BAGDÁ - Pelo terceiro dia consecutivo o Oriente Médio vive uma escalada na tensão regional, com ataques contra alvos ligados ao Irã e ao grupo radical xiita Hezbollah no Líbano e no Iraque. Os ataques desta quinta-feira, 4, ocorrem dois dias depois de um bombardeio em Beirute ter matado o número dois da ala política do grupo terrorista Hamas, Saleh Al-Aruri. Ontem, no Irã, um atentado matou 84 pessoas durante uma homenagem pelo aniversário da morte do general Qassam Suleimani, um dos líderes da guarda revolucionária, morto em 2020.
Dois membros do Hashd Al-Shaabi (Forças de Mobilização Popular), uma facção iraquiana próxima ao Irã, morreram em um ataque realizado com um drone contra um edifício da organização em Bagdá, segundo uma fonte de segurança e um membro do grupo armado.
O ataque em Bagdá atingiu um centro de apoio logístico do Hashd Al-Shaabi no leste da capital iraquiana. Dois integrantes do grupo morreram e outros sete ficaram feridos. O ataque foi reivindicado pelo governo americano, que acusa a milícia de atacar bases dos EUA no Iraque.
No sul do Líbano, na cidade de Naqura, quatro militantes do grupo libanês foram mortos em um bombardeio, em meio a manifestações de partidários do Hezbollah no país.
O ataque a uma facção iraquiana próxima a Teerã ocorre em meio a temores de uma guerra regional. O Irã acusou Israel e os Estados Unidos pelo ataque de ontem.
As explosões, que ocorreram com cerca de 15 minutos de diferença, aconteceram perto da mesquita Saheb al Zaman, onde está o túmulo de Soleimani, na cidade de Kerman.
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“Washington diz que os Estados Unidos e Israel não tiveram nada a ver com o atentado terrorista no Irã. Não se enganem. A responsabilidade por este crime recai nos regimes americano e sionista, e o terrorismo é apenas uma ferramenta”, declarou Mohammad Jamshidi, conselheiro do presidente iraniano Ebrahim Raisi.
Os Estados Unidos negaram qualquer envolvimento de Israel ou de si mesmos, e um alto funcionário americano afirmou que “parece um ataque terrorista, do tipo de coisas que o EI [Estado Islâmico] fez no passado”./AFP