Prestes a entregar a Casa Branca a Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou nesta sexta-feira, 15, sobre uma nova era de mudanças políticas durante a cúpula Ásia-Pacífico (Apec), no Peru. A aproximação do segundo mandato do republicano também deu o tom às declarações do presidente chinês Xi Jinping, cujo país será o maior desafio de Trump em seu segundo governo.
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“Agora chegamos a um momento de mudança política significativa”, declarou Biden ao se encontrar com os líderes do Japão e da Coreia do Sul em Lima. Biden indicou que esta provavelmente seria sua última reunião com o grupo, que ele promoveu no último ano como um contrapeso à Coreia do Norte.
O presidente acrescentou que a aliança trilateral “foi feita para durar”. “Essa é minha esperança e minha expectativa”, afirmou. A agenda de Trump, marcada pelo lema “Estados Unidos em primeiro lugar”, ameaça desestabilizar as alianças do país, como ocorreu em seu primeiro mandato.
É também essa política de protecionismo que dá impulso à promessa de Trump de colocar uma tarifa de 60% sobre importações que vêm da China, em meio à guerra econômica entre as duas potências globais. Mirando ao segundo governo de Trump, Xi, no discurso feito durante o fórum da Apec, alertou que o mundo está entrando em uma era de crescente “unilateralismo” e “protecionismo”.
O líder chinês ressaltou que a fragmentação da economia mundial está aumentando e que qualquer tentativa de reduzir a interdependência econômica global representaria “um passo atrás”. Em sua declaração, Xi também ressaltou que o mundo havia “entrado em um novo período de turbulências e transformações” e pediu que as cadeias produtivas e de suprimento globais se mantenham “estáveis e fluidas”, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua.
Antes de viajarem ao Brasil, Xi e Biden se reunirão neste sábado, 16, no Peru, para o último encontro presencial antes da posse de Trump em janeiro./AFP