Candidato ultraliberal da Argentina Javier Milei é investigado por suposta venda de candidaturas


Ex-aliados acusam o candidato da coalizão Liberdade Avança de cobrar dezenas de milhares de dólares para indicar candidaturas em sua coalizão em cidades e províncias argentinas

Por Redação
Atualização:

BUENOS AIRES - O candidato ultraliberal à presidência da Argentina Javier Milei será investigado pela Justiça Eleitoral do país em meio a denúncias de venda de candidaturas em troca de dólares. O presidenciável chegou a aparecer em primeiro em algumas pesquisas para as eleições deste ano se apoiando no discurso contra a “casta política” argentina. Ele nega irregularidades e acusa a imprensa e seus adversários de fazerem “campanha de difamação”.

Além das eleições presidenciais cujas primárias ocorrem em agosto, a Argentina também está passando este ano por eleições provinciais, para prefeitos e vereados, em que cada departamento tem suas próprias datas de realização. Foi neste contexto que ex-aliados do deputado e candidatos a prefeitos denunciaram um esquema de venda de candidaturas.

Segundo as denúncias, o candidato, que é presidente da coalizão Liberdade Avança, cobrava para indicar os nomes a prefeitos, governadores e vereadores de sua legenda. Entre os denunciantes estariam um ex-aliado de Milei, Juan Carlos Blumberg, e candidatos da coalizão a prefeitos de Tigre, Quilmes e Vicente López. O candidato a governador de Neuquén, Carlos Eguía, também se juntou à denúncia.

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O deputado argentino e candidato presidencial Javier Milei posa durante uma entrevista televisiva em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP

Blumberg se afastou da coalizão e acusou Milei, sua irmã Karina e assessores de fazer da política um negócio ao pedir até “US$ 50 mil dólares” para uma candidatura a vereador na província de Buenos Aires. Já outro ex-aliado, o advogado Carlos Maslatón, disse que Milei poderia ter arrecadado “entre US$ 3 e US$ 10 milhões ” pela suposta venda de candidaturas. Ambos foram convocados a depor à Justiça Eleitoral. Milei prometeu processar Blumberg.

“Milei parte de uma lógica que sustenta que, sendo ele a figura política do espaço e arrastando todos os votos, está beneficiando todos os demais candidatos ao apresentar seu nome, seu símbolo e sua presença nas províncias. E isso tem um preço”, afirmou Maslatón em entrevista à rádio La Red.

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Ao jornal argentino Clarín, uma ex-líder do partido de Milei disse que a legenda pedia US$ 60 mil pela sua candidatura a prefeita de Avellaneda, além de pedir para que ela arrecadasse doações para a campanha por meio de uma fundação.

Segundo áudios divulgados pelo La Nación, um candidato de Entre Ríos tamém reconheceu o esquema em que se pediam aos candidatos libertários quantias que variavam entre US$ 10.000 e US$ 40.000, dependendo do cargo a que pretendiam concorrer e que poderiam ser pagas em prestações.

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Em um dos áudios, a líder do Partido Popular Conservador (PCP), Liliana Salinas, chega a citar diretamente Milei: “Existe um valor mensal que cada candidato deve começar a cumprir assim que for pré-candidato. Ninguém vai ficar surpreso. [...] Nem o próprio Javier Milei vai se surpreender, porque Javier Milei é justamente quem está fazendo o mesmo com os futuros candidatos. Eles têm que financiar a campanha. É assim”, disse ele.

Milei se defendeu das acusações publicando uma longa carta intitulada “A mídia e a casta”, em que se colocou como vítima de uma campanha de difamação. “Se dedicam a me atacar porque exponho os negócios da casta, porque valorizo a minha família, ou porque amo os meus cães, enquanto se dedicam a esconder os culpados do declínio nacional”, escreveu.

“A Argentina está cheia de criminosos de colarinho branco, corruptos disfarçados de moralistas e políticos camaleões que pulam de um lugar para outro. Mas ninguém te conta isso. Estamos vendo a maior campanha de difamação da história da Argentina só porque chegamos a propor uma Argentina diferente”, continuou.

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O candidato presidencial da coalizão Liberdade Avança, Javier Milei, mostra o polegar durante uma visita ao bairro de Lugano em Buenos Aires Foto: Natacha Pisarenko/AP

Nesta quinta-feira, 6, a Justiça Eleitoral informou ter aberto um inquérito contra o candidato para apurar se houve crime. Nesta etapa serão ouvidos os denunciantes do caso. Fontes judiciais disseram aos jornais argentinos que ainda é cedo para apontar repercussões à candidatura de Milei, já que o inquérito é uma fase muito inicial e não há precedentes de casos semelhantes.

Ainda assim, caso é considerado o maior escândalo envolvendo o candidato libertário desde que entrou na corrida eleitoral ano passado. Milei chegou a aparecer como primeiro em algumas pesquisas enquanto as demais legendas brigavam para definir seus candidatos para as PASO (espécie de primárias argentinas).

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Mas uma vez formada as principais candidaturas, com Sergio Massa concorrendo pela coalizão de governo União pela Pátria, e Horacio Larreta e Patricia Bullrich indo pela oposição do Juntos pela Mudança, a candidatura de Milei foi perdendo relevância. Nas pesquisas feitas após o fechamento das listas, o libertário aparece abaixo dos três primeiros.

Além de criticar a “casta política” e se colocar um outsider - o que conquistou um eleitorado cansado da política tradicional - Milei aposta em seu currículo de Economista ao prometer salvar a Argentina de sua crise econômica. Nas eleições provinciais que já ocorreram, sua legenda ainda não conseguiu eleger candidatos. Mas grandes departamentos e cidades, como Buenos Aires e Santa Fé, ainda passarão por eleições.

Sua queda na preferência do eleitorado tende a beneficiar a candidata Patricia Bullrich para as primárias de agosto, já que é o nome dentro do Juntos pela Mudança que mais busca se distanciar da classe política, ainda que venha de uma família tradicional da elite argentina. Larreta, por ser tão próximo a Mauricio Macri, não atrai os eleitores de Milei que buscam alguém diferente para a Casa Rosada.

BUENOS AIRES - O candidato ultraliberal à presidência da Argentina Javier Milei será investigado pela Justiça Eleitoral do país em meio a denúncias de venda de candidaturas em troca de dólares. O presidenciável chegou a aparecer em primeiro em algumas pesquisas para as eleições deste ano se apoiando no discurso contra a “casta política” argentina. Ele nega irregularidades e acusa a imprensa e seus adversários de fazerem “campanha de difamação”.

Além das eleições presidenciais cujas primárias ocorrem em agosto, a Argentina também está passando este ano por eleições provinciais, para prefeitos e vereados, em que cada departamento tem suas próprias datas de realização. Foi neste contexto que ex-aliados do deputado e candidatos a prefeitos denunciaram um esquema de venda de candidaturas.

Segundo as denúncias, o candidato, que é presidente da coalizão Liberdade Avança, cobrava para indicar os nomes a prefeitos, governadores e vereadores de sua legenda. Entre os denunciantes estariam um ex-aliado de Milei, Juan Carlos Blumberg, e candidatos da coalizão a prefeitos de Tigre, Quilmes e Vicente López. O candidato a governador de Neuquén, Carlos Eguía, também se juntou à denúncia.

O deputado argentino e candidato presidencial Javier Milei posa durante uma entrevista televisiva em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP

Blumberg se afastou da coalizão e acusou Milei, sua irmã Karina e assessores de fazer da política um negócio ao pedir até “US$ 50 mil dólares” para uma candidatura a vereador na província de Buenos Aires. Já outro ex-aliado, o advogado Carlos Maslatón, disse que Milei poderia ter arrecadado “entre US$ 3 e US$ 10 milhões ” pela suposta venda de candidaturas. Ambos foram convocados a depor à Justiça Eleitoral. Milei prometeu processar Blumberg.

“Milei parte de uma lógica que sustenta que, sendo ele a figura política do espaço e arrastando todos os votos, está beneficiando todos os demais candidatos ao apresentar seu nome, seu símbolo e sua presença nas províncias. E isso tem um preço”, afirmou Maslatón em entrevista à rádio La Red.

Ao jornal argentino Clarín, uma ex-líder do partido de Milei disse que a legenda pedia US$ 60 mil pela sua candidatura a prefeita de Avellaneda, além de pedir para que ela arrecadasse doações para a campanha por meio de uma fundação.

Segundo áudios divulgados pelo La Nación, um candidato de Entre Ríos tamém reconheceu o esquema em que se pediam aos candidatos libertários quantias que variavam entre US$ 10.000 e US$ 40.000, dependendo do cargo a que pretendiam concorrer e que poderiam ser pagas em prestações.

Em um dos áudios, a líder do Partido Popular Conservador (PCP), Liliana Salinas, chega a citar diretamente Milei: “Existe um valor mensal que cada candidato deve começar a cumprir assim que for pré-candidato. Ninguém vai ficar surpreso. [...] Nem o próprio Javier Milei vai se surpreender, porque Javier Milei é justamente quem está fazendo o mesmo com os futuros candidatos. Eles têm que financiar a campanha. É assim”, disse ele.

Milei se defendeu das acusações publicando uma longa carta intitulada “A mídia e a casta”, em que se colocou como vítima de uma campanha de difamação. “Se dedicam a me atacar porque exponho os negócios da casta, porque valorizo a minha família, ou porque amo os meus cães, enquanto se dedicam a esconder os culpados do declínio nacional”, escreveu.

“A Argentina está cheia de criminosos de colarinho branco, corruptos disfarçados de moralistas e políticos camaleões que pulam de um lugar para outro. Mas ninguém te conta isso. Estamos vendo a maior campanha de difamação da história da Argentina só porque chegamos a propor uma Argentina diferente”, continuou.

O candidato presidencial da coalizão Liberdade Avança, Javier Milei, mostra o polegar durante uma visita ao bairro de Lugano em Buenos Aires Foto: Natacha Pisarenko/AP

Nesta quinta-feira, 6, a Justiça Eleitoral informou ter aberto um inquérito contra o candidato para apurar se houve crime. Nesta etapa serão ouvidos os denunciantes do caso. Fontes judiciais disseram aos jornais argentinos que ainda é cedo para apontar repercussões à candidatura de Milei, já que o inquérito é uma fase muito inicial e não há precedentes de casos semelhantes.

Ainda assim, caso é considerado o maior escândalo envolvendo o candidato libertário desde que entrou na corrida eleitoral ano passado. Milei chegou a aparecer como primeiro em algumas pesquisas enquanto as demais legendas brigavam para definir seus candidatos para as PASO (espécie de primárias argentinas).

Mas uma vez formada as principais candidaturas, com Sergio Massa concorrendo pela coalizão de governo União pela Pátria, e Horacio Larreta e Patricia Bullrich indo pela oposição do Juntos pela Mudança, a candidatura de Milei foi perdendo relevância. Nas pesquisas feitas após o fechamento das listas, o libertário aparece abaixo dos três primeiros.

Além de criticar a “casta política” e se colocar um outsider - o que conquistou um eleitorado cansado da política tradicional - Milei aposta em seu currículo de Economista ao prometer salvar a Argentina de sua crise econômica. Nas eleições provinciais que já ocorreram, sua legenda ainda não conseguiu eleger candidatos. Mas grandes departamentos e cidades, como Buenos Aires e Santa Fé, ainda passarão por eleições.

Sua queda na preferência do eleitorado tende a beneficiar a candidata Patricia Bullrich para as primárias de agosto, já que é o nome dentro do Juntos pela Mudança que mais busca se distanciar da classe política, ainda que venha de uma família tradicional da elite argentina. Larreta, por ser tão próximo a Mauricio Macri, não atrai os eleitores de Milei que buscam alguém diferente para a Casa Rosada.

BUENOS AIRES - O candidato ultraliberal à presidência da Argentina Javier Milei será investigado pela Justiça Eleitoral do país em meio a denúncias de venda de candidaturas em troca de dólares. O presidenciável chegou a aparecer em primeiro em algumas pesquisas para as eleições deste ano se apoiando no discurso contra a “casta política” argentina. Ele nega irregularidades e acusa a imprensa e seus adversários de fazerem “campanha de difamação”.

Além das eleições presidenciais cujas primárias ocorrem em agosto, a Argentina também está passando este ano por eleições provinciais, para prefeitos e vereados, em que cada departamento tem suas próprias datas de realização. Foi neste contexto que ex-aliados do deputado e candidatos a prefeitos denunciaram um esquema de venda de candidaturas.

Segundo as denúncias, o candidato, que é presidente da coalizão Liberdade Avança, cobrava para indicar os nomes a prefeitos, governadores e vereadores de sua legenda. Entre os denunciantes estariam um ex-aliado de Milei, Juan Carlos Blumberg, e candidatos da coalizão a prefeitos de Tigre, Quilmes e Vicente López. O candidato a governador de Neuquén, Carlos Eguía, também se juntou à denúncia.

O deputado argentino e candidato presidencial Javier Milei posa durante uma entrevista televisiva em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP

Blumberg se afastou da coalizão e acusou Milei, sua irmã Karina e assessores de fazer da política um negócio ao pedir até “US$ 50 mil dólares” para uma candidatura a vereador na província de Buenos Aires. Já outro ex-aliado, o advogado Carlos Maslatón, disse que Milei poderia ter arrecadado “entre US$ 3 e US$ 10 milhões ” pela suposta venda de candidaturas. Ambos foram convocados a depor à Justiça Eleitoral. Milei prometeu processar Blumberg.

“Milei parte de uma lógica que sustenta que, sendo ele a figura política do espaço e arrastando todos os votos, está beneficiando todos os demais candidatos ao apresentar seu nome, seu símbolo e sua presença nas províncias. E isso tem um preço”, afirmou Maslatón em entrevista à rádio La Red.

Ao jornal argentino Clarín, uma ex-líder do partido de Milei disse que a legenda pedia US$ 60 mil pela sua candidatura a prefeita de Avellaneda, além de pedir para que ela arrecadasse doações para a campanha por meio de uma fundação.

Segundo áudios divulgados pelo La Nación, um candidato de Entre Ríos tamém reconheceu o esquema em que se pediam aos candidatos libertários quantias que variavam entre US$ 10.000 e US$ 40.000, dependendo do cargo a que pretendiam concorrer e que poderiam ser pagas em prestações.

Em um dos áudios, a líder do Partido Popular Conservador (PCP), Liliana Salinas, chega a citar diretamente Milei: “Existe um valor mensal que cada candidato deve começar a cumprir assim que for pré-candidato. Ninguém vai ficar surpreso. [...] Nem o próprio Javier Milei vai se surpreender, porque Javier Milei é justamente quem está fazendo o mesmo com os futuros candidatos. Eles têm que financiar a campanha. É assim”, disse ele.

Milei se defendeu das acusações publicando uma longa carta intitulada “A mídia e a casta”, em que se colocou como vítima de uma campanha de difamação. “Se dedicam a me atacar porque exponho os negócios da casta, porque valorizo a minha família, ou porque amo os meus cães, enquanto se dedicam a esconder os culpados do declínio nacional”, escreveu.

“A Argentina está cheia de criminosos de colarinho branco, corruptos disfarçados de moralistas e políticos camaleões que pulam de um lugar para outro. Mas ninguém te conta isso. Estamos vendo a maior campanha de difamação da história da Argentina só porque chegamos a propor uma Argentina diferente”, continuou.

O candidato presidencial da coalizão Liberdade Avança, Javier Milei, mostra o polegar durante uma visita ao bairro de Lugano em Buenos Aires Foto: Natacha Pisarenko/AP

Nesta quinta-feira, 6, a Justiça Eleitoral informou ter aberto um inquérito contra o candidato para apurar se houve crime. Nesta etapa serão ouvidos os denunciantes do caso. Fontes judiciais disseram aos jornais argentinos que ainda é cedo para apontar repercussões à candidatura de Milei, já que o inquérito é uma fase muito inicial e não há precedentes de casos semelhantes.

Ainda assim, caso é considerado o maior escândalo envolvendo o candidato libertário desde que entrou na corrida eleitoral ano passado. Milei chegou a aparecer como primeiro em algumas pesquisas enquanto as demais legendas brigavam para definir seus candidatos para as PASO (espécie de primárias argentinas).

Mas uma vez formada as principais candidaturas, com Sergio Massa concorrendo pela coalizão de governo União pela Pátria, e Horacio Larreta e Patricia Bullrich indo pela oposição do Juntos pela Mudança, a candidatura de Milei foi perdendo relevância. Nas pesquisas feitas após o fechamento das listas, o libertário aparece abaixo dos três primeiros.

Além de criticar a “casta política” e se colocar um outsider - o que conquistou um eleitorado cansado da política tradicional - Milei aposta em seu currículo de Economista ao prometer salvar a Argentina de sua crise econômica. Nas eleições provinciais que já ocorreram, sua legenda ainda não conseguiu eleger candidatos. Mas grandes departamentos e cidades, como Buenos Aires e Santa Fé, ainda passarão por eleições.

Sua queda na preferência do eleitorado tende a beneficiar a candidata Patricia Bullrich para as primárias de agosto, já que é o nome dentro do Juntos pela Mudança que mais busca se distanciar da classe política, ainda que venha de uma família tradicional da elite argentina. Larreta, por ser tão próximo a Mauricio Macri, não atrai os eleitores de Milei que buscam alguém diferente para a Casa Rosada.

BUENOS AIRES - O candidato ultraliberal à presidência da Argentina Javier Milei será investigado pela Justiça Eleitoral do país em meio a denúncias de venda de candidaturas em troca de dólares. O presidenciável chegou a aparecer em primeiro em algumas pesquisas para as eleições deste ano se apoiando no discurso contra a “casta política” argentina. Ele nega irregularidades e acusa a imprensa e seus adversários de fazerem “campanha de difamação”.

Além das eleições presidenciais cujas primárias ocorrem em agosto, a Argentina também está passando este ano por eleições provinciais, para prefeitos e vereados, em que cada departamento tem suas próprias datas de realização. Foi neste contexto que ex-aliados do deputado e candidatos a prefeitos denunciaram um esquema de venda de candidaturas.

Segundo as denúncias, o candidato, que é presidente da coalizão Liberdade Avança, cobrava para indicar os nomes a prefeitos, governadores e vereadores de sua legenda. Entre os denunciantes estariam um ex-aliado de Milei, Juan Carlos Blumberg, e candidatos da coalizão a prefeitos de Tigre, Quilmes e Vicente López. O candidato a governador de Neuquén, Carlos Eguía, também se juntou à denúncia.

O deputado argentino e candidato presidencial Javier Milei posa durante uma entrevista televisiva em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP

Blumberg se afastou da coalizão e acusou Milei, sua irmã Karina e assessores de fazer da política um negócio ao pedir até “US$ 50 mil dólares” para uma candidatura a vereador na província de Buenos Aires. Já outro ex-aliado, o advogado Carlos Maslatón, disse que Milei poderia ter arrecadado “entre US$ 3 e US$ 10 milhões ” pela suposta venda de candidaturas. Ambos foram convocados a depor à Justiça Eleitoral. Milei prometeu processar Blumberg.

“Milei parte de uma lógica que sustenta que, sendo ele a figura política do espaço e arrastando todos os votos, está beneficiando todos os demais candidatos ao apresentar seu nome, seu símbolo e sua presença nas províncias. E isso tem um preço”, afirmou Maslatón em entrevista à rádio La Red.

Ao jornal argentino Clarín, uma ex-líder do partido de Milei disse que a legenda pedia US$ 60 mil pela sua candidatura a prefeita de Avellaneda, além de pedir para que ela arrecadasse doações para a campanha por meio de uma fundação.

Segundo áudios divulgados pelo La Nación, um candidato de Entre Ríos tamém reconheceu o esquema em que se pediam aos candidatos libertários quantias que variavam entre US$ 10.000 e US$ 40.000, dependendo do cargo a que pretendiam concorrer e que poderiam ser pagas em prestações.

Em um dos áudios, a líder do Partido Popular Conservador (PCP), Liliana Salinas, chega a citar diretamente Milei: “Existe um valor mensal que cada candidato deve começar a cumprir assim que for pré-candidato. Ninguém vai ficar surpreso. [...] Nem o próprio Javier Milei vai se surpreender, porque Javier Milei é justamente quem está fazendo o mesmo com os futuros candidatos. Eles têm que financiar a campanha. É assim”, disse ele.

Milei se defendeu das acusações publicando uma longa carta intitulada “A mídia e a casta”, em que se colocou como vítima de uma campanha de difamação. “Se dedicam a me atacar porque exponho os negócios da casta, porque valorizo a minha família, ou porque amo os meus cães, enquanto se dedicam a esconder os culpados do declínio nacional”, escreveu.

“A Argentina está cheia de criminosos de colarinho branco, corruptos disfarçados de moralistas e políticos camaleões que pulam de um lugar para outro. Mas ninguém te conta isso. Estamos vendo a maior campanha de difamação da história da Argentina só porque chegamos a propor uma Argentina diferente”, continuou.

O candidato presidencial da coalizão Liberdade Avança, Javier Milei, mostra o polegar durante uma visita ao bairro de Lugano em Buenos Aires Foto: Natacha Pisarenko/AP

Nesta quinta-feira, 6, a Justiça Eleitoral informou ter aberto um inquérito contra o candidato para apurar se houve crime. Nesta etapa serão ouvidos os denunciantes do caso. Fontes judiciais disseram aos jornais argentinos que ainda é cedo para apontar repercussões à candidatura de Milei, já que o inquérito é uma fase muito inicial e não há precedentes de casos semelhantes.

Ainda assim, caso é considerado o maior escândalo envolvendo o candidato libertário desde que entrou na corrida eleitoral ano passado. Milei chegou a aparecer como primeiro em algumas pesquisas enquanto as demais legendas brigavam para definir seus candidatos para as PASO (espécie de primárias argentinas).

Mas uma vez formada as principais candidaturas, com Sergio Massa concorrendo pela coalizão de governo União pela Pátria, e Horacio Larreta e Patricia Bullrich indo pela oposição do Juntos pela Mudança, a candidatura de Milei foi perdendo relevância. Nas pesquisas feitas após o fechamento das listas, o libertário aparece abaixo dos três primeiros.

Além de criticar a “casta política” e se colocar um outsider - o que conquistou um eleitorado cansado da política tradicional - Milei aposta em seu currículo de Economista ao prometer salvar a Argentina de sua crise econômica. Nas eleições provinciais que já ocorreram, sua legenda ainda não conseguiu eleger candidatos. Mas grandes departamentos e cidades, como Buenos Aires e Santa Fé, ainda passarão por eleições.

Sua queda na preferência do eleitorado tende a beneficiar a candidata Patricia Bullrich para as primárias de agosto, já que é o nome dentro do Juntos pela Mudança que mais busca se distanciar da classe política, ainda que venha de uma família tradicional da elite argentina. Larreta, por ser tão próximo a Mauricio Macri, não atrai os eleitores de Milei que buscam alguém diferente para a Casa Rosada.

BUENOS AIRES - O candidato ultraliberal à presidência da Argentina Javier Milei será investigado pela Justiça Eleitoral do país em meio a denúncias de venda de candidaturas em troca de dólares. O presidenciável chegou a aparecer em primeiro em algumas pesquisas para as eleições deste ano se apoiando no discurso contra a “casta política” argentina. Ele nega irregularidades e acusa a imprensa e seus adversários de fazerem “campanha de difamação”.

Além das eleições presidenciais cujas primárias ocorrem em agosto, a Argentina também está passando este ano por eleições provinciais, para prefeitos e vereados, em que cada departamento tem suas próprias datas de realização. Foi neste contexto que ex-aliados do deputado e candidatos a prefeitos denunciaram um esquema de venda de candidaturas.

Segundo as denúncias, o candidato, que é presidente da coalizão Liberdade Avança, cobrava para indicar os nomes a prefeitos, governadores e vereadores de sua legenda. Entre os denunciantes estariam um ex-aliado de Milei, Juan Carlos Blumberg, e candidatos da coalizão a prefeitos de Tigre, Quilmes e Vicente López. O candidato a governador de Neuquén, Carlos Eguía, também se juntou à denúncia.

O deputado argentino e candidato presidencial Javier Milei posa durante uma entrevista televisiva em Buenos Aires Foto: Luis Robayo/AFP

Blumberg se afastou da coalizão e acusou Milei, sua irmã Karina e assessores de fazer da política um negócio ao pedir até “US$ 50 mil dólares” para uma candidatura a vereador na província de Buenos Aires. Já outro ex-aliado, o advogado Carlos Maslatón, disse que Milei poderia ter arrecadado “entre US$ 3 e US$ 10 milhões ” pela suposta venda de candidaturas. Ambos foram convocados a depor à Justiça Eleitoral. Milei prometeu processar Blumberg.

“Milei parte de uma lógica que sustenta que, sendo ele a figura política do espaço e arrastando todos os votos, está beneficiando todos os demais candidatos ao apresentar seu nome, seu símbolo e sua presença nas províncias. E isso tem um preço”, afirmou Maslatón em entrevista à rádio La Red.

Ao jornal argentino Clarín, uma ex-líder do partido de Milei disse que a legenda pedia US$ 60 mil pela sua candidatura a prefeita de Avellaneda, além de pedir para que ela arrecadasse doações para a campanha por meio de uma fundação.

Segundo áudios divulgados pelo La Nación, um candidato de Entre Ríos tamém reconheceu o esquema em que se pediam aos candidatos libertários quantias que variavam entre US$ 10.000 e US$ 40.000, dependendo do cargo a que pretendiam concorrer e que poderiam ser pagas em prestações.

Em um dos áudios, a líder do Partido Popular Conservador (PCP), Liliana Salinas, chega a citar diretamente Milei: “Existe um valor mensal que cada candidato deve começar a cumprir assim que for pré-candidato. Ninguém vai ficar surpreso. [...] Nem o próprio Javier Milei vai se surpreender, porque Javier Milei é justamente quem está fazendo o mesmo com os futuros candidatos. Eles têm que financiar a campanha. É assim”, disse ele.

Milei se defendeu das acusações publicando uma longa carta intitulada “A mídia e a casta”, em que se colocou como vítima de uma campanha de difamação. “Se dedicam a me atacar porque exponho os negócios da casta, porque valorizo a minha família, ou porque amo os meus cães, enquanto se dedicam a esconder os culpados do declínio nacional”, escreveu.

“A Argentina está cheia de criminosos de colarinho branco, corruptos disfarçados de moralistas e políticos camaleões que pulam de um lugar para outro. Mas ninguém te conta isso. Estamos vendo a maior campanha de difamação da história da Argentina só porque chegamos a propor uma Argentina diferente”, continuou.

O candidato presidencial da coalizão Liberdade Avança, Javier Milei, mostra o polegar durante uma visita ao bairro de Lugano em Buenos Aires Foto: Natacha Pisarenko/AP

Nesta quinta-feira, 6, a Justiça Eleitoral informou ter aberto um inquérito contra o candidato para apurar se houve crime. Nesta etapa serão ouvidos os denunciantes do caso. Fontes judiciais disseram aos jornais argentinos que ainda é cedo para apontar repercussões à candidatura de Milei, já que o inquérito é uma fase muito inicial e não há precedentes de casos semelhantes.

Ainda assim, caso é considerado o maior escândalo envolvendo o candidato libertário desde que entrou na corrida eleitoral ano passado. Milei chegou a aparecer como primeiro em algumas pesquisas enquanto as demais legendas brigavam para definir seus candidatos para as PASO (espécie de primárias argentinas).

Mas uma vez formada as principais candidaturas, com Sergio Massa concorrendo pela coalizão de governo União pela Pátria, e Horacio Larreta e Patricia Bullrich indo pela oposição do Juntos pela Mudança, a candidatura de Milei foi perdendo relevância. Nas pesquisas feitas após o fechamento das listas, o libertário aparece abaixo dos três primeiros.

Além de criticar a “casta política” e se colocar um outsider - o que conquistou um eleitorado cansado da política tradicional - Milei aposta em seu currículo de Economista ao prometer salvar a Argentina de sua crise econômica. Nas eleições provinciais que já ocorreram, sua legenda ainda não conseguiu eleger candidatos. Mas grandes departamentos e cidades, como Buenos Aires e Santa Fé, ainda passarão por eleições.

Sua queda na preferência do eleitorado tende a beneficiar a candidata Patricia Bullrich para as primárias de agosto, já que é o nome dentro do Juntos pela Mudança que mais busca se distanciar da classe política, ainda que venha de uma família tradicional da elite argentina. Larreta, por ser tão próximo a Mauricio Macri, não atrai os eleitores de Milei que buscam alguém diferente para a Casa Rosada.

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