O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem a líderes árabes reunidos na Arábia Saudita que conterá a influência russa e chinesa na região e manterá Washington comprometido com suas alianças locais. “Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã”, disse.
Última parada da viagem de Biden ao Oriente Médio, a cúpula reúne os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo, assim como Egito, Jordânia e Iraque. Durante a cúpula, Biden também anunciou um pacote de US$ 1 bilhão em ajuda para garantir a segurança alimentar no Oriente Médio e no norte da África, ameaçada desde a invasão russa da Ucrânia.
A guerra na Ucrânia trouxe mais uma dor de cabeça para Biden, que pretendia reduzir gradativamente a presença americana na região e concentrar o esforço estratégico de Washington na Ásia.
Com as sanções ocidentais ao petróleo russo, o preço dos combustíveis disparou e agravou o processo inflacionário vivido desde a pandemia nos países ricos. Para amenizar o impacto econômico da guerra, o democrata precisa da boa vontade das monarquias do Golfo em relação ao aumento da produção de petróleo, para que o preço caia.
Os países ricos do Golfo, que acolhem tropas americanas e apoiaram Washington durante décadas, no entanto, se abstiveram de apoiar o governo Biden em sua tentativa de isolar o presidente russo Vladimir Putin.
”Estou fazendo tudo o que posso para aumentar o abastecimento para os Estados Unidos”, disse, mas acrescentou que os resultados concretos não serão vistos antes de algumas semana.
Em um gesto de aproximação, Biden convidou o xeque Mohamed bin Zayed al-Nahyan, dos Emirados Árabes Unidos, a visitar Washington antes do fim deste ano.
Por sua vez, Mohammed bin Salman disse, em seu discurso de abertura da cúpula, que esperava que o encontro servisse para estabelecer uma nova era de cooperação conjunta.
Arábia Saudita e Estados Unidos firmaram ontem 18 acordos em áreas como energia, espaço, saúde e investimentos, de acordo com um comunicado divulgado pelo saudita. /AFP E NYT