Brasil não assina declaração da Cúpula da Democracia condenando a Rússia


Evento discutiu avanço dos países democráticos e medidas para combater autocracias

Por Redação

O Brasil decidiu não assinar um documento da Cúpula da Democracia, organizada pelos Estados Unidos entre quarta-feira e quinta-feira e cujo anfitriões foram os líderes de Costa Rica, Holanda, Coreia do Sul e Zâmbia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não esteve no evento em razão de uma pneumonia, mas mandou uma carta para os organizadores. O País não concordou com o foco dado na declaração final à guerra na Ucrânia.

O documento condena a Rússia e exige a retirada imediata e sem condições de todas as forças russas do território ucraniano.

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Soldados ucranianos fazem treinamentos no leste da Ucrânia  Foto: Alice Martins / The Washington Post

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse na cúpula que seu país estava na linha de frente contra a ameaça da Rússia a todas as democracias. “Devemos nos livrar da ilusão de que praticar o mal pode trazer algo para a liberdade. Os inimigos da democracia devem perder, e somente isso pode ser a base da verdadeira segurança da democracia”, disse Zelenski.

O presidente americano, Joe Biden, observou um “ponto de inflexão” a favor da democracia no mundo e destacou progressos apesar da influência da China. “Acho que este é o desafio que define nossa era, e hoje podemos dizer com orgulho que as democracias do mundo estão ficando mais fortes, não mais fracas”, disse Biden. “As autocracias do mundo estão ficando mais fracas, não mais fortes.”

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Seu otimismo contrasta com o último relatório anual do V-Dem Institute, com sede na Suécia, que concluiu que os avanços globais em democracia nos últimos 35 anos foram erradicados. O Freedom House, um grupo de pesquisa apoiado pelos EUA, também considera que a democracia se deteriorou no ano passado, apesar de vários pontos positivos.

Na cúpula, o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu, sem rodeios, que o mundo atravessa um “choque dramático”, em meio ao qual os valores democráticos estão “sob ataque”. Como exemplo, citou as restrições à imprensa e aos defensores dos direitos humanos. “Hoje vemos mais e mais despotismo e menos e menos esclarecimento”, disse ele.

Mas Biden vê progressos, como os planos anticorrupção na República Dominicana e Croácia, os esforços de Angola para construir um Poder Judiciário independente e, nos EUA, a rejeição dos eleitores nas legislativas de novembro aos candidatos que negam os resultados das presidenciais de 2020, nas quais o democrata venceu o republicano Donald Trump.

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Fundo para promover a democracia

Para “manter o impulso”, Biden anunciou um fundo de US$ 690 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) para promover a democracia no exterior, informou uma autoridade americana.

O dinheiro será destinado ao financiamento de eleições livres, à promoção de veículos de comunicação independentes e ao fortalecimento da ação contra a corrupção. Na primeira, ele prometeu US$ 424 milhões (R$ 2,1 bilhões).

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“Devemos embarcar em uma nova viagem para ressuscitar a democracia, que hoje está sob ataque”, afirmou, por sua vez, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, que anunciou que seu país vai liderar a terceira edição da cúpula.

O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, concordou em seu discurso que “a democracia deve ser defendida em todos os lugares por todas as nações” porque “os valores democráticos são mais fortes quanto mais são compartilhados”.

Neste ano, os EUA também deram papel de destaque a Taiwan, um governo autônomo democrático, cuja soberania a China reivindica, e à Ucrânia, em guerra após ser invadida pela Rússia.

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Para esta cúpula, quase toda virtual, o presidente americano convidou 121 líderes, incluindo os primeiros-ministros de Israel e da Índia, apesar das acusações de crescente autoritarismo que pesam sobre eles.

Israel “foi, é e sempre será uma democracia orgulhosa, forte e dinâmica como um farol de liberdade e prosperidade compartilhado no coração do Oriente Médio”, afirmou Binyamin Netanyahu.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, país visto pelos EUA como um baluarte contra a China, também exaltou as virtudes da democracia. Há poucos dias, o chefe da oposição política na Índia foi expulso do Parlamento, após ser condenado por “difamar” o líder de direita.

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A Índia é a “mãe da democracia”, disse Modi, cujo governo também é acusado de aumentar a repressão à imprensa.

Biden se recusou a convidar alguns líderes, como o turco Recep Tayyip Erdogan, candidato à reeleição em maio depois de duas décadas no poder, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, um crítico dos valores liberais. Também não convidou alguns de seus aliados próximos, como Bangladesh, Singapura e Tailândia.

A China, país que os EUA consideram como único adversário a longo prazo da ordem internacional liberal, considerou que a cúpula “aumenta o confronto” e “reavivará a divisão em nome da democracia”. / AFP

O Brasil decidiu não assinar um documento da Cúpula da Democracia, organizada pelos Estados Unidos entre quarta-feira e quinta-feira e cujo anfitriões foram os líderes de Costa Rica, Holanda, Coreia do Sul e Zâmbia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não esteve no evento em razão de uma pneumonia, mas mandou uma carta para os organizadores. O País não concordou com o foco dado na declaração final à guerra na Ucrânia.

O documento condena a Rússia e exige a retirada imediata e sem condições de todas as forças russas do território ucraniano.

Soldados ucranianos fazem treinamentos no leste da Ucrânia  Foto: Alice Martins / The Washington Post

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse na cúpula que seu país estava na linha de frente contra a ameaça da Rússia a todas as democracias. “Devemos nos livrar da ilusão de que praticar o mal pode trazer algo para a liberdade. Os inimigos da democracia devem perder, e somente isso pode ser a base da verdadeira segurança da democracia”, disse Zelenski.

O presidente americano, Joe Biden, observou um “ponto de inflexão” a favor da democracia no mundo e destacou progressos apesar da influência da China. “Acho que este é o desafio que define nossa era, e hoje podemos dizer com orgulho que as democracias do mundo estão ficando mais fortes, não mais fracas”, disse Biden. “As autocracias do mundo estão ficando mais fracas, não mais fortes.”

Seu otimismo contrasta com o último relatório anual do V-Dem Institute, com sede na Suécia, que concluiu que os avanços globais em democracia nos últimos 35 anos foram erradicados. O Freedom House, um grupo de pesquisa apoiado pelos EUA, também considera que a democracia se deteriorou no ano passado, apesar de vários pontos positivos.

Na cúpula, o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu, sem rodeios, que o mundo atravessa um “choque dramático”, em meio ao qual os valores democráticos estão “sob ataque”. Como exemplo, citou as restrições à imprensa e aos defensores dos direitos humanos. “Hoje vemos mais e mais despotismo e menos e menos esclarecimento”, disse ele.

Mas Biden vê progressos, como os planos anticorrupção na República Dominicana e Croácia, os esforços de Angola para construir um Poder Judiciário independente e, nos EUA, a rejeição dos eleitores nas legislativas de novembro aos candidatos que negam os resultados das presidenciais de 2020, nas quais o democrata venceu o republicano Donald Trump.

Fundo para promover a democracia

Para “manter o impulso”, Biden anunciou um fundo de US$ 690 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) para promover a democracia no exterior, informou uma autoridade americana.

O dinheiro será destinado ao financiamento de eleições livres, à promoção de veículos de comunicação independentes e ao fortalecimento da ação contra a corrupção. Na primeira, ele prometeu US$ 424 milhões (R$ 2,1 bilhões).

“Devemos embarcar em uma nova viagem para ressuscitar a democracia, que hoje está sob ataque”, afirmou, por sua vez, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, que anunciou que seu país vai liderar a terceira edição da cúpula.

O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, concordou em seu discurso que “a democracia deve ser defendida em todos os lugares por todas as nações” porque “os valores democráticos são mais fortes quanto mais são compartilhados”.

Neste ano, os EUA também deram papel de destaque a Taiwan, um governo autônomo democrático, cuja soberania a China reivindica, e à Ucrânia, em guerra após ser invadida pela Rússia.

Para esta cúpula, quase toda virtual, o presidente americano convidou 121 líderes, incluindo os primeiros-ministros de Israel e da Índia, apesar das acusações de crescente autoritarismo que pesam sobre eles.

Israel “foi, é e sempre será uma democracia orgulhosa, forte e dinâmica como um farol de liberdade e prosperidade compartilhado no coração do Oriente Médio”, afirmou Binyamin Netanyahu.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, país visto pelos EUA como um baluarte contra a China, também exaltou as virtudes da democracia. Há poucos dias, o chefe da oposição política na Índia foi expulso do Parlamento, após ser condenado por “difamar” o líder de direita.

A Índia é a “mãe da democracia”, disse Modi, cujo governo também é acusado de aumentar a repressão à imprensa.

Biden se recusou a convidar alguns líderes, como o turco Recep Tayyip Erdogan, candidato à reeleição em maio depois de duas décadas no poder, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, um crítico dos valores liberais. Também não convidou alguns de seus aliados próximos, como Bangladesh, Singapura e Tailândia.

A China, país que os EUA consideram como único adversário a longo prazo da ordem internacional liberal, considerou que a cúpula “aumenta o confronto” e “reavivará a divisão em nome da democracia”. / AFP

O Brasil decidiu não assinar um documento da Cúpula da Democracia, organizada pelos Estados Unidos entre quarta-feira e quinta-feira e cujo anfitriões foram os líderes de Costa Rica, Holanda, Coreia do Sul e Zâmbia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não esteve no evento em razão de uma pneumonia, mas mandou uma carta para os organizadores. O País não concordou com o foco dado na declaração final à guerra na Ucrânia.

O documento condena a Rússia e exige a retirada imediata e sem condições de todas as forças russas do território ucraniano.

Soldados ucranianos fazem treinamentos no leste da Ucrânia  Foto: Alice Martins / The Washington Post

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse na cúpula que seu país estava na linha de frente contra a ameaça da Rússia a todas as democracias. “Devemos nos livrar da ilusão de que praticar o mal pode trazer algo para a liberdade. Os inimigos da democracia devem perder, e somente isso pode ser a base da verdadeira segurança da democracia”, disse Zelenski.

O presidente americano, Joe Biden, observou um “ponto de inflexão” a favor da democracia no mundo e destacou progressos apesar da influência da China. “Acho que este é o desafio que define nossa era, e hoje podemos dizer com orgulho que as democracias do mundo estão ficando mais fortes, não mais fracas”, disse Biden. “As autocracias do mundo estão ficando mais fracas, não mais fortes.”

Seu otimismo contrasta com o último relatório anual do V-Dem Institute, com sede na Suécia, que concluiu que os avanços globais em democracia nos últimos 35 anos foram erradicados. O Freedom House, um grupo de pesquisa apoiado pelos EUA, também considera que a democracia se deteriorou no ano passado, apesar de vários pontos positivos.

Na cúpula, o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu, sem rodeios, que o mundo atravessa um “choque dramático”, em meio ao qual os valores democráticos estão “sob ataque”. Como exemplo, citou as restrições à imprensa e aos defensores dos direitos humanos. “Hoje vemos mais e mais despotismo e menos e menos esclarecimento”, disse ele.

Mas Biden vê progressos, como os planos anticorrupção na República Dominicana e Croácia, os esforços de Angola para construir um Poder Judiciário independente e, nos EUA, a rejeição dos eleitores nas legislativas de novembro aos candidatos que negam os resultados das presidenciais de 2020, nas quais o democrata venceu o republicano Donald Trump.

Fundo para promover a democracia

Para “manter o impulso”, Biden anunciou um fundo de US$ 690 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) para promover a democracia no exterior, informou uma autoridade americana.

O dinheiro será destinado ao financiamento de eleições livres, à promoção de veículos de comunicação independentes e ao fortalecimento da ação contra a corrupção. Na primeira, ele prometeu US$ 424 milhões (R$ 2,1 bilhões).

“Devemos embarcar em uma nova viagem para ressuscitar a democracia, que hoje está sob ataque”, afirmou, por sua vez, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, que anunciou que seu país vai liderar a terceira edição da cúpula.

O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, concordou em seu discurso que “a democracia deve ser defendida em todos os lugares por todas as nações” porque “os valores democráticos são mais fortes quanto mais são compartilhados”.

Neste ano, os EUA também deram papel de destaque a Taiwan, um governo autônomo democrático, cuja soberania a China reivindica, e à Ucrânia, em guerra após ser invadida pela Rússia.

Para esta cúpula, quase toda virtual, o presidente americano convidou 121 líderes, incluindo os primeiros-ministros de Israel e da Índia, apesar das acusações de crescente autoritarismo que pesam sobre eles.

Israel “foi, é e sempre será uma democracia orgulhosa, forte e dinâmica como um farol de liberdade e prosperidade compartilhado no coração do Oriente Médio”, afirmou Binyamin Netanyahu.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, país visto pelos EUA como um baluarte contra a China, também exaltou as virtudes da democracia. Há poucos dias, o chefe da oposição política na Índia foi expulso do Parlamento, após ser condenado por “difamar” o líder de direita.

A Índia é a “mãe da democracia”, disse Modi, cujo governo também é acusado de aumentar a repressão à imprensa.

Biden se recusou a convidar alguns líderes, como o turco Recep Tayyip Erdogan, candidato à reeleição em maio depois de duas décadas no poder, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, um crítico dos valores liberais. Também não convidou alguns de seus aliados próximos, como Bangladesh, Singapura e Tailândia.

A China, país que os EUA consideram como único adversário a longo prazo da ordem internacional liberal, considerou que a cúpula “aumenta o confronto” e “reavivará a divisão em nome da democracia”. / AFP

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