WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sugeriu que Israel não deveria bombardear instalações de petróleo do Irã nesta sexta-feira, 4, após reconhecer que essa possibilidade estava em discussão.
Na véspera, Biden havia declarado que “discutia” com Israel a possibilidade de ataques contra refinarias de petróleo iranianas, como represália pelo disparo de 180 mísseis contra o território israelense, na terça-feira. A declaração descuidada fez o preço do petróleo disparar, já que o Oriente Médio responde por cerca de um terço do suprimento global.
“Se eu estivesse no lugar de Israel, estaria pensando em alternativas que não fossem atacar os campos de petróleo do Irã”, disse Biden, acrescentando que ainda planejava falar com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. “Quando eles tomarem uma decisão sobre como responder, então teremos uma discussão.”
O temor de uma guerra total no Oriente Médio se intensificou depois que o Irã atacou Israel com uma saraivada de mísseis balísticos na terça-feira. O governo Netanyahu classificou a ofensiva como “grande erro” e prometeu resposta. Ao mesmo tempo, o Exército trava uma batalha com o Hezbollah, com tropas terrestres apoiadas por ataques aéreos no Líbano.
Questionado se Netanyahu estaria atrasando a assinatura de um acordo de paz para influenciar nas eleições americanas, Biden foi evasivo. “Nenhum governo ajudou Israel mais do que eu. Nenhum, nenhum, nenhum. E acho que Bibi deveria se lembrar disso”, respondeu Biden referindo-se a Binyamin Netanyahu pelo apelido.
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As declarações de Biden sobre a possível retaliação contra Irã repercutiram na corrida presidencial americana, disputada voto a voto pela sua vice, a democrata Kamala Harris, e pelo republicano Donald Trump, que aproveitou para criticar o presidente americano por descartar bombardeios às instalações nucleares iranianas. “É a coisa mais doida que eu já ouvi.”
Faltando menos de um mês para as eleições, qualquer aumento nos preços do petróleo pressionaria a inflação global e seria uma péssima notícia para Kamala, que vem tentando às duras penas passar uma mensagem tranquilizadora na área econômica./COM AFP