Opinião|Brasil precisa recuperar a confiança em sua disposição de ser um líder global


Por mais que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenha anunciado a volta do Brasil ao cenário global, seu espaço político hoje ainda é limitado

Por Daniel Buarque*

Turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país

O processo de ascensão do Brasil no cenário global em 2024 enfrenta o desafio de reconstruir a confiança externa em sua disposição para ser um líder global e especialmente na América Latina. Por mais que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenha anunciado a volta do Brasil ao cenário global, seu espaço político hoje ainda é limitado e precisa compensar o terreno perdido durante o governo isolacionista de Jair Bolsonaro.

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Estas são algumas das principais conclusões apresentadas pelas professoras Mariana Kalil, Jacqueline Anne Braveboy-Wagner e Fernanda Barth Barasuol no capítulo Brazil’s Uncertain Rise: Ambitions and Challenges, parte do livro recém-publicado Diplomatic Strategies of Rising Nations in the Global South.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa em um evento em Santiago, Chile  Foto: Rodrigo Arangua/AFP

Segundo as autoras, turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país.

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Indo além do Brasil, o livro explora como e por que nações do Sul Global têm atuado para tentar aumentar sua influência internacional, assim como as perspectivas de mudanças na governança global decorrentes desse aumento de poder. A obra analisa as ambições globais e regionais dessas nações e discute fatores internos que impulsionam suas políticas externas.

Ele argumenta que o sistema global está se movendo em direção a uma multipolaridade mais diversificada, onde nações do Sul Global, como China, Índia, Brasil e África do Sul, desempenham papéis centrais ao lado de potências tradicionais. Esse novo equilíbrio de poder promete uma governança global mais equitativa e inclusiva.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversa com o presidente da China, Xi Jinping, na Cúpula dos BRICS, em Goa, Índia  Foto: Manish Swarup/AP
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Os autores reunidos na obra destacam que as nações do Sul Global empregam uma combinação de poder bruto e suave para influenciar a ordem global. A diplomacia, a cooperação multilateral e o uso estratégico de recursos econômicos e culturais são fundamentais para sua projeção de poder.

Entretanto, enfatiza que as condições domésticas, incluindo fatores econômicos, políticos e sociais, moldam significativamente as políticas externas dessas nações. A capacidade de um país de projetar poder e influência globalmente é frequentemente interligada com seu contexto interno e estabilidade. E essas nações do Sul Global enfrentam desafios únicos, como instabilidade política, crises econômicas e a necessidade de desenvolvimento sustentável, que podem atrapalhar no processo de emergência.

A obra destaca ainda a importância das conexões regionais para o sucesso global dessas nações. As alianças e colaborações dentro das regiões do Sul Global não só fortalecem suas posições internas, mas também aumentam sua capacidade de influenciar a política global.

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No capítulo que trata especificamente no caso brasileiro, as autoras abordam diversas estratégias utilizadas para aumentar sua influência global. Elas falam sobre a defesa que o país faz do multilateralismo, acreditando que a cooperação entre várias nações é crucial para enfrentar desafios globais. E explicam que o país tem se engajado ativamente em organizações como a ONU, OMC e Brics, promovendo a reforma dessas instituições para refletir melhor a realidade contemporânea.

Outra estratégia importante, segundo elas, é a promoção de parcerias com outras nações em desenvolvimento. A diplomacia Sul-Sul visa fortalecer laços econômicos e políticos entre países do Hemisfério Sul, criando uma rede de apoio mútuo e cooperação. Exemplos incluem a cooperação técnica com países africanos e parcerias estratégicas com nações da América Latina.

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Além disso, destacam que o Brasil tem se posicionado como um líder em questões globais importantes, como mudanças climáticas e segurança alimentar. A participação ativa em conferências internacionais e a promoção de iniciativas como o Fundo Amazônia demonstram o compromisso do país com a agenda global.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, conversa com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em Santiago, Chile  Foto: Esteban Felix/AP

Apesar das estratégias que aparentam poderem ser bem-sucedidas, as autoras apontam os desafios que o Brasil enfrenta em sua trajetória diplomática. A instabilidade política interna e as flutuações econômicas podem minar a capacidade do país de manter uma presença consistente no cenário internacional. Além disso, a competição com outras nações emergentes, como Índia e China, exige que o Brasil continue a inovar e adaptar suas estratégias.

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Em tom otimista em relação a alguns dos resultados alcançados nas últimas décadas, a obra indica que, apesar dos desafios, é possível o Brasil navegar nas águas turbulentas da política internacional e se estabelecer como um ator relevante e respeitado. Para isso, como dito, um passo importante é convencer o resto do mundo que o país está pronto para assumir este papel de liderança.

Turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país

O processo de ascensão do Brasil no cenário global em 2024 enfrenta o desafio de reconstruir a confiança externa em sua disposição para ser um líder global e especialmente na América Latina. Por mais que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenha anunciado a volta do Brasil ao cenário global, seu espaço político hoje ainda é limitado e precisa compensar o terreno perdido durante o governo isolacionista de Jair Bolsonaro.

Estas são algumas das principais conclusões apresentadas pelas professoras Mariana Kalil, Jacqueline Anne Braveboy-Wagner e Fernanda Barth Barasuol no capítulo Brazil’s Uncertain Rise: Ambitions and Challenges, parte do livro recém-publicado Diplomatic Strategies of Rising Nations in the Global South.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa em um evento em Santiago, Chile  Foto: Rodrigo Arangua/AFP

Segundo as autoras, turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país.

Indo além do Brasil, o livro explora como e por que nações do Sul Global têm atuado para tentar aumentar sua influência internacional, assim como as perspectivas de mudanças na governança global decorrentes desse aumento de poder. A obra analisa as ambições globais e regionais dessas nações e discute fatores internos que impulsionam suas políticas externas.

Ele argumenta que o sistema global está se movendo em direção a uma multipolaridade mais diversificada, onde nações do Sul Global, como China, Índia, Brasil e África do Sul, desempenham papéis centrais ao lado de potências tradicionais. Esse novo equilíbrio de poder promete uma governança global mais equitativa e inclusiva.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversa com o presidente da China, Xi Jinping, na Cúpula dos BRICS, em Goa, Índia  Foto: Manish Swarup/AP

Os autores reunidos na obra destacam que as nações do Sul Global empregam uma combinação de poder bruto e suave para influenciar a ordem global. A diplomacia, a cooperação multilateral e o uso estratégico de recursos econômicos e culturais são fundamentais para sua projeção de poder.

Entretanto, enfatiza que as condições domésticas, incluindo fatores econômicos, políticos e sociais, moldam significativamente as políticas externas dessas nações. A capacidade de um país de projetar poder e influência globalmente é frequentemente interligada com seu contexto interno e estabilidade. E essas nações do Sul Global enfrentam desafios únicos, como instabilidade política, crises econômicas e a necessidade de desenvolvimento sustentável, que podem atrapalhar no processo de emergência.

A obra destaca ainda a importância das conexões regionais para o sucesso global dessas nações. As alianças e colaborações dentro das regiões do Sul Global não só fortalecem suas posições internas, mas também aumentam sua capacidade de influenciar a política global.

No capítulo que trata especificamente no caso brasileiro, as autoras abordam diversas estratégias utilizadas para aumentar sua influência global. Elas falam sobre a defesa que o país faz do multilateralismo, acreditando que a cooperação entre várias nações é crucial para enfrentar desafios globais. E explicam que o país tem se engajado ativamente em organizações como a ONU, OMC e Brics, promovendo a reforma dessas instituições para refletir melhor a realidade contemporânea.

Outra estratégia importante, segundo elas, é a promoção de parcerias com outras nações em desenvolvimento. A diplomacia Sul-Sul visa fortalecer laços econômicos e políticos entre países do Hemisfério Sul, criando uma rede de apoio mútuo e cooperação. Exemplos incluem a cooperação técnica com países africanos e parcerias estratégicas com nações da América Latina.

Além disso, destacam que o Brasil tem se posicionado como um líder em questões globais importantes, como mudanças climáticas e segurança alimentar. A participação ativa em conferências internacionais e a promoção de iniciativas como o Fundo Amazônia demonstram o compromisso do país com a agenda global.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, conversa com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em Santiago, Chile  Foto: Esteban Felix/AP

Apesar das estratégias que aparentam poderem ser bem-sucedidas, as autoras apontam os desafios que o Brasil enfrenta em sua trajetória diplomática. A instabilidade política interna e as flutuações econômicas podem minar a capacidade do país de manter uma presença consistente no cenário internacional. Além disso, a competição com outras nações emergentes, como Índia e China, exige que o Brasil continue a inovar e adaptar suas estratégias.

Em tom otimista em relação a alguns dos resultados alcançados nas últimas décadas, a obra indica que, apesar dos desafios, é possível o Brasil navegar nas águas turbulentas da política internacional e se estabelecer como um ator relevante e respeitado. Para isso, como dito, um passo importante é convencer o resto do mundo que o país está pronto para assumir este papel de liderança.

Turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país

O processo de ascensão do Brasil no cenário global em 2024 enfrenta o desafio de reconstruir a confiança externa em sua disposição para ser um líder global e especialmente na América Latina. Por mais que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenha anunciado a volta do Brasil ao cenário global, seu espaço político hoje ainda é limitado e precisa compensar o terreno perdido durante o governo isolacionista de Jair Bolsonaro.

Estas são algumas das principais conclusões apresentadas pelas professoras Mariana Kalil, Jacqueline Anne Braveboy-Wagner e Fernanda Barth Barasuol no capítulo Brazil’s Uncertain Rise: Ambitions and Challenges, parte do livro recém-publicado Diplomatic Strategies of Rising Nations in the Global South.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa em um evento em Santiago, Chile  Foto: Rodrigo Arangua/AFP

Segundo as autoras, turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país.

Indo além do Brasil, o livro explora como e por que nações do Sul Global têm atuado para tentar aumentar sua influência internacional, assim como as perspectivas de mudanças na governança global decorrentes desse aumento de poder. A obra analisa as ambições globais e regionais dessas nações e discute fatores internos que impulsionam suas políticas externas.

Ele argumenta que o sistema global está se movendo em direção a uma multipolaridade mais diversificada, onde nações do Sul Global, como China, Índia, Brasil e África do Sul, desempenham papéis centrais ao lado de potências tradicionais. Esse novo equilíbrio de poder promete uma governança global mais equitativa e inclusiva.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversa com o presidente da China, Xi Jinping, na Cúpula dos BRICS, em Goa, Índia  Foto: Manish Swarup/AP

Os autores reunidos na obra destacam que as nações do Sul Global empregam uma combinação de poder bruto e suave para influenciar a ordem global. A diplomacia, a cooperação multilateral e o uso estratégico de recursos econômicos e culturais são fundamentais para sua projeção de poder.

Entretanto, enfatiza que as condições domésticas, incluindo fatores econômicos, políticos e sociais, moldam significativamente as políticas externas dessas nações. A capacidade de um país de projetar poder e influência globalmente é frequentemente interligada com seu contexto interno e estabilidade. E essas nações do Sul Global enfrentam desafios únicos, como instabilidade política, crises econômicas e a necessidade de desenvolvimento sustentável, que podem atrapalhar no processo de emergência.

A obra destaca ainda a importância das conexões regionais para o sucesso global dessas nações. As alianças e colaborações dentro das regiões do Sul Global não só fortalecem suas posições internas, mas também aumentam sua capacidade de influenciar a política global.

No capítulo que trata especificamente no caso brasileiro, as autoras abordam diversas estratégias utilizadas para aumentar sua influência global. Elas falam sobre a defesa que o país faz do multilateralismo, acreditando que a cooperação entre várias nações é crucial para enfrentar desafios globais. E explicam que o país tem se engajado ativamente em organizações como a ONU, OMC e Brics, promovendo a reforma dessas instituições para refletir melhor a realidade contemporânea.

Outra estratégia importante, segundo elas, é a promoção de parcerias com outras nações em desenvolvimento. A diplomacia Sul-Sul visa fortalecer laços econômicos e políticos entre países do Hemisfério Sul, criando uma rede de apoio mútuo e cooperação. Exemplos incluem a cooperação técnica com países africanos e parcerias estratégicas com nações da América Latina.

Além disso, destacam que o Brasil tem se posicionado como um líder em questões globais importantes, como mudanças climáticas e segurança alimentar. A participação ativa em conferências internacionais e a promoção de iniciativas como o Fundo Amazônia demonstram o compromisso do país com a agenda global.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, conversa com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em Santiago, Chile  Foto: Esteban Felix/AP

Apesar das estratégias que aparentam poderem ser bem-sucedidas, as autoras apontam os desafios que o Brasil enfrenta em sua trajetória diplomática. A instabilidade política interna e as flutuações econômicas podem minar a capacidade do país de manter uma presença consistente no cenário internacional. Além disso, a competição com outras nações emergentes, como Índia e China, exige que o Brasil continue a inovar e adaptar suas estratégias.

Em tom otimista em relação a alguns dos resultados alcançados nas últimas décadas, a obra indica que, apesar dos desafios, é possível o Brasil navegar nas águas turbulentas da política internacional e se estabelecer como um ator relevante e respeitado. Para isso, como dito, um passo importante é convencer o resto do mundo que o país está pronto para assumir este papel de liderança.

Turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país

O processo de ascensão do Brasil no cenário global em 2024 enfrenta o desafio de reconstruir a confiança externa em sua disposição para ser um líder global e especialmente na América Latina. Por mais que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenha anunciado a volta do Brasil ao cenário global, seu espaço político hoje ainda é limitado e precisa compensar o terreno perdido durante o governo isolacionista de Jair Bolsonaro.

Estas são algumas das principais conclusões apresentadas pelas professoras Mariana Kalil, Jacqueline Anne Braveboy-Wagner e Fernanda Barth Barasuol no capítulo Brazil’s Uncertain Rise: Ambitions and Challenges, parte do livro recém-publicado Diplomatic Strategies of Rising Nations in the Global South.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa em um evento em Santiago, Chile  Foto: Rodrigo Arangua/AFP

Segundo as autoras, turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país.

Indo além do Brasil, o livro explora como e por que nações do Sul Global têm atuado para tentar aumentar sua influência internacional, assim como as perspectivas de mudanças na governança global decorrentes desse aumento de poder. A obra analisa as ambições globais e regionais dessas nações e discute fatores internos que impulsionam suas políticas externas.

Ele argumenta que o sistema global está se movendo em direção a uma multipolaridade mais diversificada, onde nações do Sul Global, como China, Índia, Brasil e África do Sul, desempenham papéis centrais ao lado de potências tradicionais. Esse novo equilíbrio de poder promete uma governança global mais equitativa e inclusiva.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversa com o presidente da China, Xi Jinping, na Cúpula dos BRICS, em Goa, Índia  Foto: Manish Swarup/AP

Os autores reunidos na obra destacam que as nações do Sul Global empregam uma combinação de poder bruto e suave para influenciar a ordem global. A diplomacia, a cooperação multilateral e o uso estratégico de recursos econômicos e culturais são fundamentais para sua projeção de poder.

Entretanto, enfatiza que as condições domésticas, incluindo fatores econômicos, políticos e sociais, moldam significativamente as políticas externas dessas nações. A capacidade de um país de projetar poder e influência globalmente é frequentemente interligada com seu contexto interno e estabilidade. E essas nações do Sul Global enfrentam desafios únicos, como instabilidade política, crises econômicas e a necessidade de desenvolvimento sustentável, que podem atrapalhar no processo de emergência.

A obra destaca ainda a importância das conexões regionais para o sucesso global dessas nações. As alianças e colaborações dentro das regiões do Sul Global não só fortalecem suas posições internas, mas também aumentam sua capacidade de influenciar a política global.

No capítulo que trata especificamente no caso brasileiro, as autoras abordam diversas estratégias utilizadas para aumentar sua influência global. Elas falam sobre a defesa que o país faz do multilateralismo, acreditando que a cooperação entre várias nações é crucial para enfrentar desafios globais. E explicam que o país tem se engajado ativamente em organizações como a ONU, OMC e Brics, promovendo a reforma dessas instituições para refletir melhor a realidade contemporânea.

Outra estratégia importante, segundo elas, é a promoção de parcerias com outras nações em desenvolvimento. A diplomacia Sul-Sul visa fortalecer laços econômicos e políticos entre países do Hemisfério Sul, criando uma rede de apoio mútuo e cooperação. Exemplos incluem a cooperação técnica com países africanos e parcerias estratégicas com nações da América Latina.

Além disso, destacam que o Brasil tem se posicionado como um líder em questões globais importantes, como mudanças climáticas e segurança alimentar. A participação ativa em conferências internacionais e a promoção de iniciativas como o Fundo Amazônia demonstram o compromisso do país com a agenda global.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, conversa com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em Santiago, Chile  Foto: Esteban Felix/AP

Apesar das estratégias que aparentam poderem ser bem-sucedidas, as autoras apontam os desafios que o Brasil enfrenta em sua trajetória diplomática. A instabilidade política interna e as flutuações econômicas podem minar a capacidade do país de manter uma presença consistente no cenário internacional. Além disso, a competição com outras nações emergentes, como Índia e China, exige que o Brasil continue a inovar e adaptar suas estratégias.

Em tom otimista em relação a alguns dos resultados alcançados nas últimas décadas, a obra indica que, apesar dos desafios, é possível o Brasil navegar nas águas turbulentas da política internacional e se estabelecer como um ator relevante e respeitado. Para isso, como dito, um passo importante é convencer o resto do mundo que o país está pronto para assumir este papel de liderança.

Opinião por Daniel Buarque*

*Editor-executivo do portal Interesse Nacional. Jornalista e doutor em Relações Internacionais pelo programa de PhD conjunto do King’s College London (KCL) e do IRI/USP. Mestre pelo KCL e autor dos livros Brazil’s international status and recognition as an emerging power: inconsistencies and complexities (Palgrave Macmillan), Brazil, um país do presente (Alameda Editorial), O Brazil é um país sério? (Pioneira) e O Brasil voltou? (Pioneira)

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