Biden não é o melhor candidato democrata: é o único possível; leia a análise


Nenhum nome da sigla parece querer assumir o risco de ser culpado por uma Presidência de Donald Trump ou Ron DeSantis

Por Redação

O caminho de Joe Biden para a renomeação pelo Partido Democrata representa o triunfo de uma aparente implausibilidade sobre outra.

Desde o início da Presidência de Biden, todas as conversas sérias sobre sua reeleição começaram com a quase impossibilidade de imaginar um homem claramente velho demais para o cargo se submetendo aos rigores de mais uma campanha presidencial, vendendo-se como uma mão firme quando sua instabilidade é amplamente reconhecida até mesmo pelos eleitores de sua coalizão.

No entanto, essa impossibilidade colide com a impossibilidade de descobrir como Biden pode ser deixado de lado —exceto numa emergência médica, ele claramente não pode ser— ou discernir como qualquer democrata ambicioso pode ser induzido a desafiá-lo.

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Joe Biden em um evento em Ohio, no começo do ano: se reeleger será um desafio maior em 2024  Foto: Olivier Douliery / AFP

A dinâmica que fez de Biden o candidato —sua moderação e seu posicionamento apenas suficientemente de esquerda— ainda o protegem de uma oposição consolidada em ambos os flancos.

Os rivais mais jovens que o desafiaram em 2020, Pete Buttigieg e Kamala Harris, foram cooptados para seu governo (onde suas marcas não estão exatamente florescendo). Enquanto isso, a geração ascendente de governadores democratas –Gavin Newsom, Jared Polis, Gretchen Whitmer e Josh Shapiro– se posicionou (especialmente Newsom) para o cenário pós-Biden, pronta para entrar em cena apenas se ele sair.

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Biden também evitou o tipo de artimanhas que poderiam deixar um grande eleitorado pronto para a revolta —o Build Back Better encolheu para a Lei de Redução da Inflação, mas foi aprovado; o envolvimento na Ucrânia satisfez os falcões liberais, ao mesmo tempo em que parou antes do conflito direto com a Rússia que poderia agitar a esquerda antiguerra. E ele se beneficiou do modo como a polarização e o antitrumpismo produziram um liberalismo unificado, impregnado de um espírito de confiança no establishment que faz com que um desafio nas primárias pareça não apenas perigosa, mas desonrosa.

Nada disso elimina a dificuldade de imaginar sua campanha por mais quatro anos. Mas é superado pela dificuldade de ver como qualquer força séria e respeitável dentro do Partido Democrata poderia se organizar para detê-lo.

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No entanto, como a era Trump nos ensinou, o sério e o respeitável não são as únicas forças na política americana; a má reputação também é poderosa. No momento, não há uma abertura clara para um rival importante como Newsom substituir Biden como candidato democrata.

Mas com os números do presidente consistentemente ruins, com uma clara pluralidade de democratas preferindo que ele não concorra novamente, há espaço para que alguém com menos a perder tente fazer o mesmo jogo que Eugene McCarthy em 1968, Pat Buchanan em 1992 ou mesmo Bernie Sanders em 2016 –apresentar-se como um candidato de protesto, para canalizar queixas ocultas ou descobrir, durante a campanha, quais podem ser essas queixas.

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No momento, a única figura importante fazendo o teste para esse papel é Robert F. Kennedy Jr., o notável ativista antivacina que lançou sua campanha em Boston. Ele é um caso de teste interessante, porque, embora esteja muito fora da atual corrente dominante liberal, seu nome passa um claro tipo de nostalgia do velho democrata, enquanto sua irritabilidade anticorporativa fala de uma tendência que costumava ser poderosa na esquerda, antes que o trumpismo absorvesse grande parte da energia paranoica e do conspiracionismo.

Isso torna possível imaginá-lo descobrindo um eleitorado real de democratas que não estão totalmente felizes por fazer parte da coalizão que valoriza a experiência oficial, que mistura visões holísticas da medicina com dúvidas sobre a narrativa dominante sobre... bem, os assassinatos dos Kennedy, para começar (embora ele tenha que competir por alguns desses eleitores com Marianne Williamson, que também está no ringue novamente).

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Presidente Joe Biden cumprimenta trabalhadores em fábrica de semicondutores em Durham, Carolina do Norte Foto: Carolyn Kaster/AP - 28/3/2023

Ao mesmo tempo, sua reputação de conspirador torna RFK Jr. um veículo ruim para os democratas que podem querer votar contra Biden sem fazer uma declaração antivacina. Portanto, deve ser relativamente fácil para o partido estabelecer um cordão sanitário em torno de sua candidatura, de modo que 10% dos votos sejam possíveis, mas 30% sejam inimagináveis.

É esse limite de 30% que criaria problemas reais para Biden se fosse superado. Suspeito que haja descontentamento suficiente com base apenas em questões de idade e condicionamento físico para que tal ruptura aconteça. Mas há alguém mais próximo da corrente dominante do que RFK Jr. disposto a criar esses problemas, realçando seu perfil sob o risco de ser culpado por uma Presidência de Donald Trump ou Ron DeSantis?

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Idealmente, uma coluna como esta terminaria identificando essa pessoa, num floreio profético. Mas, como não tenho à mão um candidato pronto, talvez Biden possa respirar tranquilo –com todos os impedimentos da idade superados, mais uma vez, pela ausência de qualquer alternativa confiável.

O caminho de Joe Biden para a renomeação pelo Partido Democrata representa o triunfo de uma aparente implausibilidade sobre outra.

Desde o início da Presidência de Biden, todas as conversas sérias sobre sua reeleição começaram com a quase impossibilidade de imaginar um homem claramente velho demais para o cargo se submetendo aos rigores de mais uma campanha presidencial, vendendo-se como uma mão firme quando sua instabilidade é amplamente reconhecida até mesmo pelos eleitores de sua coalizão.

No entanto, essa impossibilidade colide com a impossibilidade de descobrir como Biden pode ser deixado de lado —exceto numa emergência médica, ele claramente não pode ser— ou discernir como qualquer democrata ambicioso pode ser induzido a desafiá-lo.

Joe Biden em um evento em Ohio, no começo do ano: se reeleger será um desafio maior em 2024  Foto: Olivier Douliery / AFP

A dinâmica que fez de Biden o candidato —sua moderação e seu posicionamento apenas suficientemente de esquerda— ainda o protegem de uma oposição consolidada em ambos os flancos.

Os rivais mais jovens que o desafiaram em 2020, Pete Buttigieg e Kamala Harris, foram cooptados para seu governo (onde suas marcas não estão exatamente florescendo). Enquanto isso, a geração ascendente de governadores democratas –Gavin Newsom, Jared Polis, Gretchen Whitmer e Josh Shapiro– se posicionou (especialmente Newsom) para o cenário pós-Biden, pronta para entrar em cena apenas se ele sair.

Biden também evitou o tipo de artimanhas que poderiam deixar um grande eleitorado pronto para a revolta —o Build Back Better encolheu para a Lei de Redução da Inflação, mas foi aprovado; o envolvimento na Ucrânia satisfez os falcões liberais, ao mesmo tempo em que parou antes do conflito direto com a Rússia que poderia agitar a esquerda antiguerra. E ele se beneficiou do modo como a polarização e o antitrumpismo produziram um liberalismo unificado, impregnado de um espírito de confiança no establishment que faz com que um desafio nas primárias pareça não apenas perigosa, mas desonrosa.

Nada disso elimina a dificuldade de imaginar sua campanha por mais quatro anos. Mas é superado pela dificuldade de ver como qualquer força séria e respeitável dentro do Partido Democrata poderia se organizar para detê-lo.

No entanto, como a era Trump nos ensinou, o sério e o respeitável não são as únicas forças na política americana; a má reputação também é poderosa. No momento, não há uma abertura clara para um rival importante como Newsom substituir Biden como candidato democrata.

Mas com os números do presidente consistentemente ruins, com uma clara pluralidade de democratas preferindo que ele não concorra novamente, há espaço para que alguém com menos a perder tente fazer o mesmo jogo que Eugene McCarthy em 1968, Pat Buchanan em 1992 ou mesmo Bernie Sanders em 2016 –apresentar-se como um candidato de protesto, para canalizar queixas ocultas ou descobrir, durante a campanha, quais podem ser essas queixas.

No momento, a única figura importante fazendo o teste para esse papel é Robert F. Kennedy Jr., o notável ativista antivacina que lançou sua campanha em Boston. Ele é um caso de teste interessante, porque, embora esteja muito fora da atual corrente dominante liberal, seu nome passa um claro tipo de nostalgia do velho democrata, enquanto sua irritabilidade anticorporativa fala de uma tendência que costumava ser poderosa na esquerda, antes que o trumpismo absorvesse grande parte da energia paranoica e do conspiracionismo.

Isso torna possível imaginá-lo descobrindo um eleitorado real de democratas que não estão totalmente felizes por fazer parte da coalizão que valoriza a experiência oficial, que mistura visões holísticas da medicina com dúvidas sobre a narrativa dominante sobre... bem, os assassinatos dos Kennedy, para começar (embora ele tenha que competir por alguns desses eleitores com Marianne Williamson, que também está no ringue novamente).

Presidente Joe Biden cumprimenta trabalhadores em fábrica de semicondutores em Durham, Carolina do Norte Foto: Carolyn Kaster/AP - 28/3/2023

Ao mesmo tempo, sua reputação de conspirador torna RFK Jr. um veículo ruim para os democratas que podem querer votar contra Biden sem fazer uma declaração antivacina. Portanto, deve ser relativamente fácil para o partido estabelecer um cordão sanitário em torno de sua candidatura, de modo que 10% dos votos sejam possíveis, mas 30% sejam inimagináveis.

É esse limite de 30% que criaria problemas reais para Biden se fosse superado. Suspeito que haja descontentamento suficiente com base apenas em questões de idade e condicionamento físico para que tal ruptura aconteça. Mas há alguém mais próximo da corrente dominante do que RFK Jr. disposto a criar esses problemas, realçando seu perfil sob o risco de ser culpado por uma Presidência de Donald Trump ou Ron DeSantis?

Idealmente, uma coluna como esta terminaria identificando essa pessoa, num floreio profético. Mas, como não tenho à mão um candidato pronto, talvez Biden possa respirar tranquilo –com todos os impedimentos da idade superados, mais uma vez, pela ausência de qualquer alternativa confiável.

O caminho de Joe Biden para a renomeação pelo Partido Democrata representa o triunfo de uma aparente implausibilidade sobre outra.

Desde o início da Presidência de Biden, todas as conversas sérias sobre sua reeleição começaram com a quase impossibilidade de imaginar um homem claramente velho demais para o cargo se submetendo aos rigores de mais uma campanha presidencial, vendendo-se como uma mão firme quando sua instabilidade é amplamente reconhecida até mesmo pelos eleitores de sua coalizão.

No entanto, essa impossibilidade colide com a impossibilidade de descobrir como Biden pode ser deixado de lado —exceto numa emergência médica, ele claramente não pode ser— ou discernir como qualquer democrata ambicioso pode ser induzido a desafiá-lo.

Joe Biden em um evento em Ohio, no começo do ano: se reeleger será um desafio maior em 2024  Foto: Olivier Douliery / AFP

A dinâmica que fez de Biden o candidato —sua moderação e seu posicionamento apenas suficientemente de esquerda— ainda o protegem de uma oposição consolidada em ambos os flancos.

Os rivais mais jovens que o desafiaram em 2020, Pete Buttigieg e Kamala Harris, foram cooptados para seu governo (onde suas marcas não estão exatamente florescendo). Enquanto isso, a geração ascendente de governadores democratas –Gavin Newsom, Jared Polis, Gretchen Whitmer e Josh Shapiro– se posicionou (especialmente Newsom) para o cenário pós-Biden, pronta para entrar em cena apenas se ele sair.

Biden também evitou o tipo de artimanhas que poderiam deixar um grande eleitorado pronto para a revolta —o Build Back Better encolheu para a Lei de Redução da Inflação, mas foi aprovado; o envolvimento na Ucrânia satisfez os falcões liberais, ao mesmo tempo em que parou antes do conflito direto com a Rússia que poderia agitar a esquerda antiguerra. E ele se beneficiou do modo como a polarização e o antitrumpismo produziram um liberalismo unificado, impregnado de um espírito de confiança no establishment que faz com que um desafio nas primárias pareça não apenas perigosa, mas desonrosa.

Nada disso elimina a dificuldade de imaginar sua campanha por mais quatro anos. Mas é superado pela dificuldade de ver como qualquer força séria e respeitável dentro do Partido Democrata poderia se organizar para detê-lo.

No entanto, como a era Trump nos ensinou, o sério e o respeitável não são as únicas forças na política americana; a má reputação também é poderosa. No momento, não há uma abertura clara para um rival importante como Newsom substituir Biden como candidato democrata.

Mas com os números do presidente consistentemente ruins, com uma clara pluralidade de democratas preferindo que ele não concorra novamente, há espaço para que alguém com menos a perder tente fazer o mesmo jogo que Eugene McCarthy em 1968, Pat Buchanan em 1992 ou mesmo Bernie Sanders em 2016 –apresentar-se como um candidato de protesto, para canalizar queixas ocultas ou descobrir, durante a campanha, quais podem ser essas queixas.

No momento, a única figura importante fazendo o teste para esse papel é Robert F. Kennedy Jr., o notável ativista antivacina que lançou sua campanha em Boston. Ele é um caso de teste interessante, porque, embora esteja muito fora da atual corrente dominante liberal, seu nome passa um claro tipo de nostalgia do velho democrata, enquanto sua irritabilidade anticorporativa fala de uma tendência que costumava ser poderosa na esquerda, antes que o trumpismo absorvesse grande parte da energia paranoica e do conspiracionismo.

Isso torna possível imaginá-lo descobrindo um eleitorado real de democratas que não estão totalmente felizes por fazer parte da coalizão que valoriza a experiência oficial, que mistura visões holísticas da medicina com dúvidas sobre a narrativa dominante sobre... bem, os assassinatos dos Kennedy, para começar (embora ele tenha que competir por alguns desses eleitores com Marianne Williamson, que também está no ringue novamente).

Presidente Joe Biden cumprimenta trabalhadores em fábrica de semicondutores em Durham, Carolina do Norte Foto: Carolyn Kaster/AP - 28/3/2023

Ao mesmo tempo, sua reputação de conspirador torna RFK Jr. um veículo ruim para os democratas que podem querer votar contra Biden sem fazer uma declaração antivacina. Portanto, deve ser relativamente fácil para o partido estabelecer um cordão sanitário em torno de sua candidatura, de modo que 10% dos votos sejam possíveis, mas 30% sejam inimagináveis.

É esse limite de 30% que criaria problemas reais para Biden se fosse superado. Suspeito que haja descontentamento suficiente com base apenas em questões de idade e condicionamento físico para que tal ruptura aconteça. Mas há alguém mais próximo da corrente dominante do que RFK Jr. disposto a criar esses problemas, realçando seu perfil sob o risco de ser culpado por uma Presidência de Donald Trump ou Ron DeSantis?

Idealmente, uma coluna como esta terminaria identificando essa pessoa, num floreio profético. Mas, como não tenho à mão um candidato pronto, talvez Biden possa respirar tranquilo –com todos os impedimentos da idade superados, mais uma vez, pela ausência de qualquer alternativa confiável.

O caminho de Joe Biden para a renomeação pelo Partido Democrata representa o triunfo de uma aparente implausibilidade sobre outra.

Desde o início da Presidência de Biden, todas as conversas sérias sobre sua reeleição começaram com a quase impossibilidade de imaginar um homem claramente velho demais para o cargo se submetendo aos rigores de mais uma campanha presidencial, vendendo-se como uma mão firme quando sua instabilidade é amplamente reconhecida até mesmo pelos eleitores de sua coalizão.

No entanto, essa impossibilidade colide com a impossibilidade de descobrir como Biden pode ser deixado de lado —exceto numa emergência médica, ele claramente não pode ser— ou discernir como qualquer democrata ambicioso pode ser induzido a desafiá-lo.

Joe Biden em um evento em Ohio, no começo do ano: se reeleger será um desafio maior em 2024  Foto: Olivier Douliery / AFP

A dinâmica que fez de Biden o candidato —sua moderação e seu posicionamento apenas suficientemente de esquerda— ainda o protegem de uma oposição consolidada em ambos os flancos.

Os rivais mais jovens que o desafiaram em 2020, Pete Buttigieg e Kamala Harris, foram cooptados para seu governo (onde suas marcas não estão exatamente florescendo). Enquanto isso, a geração ascendente de governadores democratas –Gavin Newsom, Jared Polis, Gretchen Whitmer e Josh Shapiro– se posicionou (especialmente Newsom) para o cenário pós-Biden, pronta para entrar em cena apenas se ele sair.

Biden também evitou o tipo de artimanhas que poderiam deixar um grande eleitorado pronto para a revolta —o Build Back Better encolheu para a Lei de Redução da Inflação, mas foi aprovado; o envolvimento na Ucrânia satisfez os falcões liberais, ao mesmo tempo em que parou antes do conflito direto com a Rússia que poderia agitar a esquerda antiguerra. E ele se beneficiou do modo como a polarização e o antitrumpismo produziram um liberalismo unificado, impregnado de um espírito de confiança no establishment que faz com que um desafio nas primárias pareça não apenas perigosa, mas desonrosa.

Nada disso elimina a dificuldade de imaginar sua campanha por mais quatro anos. Mas é superado pela dificuldade de ver como qualquer força séria e respeitável dentro do Partido Democrata poderia se organizar para detê-lo.

No entanto, como a era Trump nos ensinou, o sério e o respeitável não são as únicas forças na política americana; a má reputação também é poderosa. No momento, não há uma abertura clara para um rival importante como Newsom substituir Biden como candidato democrata.

Mas com os números do presidente consistentemente ruins, com uma clara pluralidade de democratas preferindo que ele não concorra novamente, há espaço para que alguém com menos a perder tente fazer o mesmo jogo que Eugene McCarthy em 1968, Pat Buchanan em 1992 ou mesmo Bernie Sanders em 2016 –apresentar-se como um candidato de protesto, para canalizar queixas ocultas ou descobrir, durante a campanha, quais podem ser essas queixas.

No momento, a única figura importante fazendo o teste para esse papel é Robert F. Kennedy Jr., o notável ativista antivacina que lançou sua campanha em Boston. Ele é um caso de teste interessante, porque, embora esteja muito fora da atual corrente dominante liberal, seu nome passa um claro tipo de nostalgia do velho democrata, enquanto sua irritabilidade anticorporativa fala de uma tendência que costumava ser poderosa na esquerda, antes que o trumpismo absorvesse grande parte da energia paranoica e do conspiracionismo.

Isso torna possível imaginá-lo descobrindo um eleitorado real de democratas que não estão totalmente felizes por fazer parte da coalizão que valoriza a experiência oficial, que mistura visões holísticas da medicina com dúvidas sobre a narrativa dominante sobre... bem, os assassinatos dos Kennedy, para começar (embora ele tenha que competir por alguns desses eleitores com Marianne Williamson, que também está no ringue novamente).

Presidente Joe Biden cumprimenta trabalhadores em fábrica de semicondutores em Durham, Carolina do Norte Foto: Carolyn Kaster/AP - 28/3/2023

Ao mesmo tempo, sua reputação de conspirador torna RFK Jr. um veículo ruim para os democratas que podem querer votar contra Biden sem fazer uma declaração antivacina. Portanto, deve ser relativamente fácil para o partido estabelecer um cordão sanitário em torno de sua candidatura, de modo que 10% dos votos sejam possíveis, mas 30% sejam inimagináveis.

É esse limite de 30% que criaria problemas reais para Biden se fosse superado. Suspeito que haja descontentamento suficiente com base apenas em questões de idade e condicionamento físico para que tal ruptura aconteça. Mas há alguém mais próximo da corrente dominante do que RFK Jr. disposto a criar esses problemas, realçando seu perfil sob o risco de ser culpado por uma Presidência de Donald Trump ou Ron DeSantis?

Idealmente, uma coluna como esta terminaria identificando essa pessoa, num floreio profético. Mas, como não tenho à mão um candidato pronto, talvez Biden possa respirar tranquilo –com todos os impedimentos da idade superados, mais uma vez, pela ausência de qualquer alternativa confiável.

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