O presidente americano Joe Biden desembarcou em Manaus neste domingo, 17, e se tornou o primeiro chefe de Estado dos Estados Unidos em exercício a visitar a Floresta Amazônica. Durante a sua passagem pelo Brasil, para a Cúpula do G-20, Biden aproveitou a visita à capital da Amazônia para novos anúncios de apoio financeiro ao combate às mudanças climáticas, como o aporte adicional de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia e um financiamento para o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).
O democrata desembarcou em Manaus com a filha Ashley e a neta Natalie. No aeroporto, ele foi recebido pela embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley, pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, e pelo prefeito de Manaus, David Almeida, assim como pelo cientista Carlos Nobre, especialista em aquecimento global e em temas relacionados à Amazônia.
Logo após chegar no Brasil, Biden sobrevoou Amazônia e dialogou com lideranças indígenas e ambientais. Ele foi acompanhado do cientista brasileiro Carlos Nobre, ganhador do Prêmio Nobel e especialista mudanças climáticas.
Biden visitou também o Museu da Amazônia (Musa), de onde fez uma declaração para a imprensa, na qual reforçou o compromisso de sua administração com a luta contra o desmatamento e as mudanças climáticas. Ao lembrar que seu mandato termina em janeiro, Biden declarou: “Deixarei para meu sucessor e para meu país uma base sólida para construir, se assim escolherem”.
“É verdade que alguns podem tentar negar ou atrasar a revolução de energia limpa em andamento nos Estados Unidos. Mas ninguém pode revertê-la”, disse Biden em uma mensagem a Donald Trump. O presidente eleito prometeu reverter as políticas de Biden e pode retirar os Estados Unidos dos esforços internacionais para limitar o aquecimento global.
Em Manaus, Biden anunciou que Corporação Financeira de Desenvolvimento dos Estados Unidos vai mobilizar centenas de bilhões de dólares, em parceria com uma empresa brasileira, para reflorestar a Amazônia. O democrata ainda revelou a criação da Coalizão de Financiamento para a Restauração e Bioeconomia do Brasil, que mobilizará pelo menos US$ 10 bilhões até 2030, com o objetivo de restaurar e proteger cerca de 52 mil quilômetros quadrados de terras.
Biden também destacou o aporte adicional de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia, que havia sido revelado pela Casa Branca mais cedo. O investimento elevará o total de contribuições dos EUA ao Fundo Amazônia para US$ 100 milhões, mas ainda depende da aprovação do Congresso americano, de maioria republicana a partir de 2025. Ele também afirmou que os EUA fornecerão financiamento para ajudar a lançar a iniciativa do presidente Lula, o TFFF.
“Isso é do interesse de todos nós. Os Estados Unidos se beneficiam tanto quanto qualquer outro país dessas iniciativas”, afirmou o americano.
A Casa Branca informou que o governo dos Estados Unidos aumentou sua contribuição bilateral para financiar a luta contra as mudanças climáticas a US$ 11 bilhões (R$ 63,6 bilhões) anuais em 2024. O valor faz de Washington “o maior contribuinte bilateral em financiamento climático no mundo”, afirmou o governo americano em um comunicado.
Após a visita à Amazônia, Biden viajará para o Rio de Janeiro, onde participará da Cúpula do G-20 na segunda e terça-feira. O americano terá um almoço na terça com Lula, que assumiu o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030./Com AFP.