Um carro-bomba com dois militantes suicidas em seu interior explodiu junto à comitiva de um destacado político afegão encarregado das iniciativas de reconciliação com os guerrilheiros da milícia fundamentalista islâmica Talebã. A explosão deixou quatro mortos e seis feridos, informaram autoridades locais. Sibgatula Muyadedi, um clérigo islâmico que também é dirigente da câmara alta do Parlamento afegão, contou depois da explosão que sofreu queimaduras nas mãos e no rosto. O ataque aconteceu em Cabul. O político atribuiu o atentado aos serviços secretos paquistaneses. Segundo ele, o Afeganistão dispunha da informação de que seis pessoas entraram no país recentemente com a missão de assassiná-lo. Apesar de ter feito a denúncia, ele não apresentou provas para sustentar a acusação. De acordo com a polícia afegã, a explosão resultou na morte dos dois supostos militantes suicidas e de duas pessoas que passavam pelo local no momento do ataque. "Qual foi meu crime? Meu crime foi trabalhar pela paz e pela prosperidade do Afeganistão", declarou o político. De acordo com ele, o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, "e seus serviços secretos não querem que o Afeganistão tenha segurança". O governo paquistanês rechaçou prontamente as acusações de Muyadedi. "O Paquistão rejeita essas acusações sem fundamentos", disse Tasnim Aslam, porta-voz da chancelaria paquistanesa. Nenhum grupo reivindicou até o momento a autoria do atentado, o mais recente de uma série de ataques suicidas que reflete uma mudança de táticas dos milicianos contrários à presença de tropas estrangeiras no país. O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, qualificou o atentado suicida como "um ataque contra a voz do Afeganistão e contra seus clérigos". Karzai não atribuiu a ninguém a responsabilidade pela ação, mas confirmou que seu governo recebeu há dois meses informações segundo as quais "havia um plano para atacar importantes personalidades afegãs".
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