A polícia do Canadá ampliou nesta segunda-feira, 5, a busca por dois suspeitos de matarem a facadas no domingo, 4, ao menos 10 pessoas em duas comunidades indígenas remotas na Província de Saskatchewan. Outras 18 ficaram feridas. Os suspeitos foram identificados como Damien Sanderson e Myles Sanderson. O primeiro foi encontrado ferido e morto em um matagal nesta segunda.
Segundo a polícia, ambos são suspeitos de cometer crime hediondo, tentativa de assassinato, arrombamento e invasão. Centenas de oficiais foram enviados para acompanhar as pistas, patrulhar as ruas e reunir evidências.
Crime hediondo
“Localizamos 10 indivíduos mortos em 13 locais na comunidade de James Smith Cree Nation e Weldon, em Saskatchewan”, disse no domingo, 4, comissária assistente da Real Polícia Montada Canadense, Rhonda Blackmore, em entrevista coletiva. “Várias outras vítimas ficaram feridas, 15 das quais foram transportadas para vários hospitais”, acrescentou.
Ela explicou que algumas das vítimas parecem ter sido alvo dos suspeitos, mas outras parecem ter sido atacadas aleatoriamente. No entanto, não poderia fornecer um motivo. “É horrível o que ocorreu em nossa província hoje”, disse Blackmore.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, reagiu ao ocorrido. “Os ataques em Saskatchewan hoje são horríveis e de partir o coração”, escreveu ele no Twitter. “Meu pensamento está com aqueles que perderam um ente querido e aqueles que ficaram feridos.”
O ataque choca o Canadá, que se orgulha da sua civilidade, e já é considerado um dos piores da história recente do país. A brutalidade do crime reverberou nesta segunda-feira. “Como canadenses, lamentamos com todos os afetados por essa trágica violência”, acrescentou Trudeau.
Apesar do histórico de país pacífico, o Canadá enfrenta uma onda de violência contra os indígenas. A atenção sobre esse fenômeno cresceu nos últimos anos, em parte por causa de novas descobertas sobre a extensão da violência e discriminação geral no país. No ano passado, por exemplo, autoridades descobriram uma suspeita de sepulturas em uma antiga escola residencial na Colúmbia Britânica. /AFP, AP e NYT