Belém, na Palestina, tem o segundo Natal ofuscado pela guerra em Gaza


Berço do cristianismo, cidade teve as festividades limitadas em protesto contra a ocupação israelense do território palestino

Por Redação

Em meio à guerra em Gaza que já se arrasta por mais de um ano, o Natal em Belém, berço do cristianismo, na Palestina, teve suas festividades limitadas pelo segundo ano consecutivo, segundo o prefeito da cidade, Anton Salman.

“Não montamos uma árvore de Natal (na praça da Manjedoura), nem decoramos as ruas. Queremos mostrar ao mundo que a Palestina continua sofrendo com a ocupação israelense e a injustiça”, afirmou.

Centenas de fiéis se reuniram, contudo, ao redor da igreja da Natividade, para comemorar a data. No começo da tarde, houve desfile de escoteiros, alguns deles exibindo cartazes com mensagens como “Detenham o genocídio em Gaza” e “Nossas crianças querem brincar e rir”.

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Freiras caminham pela Igreja da Natividade, que tradicionalmente se acredita ser o local de nascimento de Jesus, na véspera de Natal, na cidade de Belém, na Cisjordânia Foto: Matias Delacroix/AP

Junto deles estava o patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa.

“Cheguei ontem de Gaza. Vi tudo o que foi destruído, a pobreza, o desastre. Mas também vi vida. Não se rendem. Assim, vocês tampouco devem se render”, disse.

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Na Cidade de Gaza, no norte do território, centenas de cristãos foram à missa da noite de Natal na igreja da Sagrada Família. “Este Natal tem cheiro de morte e destruição”, disse George Al Sayegh, um deslocado palestino. “Nem sequer sabemos se chegaremos ao próximo Natal”.

Comemoração ao redor do mundo

No Vaticano, o papa Francisco inaugurou o Ano Santo da Igreja Católica, uma grande peregrinação internacional, na qual são esperados, em 2025, mais de 30 milhões de fiéis de todo o mundo em Roma.

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Nesta véspera de Natal, na presença de quase 30 mil pessoas e com transmissão para todo o mundo, o jesuíta argentino abriu a Porta Santa da basílica de São Pedro, na Santa Sé, simbolizando o início do Jubileu “ordinário”.

Em seguida, o Francisco celebrou na basílica, como faz todos os anos, a Missa do Galo, durante a qual convidou os fiéis a pensarem “nas guerras, nas crianças metralhadas, nas bombas contra escolas e hospitais”, em alusão aos bombardeios de Israel contra Gaza, cuja “crueldade” o pontífice havia denunciado durante a semana, provocando protestos da diplomacia israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mencionou, na segunda-feira, 23, com “prudência” os “avanços” para um acordo sobre os reféns retidos na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

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Esta libertação é uma das condições israelenses para um cessar-fogo com o movimento islamista palestino.

Tranquilizar os cristãos

Ao se dirigir, nesta terça-feira, 24, aos cristãos, Netanyahu se comprometeu a lutar contra o que seria, na sua visão, “forças do mal”.

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“Vocês se mantiveram ao nosso lado com resistência, constância e força, enquanto Israel defende a nossa civilização”, acrescentou Netanyahu, cujo país luta em várias frentes desde o início da guerra em Gaza.

Na Alemanha, o presidente Frank-Walter Steinmeier fez um apelo à unidade e à coesão, fazendo alusão à “sombra” que se projetou sobre as festas, após um atropelamento que deixou cinco mortos e mais de 200 feridos no mercado de Natal de Magdeburgo, no nordeste do país.

Na Síria, onde o ditador Bashar al Assad foi deposto em 8 de dezembro, as novas autoridades lideradas por islamistas se esforçam para tranquilizar os cristãos em país de maioria sunita.

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“Não foi fácil nos reunirmos nas circunstâncias atuais e rezar com alegria, mas graças a Deus conseguimos”, suspirou Sarah, que assistiu à missa na catedral síria ortodoxa de São Jorge, na capital.

Nesta terça, foram realizadas várias manifestações em bairros cristãos de Damasco em protesto contra o incêndio de uma árvore de Natal perto de Hama, no centro do país.

“Se não nos deixam viver nossa fé cristã, então não temos mais um lugar aqui”, disse à AFP Georges, que preferiu não revelar seu sobrenome.

EUA e Europa

A noite de Natal também foi marcada por momentos de alegria e leveza. Nos Estados Unidos, teve início a tradição anual de rastrear o Papai Noel. Crianças e adultos podem acompanhar pela internet, em tempo real, a jornada do bom velhinho na distribuição dos presentes pelo mundo.

Em sintonia com o espírito natalino, o general da força aérea Gregory Guillot quis acalmar a população marcada pelos sobrevoos de drones, que recentemente semearam pânico na costa leste dos Estados Unidos.

“Não antecipo nenhuma dificuldade para o Papai Noel”, disse à Fox News, em tom de brincadeira.

Na França, muitos fiéis foram participar da tradicional missa de Natal na Catedral de Notre Dame, em Paris, que as celebra pela primeira vez desde o incêndio que destruiu o templo em 2019.

“Estou feliz por voltar, é mágico”, afirmou Daniel James, comissário de bordo americano de 46 anos, morador de Seattle (EUA). /AFP

Em meio à guerra em Gaza que já se arrasta por mais de um ano, o Natal em Belém, berço do cristianismo, na Palestina, teve suas festividades limitadas pelo segundo ano consecutivo, segundo o prefeito da cidade, Anton Salman.

“Não montamos uma árvore de Natal (na praça da Manjedoura), nem decoramos as ruas. Queremos mostrar ao mundo que a Palestina continua sofrendo com a ocupação israelense e a injustiça”, afirmou.

Centenas de fiéis se reuniram, contudo, ao redor da igreja da Natividade, para comemorar a data. No começo da tarde, houve desfile de escoteiros, alguns deles exibindo cartazes com mensagens como “Detenham o genocídio em Gaza” e “Nossas crianças querem brincar e rir”.

Freiras caminham pela Igreja da Natividade, que tradicionalmente se acredita ser o local de nascimento de Jesus, na véspera de Natal, na cidade de Belém, na Cisjordânia Foto: Matias Delacroix/AP

Junto deles estava o patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa.

“Cheguei ontem de Gaza. Vi tudo o que foi destruído, a pobreza, o desastre. Mas também vi vida. Não se rendem. Assim, vocês tampouco devem se render”, disse.

Na Cidade de Gaza, no norte do território, centenas de cristãos foram à missa da noite de Natal na igreja da Sagrada Família. “Este Natal tem cheiro de morte e destruição”, disse George Al Sayegh, um deslocado palestino. “Nem sequer sabemos se chegaremos ao próximo Natal”.

Comemoração ao redor do mundo

No Vaticano, o papa Francisco inaugurou o Ano Santo da Igreja Católica, uma grande peregrinação internacional, na qual são esperados, em 2025, mais de 30 milhões de fiéis de todo o mundo em Roma.

Nesta véspera de Natal, na presença de quase 30 mil pessoas e com transmissão para todo o mundo, o jesuíta argentino abriu a Porta Santa da basílica de São Pedro, na Santa Sé, simbolizando o início do Jubileu “ordinário”.

Em seguida, o Francisco celebrou na basílica, como faz todos os anos, a Missa do Galo, durante a qual convidou os fiéis a pensarem “nas guerras, nas crianças metralhadas, nas bombas contra escolas e hospitais”, em alusão aos bombardeios de Israel contra Gaza, cuja “crueldade” o pontífice havia denunciado durante a semana, provocando protestos da diplomacia israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mencionou, na segunda-feira, 23, com “prudência” os “avanços” para um acordo sobre os reféns retidos na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

Esta libertação é uma das condições israelenses para um cessar-fogo com o movimento islamista palestino.

Tranquilizar os cristãos

Ao se dirigir, nesta terça-feira, 24, aos cristãos, Netanyahu se comprometeu a lutar contra o que seria, na sua visão, “forças do mal”.

“Vocês se mantiveram ao nosso lado com resistência, constância e força, enquanto Israel defende a nossa civilização”, acrescentou Netanyahu, cujo país luta em várias frentes desde o início da guerra em Gaza.

Na Alemanha, o presidente Frank-Walter Steinmeier fez um apelo à unidade e à coesão, fazendo alusão à “sombra” que se projetou sobre as festas, após um atropelamento que deixou cinco mortos e mais de 200 feridos no mercado de Natal de Magdeburgo, no nordeste do país.

Na Síria, onde o ditador Bashar al Assad foi deposto em 8 de dezembro, as novas autoridades lideradas por islamistas se esforçam para tranquilizar os cristãos em país de maioria sunita.

“Não foi fácil nos reunirmos nas circunstâncias atuais e rezar com alegria, mas graças a Deus conseguimos”, suspirou Sarah, que assistiu à missa na catedral síria ortodoxa de São Jorge, na capital.

Nesta terça, foram realizadas várias manifestações em bairros cristãos de Damasco em protesto contra o incêndio de uma árvore de Natal perto de Hama, no centro do país.

“Se não nos deixam viver nossa fé cristã, então não temos mais um lugar aqui”, disse à AFP Georges, que preferiu não revelar seu sobrenome.

EUA e Europa

A noite de Natal também foi marcada por momentos de alegria e leveza. Nos Estados Unidos, teve início a tradição anual de rastrear o Papai Noel. Crianças e adultos podem acompanhar pela internet, em tempo real, a jornada do bom velhinho na distribuição dos presentes pelo mundo.

Em sintonia com o espírito natalino, o general da força aérea Gregory Guillot quis acalmar a população marcada pelos sobrevoos de drones, que recentemente semearam pânico na costa leste dos Estados Unidos.

“Não antecipo nenhuma dificuldade para o Papai Noel”, disse à Fox News, em tom de brincadeira.

Na França, muitos fiéis foram participar da tradicional missa de Natal na Catedral de Notre Dame, em Paris, que as celebra pela primeira vez desde o incêndio que destruiu o templo em 2019.

“Estou feliz por voltar, é mágico”, afirmou Daniel James, comissário de bordo americano de 46 anos, morador de Seattle (EUA). /AFP

Em meio à guerra em Gaza que já se arrasta por mais de um ano, o Natal em Belém, berço do cristianismo, na Palestina, teve suas festividades limitadas pelo segundo ano consecutivo, segundo o prefeito da cidade, Anton Salman.

“Não montamos uma árvore de Natal (na praça da Manjedoura), nem decoramos as ruas. Queremos mostrar ao mundo que a Palestina continua sofrendo com a ocupação israelense e a injustiça”, afirmou.

Centenas de fiéis se reuniram, contudo, ao redor da igreja da Natividade, para comemorar a data. No começo da tarde, houve desfile de escoteiros, alguns deles exibindo cartazes com mensagens como “Detenham o genocídio em Gaza” e “Nossas crianças querem brincar e rir”.

Freiras caminham pela Igreja da Natividade, que tradicionalmente se acredita ser o local de nascimento de Jesus, na véspera de Natal, na cidade de Belém, na Cisjordânia Foto: Matias Delacroix/AP

Junto deles estava o patriarca latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa.

“Cheguei ontem de Gaza. Vi tudo o que foi destruído, a pobreza, o desastre. Mas também vi vida. Não se rendem. Assim, vocês tampouco devem se render”, disse.

Na Cidade de Gaza, no norte do território, centenas de cristãos foram à missa da noite de Natal na igreja da Sagrada Família. “Este Natal tem cheiro de morte e destruição”, disse George Al Sayegh, um deslocado palestino. “Nem sequer sabemos se chegaremos ao próximo Natal”.

Comemoração ao redor do mundo

No Vaticano, o papa Francisco inaugurou o Ano Santo da Igreja Católica, uma grande peregrinação internacional, na qual são esperados, em 2025, mais de 30 milhões de fiéis de todo o mundo em Roma.

Nesta véspera de Natal, na presença de quase 30 mil pessoas e com transmissão para todo o mundo, o jesuíta argentino abriu a Porta Santa da basílica de São Pedro, na Santa Sé, simbolizando o início do Jubileu “ordinário”.

Em seguida, o Francisco celebrou na basílica, como faz todos os anos, a Missa do Galo, durante a qual convidou os fiéis a pensarem “nas guerras, nas crianças metralhadas, nas bombas contra escolas e hospitais”, em alusão aos bombardeios de Israel contra Gaza, cuja “crueldade” o pontífice havia denunciado durante a semana, provocando protestos da diplomacia israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mencionou, na segunda-feira, 23, com “prudência” os “avanços” para um acordo sobre os reféns retidos na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

Esta libertação é uma das condições israelenses para um cessar-fogo com o movimento islamista palestino.

Tranquilizar os cristãos

Ao se dirigir, nesta terça-feira, 24, aos cristãos, Netanyahu se comprometeu a lutar contra o que seria, na sua visão, “forças do mal”.

“Vocês se mantiveram ao nosso lado com resistência, constância e força, enquanto Israel defende a nossa civilização”, acrescentou Netanyahu, cujo país luta em várias frentes desde o início da guerra em Gaza.

Na Alemanha, o presidente Frank-Walter Steinmeier fez um apelo à unidade e à coesão, fazendo alusão à “sombra” que se projetou sobre as festas, após um atropelamento que deixou cinco mortos e mais de 200 feridos no mercado de Natal de Magdeburgo, no nordeste do país.

Na Síria, onde o ditador Bashar al Assad foi deposto em 8 de dezembro, as novas autoridades lideradas por islamistas se esforçam para tranquilizar os cristãos em país de maioria sunita.

“Não foi fácil nos reunirmos nas circunstâncias atuais e rezar com alegria, mas graças a Deus conseguimos”, suspirou Sarah, que assistiu à missa na catedral síria ortodoxa de São Jorge, na capital.

Nesta terça, foram realizadas várias manifestações em bairros cristãos de Damasco em protesto contra o incêndio de uma árvore de Natal perto de Hama, no centro do país.

“Se não nos deixam viver nossa fé cristã, então não temos mais um lugar aqui”, disse à AFP Georges, que preferiu não revelar seu sobrenome.

EUA e Europa

A noite de Natal também foi marcada por momentos de alegria e leveza. Nos Estados Unidos, teve início a tradição anual de rastrear o Papai Noel. Crianças e adultos podem acompanhar pela internet, em tempo real, a jornada do bom velhinho na distribuição dos presentes pelo mundo.

Em sintonia com o espírito natalino, o general da força aérea Gregory Guillot quis acalmar a população marcada pelos sobrevoos de drones, que recentemente semearam pânico na costa leste dos Estados Unidos.

“Não antecipo nenhuma dificuldade para o Papai Noel”, disse à Fox News, em tom de brincadeira.

Na França, muitos fiéis foram participar da tradicional missa de Natal na Catedral de Notre Dame, em Paris, que as celebra pela primeira vez desde o incêndio que destruiu o templo em 2019.

“Estou feliz por voltar, é mágico”, afirmou Daniel James, comissário de bordo americano de 46 anos, morador de Seattle (EUA). /AFP

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