Ataque ao Capitólio: Trump tem perdido apoio entre republicanos, indicam pesquisas


Números indicam que muitos eleitores conservadores podem estar se preparando para apoiar outro candidato nas primárias de 2024

Por Aaron Blake

A dúvida na cabeça de todos em meio às audiências da comissão parlamentar que investiga o ataque ao Capitólio de 6 de Janeiro — especialmente depois do explosivo depoimento de Cassidy Hutchinson — é: Isso fará alguma diferença, afinal? É uma pergunta justa. Donald Trump surfou no passado em meio a uma série de controvérsias, escândalos e evidências bastante contundentes produzidas pela investigação a respeito de seus laços com a Rússia, e seus índices de aprovação permaneceram notavelmente estáticos.

Ele perdeu a reeleição, mas por uma margem bem menor do que a maioria das pessoas se dá conta. E com a maioria dos republicanos perpetuamente cética em relação às evidências contra Trump, a base do ex-presidente tem permanecido intacta, e ele continua a exercer um imenso controle sobre seu partido. Trump tem ainda uma possibilidade decente de reconquistar a presidência caso concorra em 2024.

Pesquisas eleitotais têm dado indícios suficientes para prever que o desdobramento mais provável das audiências a respeito do 6 de Janeiro não será indiciamentos criminais contra Trump, nem seu partido rompendo com ele totalmente, mas, em vez disso, uma gradual percepção de que pode ser melhor avançar em outra direção em 2024 — mesmo que não seja por outro motivo além da bagagem de Trump.

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Os números mostram que há sinais de que a base do Partido Republicano está aberta para se afastar de Trump e já esteja possivelmente se movimentando nessa direção.

Trump no banco dos réus?

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Primeiramente, consideremos como os republicanos se sentem a respeito do 6 de Janeiro. Ainda não sabemos o que poderá significar o testemunho de Cassidy Hutchinson, porque acaba de acontecer. Mas pesquisas realizadas antes de sua fala fornecem veredictos diversos a respeito da reação dos republicanos ao 6 de Janeiro.

Uma pesquisa ABC News/Ipsos publicada na semana passada sugeriu uma pequena elevação percentual de americanos em geral e de republicanos que consideram que Trump deveria enfrentar acusações criminais — um índice geral de 58% e de 19% entre os republicanos. Conforme escreveu Philip Bump, do Post, esses números representam um aumento em relação a pesquisas anteriores Washington Post/ABC News que fizeram a mesma pergunta para os entrevistados pouco após a insurreição e novamente em abril de 2022, quando apenas cerca de 1 em cada 10 republicanos achava que Trump deveria ser indiciado.

Apoiadores de Trump derrubam barreira e enfrentam polícia próximo do Capitólio, em Washington Foto: Julio Cortez/AP
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Uma primária dura contra DeSantis

Além disso, existe uma aparentemente crescente vulnerabilidade de Trump nas primárias de 2024, principalmente em virtude do possível desafio do governador da Flórida, Ron DeSantis (republicano). Anteriormente este ano, ressaltamos pesquisas sugerindo que essa disputa poderia ser acirrada. Então, na semana passada, uma pesquisa da Universidade de New Hampshire mostrou DeSantis próximo a Trump no crucial Estado da primária que inicia o ciclo.

Uma pesquisa Yahoo/YouGov revela a mesma coisa; mostra Trump com 44% e DeSantis com 33% da preferência dos republicanos em relação a qual deles deve disputar a eleição presidencial de 2024 por seu partido. Esse resultado não é tão apertado quanto o de uma pesquisa UNH, mas é notavelmente acirrado, dado o suposto controle absoluto que Trump detém do partido.

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Donald Trump durante comício na Geórgia; argumento de fraude eleitoral divide republicanos Foto: MANDEL NGAN / AFP

Mais republicanos contra a reeleição

A pesquisa também mostra 56% dos republicanos afirmando ser favoráveis a que Trump concorra outra vez à presidência em 2024. Esse índice chegou a 78% em uma pesquisa Quinnipiac publicada no fim do ano passado.

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Outra coisa de que devemos lembrar aqui é que a atual dinâmica diverge em parte de controvérsias e escândalos anteriores de Trump. Depois da gravação “Access Hollywood”,os republicanos tiveram pouca opção a não ser ir às urnas com Trump; ele foi eleito o indicado do partido no mês seguinte. Quando Trump virou presidente, defendê-lo passou a tratar de manter sua legitimidade, assim como manter os republicanos no poder. Em meio ao processo de impeachment contra Trump em 2021, os republicanos no Congresso tiveram de escolher um lado, porque eram obrigados a votar sobre o tema.

Governador Ron DeSantis em evento na Flórida: ele surge como principal opositor de Trump no campo republicano Foto: Daniel A. Varela/Miami Herald via AP

A força do ex-presidente

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Atualmente, menos ônus recaem sobre os republicanos que defendem Trump verdadeiramente. Certamente, se os republicanos preferissem, eles poderiam simplesmente permitir que as evidências contra o ex-presidente se acumulassem, sem tentar contestá-las — o que pode prejudicar seu partido em alguma medida, mas há pouca evidência de que esse assunto ameace verdadeiramente os ganhos que eles esperam nas eleições de meio de mandato de 2022.

Nada disso significa que os republicanos realmente abandonarão Trump. A base ainda prefere Trump, mesmo depois de tudo o que viemos a saber. E imediatamente após o 6 de Janeiro, muitos republicanos pareceram acreditar que aquilo seria a gota d’água, e evidentemente estavam enganados. Mas o status de Trump enquanto indicado presumível em 2024 está parecendo mais uma mera pretensão. E o impacto mais provável das audiências a respeito do 6 de Janeiro parece ser um alento para aqueles que buscam virar a página. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

A dúvida na cabeça de todos em meio às audiências da comissão parlamentar que investiga o ataque ao Capitólio de 6 de Janeiro — especialmente depois do explosivo depoimento de Cassidy Hutchinson — é: Isso fará alguma diferença, afinal? É uma pergunta justa. Donald Trump surfou no passado em meio a uma série de controvérsias, escândalos e evidências bastante contundentes produzidas pela investigação a respeito de seus laços com a Rússia, e seus índices de aprovação permaneceram notavelmente estáticos.

Ele perdeu a reeleição, mas por uma margem bem menor do que a maioria das pessoas se dá conta. E com a maioria dos republicanos perpetuamente cética em relação às evidências contra Trump, a base do ex-presidente tem permanecido intacta, e ele continua a exercer um imenso controle sobre seu partido. Trump tem ainda uma possibilidade decente de reconquistar a presidência caso concorra em 2024.

Pesquisas eleitotais têm dado indícios suficientes para prever que o desdobramento mais provável das audiências a respeito do 6 de Janeiro não será indiciamentos criminais contra Trump, nem seu partido rompendo com ele totalmente, mas, em vez disso, uma gradual percepção de que pode ser melhor avançar em outra direção em 2024 — mesmo que não seja por outro motivo além da bagagem de Trump.

Os números mostram que há sinais de que a base do Partido Republicano está aberta para se afastar de Trump e já esteja possivelmente se movimentando nessa direção.

Trump no banco dos réus?

Primeiramente, consideremos como os republicanos se sentem a respeito do 6 de Janeiro. Ainda não sabemos o que poderá significar o testemunho de Cassidy Hutchinson, porque acaba de acontecer. Mas pesquisas realizadas antes de sua fala fornecem veredictos diversos a respeito da reação dos republicanos ao 6 de Janeiro.

Uma pesquisa ABC News/Ipsos publicada na semana passada sugeriu uma pequena elevação percentual de americanos em geral e de republicanos que consideram que Trump deveria enfrentar acusações criminais — um índice geral de 58% e de 19% entre os republicanos. Conforme escreveu Philip Bump, do Post, esses números representam um aumento em relação a pesquisas anteriores Washington Post/ABC News que fizeram a mesma pergunta para os entrevistados pouco após a insurreição e novamente em abril de 2022, quando apenas cerca de 1 em cada 10 republicanos achava que Trump deveria ser indiciado.

Apoiadores de Trump derrubam barreira e enfrentam polícia próximo do Capitólio, em Washington Foto: Julio Cortez/AP

Uma primária dura contra DeSantis

Além disso, existe uma aparentemente crescente vulnerabilidade de Trump nas primárias de 2024, principalmente em virtude do possível desafio do governador da Flórida, Ron DeSantis (republicano). Anteriormente este ano, ressaltamos pesquisas sugerindo que essa disputa poderia ser acirrada. Então, na semana passada, uma pesquisa da Universidade de New Hampshire mostrou DeSantis próximo a Trump no crucial Estado da primária que inicia o ciclo.

Uma pesquisa Yahoo/YouGov revela a mesma coisa; mostra Trump com 44% e DeSantis com 33% da preferência dos republicanos em relação a qual deles deve disputar a eleição presidencial de 2024 por seu partido. Esse resultado não é tão apertado quanto o de uma pesquisa UNH, mas é notavelmente acirrado, dado o suposto controle absoluto que Trump detém do partido.

Donald Trump durante comício na Geórgia; argumento de fraude eleitoral divide republicanos Foto: MANDEL NGAN / AFP

Mais republicanos contra a reeleição

A pesquisa também mostra 56% dos republicanos afirmando ser favoráveis a que Trump concorra outra vez à presidência em 2024. Esse índice chegou a 78% em uma pesquisa Quinnipiac publicada no fim do ano passado.

Outra coisa de que devemos lembrar aqui é que a atual dinâmica diverge em parte de controvérsias e escândalos anteriores de Trump. Depois da gravação “Access Hollywood”,os republicanos tiveram pouca opção a não ser ir às urnas com Trump; ele foi eleito o indicado do partido no mês seguinte. Quando Trump virou presidente, defendê-lo passou a tratar de manter sua legitimidade, assim como manter os republicanos no poder. Em meio ao processo de impeachment contra Trump em 2021, os republicanos no Congresso tiveram de escolher um lado, porque eram obrigados a votar sobre o tema.

Governador Ron DeSantis em evento na Flórida: ele surge como principal opositor de Trump no campo republicano Foto: Daniel A. Varela/Miami Herald via AP

A força do ex-presidente

Atualmente, menos ônus recaem sobre os republicanos que defendem Trump verdadeiramente. Certamente, se os republicanos preferissem, eles poderiam simplesmente permitir que as evidências contra o ex-presidente se acumulassem, sem tentar contestá-las — o que pode prejudicar seu partido em alguma medida, mas há pouca evidência de que esse assunto ameace verdadeiramente os ganhos que eles esperam nas eleições de meio de mandato de 2022.

Nada disso significa que os republicanos realmente abandonarão Trump. A base ainda prefere Trump, mesmo depois de tudo o que viemos a saber. E imediatamente após o 6 de Janeiro, muitos republicanos pareceram acreditar que aquilo seria a gota d’água, e evidentemente estavam enganados. Mas o status de Trump enquanto indicado presumível em 2024 está parecendo mais uma mera pretensão. E o impacto mais provável das audiências a respeito do 6 de Janeiro parece ser um alento para aqueles que buscam virar a página. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

A dúvida na cabeça de todos em meio às audiências da comissão parlamentar que investiga o ataque ao Capitólio de 6 de Janeiro — especialmente depois do explosivo depoimento de Cassidy Hutchinson — é: Isso fará alguma diferença, afinal? É uma pergunta justa. Donald Trump surfou no passado em meio a uma série de controvérsias, escândalos e evidências bastante contundentes produzidas pela investigação a respeito de seus laços com a Rússia, e seus índices de aprovação permaneceram notavelmente estáticos.

Ele perdeu a reeleição, mas por uma margem bem menor do que a maioria das pessoas se dá conta. E com a maioria dos republicanos perpetuamente cética em relação às evidências contra Trump, a base do ex-presidente tem permanecido intacta, e ele continua a exercer um imenso controle sobre seu partido. Trump tem ainda uma possibilidade decente de reconquistar a presidência caso concorra em 2024.

Pesquisas eleitotais têm dado indícios suficientes para prever que o desdobramento mais provável das audiências a respeito do 6 de Janeiro não será indiciamentos criminais contra Trump, nem seu partido rompendo com ele totalmente, mas, em vez disso, uma gradual percepção de que pode ser melhor avançar em outra direção em 2024 — mesmo que não seja por outro motivo além da bagagem de Trump.

Os números mostram que há sinais de que a base do Partido Republicano está aberta para se afastar de Trump e já esteja possivelmente se movimentando nessa direção.

Trump no banco dos réus?

Primeiramente, consideremos como os republicanos se sentem a respeito do 6 de Janeiro. Ainda não sabemos o que poderá significar o testemunho de Cassidy Hutchinson, porque acaba de acontecer. Mas pesquisas realizadas antes de sua fala fornecem veredictos diversos a respeito da reação dos republicanos ao 6 de Janeiro.

Uma pesquisa ABC News/Ipsos publicada na semana passada sugeriu uma pequena elevação percentual de americanos em geral e de republicanos que consideram que Trump deveria enfrentar acusações criminais — um índice geral de 58% e de 19% entre os republicanos. Conforme escreveu Philip Bump, do Post, esses números representam um aumento em relação a pesquisas anteriores Washington Post/ABC News que fizeram a mesma pergunta para os entrevistados pouco após a insurreição e novamente em abril de 2022, quando apenas cerca de 1 em cada 10 republicanos achava que Trump deveria ser indiciado.

Apoiadores de Trump derrubam barreira e enfrentam polícia próximo do Capitólio, em Washington Foto: Julio Cortez/AP

Uma primária dura contra DeSantis

Além disso, existe uma aparentemente crescente vulnerabilidade de Trump nas primárias de 2024, principalmente em virtude do possível desafio do governador da Flórida, Ron DeSantis (republicano). Anteriormente este ano, ressaltamos pesquisas sugerindo que essa disputa poderia ser acirrada. Então, na semana passada, uma pesquisa da Universidade de New Hampshire mostrou DeSantis próximo a Trump no crucial Estado da primária que inicia o ciclo.

Uma pesquisa Yahoo/YouGov revela a mesma coisa; mostra Trump com 44% e DeSantis com 33% da preferência dos republicanos em relação a qual deles deve disputar a eleição presidencial de 2024 por seu partido. Esse resultado não é tão apertado quanto o de uma pesquisa UNH, mas é notavelmente acirrado, dado o suposto controle absoluto que Trump detém do partido.

Donald Trump durante comício na Geórgia; argumento de fraude eleitoral divide republicanos Foto: MANDEL NGAN / AFP

Mais republicanos contra a reeleição

A pesquisa também mostra 56% dos republicanos afirmando ser favoráveis a que Trump concorra outra vez à presidência em 2024. Esse índice chegou a 78% em uma pesquisa Quinnipiac publicada no fim do ano passado.

Outra coisa de que devemos lembrar aqui é que a atual dinâmica diverge em parte de controvérsias e escândalos anteriores de Trump. Depois da gravação “Access Hollywood”,os republicanos tiveram pouca opção a não ser ir às urnas com Trump; ele foi eleito o indicado do partido no mês seguinte. Quando Trump virou presidente, defendê-lo passou a tratar de manter sua legitimidade, assim como manter os republicanos no poder. Em meio ao processo de impeachment contra Trump em 2021, os republicanos no Congresso tiveram de escolher um lado, porque eram obrigados a votar sobre o tema.

Governador Ron DeSantis em evento na Flórida: ele surge como principal opositor de Trump no campo republicano Foto: Daniel A. Varela/Miami Herald via AP

A força do ex-presidente

Atualmente, menos ônus recaem sobre os republicanos que defendem Trump verdadeiramente. Certamente, se os republicanos preferissem, eles poderiam simplesmente permitir que as evidências contra o ex-presidente se acumulassem, sem tentar contestá-las — o que pode prejudicar seu partido em alguma medida, mas há pouca evidência de que esse assunto ameace verdadeiramente os ganhos que eles esperam nas eleições de meio de mandato de 2022.

Nada disso significa que os republicanos realmente abandonarão Trump. A base ainda prefere Trump, mesmo depois de tudo o que viemos a saber. E imediatamente após o 6 de Janeiro, muitos republicanos pareceram acreditar que aquilo seria a gota d’água, e evidentemente estavam enganados. Mas o status de Trump enquanto indicado presumível em 2024 está parecendo mais uma mera pretensão. E o impacto mais provável das audiências a respeito do 6 de Janeiro parece ser um alento para aqueles que buscam virar a página. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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