NORTE DA SÍRIA - Dois dos mais procurados combatentes da célula britânica do Estado Islâmico, apelidada de "Beatles", afirmaram em entrevista à emissora americana CNN que algumas das ações do grupo terrorista foram "deploráveis" e pediram que seus direitos sejam respeitados onde quer que eles sejam julgados.
+ Helio Gurovitz: A ameaça do jihadismo gângster
Alexanda Kotey e El Shafee Elsheikh foram ouvidos pela CNN em uma prisão no norte da síria em uma região controlada pelos curdos com apoio dos Estados Unidos. A dupla ganhou notoriedade por aparecer ao lado de Mohammed Emwazi, conhecido como Jihadi John, em vários vídeos em que ele decapitava reféns do grupo.
A dupla está entre as dezenas de combatentes do EI com dupla nacionalidade que são mantidos presos na região em meio a divergências diplomáticas, com seus países de origem se recusando a autorizar seu retorno para serem julgados e deixando os curdos sírios com a responsabilidade sobre os prisioneiros.
O Departamento de Justiça dos EUA acusa Kotey, de 34 anos, de "ter se engajado nas execuções do grupo e de tortura excepcionalmente cruel" de jornalistas e trabalhadores humanitários do ocidente. Já Elsheikh "fez sua reputação com afogamentos de reféns, simulações de execuções e crucificações".
+ ‘Estado Islâmico exige atualização das análises sobre jihadismo’
"(Para os governos de EUA e Reino Unido) Eu não sou uma pessoa democrática, mas estou sujeito à leis democráticas", disse Elsheikh à CNN. Sobre o país onde preferia ser julgado, Kotey disse à emissora: "Definitivamente, familiaridade é a opção mais fácil. Minha experiência é que os juízes britânicos são muito mais justos".
Os dois ex-combatentes do EI se referiram mais de uma vez à cenas traumáticas que testemunharam na Síria desde que chegaram na cidade de Alepo, em 2012, e disseram que a violência do governo de Bashar Assad contra os civis sírios foi uma dois coisas que os motivou a lutar junto aos terroristas.