‘Bala mágica’ matou John F. Kennedy? Entenda o que era e por que a tese é controvertida


Testemunha muda de versão sobre o projétil que teria matado o ex-presidente americano e reacende suspeitas depois de 60 anos

Por Redação

Há 60 anos, um crime chocou o mundo: o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, baleado em plena luz do dia, enquanto desfilava por Dallas, Texas, no banco de trás de um carro aberto. As investigações logo apontaram o atirador Lee Harvey Oswald como único culpado, mas essa explicação nunca foi realmente convincente para grande parte dos americanos.

A sensação de que havia algo errado com essa conclusão pairou por décadas e ganhou novo impulso agora que Paul Landis, à época um agente do Serviço Secreto, resolveu contar o que diz ser a história completa. A versão da testemunha — que estava a poucos metros do presidente — levantou novas suspeitas sobre a tese conhecida como “bala mágica”. O nome contém uma certa ironia e dá o tom da desconfiança.

Paul Landis, ex-agente do Serviço Secreto, mostra onde estava no dia em que John F. Kennedy foi assassinado.  Foto: Amir Hamja/The New York Times
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Segundo a investigação, um único atirador puxou o gatilho três vezes, mas errou um dos disparos. Essa hipótese despertava um questionamento: como duas balas poderiam causar ao todo oito ferimentos nas vítimas, o presidente John F. Kennedy e o governador John Connally Jr? A tese da bala única resolvia esse problema ao explicar que um mesmo projétil perfurou as costas e saiu pela garganta do presidente, antes de ferir o governador, que estava em um banco na frente, na mesma limusine.

“As posições de Kennedy e de Connally no momento em que o presidente foi atingido no pescoço confirmam que a mesma bala provavelmente atravessou ambos os homens”, concluiu o relatório da Comissão Warren.

Os trabalhos da comissão foram liderados pelo juiz Earl Warren e concluídos no ano seguinte ao homicídio. O documento sustenta que, depois de atingir o presidente, o projétil atravessou as costas do governador em um ângulo descendente, quebrou a costela e saiu abaixo do peito. Em razão desse trajeto improvável, os mais céticos passaram a chamar a bala de “mágica”.

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Presidente americano John F. Kennedy, primeira dama Jaqueline Kennedy e governador do Texas John Connally em desfile de limusine pouco antes do assassinato, Dallas, Texas, 22 de novembro de 1963. Foto: Walt Cisco/Dallas Morning News/Handout/Foto de arquivo via REUTERS.

Ainda segundo a tese, depois de passar pelo presidente, a bala teria atingido o governador e caído na maca no momento em que Connally foi atendido pelos médicos. Era isso que explicaria o fato do projétil ter sido encontrado solto no hospital e não no corpo de uma das vítimas ou na cena do crime. Segundo a comissão, essa era a resposta para o assassinato que entrou para história dos Estados Unidos.

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Uma matéria publicada à época pelo jornal The New York Times, em setembro de 1964, destacava que “os leitores do relatório não encontrarão bases para questionar conclusão de que o presidente Kennedy foi assassinado por Lee Harvey Oswald, que agia sozinho”.

Simulações com atiradores de elite das Forças Armadas mostraram que era possível atingir o presidente da posição em que o atirador estava. “Testes reais demonstraram que, ao contrário das especulações iniciais, o disparo, na verdade, era fácil do ponto de vista do assassino”, relatava a matéria. Com isso, a investigação rejeitava as suspeitas iniciais de que o presidente teria sido vítima de uma emboscada em fogo cruzado — o que colocaria pelo menos mais um atirador na cena do crime.

Dois dias depois do assassinato, o suspeito Oswald seria transferido de presídio, uma operação televisionada e acompanhada com apreensão por todo país. Foi quanto, de repente, o homem identificado como Jack Ruby sacou a pistola e disparou à queima-roupa. Em poucas horas, o acusado de assassinar o presidente também estava morto.

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Reviravolta

Desde aquele fatídico de novembro de 1963, foram décadas de questionamentos, boatos e teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente John Kennedy, que ganham um novo fôlego. Aos 88 anos, o ex-agente Paul Landis revelou agora que a bala teria sido encontrada por ele, não pelo hospital.

Segundo o relato, parte de um livro de memórias ainda não publicado, uma multidão começou a se aproximar e, como todos estavam preocupados com o chefe da Casa Branca, não havia ninguém protegendo as evidências na cena do crime. “Temi que o projétil pudesse desaparecer ou se perder. Aquilo era uma prova, percebi na hora, muito importante”, justificou.

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Ele alega que, no meio dessa confusão, decidiu recolher a bala que encontrou na limusine. Então, levou até o hospital e deixou na maca do presidente Kennedy, não do governador Connally, como afirmava a comissão — relato que abala um dos pilares da tese da “bala mágica”.

Durante décadas, o ex-agente nunca revelou ter encontrado o projétil ou esclareceu as contradições entre o que disse na época, em depoimento, e o que agora afirma ser a verdade. Por isso, assim como tudo que envolve o caso, as afirmações de Landis também levantam certa desconfiança. Mesmo assim, a nova versão reacende as suspeitas sobre a morte do ex-presidente John F. Kennedy e o desfecho do crime./Com informações de New York Times

Há 60 anos, um crime chocou o mundo: o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, baleado em plena luz do dia, enquanto desfilava por Dallas, Texas, no banco de trás de um carro aberto. As investigações logo apontaram o atirador Lee Harvey Oswald como único culpado, mas essa explicação nunca foi realmente convincente para grande parte dos americanos.

A sensação de que havia algo errado com essa conclusão pairou por décadas e ganhou novo impulso agora que Paul Landis, à época um agente do Serviço Secreto, resolveu contar o que diz ser a história completa. A versão da testemunha — que estava a poucos metros do presidente — levantou novas suspeitas sobre a tese conhecida como “bala mágica”. O nome contém uma certa ironia e dá o tom da desconfiança.

Paul Landis, ex-agente do Serviço Secreto, mostra onde estava no dia em que John F. Kennedy foi assassinado.  Foto: Amir Hamja/The New York Times

Segundo a investigação, um único atirador puxou o gatilho três vezes, mas errou um dos disparos. Essa hipótese despertava um questionamento: como duas balas poderiam causar ao todo oito ferimentos nas vítimas, o presidente John F. Kennedy e o governador John Connally Jr? A tese da bala única resolvia esse problema ao explicar que um mesmo projétil perfurou as costas e saiu pela garganta do presidente, antes de ferir o governador, que estava em um banco na frente, na mesma limusine.

“As posições de Kennedy e de Connally no momento em que o presidente foi atingido no pescoço confirmam que a mesma bala provavelmente atravessou ambos os homens”, concluiu o relatório da Comissão Warren.

Os trabalhos da comissão foram liderados pelo juiz Earl Warren e concluídos no ano seguinte ao homicídio. O documento sustenta que, depois de atingir o presidente, o projétil atravessou as costas do governador em um ângulo descendente, quebrou a costela e saiu abaixo do peito. Em razão desse trajeto improvável, os mais céticos passaram a chamar a bala de “mágica”.

Presidente americano John F. Kennedy, primeira dama Jaqueline Kennedy e governador do Texas John Connally em desfile de limusine pouco antes do assassinato, Dallas, Texas, 22 de novembro de 1963. Foto: Walt Cisco/Dallas Morning News/Handout/Foto de arquivo via REUTERS.

Ainda segundo a tese, depois de passar pelo presidente, a bala teria atingido o governador e caído na maca no momento em que Connally foi atendido pelos médicos. Era isso que explicaria o fato do projétil ter sido encontrado solto no hospital e não no corpo de uma das vítimas ou na cena do crime. Segundo a comissão, essa era a resposta para o assassinato que entrou para história dos Estados Unidos.

Uma matéria publicada à época pelo jornal The New York Times, em setembro de 1964, destacava que “os leitores do relatório não encontrarão bases para questionar conclusão de que o presidente Kennedy foi assassinado por Lee Harvey Oswald, que agia sozinho”.

Simulações com atiradores de elite das Forças Armadas mostraram que era possível atingir o presidente da posição em que o atirador estava. “Testes reais demonstraram que, ao contrário das especulações iniciais, o disparo, na verdade, era fácil do ponto de vista do assassino”, relatava a matéria. Com isso, a investigação rejeitava as suspeitas iniciais de que o presidente teria sido vítima de uma emboscada em fogo cruzado — o que colocaria pelo menos mais um atirador na cena do crime.

Dois dias depois do assassinato, o suspeito Oswald seria transferido de presídio, uma operação televisionada e acompanhada com apreensão por todo país. Foi quanto, de repente, o homem identificado como Jack Ruby sacou a pistola e disparou à queima-roupa. Em poucas horas, o acusado de assassinar o presidente também estava morto.

Reviravolta

Desde aquele fatídico de novembro de 1963, foram décadas de questionamentos, boatos e teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente John Kennedy, que ganham um novo fôlego. Aos 88 anos, o ex-agente Paul Landis revelou agora que a bala teria sido encontrada por ele, não pelo hospital.

Segundo o relato, parte de um livro de memórias ainda não publicado, uma multidão começou a se aproximar e, como todos estavam preocupados com o chefe da Casa Branca, não havia ninguém protegendo as evidências na cena do crime. “Temi que o projétil pudesse desaparecer ou se perder. Aquilo era uma prova, percebi na hora, muito importante”, justificou.

Ele alega que, no meio dessa confusão, decidiu recolher a bala que encontrou na limusine. Então, levou até o hospital e deixou na maca do presidente Kennedy, não do governador Connally, como afirmava a comissão — relato que abala um dos pilares da tese da “bala mágica”.

Durante décadas, o ex-agente nunca revelou ter encontrado o projétil ou esclareceu as contradições entre o que disse na época, em depoimento, e o que agora afirma ser a verdade. Por isso, assim como tudo que envolve o caso, as afirmações de Landis também levantam certa desconfiança. Mesmo assim, a nova versão reacende as suspeitas sobre a morte do ex-presidente John F. Kennedy e o desfecho do crime./Com informações de New York Times

Há 60 anos, um crime chocou o mundo: o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, baleado em plena luz do dia, enquanto desfilava por Dallas, Texas, no banco de trás de um carro aberto. As investigações logo apontaram o atirador Lee Harvey Oswald como único culpado, mas essa explicação nunca foi realmente convincente para grande parte dos americanos.

A sensação de que havia algo errado com essa conclusão pairou por décadas e ganhou novo impulso agora que Paul Landis, à época um agente do Serviço Secreto, resolveu contar o que diz ser a história completa. A versão da testemunha — que estava a poucos metros do presidente — levantou novas suspeitas sobre a tese conhecida como “bala mágica”. O nome contém uma certa ironia e dá o tom da desconfiança.

Paul Landis, ex-agente do Serviço Secreto, mostra onde estava no dia em que John F. Kennedy foi assassinado.  Foto: Amir Hamja/The New York Times

Segundo a investigação, um único atirador puxou o gatilho três vezes, mas errou um dos disparos. Essa hipótese despertava um questionamento: como duas balas poderiam causar ao todo oito ferimentos nas vítimas, o presidente John F. Kennedy e o governador John Connally Jr? A tese da bala única resolvia esse problema ao explicar que um mesmo projétil perfurou as costas e saiu pela garganta do presidente, antes de ferir o governador, que estava em um banco na frente, na mesma limusine.

“As posições de Kennedy e de Connally no momento em que o presidente foi atingido no pescoço confirmam que a mesma bala provavelmente atravessou ambos os homens”, concluiu o relatório da Comissão Warren.

Os trabalhos da comissão foram liderados pelo juiz Earl Warren e concluídos no ano seguinte ao homicídio. O documento sustenta que, depois de atingir o presidente, o projétil atravessou as costas do governador em um ângulo descendente, quebrou a costela e saiu abaixo do peito. Em razão desse trajeto improvável, os mais céticos passaram a chamar a bala de “mágica”.

Presidente americano John F. Kennedy, primeira dama Jaqueline Kennedy e governador do Texas John Connally em desfile de limusine pouco antes do assassinato, Dallas, Texas, 22 de novembro de 1963. Foto: Walt Cisco/Dallas Morning News/Handout/Foto de arquivo via REUTERS.

Ainda segundo a tese, depois de passar pelo presidente, a bala teria atingido o governador e caído na maca no momento em que Connally foi atendido pelos médicos. Era isso que explicaria o fato do projétil ter sido encontrado solto no hospital e não no corpo de uma das vítimas ou na cena do crime. Segundo a comissão, essa era a resposta para o assassinato que entrou para história dos Estados Unidos.

Uma matéria publicada à época pelo jornal The New York Times, em setembro de 1964, destacava que “os leitores do relatório não encontrarão bases para questionar conclusão de que o presidente Kennedy foi assassinado por Lee Harvey Oswald, que agia sozinho”.

Simulações com atiradores de elite das Forças Armadas mostraram que era possível atingir o presidente da posição em que o atirador estava. “Testes reais demonstraram que, ao contrário das especulações iniciais, o disparo, na verdade, era fácil do ponto de vista do assassino”, relatava a matéria. Com isso, a investigação rejeitava as suspeitas iniciais de que o presidente teria sido vítima de uma emboscada em fogo cruzado — o que colocaria pelo menos mais um atirador na cena do crime.

Dois dias depois do assassinato, o suspeito Oswald seria transferido de presídio, uma operação televisionada e acompanhada com apreensão por todo país. Foi quanto, de repente, o homem identificado como Jack Ruby sacou a pistola e disparou à queima-roupa. Em poucas horas, o acusado de assassinar o presidente também estava morto.

Reviravolta

Desde aquele fatídico de novembro de 1963, foram décadas de questionamentos, boatos e teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente John Kennedy, que ganham um novo fôlego. Aos 88 anos, o ex-agente Paul Landis revelou agora que a bala teria sido encontrada por ele, não pelo hospital.

Segundo o relato, parte de um livro de memórias ainda não publicado, uma multidão começou a se aproximar e, como todos estavam preocupados com o chefe da Casa Branca, não havia ninguém protegendo as evidências na cena do crime. “Temi que o projétil pudesse desaparecer ou se perder. Aquilo era uma prova, percebi na hora, muito importante”, justificou.

Ele alega que, no meio dessa confusão, decidiu recolher a bala que encontrou na limusine. Então, levou até o hospital e deixou na maca do presidente Kennedy, não do governador Connally, como afirmava a comissão — relato que abala um dos pilares da tese da “bala mágica”.

Durante décadas, o ex-agente nunca revelou ter encontrado o projétil ou esclareceu as contradições entre o que disse na época, em depoimento, e o que agora afirma ser a verdade. Por isso, assim como tudo que envolve o caso, as afirmações de Landis também levantam certa desconfiança. Mesmo assim, a nova versão reacende as suspeitas sobre a morte do ex-presidente John F. Kennedy e o desfecho do crime./Com informações de New York Times

Há 60 anos, um crime chocou o mundo: o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, baleado em plena luz do dia, enquanto desfilava por Dallas, Texas, no banco de trás de um carro aberto. As investigações logo apontaram o atirador Lee Harvey Oswald como único culpado, mas essa explicação nunca foi realmente convincente para grande parte dos americanos.

A sensação de que havia algo errado com essa conclusão pairou por décadas e ganhou novo impulso agora que Paul Landis, à época um agente do Serviço Secreto, resolveu contar o que diz ser a história completa. A versão da testemunha — que estava a poucos metros do presidente — levantou novas suspeitas sobre a tese conhecida como “bala mágica”. O nome contém uma certa ironia e dá o tom da desconfiança.

Paul Landis, ex-agente do Serviço Secreto, mostra onde estava no dia em que John F. Kennedy foi assassinado.  Foto: Amir Hamja/The New York Times

Segundo a investigação, um único atirador puxou o gatilho três vezes, mas errou um dos disparos. Essa hipótese despertava um questionamento: como duas balas poderiam causar ao todo oito ferimentos nas vítimas, o presidente John F. Kennedy e o governador John Connally Jr? A tese da bala única resolvia esse problema ao explicar que um mesmo projétil perfurou as costas e saiu pela garganta do presidente, antes de ferir o governador, que estava em um banco na frente, na mesma limusine.

“As posições de Kennedy e de Connally no momento em que o presidente foi atingido no pescoço confirmam que a mesma bala provavelmente atravessou ambos os homens”, concluiu o relatório da Comissão Warren.

Os trabalhos da comissão foram liderados pelo juiz Earl Warren e concluídos no ano seguinte ao homicídio. O documento sustenta que, depois de atingir o presidente, o projétil atravessou as costas do governador em um ângulo descendente, quebrou a costela e saiu abaixo do peito. Em razão desse trajeto improvável, os mais céticos passaram a chamar a bala de “mágica”.

Presidente americano John F. Kennedy, primeira dama Jaqueline Kennedy e governador do Texas John Connally em desfile de limusine pouco antes do assassinato, Dallas, Texas, 22 de novembro de 1963. Foto: Walt Cisco/Dallas Morning News/Handout/Foto de arquivo via REUTERS.

Ainda segundo a tese, depois de passar pelo presidente, a bala teria atingido o governador e caído na maca no momento em que Connally foi atendido pelos médicos. Era isso que explicaria o fato do projétil ter sido encontrado solto no hospital e não no corpo de uma das vítimas ou na cena do crime. Segundo a comissão, essa era a resposta para o assassinato que entrou para história dos Estados Unidos.

Uma matéria publicada à época pelo jornal The New York Times, em setembro de 1964, destacava que “os leitores do relatório não encontrarão bases para questionar conclusão de que o presidente Kennedy foi assassinado por Lee Harvey Oswald, que agia sozinho”.

Simulações com atiradores de elite das Forças Armadas mostraram que era possível atingir o presidente da posição em que o atirador estava. “Testes reais demonstraram que, ao contrário das especulações iniciais, o disparo, na verdade, era fácil do ponto de vista do assassino”, relatava a matéria. Com isso, a investigação rejeitava as suspeitas iniciais de que o presidente teria sido vítima de uma emboscada em fogo cruzado — o que colocaria pelo menos mais um atirador na cena do crime.

Dois dias depois do assassinato, o suspeito Oswald seria transferido de presídio, uma operação televisionada e acompanhada com apreensão por todo país. Foi quanto, de repente, o homem identificado como Jack Ruby sacou a pistola e disparou à queima-roupa. Em poucas horas, o acusado de assassinar o presidente também estava morto.

Reviravolta

Desde aquele fatídico de novembro de 1963, foram décadas de questionamentos, boatos e teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente John Kennedy, que ganham um novo fôlego. Aos 88 anos, o ex-agente Paul Landis revelou agora que a bala teria sido encontrada por ele, não pelo hospital.

Segundo o relato, parte de um livro de memórias ainda não publicado, uma multidão começou a se aproximar e, como todos estavam preocupados com o chefe da Casa Branca, não havia ninguém protegendo as evidências na cena do crime. “Temi que o projétil pudesse desaparecer ou se perder. Aquilo era uma prova, percebi na hora, muito importante”, justificou.

Ele alega que, no meio dessa confusão, decidiu recolher a bala que encontrou na limusine. Então, levou até o hospital e deixou na maca do presidente Kennedy, não do governador Connally, como afirmava a comissão — relato que abala um dos pilares da tese da “bala mágica”.

Durante décadas, o ex-agente nunca revelou ter encontrado o projétil ou esclareceu as contradições entre o que disse na época, em depoimento, e o que agora afirma ser a verdade. Por isso, assim como tudo que envolve o caso, as afirmações de Landis também levantam certa desconfiança. Mesmo assim, a nova versão reacende as suspeitas sobre a morte do ex-presidente John F. Kennedy e o desfecho do crime./Com informações de New York Times

Há 60 anos, um crime chocou o mundo: o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, baleado em plena luz do dia, enquanto desfilava por Dallas, Texas, no banco de trás de um carro aberto. As investigações logo apontaram o atirador Lee Harvey Oswald como único culpado, mas essa explicação nunca foi realmente convincente para grande parte dos americanos.

A sensação de que havia algo errado com essa conclusão pairou por décadas e ganhou novo impulso agora que Paul Landis, à época um agente do Serviço Secreto, resolveu contar o que diz ser a história completa. A versão da testemunha — que estava a poucos metros do presidente — levantou novas suspeitas sobre a tese conhecida como “bala mágica”. O nome contém uma certa ironia e dá o tom da desconfiança.

Paul Landis, ex-agente do Serviço Secreto, mostra onde estava no dia em que John F. Kennedy foi assassinado.  Foto: Amir Hamja/The New York Times

Segundo a investigação, um único atirador puxou o gatilho três vezes, mas errou um dos disparos. Essa hipótese despertava um questionamento: como duas balas poderiam causar ao todo oito ferimentos nas vítimas, o presidente John F. Kennedy e o governador John Connally Jr? A tese da bala única resolvia esse problema ao explicar que um mesmo projétil perfurou as costas e saiu pela garganta do presidente, antes de ferir o governador, que estava em um banco na frente, na mesma limusine.

“As posições de Kennedy e de Connally no momento em que o presidente foi atingido no pescoço confirmam que a mesma bala provavelmente atravessou ambos os homens”, concluiu o relatório da Comissão Warren.

Os trabalhos da comissão foram liderados pelo juiz Earl Warren e concluídos no ano seguinte ao homicídio. O documento sustenta que, depois de atingir o presidente, o projétil atravessou as costas do governador em um ângulo descendente, quebrou a costela e saiu abaixo do peito. Em razão desse trajeto improvável, os mais céticos passaram a chamar a bala de “mágica”.

Presidente americano John F. Kennedy, primeira dama Jaqueline Kennedy e governador do Texas John Connally em desfile de limusine pouco antes do assassinato, Dallas, Texas, 22 de novembro de 1963. Foto: Walt Cisco/Dallas Morning News/Handout/Foto de arquivo via REUTERS.

Ainda segundo a tese, depois de passar pelo presidente, a bala teria atingido o governador e caído na maca no momento em que Connally foi atendido pelos médicos. Era isso que explicaria o fato do projétil ter sido encontrado solto no hospital e não no corpo de uma das vítimas ou na cena do crime. Segundo a comissão, essa era a resposta para o assassinato que entrou para história dos Estados Unidos.

Uma matéria publicada à época pelo jornal The New York Times, em setembro de 1964, destacava que “os leitores do relatório não encontrarão bases para questionar conclusão de que o presidente Kennedy foi assassinado por Lee Harvey Oswald, que agia sozinho”.

Simulações com atiradores de elite das Forças Armadas mostraram que era possível atingir o presidente da posição em que o atirador estava. “Testes reais demonstraram que, ao contrário das especulações iniciais, o disparo, na verdade, era fácil do ponto de vista do assassino”, relatava a matéria. Com isso, a investigação rejeitava as suspeitas iniciais de que o presidente teria sido vítima de uma emboscada em fogo cruzado — o que colocaria pelo menos mais um atirador na cena do crime.

Dois dias depois do assassinato, o suspeito Oswald seria transferido de presídio, uma operação televisionada e acompanhada com apreensão por todo país. Foi quanto, de repente, o homem identificado como Jack Ruby sacou a pistola e disparou à queima-roupa. Em poucas horas, o acusado de assassinar o presidente também estava morto.

Reviravolta

Desde aquele fatídico de novembro de 1963, foram décadas de questionamentos, boatos e teorias da conspiração sobre o assassinato do presidente John Kennedy, que ganham um novo fôlego. Aos 88 anos, o ex-agente Paul Landis revelou agora que a bala teria sido encontrada por ele, não pelo hospital.

Segundo o relato, parte de um livro de memórias ainda não publicado, uma multidão começou a se aproximar e, como todos estavam preocupados com o chefe da Casa Branca, não havia ninguém protegendo as evidências na cena do crime. “Temi que o projétil pudesse desaparecer ou se perder. Aquilo era uma prova, percebi na hora, muito importante”, justificou.

Ele alega que, no meio dessa confusão, decidiu recolher a bala que encontrou na limusine. Então, levou até o hospital e deixou na maca do presidente Kennedy, não do governador Connally, como afirmava a comissão — relato que abala um dos pilares da tese da “bala mágica”.

Durante décadas, o ex-agente nunca revelou ter encontrado o projétil ou esclareceu as contradições entre o que disse na época, em depoimento, e o que agora afirma ser a verdade. Por isso, assim como tudo que envolve o caso, as afirmações de Landis também levantam certa desconfiança. Mesmo assim, a nova versão reacende as suspeitas sobre a morte do ex-presidente John F. Kennedy e o desfecho do crime./Com informações de New York Times

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