WASHINGTON - O presidente dos EUA , Joe Biden, propôs à Rússia uma ampliação de cinco anos do último tratado de desarmamento em vigor entre as duas potências nucleares, o Novo Start, que expira em 5 de fevereiro, disse nesta quinta-feira a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. O Novo Start é o único tratado vigente entre os dois países.
As conversações para a renovação do tratado foram paralisadas pelo governo de Donald Trump. "Posso confirmar que os Estados Unidos buscarão uma prorrogação de cinco anos, como o tratado permite", afirmou Psaki, em entrevista coletiva. "Esta extensão faz ainda mais sentido nesse momento de relação tão adversa com a Rússia", acrescentou.
Segundo a porta-voz, a nova chefe da Inteligência Avril Haines abrirá uma investigação sobre o aparente envenenamento do oponente do Kremlin Alexei Navalni, a suposta interferência russa nas eleições americanas e se Moscou está por trás do ataque cibernético massivo à empresa americana SolarWinds.
"Enquanto trabalhamos com a Rússia para promover os interesses da América, também trabalharemos para responsabilizar Moscou por suas ações imprudentes e adversas", disse Psaki.
Trump tentou, sem sucesso, expandir o tratado do Novo START para incluir a China, cujo programa nuclear está crescendo, mas ainda é muito menor do que os dos Estados Unidos e da Rússia.
Na quarta-feira, dia da posse de Biden, o governo russo afirmou que a melhora nas relações entre os dois países depende exclusivamente da “vontade política” do novo presidente americano. O Kremlin também afirmou que esperava uma posição “mais construtiva” do governo Biden para prorrogar o tratado de desarmamento New Start.
Esse é o último grande acordo que regulamenta parte dos arsenais nucleares dos dois grandes rivais. Em vigor desde 2011, ele limita a 700 o número de mísseis com capacidade nuclear e a 1.550, o de ogivas das duas potências.
As relações entre os EUA e a Rússia se encontram em seu pior momento desde o fim da Guerra Fria por causa das persistentes desavenças sobre diversas questões. Após a posse de Biden, diplomatas russos e americanos terão pela frente uma agenda repleta de problemas para resolver. A lista de divergências entre EUA e Rússia inclui os conflitos na Ucrânia e na Síria e o recente ataque de hackers a órgãos do governo americano que a Casa Branca atribuiu a Moscou./EFE e AFP