Biden fala em cumprir 'acordo de Taiwan' após conversa com Xi sobre tensões na região


Pressão militar dos chineses com a realização de exercícios militares no estreito de Taiwan acirraram ainda mais as relações EUA-China no Pacífico

Por Redação
Atualização:

Em meio ao acirramento das tensões no estreito de Taiwan - faixa de mar que separa a China continental da ilha do Pacífico - após o aumento das atividades militares chinesas no local, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, conversaram e concordaram em cumprir o "acordo de Taiwan", em referência à política de longa data de Washington que reconhece oficialmente Pequim em vez de Taipé, e à Lei de Relações com Taiwan, que deixa claro que a decisão de manter laços diplomáticos com a China em vez de Taiwan depende da expectativa de que o futuro do país será determinada por meios pacíficos.

"Falei com Xi sobre Taiwan. Nós concordamos... respeitaremos o acordo de Taiwan", declarou Biden a repórteres na Casa Branca na terça-feira, 5, após retornar de uma viagem a Michigan. O presidente completou: "Nós deixamos claro que eu não acho que ele deveria estar fazendo outra coisa que não cumprir o acordo".

Embora o acordo de Taiwan obrigue Washington a reconhecer a posição da China de que a ilha pertence a ela e de que existe apenas "uma China", impedindo um posicionamento sobre a soberania do país, os americanos continuam a fornecer os meios de defesa a Taipé.

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O presidente americano Joe Biden fala com repórteres na Casa Branca. Foto: Oliver Contreras/The New York Times

Após a declaração de Biden, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que buscou esclarecimentos dos Estados Unidos sobre os comentários e foi assegurado que a política dos EUA em relação ao país não mudou, que o compromisso entre as nações era "sólido como uma rocha" e que os americanos continuarão a ajudar Taiwan a manter suas defesas.

"Enfrentando as ameaças militares, diplomáticas e econômicas do governo chinês, Taiwan e os Estados Unidos sempre mantiveram canais de comunicação próximos e tranquilos", disse o ministério em comunicado.

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A escalada de tensões na região foi classificada como "a situação mais sombria em 40 anos" pelo ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, durante discurso ao Parlamento. Durante entrevista ao China Times nesta quarta, 6, Chiu disse que a China já é capaz, mas estará completamente preparada para invadir o país em em três anos. "Em 2025, a China reduzirá o custo e o desgaste ao mínimo. Tem capacidade agora, mas não vai começar uma guerra facilmente, tendo que levar muitas outras coisas em consideração", disse.

Bombardeiro chinês PLA Xian H-6, após incursão de mais de 50 aeronaves militares na zona de defesa aérea de Taiwan. Foto: EFE/EPA/Ministério da Defesa do Taiwan

As pressões sobre Taiwan ocorrem em um momento em que as relações entre China e Estados Unidos (e seus aliados da Otan e no Pacífico) vem se acirrando rapidamente, com as movimentações americanas no Indo-Pacífico. Após atividades militares americanas com o Japão e o anúncio da parceria, junto ao Reino Unido, para fornecer submarinos nucleares à Austrália, os chineses realizaram atividades militares com cerca de 150 aeronaves sobrevoando o setor sul do estreito que divide os dois países, dentro da Zona de Identificação de Defesa Aérea - oficialmente espaço aéreo internacional, mas reivindicado por Taipé como área de segurança nacional.

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Embora a China não tenha dado uma explicação oficial para o número crescente de jatos voando perto de Taiwan, o grupo estatal China Media Group justificou as missões como uma "contramedida necessária" ao que chamou de "conluio" entre os Estados Unidos e Taiwan. 

Em meio a este cenário, a visita de um grupo de senadores franceses a Taiwan surge como novo componente internacional na "disputa". O grupo, que deve permanecer no país por cinco dias, é liderado pelo senador Alain Richard, ex-ministro da Defesa da França, e terá reuniões com a presidente Tsai Ing-wen, com autoridades econômicas e de saúde e com o Conselho de Assuntos do Continente.

O senador francês Alain Richard lidera missão de parlamentares do país que desembarcaram na China nesta quarta-feira, 6. Foto: EFE/EPA/CNA / POOL
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A China tentou desencorajar a visita dos senadores franceses, com sua embaixada na França dizendo antes da viagem: "Isso não só prejudicará os interesses centrais da China e minará as relações China-França, mas também prejudicará a própria reputação e interesses da França."

China e Taiwan se separaram em meio à guerra civil em 1949. Hoje, eles têm extensos laços comerciais e de investimento, mas nenhuma relação oficial. O impasse envolvendo os dois países é que, enquanto Pequim reivindica a ilha como parte de seu território - que deve ser tomado à força, se necessário - Taipé defende a ideia de um país independente, e diz que defenderá suas liberdades e democracia, culpando a China pelas tensões cada vez maiores nas frentes militar, diplomática e econômica./ REUTERS, AP, AFP e W. POST

Em meio ao acirramento das tensões no estreito de Taiwan - faixa de mar que separa a China continental da ilha do Pacífico - após o aumento das atividades militares chinesas no local, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, conversaram e concordaram em cumprir o "acordo de Taiwan", em referência à política de longa data de Washington que reconhece oficialmente Pequim em vez de Taipé, e à Lei de Relações com Taiwan, que deixa claro que a decisão de manter laços diplomáticos com a China em vez de Taiwan depende da expectativa de que o futuro do país será determinada por meios pacíficos.

"Falei com Xi sobre Taiwan. Nós concordamos... respeitaremos o acordo de Taiwan", declarou Biden a repórteres na Casa Branca na terça-feira, 5, após retornar de uma viagem a Michigan. O presidente completou: "Nós deixamos claro que eu não acho que ele deveria estar fazendo outra coisa que não cumprir o acordo".

Embora o acordo de Taiwan obrigue Washington a reconhecer a posição da China de que a ilha pertence a ela e de que existe apenas "uma China", impedindo um posicionamento sobre a soberania do país, os americanos continuam a fornecer os meios de defesa a Taipé.

O presidente americano Joe Biden fala com repórteres na Casa Branca. Foto: Oliver Contreras/The New York Times

Após a declaração de Biden, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que buscou esclarecimentos dos Estados Unidos sobre os comentários e foi assegurado que a política dos EUA em relação ao país não mudou, que o compromisso entre as nações era "sólido como uma rocha" e que os americanos continuarão a ajudar Taiwan a manter suas defesas.

"Enfrentando as ameaças militares, diplomáticas e econômicas do governo chinês, Taiwan e os Estados Unidos sempre mantiveram canais de comunicação próximos e tranquilos", disse o ministério em comunicado.

A escalada de tensões na região foi classificada como "a situação mais sombria em 40 anos" pelo ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, durante discurso ao Parlamento. Durante entrevista ao China Times nesta quarta, 6, Chiu disse que a China já é capaz, mas estará completamente preparada para invadir o país em em três anos. "Em 2025, a China reduzirá o custo e o desgaste ao mínimo. Tem capacidade agora, mas não vai começar uma guerra facilmente, tendo que levar muitas outras coisas em consideração", disse.

Bombardeiro chinês PLA Xian H-6, após incursão de mais de 50 aeronaves militares na zona de defesa aérea de Taiwan. Foto: EFE/EPA/Ministério da Defesa do Taiwan

As pressões sobre Taiwan ocorrem em um momento em que as relações entre China e Estados Unidos (e seus aliados da Otan e no Pacífico) vem se acirrando rapidamente, com as movimentações americanas no Indo-Pacífico. Após atividades militares americanas com o Japão e o anúncio da parceria, junto ao Reino Unido, para fornecer submarinos nucleares à Austrália, os chineses realizaram atividades militares com cerca de 150 aeronaves sobrevoando o setor sul do estreito que divide os dois países, dentro da Zona de Identificação de Defesa Aérea - oficialmente espaço aéreo internacional, mas reivindicado por Taipé como área de segurança nacional.

Embora a China não tenha dado uma explicação oficial para o número crescente de jatos voando perto de Taiwan, o grupo estatal China Media Group justificou as missões como uma "contramedida necessária" ao que chamou de "conluio" entre os Estados Unidos e Taiwan. 

Em meio a este cenário, a visita de um grupo de senadores franceses a Taiwan surge como novo componente internacional na "disputa". O grupo, que deve permanecer no país por cinco dias, é liderado pelo senador Alain Richard, ex-ministro da Defesa da França, e terá reuniões com a presidente Tsai Ing-wen, com autoridades econômicas e de saúde e com o Conselho de Assuntos do Continente.

O senador francês Alain Richard lidera missão de parlamentares do país que desembarcaram na China nesta quarta-feira, 6. Foto: EFE/EPA/CNA / POOL

A China tentou desencorajar a visita dos senadores franceses, com sua embaixada na França dizendo antes da viagem: "Isso não só prejudicará os interesses centrais da China e minará as relações China-França, mas também prejudicará a própria reputação e interesses da França."

China e Taiwan se separaram em meio à guerra civil em 1949. Hoje, eles têm extensos laços comerciais e de investimento, mas nenhuma relação oficial. O impasse envolvendo os dois países é que, enquanto Pequim reivindica a ilha como parte de seu território - que deve ser tomado à força, se necessário - Taipé defende a ideia de um país independente, e diz que defenderá suas liberdades e democracia, culpando a China pelas tensões cada vez maiores nas frentes militar, diplomática e econômica./ REUTERS, AP, AFP e W. POST

Em meio ao acirramento das tensões no estreito de Taiwan - faixa de mar que separa a China continental da ilha do Pacífico - após o aumento das atividades militares chinesas no local, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, conversaram e concordaram em cumprir o "acordo de Taiwan", em referência à política de longa data de Washington que reconhece oficialmente Pequim em vez de Taipé, e à Lei de Relações com Taiwan, que deixa claro que a decisão de manter laços diplomáticos com a China em vez de Taiwan depende da expectativa de que o futuro do país será determinada por meios pacíficos.

"Falei com Xi sobre Taiwan. Nós concordamos... respeitaremos o acordo de Taiwan", declarou Biden a repórteres na Casa Branca na terça-feira, 5, após retornar de uma viagem a Michigan. O presidente completou: "Nós deixamos claro que eu não acho que ele deveria estar fazendo outra coisa que não cumprir o acordo".

Embora o acordo de Taiwan obrigue Washington a reconhecer a posição da China de que a ilha pertence a ela e de que existe apenas "uma China", impedindo um posicionamento sobre a soberania do país, os americanos continuam a fornecer os meios de defesa a Taipé.

O presidente americano Joe Biden fala com repórteres na Casa Branca. Foto: Oliver Contreras/The New York Times

Após a declaração de Biden, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse que buscou esclarecimentos dos Estados Unidos sobre os comentários e foi assegurado que a política dos EUA em relação ao país não mudou, que o compromisso entre as nações era "sólido como uma rocha" e que os americanos continuarão a ajudar Taiwan a manter suas defesas.

"Enfrentando as ameaças militares, diplomáticas e econômicas do governo chinês, Taiwan e os Estados Unidos sempre mantiveram canais de comunicação próximos e tranquilos", disse o ministério em comunicado.

A escalada de tensões na região foi classificada como "a situação mais sombria em 40 anos" pelo ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, durante discurso ao Parlamento. Durante entrevista ao China Times nesta quarta, 6, Chiu disse que a China já é capaz, mas estará completamente preparada para invadir o país em em três anos. "Em 2025, a China reduzirá o custo e o desgaste ao mínimo. Tem capacidade agora, mas não vai começar uma guerra facilmente, tendo que levar muitas outras coisas em consideração", disse.

Bombardeiro chinês PLA Xian H-6, após incursão de mais de 50 aeronaves militares na zona de defesa aérea de Taiwan. Foto: EFE/EPA/Ministério da Defesa do Taiwan

As pressões sobre Taiwan ocorrem em um momento em que as relações entre China e Estados Unidos (e seus aliados da Otan e no Pacífico) vem se acirrando rapidamente, com as movimentações americanas no Indo-Pacífico. Após atividades militares americanas com o Japão e o anúncio da parceria, junto ao Reino Unido, para fornecer submarinos nucleares à Austrália, os chineses realizaram atividades militares com cerca de 150 aeronaves sobrevoando o setor sul do estreito que divide os dois países, dentro da Zona de Identificação de Defesa Aérea - oficialmente espaço aéreo internacional, mas reivindicado por Taipé como área de segurança nacional.

Embora a China não tenha dado uma explicação oficial para o número crescente de jatos voando perto de Taiwan, o grupo estatal China Media Group justificou as missões como uma "contramedida necessária" ao que chamou de "conluio" entre os Estados Unidos e Taiwan. 

Em meio a este cenário, a visita de um grupo de senadores franceses a Taiwan surge como novo componente internacional na "disputa". O grupo, que deve permanecer no país por cinco dias, é liderado pelo senador Alain Richard, ex-ministro da Defesa da França, e terá reuniões com a presidente Tsai Ing-wen, com autoridades econômicas e de saúde e com o Conselho de Assuntos do Continente.

O senador francês Alain Richard lidera missão de parlamentares do país que desembarcaram na China nesta quarta-feira, 6. Foto: EFE/EPA/CNA / POOL

A China tentou desencorajar a visita dos senadores franceses, com sua embaixada na França dizendo antes da viagem: "Isso não só prejudicará os interesses centrais da China e minará as relações China-França, mas também prejudicará a própria reputação e interesses da França."

China e Taiwan se separaram em meio à guerra civil em 1949. Hoje, eles têm extensos laços comerciais e de investimento, mas nenhuma relação oficial. O impasse envolvendo os dois países é que, enquanto Pequim reivindica a ilha como parte de seu território - que deve ser tomado à força, se necessário - Taipé defende a ideia de um país independente, e diz que defenderá suas liberdades e democracia, culpando a China pelas tensões cada vez maiores nas frentes militar, diplomática e econômica./ REUTERS, AP, AFP e W. POST

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