Campanha de Trump tem arrecadação recorde em meio a impeachment


Presidente arrecada US$ 46 milhões no último trimestre de 2019, melhor resultado desde que se lançou na disputa pela reeleição; pré-candidato democrata que mais se aproxima é o senador Bernie Sanders, que recebeu US$ 34,5 milhões

Por Redação

WASHINGTON A campanha do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 2, que arrecadou US$ 46 milhões no último trimestre de 2019. As cifras significam um recorde para o atual ciclo eleitoral, apesar do processo de impeachment que avançou no Congresso em dezembro, e mostram o tamanho do desafio enfrentado pelos democratas para se manterem competitivos na votação presidencial de novembro.

De acordo com assessores próximos, Trump aposta tudo em sua absolvição no Senado para limpar sua imagem arranhada pelo processo de impeachment na Câmara Foto: Brendan Smialowski / AFP

O dinheiro é considerado um termômetro importante da campanha eleitoral americana. O tamanho das arrecadações mostra o ânimo da base de doadores – em uma eleição em que o voto não é obrigatório –, além de indicar a capilaridade e o poder de fogo de um candidato.  O valor arrecadado é fundamental para bancar publicidade, pesquisas, estrategistas e assessores, além de transporte e hospedagem para que o candidato se locomova em um país de dimensões continentais. Os partidos precisam abrir escritórios e comitês de campanha no maior número de Estados possível, tudo custeado por doações. O ex-senador republicano Mark Hanna, no início do século 20, colocava a arrecadação de dinheiro como o fator mais importante da eleição americana. “Duas coisas são importantes na política nos EUA. A primeira é o dinheiro. A segunda eu não me lembro”, dizia.  De acordo com a empresa de pesquisa de mídia Borrell Associates, nas eleições de meio de mandato de 2018 – ano que não houve votação presidencial –, os candidatos gastaram US$ 8,8 bilhões no país inteiro, somando todas as campanhas, em nível federal, estadual e local. Nas presidenciais de 2016, a democrata Hillary Clinton torrou quase US$ 1,2 bilhões na campanha – o que não foi suficiente para derrotar Trump, que gastou pouco mais de US$ 600 milhões.  O recordista em arrecadação ainda é Barack Obama. Em sua campanha pela reeleição, apenas no segundo trimestre de 2011, ele recebeu US$ 86 milhões – quase o dobro do arrecadado agora por Trump. Alguns meses depois, em maio de 2012, uma festa na casa do ator George Clooney, em Los Angeles, rendeu à campanha de Obama US$ 15 milhões em uma noite.  Com o bom resultado anunciado, Trump acumulou em 2019 US$ 143 milhões, dos quais US$ 102,7 milhões ainda estão disponíveis na virada do ano. O chefe da campanha do presidente americano, Brad Parscale, comemorou no Twitter o que ele disse, exageradamente, ser “a maior arrecadação para uma campanha à reeleição de um presidente americano”.  “O cofre de guerra do presidente e o Exército de partidários da base fazem de sua campanha de reeleição um monstro impossível de ser contido”, disse Parscale. “Os democratas e os meios de comunicação estiveram em um frenético simulacro de impeachment e a campanha do presidente ficou apenas maior e mais forte, com nosso melhor trimestre de arrecadação.” Os valores recolhidos por Trump no último trimestre de 2019 superam o de qualquer candidato democrata na corrida presidencial. O rival que mais arrecadou no período foi o senador Bernie Sanders, que obteve US$ 34,5 milhões em doações, fechando o ano de 2019 com US$ 96 milhões em caixa. Sanders, que defende um sistema de saúde universal gratuito e faz campanha contra a influência empresarial e a desigualdade econômica, vem sendo sustentado por pequenos doadores, a maioria jovens que colaboram pela internet. Faiz Shakir, seu chefe de campanha, disse que o “movimento de raiz” de Sanders mostrou que ele é o pré-candidato mais bem colocado para derrotar Trump. “Sanders está provando a cada dia que os americanos da classe trabalhadora estão prontos e dispostos a financiar plenamente uma campanha que os defenda e enfrente as grandes corporações e os ricos.”  Na corrida democrata, logo atrás de Sanders aparece o prefeito de South Bend, Pete Buttigieg, que recebeu US$ 24,7 milhões no último trimestre de 2019. Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA, anunciou uma arrecadação de US$ 22,7 milhões – seu melhor resultado.  Biden ainda é o democrata que mais incomoda Trump. Segundo as duas sondagens mais recentes, o democrata está na frente do presidente republicano na pesquisa do instituto Ipsos (39% a 35%) e da CNN (49% a 44%). A senadora Elizabeth Warren, que em algumas pesquisas aparece como favorita à nominação democrata, arrecadou pelo menos US$ 17 milhões nos últimos três meses de 2019, mas o número definitivo não foi divulgado. / REUTERS, WP e NYT

WASHINGTON A campanha do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 2, que arrecadou US$ 46 milhões no último trimestre de 2019. As cifras significam um recorde para o atual ciclo eleitoral, apesar do processo de impeachment que avançou no Congresso em dezembro, e mostram o tamanho do desafio enfrentado pelos democratas para se manterem competitivos na votação presidencial de novembro.

De acordo com assessores próximos, Trump aposta tudo em sua absolvição no Senado para limpar sua imagem arranhada pelo processo de impeachment na Câmara Foto: Brendan Smialowski / AFP

O dinheiro é considerado um termômetro importante da campanha eleitoral americana. O tamanho das arrecadações mostra o ânimo da base de doadores – em uma eleição em que o voto não é obrigatório –, além de indicar a capilaridade e o poder de fogo de um candidato.  O valor arrecadado é fundamental para bancar publicidade, pesquisas, estrategistas e assessores, além de transporte e hospedagem para que o candidato se locomova em um país de dimensões continentais. Os partidos precisam abrir escritórios e comitês de campanha no maior número de Estados possível, tudo custeado por doações. O ex-senador republicano Mark Hanna, no início do século 20, colocava a arrecadação de dinheiro como o fator mais importante da eleição americana. “Duas coisas são importantes na política nos EUA. A primeira é o dinheiro. A segunda eu não me lembro”, dizia.  De acordo com a empresa de pesquisa de mídia Borrell Associates, nas eleições de meio de mandato de 2018 – ano que não houve votação presidencial –, os candidatos gastaram US$ 8,8 bilhões no país inteiro, somando todas as campanhas, em nível federal, estadual e local. Nas presidenciais de 2016, a democrata Hillary Clinton torrou quase US$ 1,2 bilhões na campanha – o que não foi suficiente para derrotar Trump, que gastou pouco mais de US$ 600 milhões.  O recordista em arrecadação ainda é Barack Obama. Em sua campanha pela reeleição, apenas no segundo trimestre de 2011, ele recebeu US$ 86 milhões – quase o dobro do arrecadado agora por Trump. Alguns meses depois, em maio de 2012, uma festa na casa do ator George Clooney, em Los Angeles, rendeu à campanha de Obama US$ 15 milhões em uma noite.  Com o bom resultado anunciado, Trump acumulou em 2019 US$ 143 milhões, dos quais US$ 102,7 milhões ainda estão disponíveis na virada do ano. O chefe da campanha do presidente americano, Brad Parscale, comemorou no Twitter o que ele disse, exageradamente, ser “a maior arrecadação para uma campanha à reeleição de um presidente americano”.  “O cofre de guerra do presidente e o Exército de partidários da base fazem de sua campanha de reeleição um monstro impossível de ser contido”, disse Parscale. “Os democratas e os meios de comunicação estiveram em um frenético simulacro de impeachment e a campanha do presidente ficou apenas maior e mais forte, com nosso melhor trimestre de arrecadação.” Os valores recolhidos por Trump no último trimestre de 2019 superam o de qualquer candidato democrata na corrida presidencial. O rival que mais arrecadou no período foi o senador Bernie Sanders, que obteve US$ 34,5 milhões em doações, fechando o ano de 2019 com US$ 96 milhões em caixa. Sanders, que defende um sistema de saúde universal gratuito e faz campanha contra a influência empresarial e a desigualdade econômica, vem sendo sustentado por pequenos doadores, a maioria jovens que colaboram pela internet. Faiz Shakir, seu chefe de campanha, disse que o “movimento de raiz” de Sanders mostrou que ele é o pré-candidato mais bem colocado para derrotar Trump. “Sanders está provando a cada dia que os americanos da classe trabalhadora estão prontos e dispostos a financiar plenamente uma campanha que os defenda e enfrente as grandes corporações e os ricos.”  Na corrida democrata, logo atrás de Sanders aparece o prefeito de South Bend, Pete Buttigieg, que recebeu US$ 24,7 milhões no último trimestre de 2019. Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA, anunciou uma arrecadação de US$ 22,7 milhões – seu melhor resultado.  Biden ainda é o democrata que mais incomoda Trump. Segundo as duas sondagens mais recentes, o democrata está na frente do presidente republicano na pesquisa do instituto Ipsos (39% a 35%) e da CNN (49% a 44%). A senadora Elizabeth Warren, que em algumas pesquisas aparece como favorita à nominação democrata, arrecadou pelo menos US$ 17 milhões nos últimos três meses de 2019, mas o número definitivo não foi divulgado. / REUTERS, WP e NYT

WASHINGTON A campanha do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 2, que arrecadou US$ 46 milhões no último trimestre de 2019. As cifras significam um recorde para o atual ciclo eleitoral, apesar do processo de impeachment que avançou no Congresso em dezembro, e mostram o tamanho do desafio enfrentado pelos democratas para se manterem competitivos na votação presidencial de novembro.

De acordo com assessores próximos, Trump aposta tudo em sua absolvição no Senado para limpar sua imagem arranhada pelo processo de impeachment na Câmara Foto: Brendan Smialowski / AFP

O dinheiro é considerado um termômetro importante da campanha eleitoral americana. O tamanho das arrecadações mostra o ânimo da base de doadores – em uma eleição em que o voto não é obrigatório –, além de indicar a capilaridade e o poder de fogo de um candidato.  O valor arrecadado é fundamental para bancar publicidade, pesquisas, estrategistas e assessores, além de transporte e hospedagem para que o candidato se locomova em um país de dimensões continentais. Os partidos precisam abrir escritórios e comitês de campanha no maior número de Estados possível, tudo custeado por doações. O ex-senador republicano Mark Hanna, no início do século 20, colocava a arrecadação de dinheiro como o fator mais importante da eleição americana. “Duas coisas são importantes na política nos EUA. A primeira é o dinheiro. A segunda eu não me lembro”, dizia.  De acordo com a empresa de pesquisa de mídia Borrell Associates, nas eleições de meio de mandato de 2018 – ano que não houve votação presidencial –, os candidatos gastaram US$ 8,8 bilhões no país inteiro, somando todas as campanhas, em nível federal, estadual e local. Nas presidenciais de 2016, a democrata Hillary Clinton torrou quase US$ 1,2 bilhões na campanha – o que não foi suficiente para derrotar Trump, que gastou pouco mais de US$ 600 milhões.  O recordista em arrecadação ainda é Barack Obama. Em sua campanha pela reeleição, apenas no segundo trimestre de 2011, ele recebeu US$ 86 milhões – quase o dobro do arrecadado agora por Trump. Alguns meses depois, em maio de 2012, uma festa na casa do ator George Clooney, em Los Angeles, rendeu à campanha de Obama US$ 15 milhões em uma noite.  Com o bom resultado anunciado, Trump acumulou em 2019 US$ 143 milhões, dos quais US$ 102,7 milhões ainda estão disponíveis na virada do ano. O chefe da campanha do presidente americano, Brad Parscale, comemorou no Twitter o que ele disse, exageradamente, ser “a maior arrecadação para uma campanha à reeleição de um presidente americano”.  “O cofre de guerra do presidente e o Exército de partidários da base fazem de sua campanha de reeleição um monstro impossível de ser contido”, disse Parscale. “Os democratas e os meios de comunicação estiveram em um frenético simulacro de impeachment e a campanha do presidente ficou apenas maior e mais forte, com nosso melhor trimestre de arrecadação.” Os valores recolhidos por Trump no último trimestre de 2019 superam o de qualquer candidato democrata na corrida presidencial. O rival que mais arrecadou no período foi o senador Bernie Sanders, que obteve US$ 34,5 milhões em doações, fechando o ano de 2019 com US$ 96 milhões em caixa. Sanders, que defende um sistema de saúde universal gratuito e faz campanha contra a influência empresarial e a desigualdade econômica, vem sendo sustentado por pequenos doadores, a maioria jovens que colaboram pela internet. Faiz Shakir, seu chefe de campanha, disse que o “movimento de raiz” de Sanders mostrou que ele é o pré-candidato mais bem colocado para derrotar Trump. “Sanders está provando a cada dia que os americanos da classe trabalhadora estão prontos e dispostos a financiar plenamente uma campanha que os defenda e enfrente as grandes corporações e os ricos.”  Na corrida democrata, logo atrás de Sanders aparece o prefeito de South Bend, Pete Buttigieg, que recebeu US$ 24,7 milhões no último trimestre de 2019. Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA, anunciou uma arrecadação de US$ 22,7 milhões – seu melhor resultado.  Biden ainda é o democrata que mais incomoda Trump. Segundo as duas sondagens mais recentes, o democrata está na frente do presidente republicano na pesquisa do instituto Ipsos (39% a 35%) e da CNN (49% a 44%). A senadora Elizabeth Warren, que em algumas pesquisas aparece como favorita à nominação democrata, arrecadou pelo menos US$ 17 milhões nos últimos três meses de 2019, mas o número definitivo não foi divulgado. / REUTERS, WP e NYT

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