O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, atribuiu nesta terça-feira, 2, o seu mau desempenho no primeiro debate eleitoral contra Donald Trump ao cansaço acumulado após uma série de viagens internacionais, mas ressaltou que não se trata de uma desculpa, “e sim de uma explicação”.
“Não foi muito inteligente ter viajado pelo mundo algumas vezes pouco antes do debate”, disse Biden, de 81 anos, durante um evento com doadores democratas perto de Washington. O presidente acrescentou que “não deu ouvidos” para sua equipe e disse, em tom de brincadeira: “quase dormi no palco”.
No primeiro confronto contra o rival Donald Trump na última quinta-feira, 27, Biden teve um fraco desempenho, parecendo frequentemente confuso e, em determinados momentos, trocando palavras e perdendo o raciocínio. O debate acendeu o alerta entre os democratas, que passaram a questionar abertamente a capacidade de Biden e o futuro da sua candidatura.
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Biden esteve na França entre 5 e 9 de junho. De 12 a 14, participou da reunião do G7 na Itália, e emendou com uma viagem de campanha ao estado americano da Califórnia. Em seguida, Biden retirou-se por seis dias na residência de Camp David, onde se preparou para o debate. Durante esse período, não participou de nenhuma atividade pública.
Ele reconheceu que não foi bem no debate, dizendo aos apoiadores na sexta-feira, 28, que já não era tão jovem quanto antes, mas que sabia como entregar fazendo o trabalho. Seus aliados, entretanto, temem que o próximo passo em falso — mesmo que não seja da magnitude do desastre do debate — ressuscite as preocupações dos eleitores sobre a aptidão do presidente para o cargo.
Uma pesquisa publicada nesta terça-feira pela CNN aumentou ainda mais o pânico entre os democratas: 75% dos eleitores entrevistados acreditam que o partido teria mais chances em novembro com outro candidato.
“Joe Biden ‘sabe como se recuperar’”, disse a porta-voz Karine Jean-Pierre nesta terça-feira aos jornalistas, descartando a possibilidade de o presidente se submeter a um teste cognitivo porque “não é justificado, não é necessário”. Em fevereiro, seu médico o declarou apto para governar./AFP e AP.