidades da linha de frente. Os recém-chegados a Lviv transformaram a face da cidade e os sinais da mudança são onipresentes.

Os moradores estão tentando se acostumar rapidamente a viver na periferia da guerra e no centro de uma enorme crise humanitária que envolveu seus bairros. Mas o ataque com mísseis de hoje, que parecia se encaixar em um padrão de ataques russos à infraestrutura militar em todo o país nos últimos quatro dias, foi uma indicação de que a guerra pode estar se aproximando de Lviv agora.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na segunda-feira que seus militares atacaram 108 áreas onde militares e forças ucranianas estavam localizados nas últimas 24 horas.

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Ao menos sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas em ataques russos em Lviv, no oeste da Ucrânia, autoridades denunciaram que alvos civis foram atingidos

Ofensiva no Leste

Além de Lviv, a Rússia reivindicou uma série de ataques em território ucraniano na noite de domingo para segunda-feira, especialmente no leste do país, onde uma ofensiva em larga escala é esperada e, segundo autoridades ucranianas, já teve início.

O Ministério da Defesa russo disse que a maioria dos ataques, conduzidos por mísseis de alta precisão, atingiram áreas no leste da Ucrânia. A força aérea, as forças de mísseis, a artilharia e os sistemas de defesa aérea atingiram mais de 300 alvos, acrescentou o ministério, uma das séries mais amplas de ataques registrados nas últimas semanas.

A intensificação dos ataques reivindicados pelo ministério - que não incluiu o ataque com mísseis na cidade de Lviv - ocorreu quando as forças russas estavam perto de uma captura completa da cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. Os soldados cercaram as últimas tropas ucranianas restantes em uma grande usina de aço e bombardearam a instalação por dias.

A captura de Mariupol constituiria um grande prêmio estratégico para a Rússia, pois garantiria uma rota terrestre para a Crimeia, a península que a Rússia tomou em 2014, e liberaria forças para a ofensiva na região leste conhecida como Donbas.

A situação nas duas áreas separatistas do Donbas, sob o controle de separatistas apoiados por Moscou desde 2014, foi citada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma das principais justificativas para sua decisão de iniciar a guerra.

O Ministério da Defesa disse que seus mísseis aéreos atingiram pontos de comando, depósitos de combustível e depósitos de munição em cinco cidades do leste da Ucrânia, bem como na cidade de Mykolaiv, no sul. Os alvos incluíam instalações militares nas cidades de Barvinkove e Huliaipole, dois locais estratégicos que especialistas militares preveem que poderiam ser pontos de lançamento para a ofensiva no leste da Rússia.

Edifícios residenciais danificados por um ataque militar em Sievierodonetsk, região de Luhansk, Ucrânia, em 16 de abril de 2022 Foto: REUTERS / REUTERS

Pavel Luzin, analista militar russo, disse que, embora a Rússia tenha atingido a infraestrutura ferroviária na Ucrânia, até agora evitou mirar seus mísseis em pontes sobre grandes rios. “Se a Rússia planeja expandir sua presença no território da Ucrânia - e o objetivo final desde 2014 é a destruição do estado ucraniano como tal - também precisaria da ferrovia”, disse Luzin.

Também na segunda-feira, o chefe da administração regional de Luhansk, que faz parte de Donbas, disse que as forças russas ganharam o controle da cidade de Kreminna, aumentando o território na região detida por Moscou.

“Vemos que eles acumularam forças e recursos suficientes e lançaram ofensivas em massa em várias direções”, disse o oficial Serhiy Haidai sobre as forças russas.

Analistas militares pró-Rússia e comentaristas da televisão estatal têm promovido a ofensiva de Donbas como a batalha decisiva que pode ser um ponto de virada na guerra.

“A grande batalha pelo Donbas já começou”, disse Yuri Podolyaka, analista pró-Rússia, que publica regularmente seus relatórios militares em seu popular canal no Telegram. “A atividade da artilharia e das forças aéreas russas se intensificou novamente.”

Depois de quase dois meses de combates na Ucrânia, muitos comentaristas pró-guerra na Rússia têm pressionado o Exército a seguir com mais força para produzir vitórias tangíveis que encobrissem alguns dos constrangimentos que Moscou sofreu, incluindo o naufrágio de um navio de guerra no Mar Negro na semana passada e a retirada da capital ucraniana, Kiev.

Até agora, a Rússia conseguiu reivindicar apenas a captura de Kherson, uma capital regional, como sua maior conquista militar. As forças de Moscou levaram semanas para expulsar os combatentes ucranianos das áreas urbanas de Mariupol, o que aconteceu somente depois que o bombardeio russo quase destruiu a cidade portuária./NYT

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