Brasil acusa Israel de intensificar guerra com ataque em Rafah: ‘descaso com direitos humanos’


Governo israelense afirma que cidade é o último reduto importante do Hamas e que operação tem o objetivo de exercer pressão militar sobre o grupo terrorista

Por Redação
Atualização:

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou Israel de intensificar o conflito na Faixa de Gaza e mostrar descaso com os direitos humanos a despeito dos apelos internacionais ao dar início à operação em Rafah nesta segunda-feira, 6. A nova crítica vem no momento em que a crise diplomática entre Brasília e Tel-Aviv dava sinais de arrefecimento.

Em nota, o Itamaraty condena a operação, afirmando que Israel intensifica deliberadamente o conflito em área de alta concentração da população civil da Faixa de Gaza e pode comprometer os esforços de diálogo em curso.

“O governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos”, diz o texto em aparente referência à pressão dos Estados Unidos contra operação em Rafah.

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala com a imprensa em Brasília, 3 de maior de 2024.  Foto: Evaristo Sa/AFP

Depois da crise desencadeada pela declaração de Lula, que comparou a guerra em Gaza ao Holocausto, a relação entre os dois países dava sinais de melhora. “Estamos tentando diminuir as chamas e estamos esperançosos”, disse o embaixador israelense em Brasília, Daniel Zonshine, à Reuters no fim de março. “Levará tempo para voltarmos às relações plenas”, ponderou.

Naquele momento, o Brasil havia assinado o apelo ao Hamas pela liberação dos reféns sequestrados no ataque terrorista de 7 de outubro contra Israel. Como mostrou o Estadão, o gesto era uma cobrança que a diplomacia israelense vinha fazendo nos bastidores.

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Crise entre Brasil e Israel

Desde o início da guerra em Gaza, Lula tem criticado Israel, que acusou repetidas vezes de “terrorismo” ou “genocídio”. Além das falas do presidente, o governo apoiou formalmente a denúncia por genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Decisão que, segundo analistas, foi incoerente com a tradição da política externa brasileira.

Mas foi ao comparar o conflito — desencadeado pelo ataque terrorista do Hamas — com o extermínio de judeus pela Alemanha Nazista na 2ª Guerra, que Lula cruzou o que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu chamou de “linha vermelha”. “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula em fevereiro.

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A comparação abriu uma crise diplomática: Israel declarou Lula como ‘persona non-grata’ e convocou o embaixador de Brasília em Tel-Aviv, Frederico Meyer, para uma reprimenda pública. O governo brasileiro, por sua vez, chamou Daniel Zonshine para dar explicações e ordenou a volta de Meyer por tempo indeterminado.

Esse é considerado o pior momento da relação entre os dois países desde 2014, quando o então porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense Yigal Palmor chamou o Brasil de “anão diplomático”.

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Operação em Rafah

O gabinete de guerra israelense disse que decidiu avançar com a operação em Rafah para exercer pressão militar sobre o Hamas. Apesar do apelo internacional contra a incursão na cidade que abriga mais de 1 milhão de palestinos deslocados pelo conflito, o país afirma que a ação é necessária para atingir o objetivo de eliminar o grupo terrorista.

As Forças de Defesa de Israel (IDF da sigla em inglês) confirmaram ataques a alvos do Hamas horas depois de ordenar que cerca de 100 mil palestinos deixassem o leste da cidade, sinalizando o início da esperada operação.

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A ofensiva tem início no momento em que os dois lados tentam chegar a um cessar-fogo para o conflito que se arrasta há sete meses e teve apenas uma pausa, em novembro. O grupo terrorista disse ter aceitado a proposta apresentada por Egito e Catar, mas Israel afirma que o plano está longe das suas exigências. As negociações continuam.

O principal obstáculo é a duração da pausa nos combates. o Hamas pressiona por um acordo que leve ao fim da guerra. Tel-Aviv, por outro lado, considera que um cessar-fogo nesses termos seria equivalente a uma derrota porque permitiria que o grupo terrorista retomasse o controle sobre a Faixa de Gaza e reorganizasse suas capacidades militares.

Palestinos avaliam os danos após ataque israelense em Rafah, 5 de maio de 2024. Foto: Hatem Khaled/Reuters
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Leia a nota do Itamaraty na íntegra

O governo brasileiro condena o início de operação das forças armadas de Israel contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza.

Ao optar, com essa ação militar, por deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento, o governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos. Tal operação pode, ademais, comprometer esforços de mediação e diálogo em curso.

O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.

Ao exortar todas as partes à interrupção imediata da violência e ao engajamento em conversações que propiciem cessar-fogo e libertação dos reféns, o Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou Israel de intensificar o conflito na Faixa de Gaza e mostrar descaso com os direitos humanos a despeito dos apelos internacionais ao dar início à operação em Rafah nesta segunda-feira, 6. A nova crítica vem no momento em que a crise diplomática entre Brasília e Tel-Aviv dava sinais de arrefecimento.

Em nota, o Itamaraty condena a operação, afirmando que Israel intensifica deliberadamente o conflito em área de alta concentração da população civil da Faixa de Gaza e pode comprometer os esforços de diálogo em curso.

“O governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos”, diz o texto em aparente referência à pressão dos Estados Unidos contra operação em Rafah.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala com a imprensa em Brasília, 3 de maior de 2024.  Foto: Evaristo Sa/AFP

Depois da crise desencadeada pela declaração de Lula, que comparou a guerra em Gaza ao Holocausto, a relação entre os dois países dava sinais de melhora. “Estamos tentando diminuir as chamas e estamos esperançosos”, disse o embaixador israelense em Brasília, Daniel Zonshine, à Reuters no fim de março. “Levará tempo para voltarmos às relações plenas”, ponderou.

Naquele momento, o Brasil havia assinado o apelo ao Hamas pela liberação dos reféns sequestrados no ataque terrorista de 7 de outubro contra Israel. Como mostrou o Estadão, o gesto era uma cobrança que a diplomacia israelense vinha fazendo nos bastidores.

Crise entre Brasil e Israel

Desde o início da guerra em Gaza, Lula tem criticado Israel, que acusou repetidas vezes de “terrorismo” ou “genocídio”. Além das falas do presidente, o governo apoiou formalmente a denúncia por genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Decisão que, segundo analistas, foi incoerente com a tradição da política externa brasileira.

Mas foi ao comparar o conflito — desencadeado pelo ataque terrorista do Hamas — com o extermínio de judeus pela Alemanha Nazista na 2ª Guerra, que Lula cruzou o que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu chamou de “linha vermelha”. “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula em fevereiro.

A comparação abriu uma crise diplomática: Israel declarou Lula como ‘persona non-grata’ e convocou o embaixador de Brasília em Tel-Aviv, Frederico Meyer, para uma reprimenda pública. O governo brasileiro, por sua vez, chamou Daniel Zonshine para dar explicações e ordenou a volta de Meyer por tempo indeterminado.

Esse é considerado o pior momento da relação entre os dois países desde 2014, quando o então porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense Yigal Palmor chamou o Brasil de “anão diplomático”.

Operação em Rafah

O gabinete de guerra israelense disse que decidiu avançar com a operação em Rafah para exercer pressão militar sobre o Hamas. Apesar do apelo internacional contra a incursão na cidade que abriga mais de 1 milhão de palestinos deslocados pelo conflito, o país afirma que a ação é necessária para atingir o objetivo de eliminar o grupo terrorista.

As Forças de Defesa de Israel (IDF da sigla em inglês) confirmaram ataques a alvos do Hamas horas depois de ordenar que cerca de 100 mil palestinos deixassem o leste da cidade, sinalizando o início da esperada operação.

A ofensiva tem início no momento em que os dois lados tentam chegar a um cessar-fogo para o conflito que se arrasta há sete meses e teve apenas uma pausa, em novembro. O grupo terrorista disse ter aceitado a proposta apresentada por Egito e Catar, mas Israel afirma que o plano está longe das suas exigências. As negociações continuam.

O principal obstáculo é a duração da pausa nos combates. o Hamas pressiona por um acordo que leve ao fim da guerra. Tel-Aviv, por outro lado, considera que um cessar-fogo nesses termos seria equivalente a uma derrota porque permitiria que o grupo terrorista retomasse o controle sobre a Faixa de Gaza e reorganizasse suas capacidades militares.

Palestinos avaliam os danos após ataque israelense em Rafah, 5 de maio de 2024. Foto: Hatem Khaled/Reuters

Leia a nota do Itamaraty na íntegra

O governo brasileiro condena o início de operação das forças armadas de Israel contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza.

Ao optar, com essa ação militar, por deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento, o governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos. Tal operação pode, ademais, comprometer esforços de mediação e diálogo em curso.

O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.

Ao exortar todas as partes à interrupção imediata da violência e ao engajamento em conversações que propiciem cessar-fogo e libertação dos reféns, o Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou Israel de intensificar o conflito na Faixa de Gaza e mostrar descaso com os direitos humanos a despeito dos apelos internacionais ao dar início à operação em Rafah nesta segunda-feira, 6. A nova crítica vem no momento em que a crise diplomática entre Brasília e Tel-Aviv dava sinais de arrefecimento.

Em nota, o Itamaraty condena a operação, afirmando que Israel intensifica deliberadamente o conflito em área de alta concentração da população civil da Faixa de Gaza e pode comprometer os esforços de diálogo em curso.

“O governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos”, diz o texto em aparente referência à pressão dos Estados Unidos contra operação em Rafah.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fala com a imprensa em Brasília, 3 de maior de 2024.  Foto: Evaristo Sa/AFP

Depois da crise desencadeada pela declaração de Lula, que comparou a guerra em Gaza ao Holocausto, a relação entre os dois países dava sinais de melhora. “Estamos tentando diminuir as chamas e estamos esperançosos”, disse o embaixador israelense em Brasília, Daniel Zonshine, à Reuters no fim de março. “Levará tempo para voltarmos às relações plenas”, ponderou.

Naquele momento, o Brasil havia assinado o apelo ao Hamas pela liberação dos reféns sequestrados no ataque terrorista de 7 de outubro contra Israel. Como mostrou o Estadão, o gesto era uma cobrança que a diplomacia israelense vinha fazendo nos bastidores.

Crise entre Brasil e Israel

Desde o início da guerra em Gaza, Lula tem criticado Israel, que acusou repetidas vezes de “terrorismo” ou “genocídio”. Além das falas do presidente, o governo apoiou formalmente a denúncia por genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Decisão que, segundo analistas, foi incoerente com a tradição da política externa brasileira.

Mas foi ao comparar o conflito — desencadeado pelo ataque terrorista do Hamas — com o extermínio de judeus pela Alemanha Nazista na 2ª Guerra, que Lula cruzou o que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu chamou de “linha vermelha”. “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula em fevereiro.

A comparação abriu uma crise diplomática: Israel declarou Lula como ‘persona non-grata’ e convocou o embaixador de Brasília em Tel-Aviv, Frederico Meyer, para uma reprimenda pública. O governo brasileiro, por sua vez, chamou Daniel Zonshine para dar explicações e ordenou a volta de Meyer por tempo indeterminado.

Esse é considerado o pior momento da relação entre os dois países desde 2014, quando o então porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense Yigal Palmor chamou o Brasil de “anão diplomático”.

Operação em Rafah

O gabinete de guerra israelense disse que decidiu avançar com a operação em Rafah para exercer pressão militar sobre o Hamas. Apesar do apelo internacional contra a incursão na cidade que abriga mais de 1 milhão de palestinos deslocados pelo conflito, o país afirma que a ação é necessária para atingir o objetivo de eliminar o grupo terrorista.

As Forças de Defesa de Israel (IDF da sigla em inglês) confirmaram ataques a alvos do Hamas horas depois de ordenar que cerca de 100 mil palestinos deixassem o leste da cidade, sinalizando o início da esperada operação.

A ofensiva tem início no momento em que os dois lados tentam chegar a um cessar-fogo para o conflito que se arrasta há sete meses e teve apenas uma pausa, em novembro. O grupo terrorista disse ter aceitado a proposta apresentada por Egito e Catar, mas Israel afirma que o plano está longe das suas exigências. As negociações continuam.

O principal obstáculo é a duração da pausa nos combates. o Hamas pressiona por um acordo que leve ao fim da guerra. Tel-Aviv, por outro lado, considera que um cessar-fogo nesses termos seria equivalente a uma derrota porque permitiria que o grupo terrorista retomasse o controle sobre a Faixa de Gaza e reorganizasse suas capacidades militares.

Palestinos avaliam os danos após ataque israelense em Rafah, 5 de maio de 2024. Foto: Hatem Khaled/Reuters

Leia a nota do Itamaraty na íntegra

O governo brasileiro condena o início de operação das forças armadas de Israel contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza.

Ao optar, com essa ação militar, por deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento, o governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos. Tal operação pode, ademais, comprometer esforços de mediação e diálogo em curso.

O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.

Ao exortar todas as partes à interrupção imediata da violência e ao engajamento em conversações que propiciem cessar-fogo e libertação dos reféns, o Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio.

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