WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considera impor sanções adicionais contra a Rússia em resposta à morte do líder opositor Alexei Navalni em prisão no Ártico na sexta-feira, 16.
“Já existem sanções, mas estamos considerando sanções adicionais, sim”, disse Biden a jornalistas nesta segunda-feira. Anteriormente, o líder americano já havia responsabilizado o presidente russo Vladimir Putin pela morte do dissidente em circunstâncias desconhecidas aos 47 anos. “Putin é o responsável. O que aconteceu com Navalni é mais uma prova da brutalidade de Putin”, disse em pronunciamento.
Biden e aliados do Ocidente já impuseram sanções sem precedentes no esforço para deter a agressão da Rússia contra a Ucrânia. Moscou, no entanto, tem conseguido driblar os embargos. E há dúvidas sobre o futuro do compromisso de Washington com Kiev.
Com o financiamento dos EUA para a guerra já esgotado, os republicanos influenciados por Donald Trump travam a ajuda adicional de US$60 bilhões de dólares (quase R$ 300 bi) para Ucrânia. O pacote foi aprovado no Senado, mas ainda não tem previsão de votação na Câmara.
Trump, o provável candidato do partido para corrida à Casa Branca em novembro, se opõe à ajuda à Ucrânia. Recentemente, o ex-presidente usou a sua influência para anular um projeto de lei sobre imigração que estava atrelado aos recursos para Kiev - condição imposta pelos próprios republicanos.
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Nesta segunda, o democrata voltou a criticar os adversários pelo bloqueio da ajuda. “A forma como se afastam da ameaça da Rússia, a forma como se afastam da Otan, a forma como se afastam do cumprimento das nossas obrigações, é simplesmente chocante”, disse ele.
Diante do impasse, Biden disse esperar que a morte de Navalni faça diferença na aprovação do pacote para Ucrânia, mas que “não tem certeza”.
O líder republicano Mike Johnson, presidente da Câmara já disse a jornalistas que não pretende sequer colocar a ajuda militar em votação. “É claro que adoraria encontrá-lo, se ele tiver algo a dizer”, disse Biden sobre o republicano./AFP