PEQUIM - Um avião Boeing 737-800 da companhia China Eastern com 132 passageiros a bordo e nove tripulantes caiu nesta segunda-feira, 21, em uma área montanhosa no sul da China, durante um voo da cidade de Kunming para Guangzhou, segundo informou a mídia estatal chinesa.
O voo MU5735, que havia decolado às 13h15 (horário local da China, 02h15, horário de Brasília) caiu na região de Guangxi (no sul do país). Mais de 18 horas após o acidente, a emissora estatal CCTV informou que nenhum sobrevivente foi encontrado pelas equipes de resgate.
“Destroços do avião foram encontrados no local, mas até agora, nenhum dos que estavam a bordo do avião com quem o contato foi perdido foi encontrado”, informou a tv estatal chinesa.
Não há informações sobre a causa da queda do avião. Imagens compartilhadas por internautas chineses mostraram uma encosta densamente arborizada em chamas, enquanto explosões soavam, mas a localização da filmagem não era clara.
O impacto causou incêndio no condado de Teng da cidade de Wuzhou, em Guangxi. A rede de comunicação informou que o resgate estava a caminho.
O voo estava programado para durar uma hora e quarenta minutos, em que a aeronave, com quase sete anos, teria que percorrer os 1.357 quilômetros que separam Kunming de Cantão.
De acordo com dados do portal de rastreamento de voos FlightRadar24, o avião estava voando às 14h19 (horário local) a uma altitude de 29.100 pés (8.870 metros) quando começou a declinar, cerca de 55 quilômetros a oeste da cidade de Wuzhou.
O último ponto de contato do voo, segundo o referido portal, estava cerca de 25 quilômetros a sudoeste de Wuzhou, a uma altitude de 3.225 pés (989 metros), às 14h22, que significaria que em apenas três minutos o veículo desceu quase 8.000 metros.
O acidente pode se tornar um dos piores desastres aéreos da China em quase duas décadas, após uma sucessão de acidentes fatais na década de 1990. Nas últimas duas décadas, o país estabeleceu um recorde de voo relativamente seguro, graças a uma frota jovem de aviões e controles aéreos mais rígidos.
De acordo com a Aviation Safety Network, o último acidente fatal com jato na China foi em 2010, quando 44 das 96 pessoas a bordo morreram quando um jato regional Embraer E-190 da Henan Airlines caiu na aproximação ao aeroporto de Yichun em baixa visibilidade.
Esforços de resgate
O presidente chinês, Xi Jinping, pediu um “esforço total” na operação de resgate, bem como uma investigação sobre o acidente para garantir a segurança completa da aviação civil.
Centenas de equipes de resgate tomaram a região em que ocorreu o impacto, mas, de acordo com relatos iniciais, encontraram apenas destroços – incluindo partes de uma asa de avião e pedaços de tecido carbonizado – na área remota e densamente arborizada.
Imagens e vídeos mostraram um frenesi de atividade noturna enquanto os socorristas montavam tendas e postos de comando, instalando fontes de energia e luzes e alinhando dezenas de ambulâncias na esperança de encontrar alguém vivo. Dezenas de voluntários locais em motocicletas levaram água, comida e barracas.
“A causa do acidente de avião ainda está sob investigação e a empresa cooperará ativamente com as investigações relevantes”, disse a China Eastern em comunicado na noite de segunda-feira. “A empresa expressa suas profundas condolências aos passageiros e tripulantes que morreram no acidente de avião”.
A mídia estatal informou que todos os 737-800 da frota da China Eastern foram ordenados a aterrissar. Especialistas em aviação disseram que é incomum paralisar uma frota inteira de aviões, a menos que haja evidências de um problema com o modelo.
A China tem mais 737-800 do que qualquer outro país - quase 1.200 dos aviões, e se outras companhias aéreas chinesas suspenderem os voos, poderia ter um impacto significativo nas viagens domésticas./ REUTERS, EFE, AP e NYT