Ataque de Israel aos pagers foi um sucesso tático sem um objetivo estratégico, dizem analistas


Ao atacar tantos pagers ao mesmo tempo, Israel demonstrou habilidade técnica e restaurou parcialmente a reputação de suas agências de inteligência. Mas sua intenção de longo prazo não é clara

Por Patrick Kingsley

O ataque de Israel contra pagers e outros dispositivos sem fio pertencentes ao Hezbollah foi um sucesso tático que não teve efeito estratégico claro, dizem analistas.

Embora tenha envergonhado o Hezbollah e parecido incapacitar muitos de seus membros, o ataque até agora não alterou o equilíbrio militar ao longo da fronteira israelense-libanesa, onde mais de 100.000 civis de ambos os lados já foram deslocados por uma batalha de baixa intensidade. O Hezbollah e os militares israelenses permanecem presos no mesmo padrão, trocando mísseis e fogo de artilharia na quarta feira em um ritmo condizente com as escaramuças diárias travadas entre os dois lados desde outubro.

Embora o ataque na terça feira tenha sido uma demonstração atraente da habilidade tecnológica israelense, Israel não tentou até agora aproveitar a confusão semeada iniciando um golpe decisivo contra o Hezbollah e invadindo o Líbano. Uma segunda onda de explosões foi ouvida no Líbano na quarta feira, 17, supostamente causada pela explosão de walkie-talkies e outros dispositivos, mas o exército israelense não parecia estar se preparando para uma invasão terrestre iminente.

continua após a publicidade
Membros do Hezbollah carregam um dos caixões de quatro integrantes da milícia xiita mortos na terça-feira depois que seus pagers explodiram. Foto: AP Photo/Bilal Hussein

E se o ataque com os pagers impressionou muitos israelenses, alguns dos quais criticaram seu governo por não conseguir impedir os ataques do Hezbollah, sua principal frustração permaneceu: o Hezbollah ainda está entrincheirado na fronteira norte de Israel, impedindo o retorno de dezenas de milhares de moradores do norte de Israel às suas casas.

“Este é um evento tático incrível”, disse Miri Eisin, uma pesquisadora do Instituto Internacional de Combate ao Terrorismo, uma organização de pesquisa sediada em Israel.

continua após a publicidade

“Mas nenhum combatente do Hezbollah vai se mover por causa disso”, disse Eisin, uma ex-oficial sênior de inteligência. “Ter capacidades incríveis não é uma estratégia em si.”

A complexidade do ataque restaurou parte do prestígio e da reputação que as agências de inteligência de Israel perderam em 7 de outubro, quando o Hamas liderou um ataque surpresa a Israel que os militares israelenses não conseguiram prever e para o qual não estavam preparados. Entre os israelenses, a devastação causada pelo ataque do Hamas abalou sua confiança na liderança militar e, desde então, levou à renúncia do chefe da inteligência militar, bem como do chefe de sua principal agência de inteligência de sinais.

Ainda assim, os israelenses estão divididos em relação à origem desse ataque, nascido de um oportunismo de curto prazo ou de uma premeditação de longo prazo. Alguns acreditam que os comandantes israelenses temiam que seus equivalentes do Hezbollah tivessem descoberto recentemente a capacidade de Israel de sabotar os pagers, levando os comandantes israelenses a explodi-los imediatamente ou correr o risco de perder para sempre essa capacidade.

continua após a publicidade

Outros dizem que Israel tinha uma intenção estratégica específica. Talvez o país espere que a ousadia e a sofisticação do ataque acabem tornando o Hezbollah mais receptivo a um cessar-fogo nas próximas semanas, se não imediatamente.

“O objetivo da operação, se Israel estava por trás dela, como o Hezbollah alega, pode ter sido mostrar ao Hezbollah que o grupo pagará um preço muito alto se continuar seus ataques a Israel em vez de chegar a um acordo”, disse o major general Amos Yadlin, ex-chefe da diretoria de inteligência militar de Israel.

continua após a publicidade

O Hezbollah começou a atirar em Israel no início de outubro em solidariedade ao Hamas, depois que seu aliado palestino invadiu o sul de Israel, provocando um contra-ataque israelense em larga escala em Gaza. Desde então, o Hezbollah vinculou seu destino ao do Hamas, prometendo não parar de lutar até que Israel se retire de Gaza.

Dada a conexão, autoridades de ambos os lados da fronteira esperam há meses que uma trégua em Gaza leve a um acordo paralelo no Líbano. Mediadores americanos e franceses, liderados por Amos Hochstein, um enviado dos Estados Unidos, viajaram entre Beirute e Jerusalém, preparando o terreno para uma trégua entre Israel e o Hezbollah no caso de um acordo em Gaza.

A expectativa era que a guerra com o Hezbollah terminasse sem a necessidade de um ataque israelense maior ao Líbano, desde que uma solução pudesse ser encontrada em Gaza.

continua após a publicidade
Ambulância da Cruz Vermelha Libanesa passa ao lado das famílias das vítimas que ficaram feridas na terça-feira pela explosão de pagers. Foto: AP Photo/Hussein Malla

Com as negociações envolvendo Gaza agora em um impasse, a liderança israelense enfrenta uma pressão doméstica crescente para encontrar outra maneira de coagir o Hezbollah a se retirar.

Como resultado, a liderança israelense intensificou recentemente seu foco público no Hezbollah, com o ministro da defesa do país, Yoav Gallant, alertando esta semana que a “ação militar” era “a única maneira” de acabar com o conflito.

continua após a publicidade

O ataque com os pagers pareceu levar a cabo esse aviso. Analistas disseram que foi uma tentativa de persuadir o Hezbollah a desvincular seu destino ao do Hamas e, ao fazê-lo, acabar com a guerra do norte sem esperar por uma resolução no sul.

“O ponto é desconectar a guerra que o Hezbollah declarou contra Israel da guerra com o Hamas”, disse o general Yadlin.

A operação dá a Hochstein “outra ferramenta para usar ao falar com o Hezbollah: ‘É melhor chegar a um acordo, ou enfrentarão ataques mais substanciais e surpreendentes’”, acrescentou o general Yadlin.

Alguns são mais céticos, argumentando que é improvável que o Hezbollah mude de curso, mesmo que tenha ficado degradado e desorientado com o ataque.

Avi Issacharoff, um colunista israelense, escreveu em um comentário nesta quarta-feira que o ataque “não levará o Hezbollah a parar seus ataques às comunidades civis do norte de Israel, e sim a intensificá-los”. Issacharoff acrescentou: “Parece que teremos dias e possivelmente até semanas de hostilidades crescentes que podem, em última análise, forçar o exército a lançar uma operação terrestre, mesmo que o exército ainda esteja operando em Gaza e ainda esteja sofrendo perdas”.

O Hezbollah se vê como o aliado iraniano mais influente no Oriente Médio, e tentaria evitar ser visto como abandonando o Hamas, de acordo com Sima Shine, ex-oficial sênior do Mossad, a agência de inteligência estrangeira de Israel.

“Não vejo isso acontecendo”, disse Shine, analista do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, uma organização de pesquisa israelense. “Para eles, é muito importante serem os chefes de todos os representantes indiretos na região, aqueles que dão instruções aos outros, aqueles que treinam os outros de tempos em tempos.”

De forma mais geral, o ataque também destacou a dissonância entre a disciplina das agências de inteligência de Israel, que têm a capacidade de planejar operações com meses ou até anos de antecedência, e o pensamento confuso de curto prazo da liderança política de Israel.

O ataque ocorreu após dias de relatos na mídia israelense a respeito da intenção do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de demitir seu ministro da defesa, mesmo enquanto Gallant supervisionava a operação planejada no Líbano.

“Esta é uma situação muito estranha”, disse Shine. Isso mostra “uma lacuna imensa entre os políticos e o sistema de segurança”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

O ataque de Israel contra pagers e outros dispositivos sem fio pertencentes ao Hezbollah foi um sucesso tático que não teve efeito estratégico claro, dizem analistas.

Embora tenha envergonhado o Hezbollah e parecido incapacitar muitos de seus membros, o ataque até agora não alterou o equilíbrio militar ao longo da fronteira israelense-libanesa, onde mais de 100.000 civis de ambos os lados já foram deslocados por uma batalha de baixa intensidade. O Hezbollah e os militares israelenses permanecem presos no mesmo padrão, trocando mísseis e fogo de artilharia na quarta feira em um ritmo condizente com as escaramuças diárias travadas entre os dois lados desde outubro.

Embora o ataque na terça feira tenha sido uma demonstração atraente da habilidade tecnológica israelense, Israel não tentou até agora aproveitar a confusão semeada iniciando um golpe decisivo contra o Hezbollah e invadindo o Líbano. Uma segunda onda de explosões foi ouvida no Líbano na quarta feira, 17, supostamente causada pela explosão de walkie-talkies e outros dispositivos, mas o exército israelense não parecia estar se preparando para uma invasão terrestre iminente.

Membros do Hezbollah carregam um dos caixões de quatro integrantes da milícia xiita mortos na terça-feira depois que seus pagers explodiram. Foto: AP Photo/Bilal Hussein

E se o ataque com os pagers impressionou muitos israelenses, alguns dos quais criticaram seu governo por não conseguir impedir os ataques do Hezbollah, sua principal frustração permaneceu: o Hezbollah ainda está entrincheirado na fronteira norte de Israel, impedindo o retorno de dezenas de milhares de moradores do norte de Israel às suas casas.

“Este é um evento tático incrível”, disse Miri Eisin, uma pesquisadora do Instituto Internacional de Combate ao Terrorismo, uma organização de pesquisa sediada em Israel.

“Mas nenhum combatente do Hezbollah vai se mover por causa disso”, disse Eisin, uma ex-oficial sênior de inteligência. “Ter capacidades incríveis não é uma estratégia em si.”

A complexidade do ataque restaurou parte do prestígio e da reputação que as agências de inteligência de Israel perderam em 7 de outubro, quando o Hamas liderou um ataque surpresa a Israel que os militares israelenses não conseguiram prever e para o qual não estavam preparados. Entre os israelenses, a devastação causada pelo ataque do Hamas abalou sua confiança na liderança militar e, desde então, levou à renúncia do chefe da inteligência militar, bem como do chefe de sua principal agência de inteligência de sinais.

Ainda assim, os israelenses estão divididos em relação à origem desse ataque, nascido de um oportunismo de curto prazo ou de uma premeditação de longo prazo. Alguns acreditam que os comandantes israelenses temiam que seus equivalentes do Hezbollah tivessem descoberto recentemente a capacidade de Israel de sabotar os pagers, levando os comandantes israelenses a explodi-los imediatamente ou correr o risco de perder para sempre essa capacidade.

Outros dizem que Israel tinha uma intenção estratégica específica. Talvez o país espere que a ousadia e a sofisticação do ataque acabem tornando o Hezbollah mais receptivo a um cessar-fogo nas próximas semanas, se não imediatamente.

“O objetivo da operação, se Israel estava por trás dela, como o Hezbollah alega, pode ter sido mostrar ao Hezbollah que o grupo pagará um preço muito alto se continuar seus ataques a Israel em vez de chegar a um acordo”, disse o major general Amos Yadlin, ex-chefe da diretoria de inteligência militar de Israel.

O Hezbollah começou a atirar em Israel no início de outubro em solidariedade ao Hamas, depois que seu aliado palestino invadiu o sul de Israel, provocando um contra-ataque israelense em larga escala em Gaza. Desde então, o Hezbollah vinculou seu destino ao do Hamas, prometendo não parar de lutar até que Israel se retire de Gaza.

Dada a conexão, autoridades de ambos os lados da fronteira esperam há meses que uma trégua em Gaza leve a um acordo paralelo no Líbano. Mediadores americanos e franceses, liderados por Amos Hochstein, um enviado dos Estados Unidos, viajaram entre Beirute e Jerusalém, preparando o terreno para uma trégua entre Israel e o Hezbollah no caso de um acordo em Gaza.

A expectativa era que a guerra com o Hezbollah terminasse sem a necessidade de um ataque israelense maior ao Líbano, desde que uma solução pudesse ser encontrada em Gaza.

Ambulância da Cruz Vermelha Libanesa passa ao lado das famílias das vítimas que ficaram feridas na terça-feira pela explosão de pagers. Foto: AP Photo/Hussein Malla

Com as negociações envolvendo Gaza agora em um impasse, a liderança israelense enfrenta uma pressão doméstica crescente para encontrar outra maneira de coagir o Hezbollah a se retirar.

Como resultado, a liderança israelense intensificou recentemente seu foco público no Hezbollah, com o ministro da defesa do país, Yoav Gallant, alertando esta semana que a “ação militar” era “a única maneira” de acabar com o conflito.

O ataque com os pagers pareceu levar a cabo esse aviso. Analistas disseram que foi uma tentativa de persuadir o Hezbollah a desvincular seu destino ao do Hamas e, ao fazê-lo, acabar com a guerra do norte sem esperar por uma resolução no sul.

“O ponto é desconectar a guerra que o Hezbollah declarou contra Israel da guerra com o Hamas”, disse o general Yadlin.

A operação dá a Hochstein “outra ferramenta para usar ao falar com o Hezbollah: ‘É melhor chegar a um acordo, ou enfrentarão ataques mais substanciais e surpreendentes’”, acrescentou o general Yadlin.

Alguns são mais céticos, argumentando que é improvável que o Hezbollah mude de curso, mesmo que tenha ficado degradado e desorientado com o ataque.

Avi Issacharoff, um colunista israelense, escreveu em um comentário nesta quarta-feira que o ataque “não levará o Hezbollah a parar seus ataques às comunidades civis do norte de Israel, e sim a intensificá-los”. Issacharoff acrescentou: “Parece que teremos dias e possivelmente até semanas de hostilidades crescentes que podem, em última análise, forçar o exército a lançar uma operação terrestre, mesmo que o exército ainda esteja operando em Gaza e ainda esteja sofrendo perdas”.

O Hezbollah se vê como o aliado iraniano mais influente no Oriente Médio, e tentaria evitar ser visto como abandonando o Hamas, de acordo com Sima Shine, ex-oficial sênior do Mossad, a agência de inteligência estrangeira de Israel.

“Não vejo isso acontecendo”, disse Shine, analista do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, uma organização de pesquisa israelense. “Para eles, é muito importante serem os chefes de todos os representantes indiretos na região, aqueles que dão instruções aos outros, aqueles que treinam os outros de tempos em tempos.”

De forma mais geral, o ataque também destacou a dissonância entre a disciplina das agências de inteligência de Israel, que têm a capacidade de planejar operações com meses ou até anos de antecedência, e o pensamento confuso de curto prazo da liderança política de Israel.

O ataque ocorreu após dias de relatos na mídia israelense a respeito da intenção do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de demitir seu ministro da defesa, mesmo enquanto Gallant supervisionava a operação planejada no Líbano.

“Esta é uma situação muito estranha”, disse Shine. Isso mostra “uma lacuna imensa entre os políticos e o sistema de segurança”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

O ataque de Israel contra pagers e outros dispositivos sem fio pertencentes ao Hezbollah foi um sucesso tático que não teve efeito estratégico claro, dizem analistas.

Embora tenha envergonhado o Hezbollah e parecido incapacitar muitos de seus membros, o ataque até agora não alterou o equilíbrio militar ao longo da fronteira israelense-libanesa, onde mais de 100.000 civis de ambos os lados já foram deslocados por uma batalha de baixa intensidade. O Hezbollah e os militares israelenses permanecem presos no mesmo padrão, trocando mísseis e fogo de artilharia na quarta feira em um ritmo condizente com as escaramuças diárias travadas entre os dois lados desde outubro.

Embora o ataque na terça feira tenha sido uma demonstração atraente da habilidade tecnológica israelense, Israel não tentou até agora aproveitar a confusão semeada iniciando um golpe decisivo contra o Hezbollah e invadindo o Líbano. Uma segunda onda de explosões foi ouvida no Líbano na quarta feira, 17, supostamente causada pela explosão de walkie-talkies e outros dispositivos, mas o exército israelense não parecia estar se preparando para uma invasão terrestre iminente.

Membros do Hezbollah carregam um dos caixões de quatro integrantes da milícia xiita mortos na terça-feira depois que seus pagers explodiram. Foto: AP Photo/Bilal Hussein

E se o ataque com os pagers impressionou muitos israelenses, alguns dos quais criticaram seu governo por não conseguir impedir os ataques do Hezbollah, sua principal frustração permaneceu: o Hezbollah ainda está entrincheirado na fronteira norte de Israel, impedindo o retorno de dezenas de milhares de moradores do norte de Israel às suas casas.

“Este é um evento tático incrível”, disse Miri Eisin, uma pesquisadora do Instituto Internacional de Combate ao Terrorismo, uma organização de pesquisa sediada em Israel.

“Mas nenhum combatente do Hezbollah vai se mover por causa disso”, disse Eisin, uma ex-oficial sênior de inteligência. “Ter capacidades incríveis não é uma estratégia em si.”

A complexidade do ataque restaurou parte do prestígio e da reputação que as agências de inteligência de Israel perderam em 7 de outubro, quando o Hamas liderou um ataque surpresa a Israel que os militares israelenses não conseguiram prever e para o qual não estavam preparados. Entre os israelenses, a devastação causada pelo ataque do Hamas abalou sua confiança na liderança militar e, desde então, levou à renúncia do chefe da inteligência militar, bem como do chefe de sua principal agência de inteligência de sinais.

Ainda assim, os israelenses estão divididos em relação à origem desse ataque, nascido de um oportunismo de curto prazo ou de uma premeditação de longo prazo. Alguns acreditam que os comandantes israelenses temiam que seus equivalentes do Hezbollah tivessem descoberto recentemente a capacidade de Israel de sabotar os pagers, levando os comandantes israelenses a explodi-los imediatamente ou correr o risco de perder para sempre essa capacidade.

Outros dizem que Israel tinha uma intenção estratégica específica. Talvez o país espere que a ousadia e a sofisticação do ataque acabem tornando o Hezbollah mais receptivo a um cessar-fogo nas próximas semanas, se não imediatamente.

“O objetivo da operação, se Israel estava por trás dela, como o Hezbollah alega, pode ter sido mostrar ao Hezbollah que o grupo pagará um preço muito alto se continuar seus ataques a Israel em vez de chegar a um acordo”, disse o major general Amos Yadlin, ex-chefe da diretoria de inteligência militar de Israel.

O Hezbollah começou a atirar em Israel no início de outubro em solidariedade ao Hamas, depois que seu aliado palestino invadiu o sul de Israel, provocando um contra-ataque israelense em larga escala em Gaza. Desde então, o Hezbollah vinculou seu destino ao do Hamas, prometendo não parar de lutar até que Israel se retire de Gaza.

Dada a conexão, autoridades de ambos os lados da fronteira esperam há meses que uma trégua em Gaza leve a um acordo paralelo no Líbano. Mediadores americanos e franceses, liderados por Amos Hochstein, um enviado dos Estados Unidos, viajaram entre Beirute e Jerusalém, preparando o terreno para uma trégua entre Israel e o Hezbollah no caso de um acordo em Gaza.

A expectativa era que a guerra com o Hezbollah terminasse sem a necessidade de um ataque israelense maior ao Líbano, desde que uma solução pudesse ser encontrada em Gaza.

Ambulância da Cruz Vermelha Libanesa passa ao lado das famílias das vítimas que ficaram feridas na terça-feira pela explosão de pagers. Foto: AP Photo/Hussein Malla

Com as negociações envolvendo Gaza agora em um impasse, a liderança israelense enfrenta uma pressão doméstica crescente para encontrar outra maneira de coagir o Hezbollah a se retirar.

Como resultado, a liderança israelense intensificou recentemente seu foco público no Hezbollah, com o ministro da defesa do país, Yoav Gallant, alertando esta semana que a “ação militar” era “a única maneira” de acabar com o conflito.

O ataque com os pagers pareceu levar a cabo esse aviso. Analistas disseram que foi uma tentativa de persuadir o Hezbollah a desvincular seu destino ao do Hamas e, ao fazê-lo, acabar com a guerra do norte sem esperar por uma resolução no sul.

“O ponto é desconectar a guerra que o Hezbollah declarou contra Israel da guerra com o Hamas”, disse o general Yadlin.

A operação dá a Hochstein “outra ferramenta para usar ao falar com o Hezbollah: ‘É melhor chegar a um acordo, ou enfrentarão ataques mais substanciais e surpreendentes’”, acrescentou o general Yadlin.

Alguns são mais céticos, argumentando que é improvável que o Hezbollah mude de curso, mesmo que tenha ficado degradado e desorientado com o ataque.

Avi Issacharoff, um colunista israelense, escreveu em um comentário nesta quarta-feira que o ataque “não levará o Hezbollah a parar seus ataques às comunidades civis do norte de Israel, e sim a intensificá-los”. Issacharoff acrescentou: “Parece que teremos dias e possivelmente até semanas de hostilidades crescentes que podem, em última análise, forçar o exército a lançar uma operação terrestre, mesmo que o exército ainda esteja operando em Gaza e ainda esteja sofrendo perdas”.

O Hezbollah se vê como o aliado iraniano mais influente no Oriente Médio, e tentaria evitar ser visto como abandonando o Hamas, de acordo com Sima Shine, ex-oficial sênior do Mossad, a agência de inteligência estrangeira de Israel.

“Não vejo isso acontecendo”, disse Shine, analista do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, uma organização de pesquisa israelense. “Para eles, é muito importante serem os chefes de todos os representantes indiretos na região, aqueles que dão instruções aos outros, aqueles que treinam os outros de tempos em tempos.”

De forma mais geral, o ataque também destacou a dissonância entre a disciplina das agências de inteligência de Israel, que têm a capacidade de planejar operações com meses ou até anos de antecedência, e o pensamento confuso de curto prazo da liderança política de Israel.

O ataque ocorreu após dias de relatos na mídia israelense a respeito da intenção do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de demitir seu ministro da defesa, mesmo enquanto Gallant supervisionava a operação planejada no Líbano.

“Esta é uma situação muito estranha”, disse Shine. Isso mostra “uma lacuna imensa entre os políticos e o sistema de segurança”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

O ataque de Israel contra pagers e outros dispositivos sem fio pertencentes ao Hezbollah foi um sucesso tático que não teve efeito estratégico claro, dizem analistas.

Embora tenha envergonhado o Hezbollah e parecido incapacitar muitos de seus membros, o ataque até agora não alterou o equilíbrio militar ao longo da fronteira israelense-libanesa, onde mais de 100.000 civis de ambos os lados já foram deslocados por uma batalha de baixa intensidade. O Hezbollah e os militares israelenses permanecem presos no mesmo padrão, trocando mísseis e fogo de artilharia na quarta feira em um ritmo condizente com as escaramuças diárias travadas entre os dois lados desde outubro.

Embora o ataque na terça feira tenha sido uma demonstração atraente da habilidade tecnológica israelense, Israel não tentou até agora aproveitar a confusão semeada iniciando um golpe decisivo contra o Hezbollah e invadindo o Líbano. Uma segunda onda de explosões foi ouvida no Líbano na quarta feira, 17, supostamente causada pela explosão de walkie-talkies e outros dispositivos, mas o exército israelense não parecia estar se preparando para uma invasão terrestre iminente.

Membros do Hezbollah carregam um dos caixões de quatro integrantes da milícia xiita mortos na terça-feira depois que seus pagers explodiram. Foto: AP Photo/Bilal Hussein

E se o ataque com os pagers impressionou muitos israelenses, alguns dos quais criticaram seu governo por não conseguir impedir os ataques do Hezbollah, sua principal frustração permaneceu: o Hezbollah ainda está entrincheirado na fronteira norte de Israel, impedindo o retorno de dezenas de milhares de moradores do norte de Israel às suas casas.

“Este é um evento tático incrível”, disse Miri Eisin, uma pesquisadora do Instituto Internacional de Combate ao Terrorismo, uma organização de pesquisa sediada em Israel.

“Mas nenhum combatente do Hezbollah vai se mover por causa disso”, disse Eisin, uma ex-oficial sênior de inteligência. “Ter capacidades incríveis não é uma estratégia em si.”

A complexidade do ataque restaurou parte do prestígio e da reputação que as agências de inteligência de Israel perderam em 7 de outubro, quando o Hamas liderou um ataque surpresa a Israel que os militares israelenses não conseguiram prever e para o qual não estavam preparados. Entre os israelenses, a devastação causada pelo ataque do Hamas abalou sua confiança na liderança militar e, desde então, levou à renúncia do chefe da inteligência militar, bem como do chefe de sua principal agência de inteligência de sinais.

Ainda assim, os israelenses estão divididos em relação à origem desse ataque, nascido de um oportunismo de curto prazo ou de uma premeditação de longo prazo. Alguns acreditam que os comandantes israelenses temiam que seus equivalentes do Hezbollah tivessem descoberto recentemente a capacidade de Israel de sabotar os pagers, levando os comandantes israelenses a explodi-los imediatamente ou correr o risco de perder para sempre essa capacidade.

Outros dizem que Israel tinha uma intenção estratégica específica. Talvez o país espere que a ousadia e a sofisticação do ataque acabem tornando o Hezbollah mais receptivo a um cessar-fogo nas próximas semanas, se não imediatamente.

“O objetivo da operação, se Israel estava por trás dela, como o Hezbollah alega, pode ter sido mostrar ao Hezbollah que o grupo pagará um preço muito alto se continuar seus ataques a Israel em vez de chegar a um acordo”, disse o major general Amos Yadlin, ex-chefe da diretoria de inteligência militar de Israel.

O Hezbollah começou a atirar em Israel no início de outubro em solidariedade ao Hamas, depois que seu aliado palestino invadiu o sul de Israel, provocando um contra-ataque israelense em larga escala em Gaza. Desde então, o Hezbollah vinculou seu destino ao do Hamas, prometendo não parar de lutar até que Israel se retire de Gaza.

Dada a conexão, autoridades de ambos os lados da fronteira esperam há meses que uma trégua em Gaza leve a um acordo paralelo no Líbano. Mediadores americanos e franceses, liderados por Amos Hochstein, um enviado dos Estados Unidos, viajaram entre Beirute e Jerusalém, preparando o terreno para uma trégua entre Israel e o Hezbollah no caso de um acordo em Gaza.

A expectativa era que a guerra com o Hezbollah terminasse sem a necessidade de um ataque israelense maior ao Líbano, desde que uma solução pudesse ser encontrada em Gaza.

Ambulância da Cruz Vermelha Libanesa passa ao lado das famílias das vítimas que ficaram feridas na terça-feira pela explosão de pagers. Foto: AP Photo/Hussein Malla

Com as negociações envolvendo Gaza agora em um impasse, a liderança israelense enfrenta uma pressão doméstica crescente para encontrar outra maneira de coagir o Hezbollah a se retirar.

Como resultado, a liderança israelense intensificou recentemente seu foco público no Hezbollah, com o ministro da defesa do país, Yoav Gallant, alertando esta semana que a “ação militar” era “a única maneira” de acabar com o conflito.

O ataque com os pagers pareceu levar a cabo esse aviso. Analistas disseram que foi uma tentativa de persuadir o Hezbollah a desvincular seu destino ao do Hamas e, ao fazê-lo, acabar com a guerra do norte sem esperar por uma resolução no sul.

“O ponto é desconectar a guerra que o Hezbollah declarou contra Israel da guerra com o Hamas”, disse o general Yadlin.

A operação dá a Hochstein “outra ferramenta para usar ao falar com o Hezbollah: ‘É melhor chegar a um acordo, ou enfrentarão ataques mais substanciais e surpreendentes’”, acrescentou o general Yadlin.

Alguns são mais céticos, argumentando que é improvável que o Hezbollah mude de curso, mesmo que tenha ficado degradado e desorientado com o ataque.

Avi Issacharoff, um colunista israelense, escreveu em um comentário nesta quarta-feira que o ataque “não levará o Hezbollah a parar seus ataques às comunidades civis do norte de Israel, e sim a intensificá-los”. Issacharoff acrescentou: “Parece que teremos dias e possivelmente até semanas de hostilidades crescentes que podem, em última análise, forçar o exército a lançar uma operação terrestre, mesmo que o exército ainda esteja operando em Gaza e ainda esteja sofrendo perdas”.

O Hezbollah se vê como o aliado iraniano mais influente no Oriente Médio, e tentaria evitar ser visto como abandonando o Hamas, de acordo com Sima Shine, ex-oficial sênior do Mossad, a agência de inteligência estrangeira de Israel.

“Não vejo isso acontecendo”, disse Shine, analista do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, uma organização de pesquisa israelense. “Para eles, é muito importante serem os chefes de todos os representantes indiretos na região, aqueles que dão instruções aos outros, aqueles que treinam os outros de tempos em tempos.”

De forma mais geral, o ataque também destacou a dissonância entre a disciplina das agências de inteligência de Israel, que têm a capacidade de planejar operações com meses ou até anos de antecedência, e o pensamento confuso de curto prazo da liderança política de Israel.

O ataque ocorreu após dias de relatos na mídia israelense a respeito da intenção do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de demitir seu ministro da defesa, mesmo enquanto Gallant supervisionava a operação planejada no Líbano.

“Esta é uma situação muito estranha”, disse Shine. Isso mostra “uma lacuna imensa entre os políticos e o sistema de segurança”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

O ataque de Israel contra pagers e outros dispositivos sem fio pertencentes ao Hezbollah foi um sucesso tático que não teve efeito estratégico claro, dizem analistas.

Embora tenha envergonhado o Hezbollah e parecido incapacitar muitos de seus membros, o ataque até agora não alterou o equilíbrio militar ao longo da fronteira israelense-libanesa, onde mais de 100.000 civis de ambos os lados já foram deslocados por uma batalha de baixa intensidade. O Hezbollah e os militares israelenses permanecem presos no mesmo padrão, trocando mísseis e fogo de artilharia na quarta feira em um ritmo condizente com as escaramuças diárias travadas entre os dois lados desde outubro.

Embora o ataque na terça feira tenha sido uma demonstração atraente da habilidade tecnológica israelense, Israel não tentou até agora aproveitar a confusão semeada iniciando um golpe decisivo contra o Hezbollah e invadindo o Líbano. Uma segunda onda de explosões foi ouvida no Líbano na quarta feira, 17, supostamente causada pela explosão de walkie-talkies e outros dispositivos, mas o exército israelense não parecia estar se preparando para uma invasão terrestre iminente.

Membros do Hezbollah carregam um dos caixões de quatro integrantes da milícia xiita mortos na terça-feira depois que seus pagers explodiram. Foto: AP Photo/Bilal Hussein

E se o ataque com os pagers impressionou muitos israelenses, alguns dos quais criticaram seu governo por não conseguir impedir os ataques do Hezbollah, sua principal frustração permaneceu: o Hezbollah ainda está entrincheirado na fronteira norte de Israel, impedindo o retorno de dezenas de milhares de moradores do norte de Israel às suas casas.

“Este é um evento tático incrível”, disse Miri Eisin, uma pesquisadora do Instituto Internacional de Combate ao Terrorismo, uma organização de pesquisa sediada em Israel.

“Mas nenhum combatente do Hezbollah vai se mover por causa disso”, disse Eisin, uma ex-oficial sênior de inteligência. “Ter capacidades incríveis não é uma estratégia em si.”

A complexidade do ataque restaurou parte do prestígio e da reputação que as agências de inteligência de Israel perderam em 7 de outubro, quando o Hamas liderou um ataque surpresa a Israel que os militares israelenses não conseguiram prever e para o qual não estavam preparados. Entre os israelenses, a devastação causada pelo ataque do Hamas abalou sua confiança na liderança militar e, desde então, levou à renúncia do chefe da inteligência militar, bem como do chefe de sua principal agência de inteligência de sinais.

Ainda assim, os israelenses estão divididos em relação à origem desse ataque, nascido de um oportunismo de curto prazo ou de uma premeditação de longo prazo. Alguns acreditam que os comandantes israelenses temiam que seus equivalentes do Hezbollah tivessem descoberto recentemente a capacidade de Israel de sabotar os pagers, levando os comandantes israelenses a explodi-los imediatamente ou correr o risco de perder para sempre essa capacidade.

Outros dizem que Israel tinha uma intenção estratégica específica. Talvez o país espere que a ousadia e a sofisticação do ataque acabem tornando o Hezbollah mais receptivo a um cessar-fogo nas próximas semanas, se não imediatamente.

“O objetivo da operação, se Israel estava por trás dela, como o Hezbollah alega, pode ter sido mostrar ao Hezbollah que o grupo pagará um preço muito alto se continuar seus ataques a Israel em vez de chegar a um acordo”, disse o major general Amos Yadlin, ex-chefe da diretoria de inteligência militar de Israel.

O Hezbollah começou a atirar em Israel no início de outubro em solidariedade ao Hamas, depois que seu aliado palestino invadiu o sul de Israel, provocando um contra-ataque israelense em larga escala em Gaza. Desde então, o Hezbollah vinculou seu destino ao do Hamas, prometendo não parar de lutar até que Israel se retire de Gaza.

Dada a conexão, autoridades de ambos os lados da fronteira esperam há meses que uma trégua em Gaza leve a um acordo paralelo no Líbano. Mediadores americanos e franceses, liderados por Amos Hochstein, um enviado dos Estados Unidos, viajaram entre Beirute e Jerusalém, preparando o terreno para uma trégua entre Israel e o Hezbollah no caso de um acordo em Gaza.

A expectativa era que a guerra com o Hezbollah terminasse sem a necessidade de um ataque israelense maior ao Líbano, desde que uma solução pudesse ser encontrada em Gaza.

Ambulância da Cruz Vermelha Libanesa passa ao lado das famílias das vítimas que ficaram feridas na terça-feira pela explosão de pagers. Foto: AP Photo/Hussein Malla

Com as negociações envolvendo Gaza agora em um impasse, a liderança israelense enfrenta uma pressão doméstica crescente para encontrar outra maneira de coagir o Hezbollah a se retirar.

Como resultado, a liderança israelense intensificou recentemente seu foco público no Hezbollah, com o ministro da defesa do país, Yoav Gallant, alertando esta semana que a “ação militar” era “a única maneira” de acabar com o conflito.

O ataque com os pagers pareceu levar a cabo esse aviso. Analistas disseram que foi uma tentativa de persuadir o Hezbollah a desvincular seu destino ao do Hamas e, ao fazê-lo, acabar com a guerra do norte sem esperar por uma resolução no sul.

“O ponto é desconectar a guerra que o Hezbollah declarou contra Israel da guerra com o Hamas”, disse o general Yadlin.

A operação dá a Hochstein “outra ferramenta para usar ao falar com o Hezbollah: ‘É melhor chegar a um acordo, ou enfrentarão ataques mais substanciais e surpreendentes’”, acrescentou o general Yadlin.

Alguns são mais céticos, argumentando que é improvável que o Hezbollah mude de curso, mesmo que tenha ficado degradado e desorientado com o ataque.

Avi Issacharoff, um colunista israelense, escreveu em um comentário nesta quarta-feira que o ataque “não levará o Hezbollah a parar seus ataques às comunidades civis do norte de Israel, e sim a intensificá-los”. Issacharoff acrescentou: “Parece que teremos dias e possivelmente até semanas de hostilidades crescentes que podem, em última análise, forçar o exército a lançar uma operação terrestre, mesmo que o exército ainda esteja operando em Gaza e ainda esteja sofrendo perdas”.

O Hezbollah se vê como o aliado iraniano mais influente no Oriente Médio, e tentaria evitar ser visto como abandonando o Hamas, de acordo com Sima Shine, ex-oficial sênior do Mossad, a agência de inteligência estrangeira de Israel.

“Não vejo isso acontecendo”, disse Shine, analista do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, uma organização de pesquisa israelense. “Para eles, é muito importante serem os chefes de todos os representantes indiretos na região, aqueles que dão instruções aos outros, aqueles que treinam os outros de tempos em tempos.”

De forma mais geral, o ataque também destacou a dissonância entre a disciplina das agências de inteligência de Israel, que têm a capacidade de planejar operações com meses ou até anos de antecedência, e o pensamento confuso de curto prazo da liderança política de Israel.

O ataque ocorreu após dias de relatos na mídia israelense a respeito da intenção do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de demitir seu ministro da defesa, mesmo enquanto Gallant supervisionava a operação planejada no Líbano.

“Esta é uma situação muito estranha”, disse Shine. Isso mostra “uma lacuna imensa entre os políticos e o sistema de segurança”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.